Yo Quisiera escrita por wldorfgilmore


Capítulo 9
Capítulo 9




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Era forte o brilho da lua sob o quarto escuro de Darcy Williamson. Tão forte que o satélite o atraiu para fora da mansão quase como um feitiço de encantamento. Darcy precisava sentir a força que a lua cheia emanava para os seus receptores, já que as constatações jogadas em seus braços naquele dia não o deixaram pregar o olho.

Darcy deitou sobre o gramado espaçoso, no jardim da fazenda Ouro Verde. Estava pensativo e completamente inquieto. O turbilhão de frases, palavras e imagens que invadiam sua cabeça não o deixavam nada tranquilo. Quietude era, definitivamente, uma das palavras que não constavam em seu dicionário desde que voltara a colocar os pés no Vale do Café.

E essa bagunça tinha nome: Elisabeta Benedito fora o furacão que invadira novamente sua vida, tornando o rapaz incapaz de seguir uma linha de raciocínio com propriedade. Sua missão no Vale do Café era supervisionar e aprofundar-se sobre o que vinha acontecendo com as posses de sua família, com o intuito de tomar algumas decisões contratuais com alguns fornecedores. Mas, até ali, pouco se mostrou produtivo em relação aos negócios que fora tratar. Elisabeta havia tomado todo o seu tempo e roubado todas as suas rotas de pensamento.

Darcy respirou fundo. Ali, deitado com a cabeça confusa sob a grama daquele jardim bem aparado, repassava todos os episódios que tivera com a moça. Elisabeta sempre foi a número um na sua vida, mas nunca tentou entender o porquê do fascínio que sempre tivera por a moça. Era esperta, inteligente, dona de si e independente desde os seus primeiros anos de vida. Surpreendente seria não se encantar por sua altivez.  Mas Elisabeta não era só o objetivo de sua admiração, o homem também sempre a protegeu.

Darcy sempre colocara Elisabeta em um ponto mais alto que a maioria das pessoas que passaram por sua vida. E, de certa forma, esse ponto era inalcançável. Sempre soubera que ninguém nunca ocuparia um canto tão particular como Elisabeta havia conseguido ocupar. A menina era dona de suas melhores lembranças, de suas mais bonitas conversas e era o rosto dela que vinha a sua mente quando alguém falava sobre o amor.

Nunca desconfiou sentir algo a mais que amizade por Elisabeta, nem quando sua a saudade sufocante o fez afastar-se de suas palavras. Justificou sua insanidade com o fato de nunca ter ficado longe dela. Não era acostumado a viver em um mundo em que Elisabeta não estivesse ao seu lado. Então, quando analisou a sua situação na época do rompimento, era compreensível a sua dificuldade em caminhar sem ela.

O beijo trouxera respostas. E Darcy já elucidava melhor a sua situação. Sabia que esse era o momento de colocar uma ordem em seus sentimentos, sem inferioriza-los. Não tinha o direito de confundir-se novamente dentro do seu próprio corpo e, mais uma vez, equivocar-se em suas escolhas.

Era fato que Elisabeta era a sua prioridade. Era fato também que o sentimento por ela continuava o mesmo dos tempos passados. Mas também era lógico que sempre diminuiu e apertou esse redemoinho dentro de um recipiente pequeno demais para aquela imensidão passível de ser explorada.

Algo mágico aconteceu ali, ao tocar os lábios de Elisabeta com os seus lábios, um mundo novo se abriu dentro de seus próprios horizontes. A nuvem de fumaça que nem ele mesmo sabia que existia, se dissipou em inúmeras partículas, dando espaço a um universo que estava ali o tempo todo esperando para ser desbravado. Era estranho como o roçar das bocas pareceu certo demais para Darcy, era mais estranho ainda ter a sensação que já conhecia aquele toque. Um lampejo o fez ilusionar que aquilo já havia acontecido, mas não nessa mesma vida. Sorriu com o pensamento.

A conclusão veio com uma indignação. Darcy perguntava-se como passou tanto tempo negando o que estava claro como a luz forte da lua que tirava quase toda a escuridão do céu. Negou com a cabeça, julgando a si mesmo por sua própria ignorância.

Darcy Williamson não era completo em um universo em que Elisabeta Benedito estava distante de seu abraço. As manhãs acordavam mais bonitas quando tinha a certeza que o dia seria agraciado por a presença da menina. Seu corpo respirava em ansiedade por o toque mínimo de suas mãos. E se Darcy Williamson fosse chamado de tolo por um desconhecido, concordaria facilmente com a sua adjetivação.

Mas, com essa nova visão de seu próprio interior, sabia que as coisas seriam diferentes. Agora, dentre todas as certezas que o sistema solar possuía, nada era mais verdadeiro que a resposta que obteve sob a luz do luar.

Darcy Williamson era ardentemente e irrevogavelmente apaixonado por Elisabeta Benedito.

Uma lágrima singular apareceu em seu olhar ao mirar a lua naquele momento, envolto a plenitude que sentia ao organizar o seu coração. Darcy fechou os olhos e inspirou todo o ar que aquela noite poderia oferecer, juntando as mãos em uma súplica silenciosa: quisera a lua estender sua mão para orienta-lo com a seu novo proposito, Darcy almejava mais que qualquer outra coisa entregar seu coração nas mãos de Elisabeta Benedito. E, se aquela luz o permitisse, ganhar o dela em retribuição.

Duas semanas haviam se passado desde que Darcy descobrira seu amor já tão antigo por Elisabeta. Mas nem a sombra da menina por todos aqueles dias fora visualizado por o seu olhar. Elisabeta parecia fugir de Darcy depois que seus lábios se tocaram pela primeira vez. E, mesmo que a tivesse procurado por inúmeras vezes naquelas semanas, Elisabeta parecia dar um jeito de esconder-se do rapaz.

Darcy já não sabia o que fazer para encontra-la. E o desespero só aumentava conforme as noites chegavam e a data de partida para Londres se aproximava. Darcy precisava falar com Elisabeta antes de sua viagem, mas não queria força-la a uma conversa que ela não desejava ter. Encontrava-se em uma encruzilhada e, apesar da procura, sentia-se errado por perturba-la com a sua presença quando ela não tinha a mesma intenção. Como conquistaria o coração de alguém que o seu olhar não poderia alcançar?  

Estava no centro da cidade, era um dia ensolarado no Vale do Café. Havia saído de casa com o intuito de comprar sua passagem para Londres. Viajaria em uma semana. As ruas estavam movimentadas naquele dia, ao que parecia, todo mundo resolveu sair de suas casas para se dedicar as suas obrigações.

Darcy caminhava calmante olhando os rostos das pessoas que passavam por ele, tentando adivinhar qual seria a meta de cada individuo naquele dia, em um jogo interno. Mas os seus devaneios foram jogados ao vento por um conjunto de cachos que se destacavam dentro da casa de chá de Dona Agatha.

Seu corpo reconheceu a ansiedade que sentiu ao se dar conta de quem era o objeto de seu foco. Nem por um instante Darcy pensou em continuar sua caminhada e como um raio atravessou a porta do estabelecimento, murmurando ao se aproximar da mesa em que a menina sentava sozinha:

— Elisabeta?

Imediamente, Elisabeta encontrou o olhar brilhante de Darcy e um rubor tomou conta de suas bochechas, junto com tremor que passou por o seu corpo instantaneamente. Era Darcy. Era Darcy Williamson. O motivo de seu encasulamento daquelas duas semanas e o astro principal de seus sonhos roubados.

Elisabeta se escondera de Darcy por dias desde que o roçar dos seus lábios a fizeram mudar de esfera. Nunca havia beijado uma pessoa, mas desconfiava que não era esse o motivo de sua vergonha e receio ao encontra-lo. Beijado, pensava ela. Não havia de fato beijado Darcy, lera em livros que um dos principais elementos de um beijo de verdade é a língua e não houve de fato um tocar de línguas. Mas os lábios se encaixaram, e isso era motivo o suficiente para indagar-se sobre as inúmeras possibilidade de aquilo ter acontecido.

O fato é que nunca imaginara se aproximar daquela forma de Darcy. E agora não conseguia lidar com o fato daquele pseudo beijo a perseguir em seus sonhos.

Darcy olhava para a menina com profundidade, era a primeira vez que encarava o rosto de Elisabeta depois de lhe oferecer o seu amor, mesmo que a menina ainda não tivesse ciência deste fato. Ela parecia mais bonita. Incrivelmente mais bonita sem a sombra que tapava sua visão. Seu rosto era absolutamente convidativo aos seus olhos e seus lábios... Bom, ao se concentrar em seus lábios, um formigamento passeou por todo o seu corpo.

— Darcy! – Elisabeta disse em um som baixo, limpando a garganta logo em seguida. Darcy percebeu que Elisabeta olhava para os lados, provavelmente procurando uma forma de correr dali. Com aquela demonstração, o coração de Darcy perdeu as passadas por um ou dois segundos.

— Elisabeta. – repetiu o nome, incapaz de formular alguma frase. – Oi.

— Oi.

O silêncio tomou conta daquela conversa, o que deixou o par ainda mais impaciente. Ela queria correr para longe dele. Ele queria correr de encontro a ela.

Respirando fundo e tentando encorajar-se, Darcy perguntou:

— Por quê?

— Por que o que? – Elisa replicou.

— Tínhamos um acordo. Tentaríamos conversar e, quem sabe, resgatar o que tínhamos.

— Eu sei. – disse simplesmente.

— E eu sei que está fugindo. – tentou dizer em um tom educado, não queria assustar o seu amor.

Elisabeta se calou. Não sabia o que responder. Estava mesmo fugindo.

— Foi o beijo?

— Sim. – confessou. Era incrível como Darcy conseguia arrancar a verdade dela sem esforço nenhum, mesmo quando ela não queria dizer nada.

— Não gostou? – Darcy perguntou. Seu coração já estava fora de seu corpo.

— O que? – franziu a testa. Não era a pergunta que esperava. – Darcy... – Elisabeta não queria responder aquela pergunta, não quando o gosto de Darcy ainda não havia saído de seus lábios. – Eu não sei mais se devemos continuar com isso.

— Como não? – apressou em dizer. – Elisabeta, eu...

A menina o interrompeu antes de continuar a frase:

— Eu não sei se quero ter algum tipo de proximidade com você.

Darcy sentiu seu mundo desabar. Agora era a vez dele perder voz. Elisabeta percebeu a expressão derrotada que se transformou o rosto de Darcy e se arrependeu de sua fala até o último fio de cabelo.

— Digo... – continuou. – Não é bem questão de querer.

Darcy continuava a olha-la, confuso e com desesperanças.

— Digo... Acho que é mais dever.

— Elisabeta, não me diz isso, por favor. – Darcy, que estava em pé em toda a conversa que estavam tendo, sentou na cadeira vazia ao lado de Elisabeta e pegou nas suas mãos. O rapaz tentou olhar o mais profundamente que conseguiu nos olhos da menina. – Por favor, por favor, por favor.

Darcy repetia as duas palavras incessantemente. E, em um movimento lento, encostou a testa de Elisabeta com a dele e fechou os olhos. Elisabeta sentia a respiração do ex-amigo próxima a sua. Sua lógica foi embora.

— Por favor, por favor, por favor. – Darcy implorava. Ele não tinha exatamente a certeza se pedia para ela ou para qualquer força que acreditasse.

— Você me confunde.

— Eu? – Darcy abriu os olhos, ainda com a testa encostada a de Elisabeta.

— Sim. Desde que você chegou as coisas parecem ter mudado. – ela falava baixo e tentando abrir a boca o mínimo possível. Ela sabia que se abrisse um pouco mais, respiraria o ar da boca de Darcy. – Quando aceitei voltar a tentar me aproximar de você, eu não imaginava que seria assim. Nós somos tão diferentes de antes. Parece até que... – Elisabeta quis dizer que os sentimentos pareciam ter mudado também, mas não sabia o que isso significava ainda. – Eu não entendo.

— Nem eu. Mas nós podemos não entender juntos. – A cor dos olhos dos dois estavam tão próximas que pareciam se misturar.

— Como você consegue ser tão otimista? – perguntou, mordendo o lábio. O ato fez Darcy segurar-se para não mordê-lo ele mesmo. – É tão difícil pra mim.

— Eu sei que é. Eu imagino que seja mais difícil pra você do que pra mim. Eu fui o errado de toda essa história. Eu te magoei. Eu meio que... – apertou os lábios antes de continuar: - Eu meio que mereço toda a sua indiferença. Apesar de pedir para todos os santos, todos os dias, mesmo não sendo tão religioso, para voltar no tempo.

Aquela frase de Darcy fez o coração de Elisabeta dar um salto. Darcy nunca havia aberto o coração daquela maneira, o amigo sempre fora mais contido em declarações e, saber que pedia por ela, era algo difícil de acreditar.

— É incompreensível para mim, sabe? – As mãos da dupla ainda estavam únicas. - Você ir, você me esquecer. E depois de tudo voltar com todas essas palavras, gestos e... proximidade. E sua explicação... Me perdoa, mas não me convenceu em nada.

— Quando conversamos pela primeira vez, nem eu entendia o que se passava.

— Passava? No passado? – questionou.

— Sim. Eu entendo todas as razões que fizeram eu me afastar de você.

Elisabeta olhou para Darcy intrigada e, quase como um sussurro, perguntou:

— Quais?

— Eu não sei se você está pronta para saber em sua integridade.

— Como? – Elisabeta negou com a cabeça, com o nariz franzido. - Darcy... olha aí, você está me confundindo novamente. Não tem como isso ir pra frente.

— Confia em mim.

— Isso é algo difícil de se pedir, ainda mais com o seu histórico.

— Eu sei. Eu sei. – apressou-se, com o súbito pensamento que lhe surgiu. – Vamos em um lugar comigo?

— Ah não, Darcy! – negou. - Isso de novo não! Da última vez que me propôs isso olha no que deu.

— Bom, pra mim... – ousou dizer, sorrindo de lado. – Aquele dia valeu a pena.

Elisabeta abriu a boca com a intenção de lhe contestar aquele atrevimento, mas estava tão pasma com a insinuação que sua voz fora incapaz de sair. Darcy a estava cortejando? Sabia que um beijo era muito mais que um cortejo e o haviam dado, mas aquilo parecia mais impulsivo que sua frase premeditada. Não completou seu pensamento, já que Darcy a surpreendeu quando a pegou no colo em meio aos olhares das pessoas que estavam no mesmo estabelecimento que o casal.

— Darcy! Me põem no chão agora! – ordenou.

O homem sorriu. Elisa não tinha uma expressão raivosa e nem nada do tipo. E ele agradecia por isso. Darcy calculava tudo que falava ou fazia quando isso era destinado a Elisabeta Benedito. Não erraria mais, afinal de contas.

— Já vai descer, querida!

Ao saíram da casa de chá, Darcy apoiou Elisabeta em seu cavalo que, em um habilidoso movimento, sentou em cima do mesmo. Darcy logo a seguiu e sentou por trás dela.

A proximidade fez uma corrente elétrica navegar pelas veias de Elisabeta e, quando Darcy passou os braços ao redor do corpo dela, o frio na barriga foi incapaz de passar despercebido. Darcy não estava muito diferente dela, ainda mais quando o perfume do pescoço de Elisabeta estava bem próximo dos seus sentidos.

Cavalgaram por alguns minutos até Elisabeta reconhecer o seu lugar preferido em toda via láctea. Mordeu o lábio ao lembrar que era o lugar em que ela e Darcy o nomearam como deles. Além de, agora, simbolizar um reencontro.

Darcy desceu do cavalo e ajudou Elisabeta a descer também. A menina olhou pra Darcy e perguntou:

— Eu sempre venho aqui. Não entendo por que me trouxe. – disse, caminhando devagar por o local tão conhecido por ela.

— Eu queria vir com você!

— Mas nos reencontramos aqui. – lembrou, arqueando uma sobrancelha.

— É diferente. Nós éramos estranhos.

— Ainda somos. – replicou. – Bom, não tanto mais. – Elisabeta cedeu, fazendo Darcy sorrir.

— Eu acho esse lugar mágico. Sempre achei. E desde que viemos aqui pela primeira vez, parece que tudo que eu sinto é intensificado, tudo parece ser multiplicado por mil. – Darcy se aproximou de Elisabeta, segurando suas mãos.

— Eu sinto o mesmo.

— O vento aqui é forte. – Darcy tentou puxar a conexão dos olhos de Elisabeta, olhando profundamente pra eles. - O vento é tão forte que às vezes parece falar com a gente, você já percebeu?

Elisabeta negou com a cabeça.

— Fecha os olhos! – Darcy pediu.

— Pra que? – Ela olhou confusa para ele.

— Fecha os olhos! – disse mais uma vez. Elisabeta o obedeceu.

— Agora se concentra e escuta o ruído.

Elisabeta o fez e imediatamente sorriu. O vento fazia sons diferentes, mas de difícil identificação. O ar parecia formar frases, Darcy tinha razão. Ela abriu os olhos devagar.

— Escutou?

— Sim. – respondeu, sorrindo abertamente para Darcy. – Parece falar.

Darcy sorriu largamente de volta e continuou:

— Eu suspeito que ele sempre falou comigo. Eu lembro que todas as vezes que ventava mais forte, eu te abraçava. Eu tinha uma necessidade absoluta de te abraçar. E ventava mais, e eu te abraçava novamente.

— Eu brigava com você. Você não me largava por um minuto.

— Sim. Mas era ele falando comigo, tentando me explicar o que eu nunca vi.

— O que você nunca viu? – arqueou a sobrancelha.

— As frases que ele formava e falavam sobre você.

Elisabeta viu Darcy se aproximar mais dela, quase encostando o corpo no seu. A cada palavra que saia na boca de Darcy, a moça ficava mais confusa com o que ele queria dizer. Ele parecia calcular bem as palavras. Mas ela não conseguia decifrar o que a junção de todas aquelas frases significava. Então ouvia. E era gostoso de se ouvir.

— O que elas diziam?

— Elas diziam que eu era um bobo.

Elisabeta riu.

— De fato.

— Besta! – Darcy acompanhou o riso e continuou: - Que eu era um bobo por não te abraçar mais, e aí eu abraçava. Que eu era um bobo por não te beijar mais, e aí eu cobria seu rosto de beijos.

Elisabeta mordeu o lábio incapaz de acreditar na intensidade das palavras que Darcy proferia. Não compreendia o porquê de elas estarem sendo ditas, mas não conseguia fazer nada além de recebê-las.

Não queria ignorar o coração que parecia estar sendo aquecido por elas. E precisava admitir que já estava sendo difícil segurar-se e manter-se fria, já o queria quente de novo.

— Mas eu o entendia de forma errada.

— Como isso é possível se você fazia o que ele dizia? – questionou. Elisabeta entrara no jogo de palavras de Darcy e nada poderia encoraja-lo mais que aquilo.

— Ele não me pedia só para te abraçar externamente. Ele me dizia para eu abraçar a sua alma e fundi-la a minha. – Darcy viu Elisabeta abrir a boca levemente, assim como os olhos que ganharam um tamanho um pouco maior. – O vento pedia para eu cobri-la de beijos, mas ele não falava só do rosto.

Darcy desprendeu uma de suas mãos que seguravam as de Elisabeta e levou o polegar aos lábios da menina, que se arrepiou com o toque e soltou um gemido baixo. Darcy arrastou lentamente seu dedo pelos lábios de Elisabeta e sussurrou:

— Ele me pedia para beija-la aqui.

Elisabeta imediamente tirou a mão de Darcy de seus lábios e virou de costas para o homem, incapaz de falar qualquer coisa para o rapaz. Ela não esperava por aquilo. Mas Darcy, um segundo após o rompimento do olhar, aproximou-se novamente de Elisabeta, abraçando-a por trás. Elisabeta não tentou se afastar quando Darcy aconchegou suas costas em seu peito, deixando seus braços abaixo dos dela e entrelaçando os dedos novamente.

O homem aproximou a boca do ouvido de Elisabeta e sussurrou, fazendo Elisabeta respirar profundamente:

— Eu quero reconquistar sua confiança. E esse é o meu primeiro objetivo. Depois desse degrau, eu quero adquirir novamente sua amizade. Mas não uma simples amizade, eu quero ser de novo o seu melhor amigo. Eu quero ser novamente o primeiro braço que você encontra quando um problema aparecer. Eu quero ser o primeiro a descobrir suas alegrias e festeja-las junto com você. Elisabeta – a moça mordeu o lábio ao ouvir Darcy sussurrar seu nome em seu ouvido, o calor do seu hálito já estava deixando-a tonta. Darcy apertou mais o seu corpo de encontro ao dele, segurando-a. -, a terceira fase é uma das que eu mais desejo alcançar, mas nada faria sentido sem as outras duas de alicerce. Eu quero ser a razão dos seus batimentos acelerados, eu quero ser o dono dos seus sonhos proibidos, assim como o corpo que acaricia o seu enquanto a lua traça as diretrizes de nossos movimentos. Eu quero ser a boca que faz você compreender o sentido de estar viva. Elisabeta Benedito, eu quero ser o seu amor. Eu preciso do seu amor. – Darcy mordeu a ponta da orelha de Elisabeta, que apertou a mão de forma instintiva ao sentir o toque. Ele continuou, com a voz rouca: - Me deixa conquistar a sua confiança, me deixa conquistar o seu amor mais puro, me deixa ser o objeto de sua paixão.


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