Uma Casa de Estrelas escrita por Lyn Black


Capítulo 23
Frio


Notas iniciais do capítulo

TW AVISO DE GATILHO: menção indireta a suicídio.
lembrei, assim, que não postava há tempos...
vida tá corrida. mas parei para escrever sobre a minha menina. boa leitura.
(O tema é muito delicado, e ele acabou se refletindo aqui por causa de algo que aconteceu essa semana no entorno minha vida.)



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frio - vigésimo segundo capítulo 

uma casa de estrelas, por lyn black

 

 

Ela acha que ele percorreu a linha da sua coluna com o dedo frio, a mão azulada por sobre a camisa da Slytherin. Teddy tosse um pouco contra seus lábios, cuspindo a água que reinava nos seus pulmões. Ela sente o corpo dele congelando, encharcado, e seus olhos se enchem de lágrimas quentes. O menino está tremendo, mas sua vista parece delirar contra a curva do pescoço de Andrômeda. Ela também tem o corpo tomado de água, mas a adrenalina a deixa em brasa.

É noite densa, e o inverno flerta com os corpos tensos na beira do Lago Negro. Sua varinha se move inconsciente por sobre o corpo quase inerte do garoto, tentando aquecê-lo. No desespero, a magia não parece tão intuitiva, e Andie sustenta o corpo de Edward Tonks contra o seu, sussurrando palavras para o homem se manter vivo. Esfrega seus dedos flamejantes contra a nuca dele, fazendo o impossível para cruzar os terrenos de Hogwarts. 

O rosto de Andie está avermelhado, mas ela morde os lábios para segurar o choro que quer tomá-la por inteiro. Ele ainda respira contra seu corpo, e ela parece tão diminuta carregando Tonks, dispensando sua varinha, que mal se reconhece. Não quer ariscar tê-lo longe de suas mãos. 

É tarde, mas ainda há luzes amareladas cercando o castelo. 

"Socorro", grita quando o peso das roupas encharcadas cai sobre ela. Ele também está tão pesado. Tudo parece carregar o peso do mundo. 

A maior parte dos alunos está já nas Casas,  alguns até dormindo. Ela saira em busca do garoto após ter um pressentimento terrível, correra até o Lago Negro, apenas iluminado pela lua minguante. À distância identificara aquele querido vulto, e seu sumiço. O mundo terminou naquele instante. 

Andrômeda tem a saia de pregas crudada contra suas cochas e o sapato envernizado parece lodo puro. O castelo está próximo, mas tudo está tão frio. Ela sente seus joelhos fraquejando, os berros de seu pai nublando sua mente diante da notícia do dia seguinte: dois alunos morrem por hipotermia nos jardins da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. 

Ela anda a passos lentos, a adrenalina não mais presente no seu corpo. Sua voz escapa de novo, mas ela já não tem noção se teve sentido. Se alguém a escutou.

Ela sabe que tirou Teddy da água, não o deixou afundar. O coração dele ainda bate, se Andrômeda prestar atenção, escutará a sintonia dos dois. O frio seduziu não a natureza externa, mas os dois jovens. Black arrasta-os até os degraus de pedra fria, mas nem sente a temperatura. Seus olhos fecham, um sono está a envolvendo. Ela acha que as portas se abriram, porém os sons são tão indistintos... Ela só sabe que está ali, e Teddy está vivo. Ambos estão, por enquanto, juntos.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

compartilhem comigo suas impressões.
sua vida importa. você não é um peso. sempre sempre sempre busque ajuda.
todo o carinho do mundo.
lyn.



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