Yo Quisiera escrita por wldorfgilmore


Capítulo 1
Capítulo 1




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"Sou teu melhor amigo, teu lenço de lágrimas e amores perdidos. Te acalmo em meu ombro, teu choro não para e eu só te faço carinho. O que não sabes é que eu queria ser esse por quem você perde o sono e te desesperas, eu queria ser teu pranto, esse que vem dos teus sentimentos. Eu queria ser esse por quem você desperta com ilusões. Eu queria que você vivesse por mim sempre apaixonado." Reik - Yo Quisiera (https://www.youtube.com/watch?v=QZKrLIoMyxY)

Elisabeta movimentou uma das peças de xadrez que jogava com Darcy, o sorriso travesso que levava no rosto contrastava com a expressão indignada que o rapaz projetava: ele estava em check.

— Ah não, Elisabeta. Eu não te ensinei a jogar para você humilhar o seu mestre. Eu desisto. - grunhiu Darcy.

— Darcy, pare de resmungar e mova a peça. Irei ganhar de qualquer forma, não há mais possibilidades. Aliás, você já deveria estar acostumado a perder, estamos na terceira rodada! - ostentou com um sorriso triunfante.

— A única coisa que está clara aqui é que você não está sendo honesta nestes jogos. - justificou, levantando uma das sobrancelhas.

— Você é realmente um mau perdedor. - mostrou a língua para amigo, zombateira.

Darcy e Elisabeta eram jovens amigos, haviam crescido juntos no Vale do Café e, desde que Elisabeta mordera a bochecha de Darcy aos 6 anos de idade em uma festa da cidade, não houve nada que fizesse as crianças se desgrudarem. Desbravaram todo o Vale do Café com suas aventuras, desde construir uma casinha de madeira em um dos campos da fazenda Williamson quando pequenos, até roubarem bebida de uma das festas dos Bittencourt no início da adolescência, descobrindo os efeitos do álcool. Em cada memória de Darcy havia uma Elisabeta um tanto quanto impulsiva e, a cada lembrança de Elisabeta, havia um Darcy a repreendendo, mas logo apoiando-a em suas ideias estapafúrdias.

Darcy colocou o jogo de lado e aproximou-se de Elisabeta. Eles estavam no alto de um dos morros do Vale do Café, o lugar preferido dos dois, mas o motivo daquele piquenique não os agradava.

— Você vai sentir minha falta?

— Darcy, eu estava tentando não pensar nisso. Não estrague nosso passeio.

Elisabeta deitou sobre a perna dobrada de Darcy, que olhava para o horizonte. Ele ainda aguardava uma resposta.

— Mas é claro que vou sentir. Eu mal consigo imaginar como serão estes anos sem você.

— Nem eu.

— Mas claro que você sentirá mais minha falta do que eu a sua, tendo em vista que eu sou a comandante de sua vida. - gabou-se, com um sorriso triunfante.

— Como? - franziu o cenho, sorrindo lateralmente.

— Você não sabe fazer absolutamente nada sem mim, nem escolher seus trajes - disse de maneira óbvia -, imagina só como vai se virar em uma cidade como Londres, presumo que não conseguirá ao menos achar sua classe em seu primeiro dia na universidade. Tenho a absoluta certeza que me mandará uma carta e só irá encontrar seu local de estudo quando eu respondê-la algum tempo depois. - pincelou o nariz do amigo.

— Absolutamente cômica, já pensou em apresentar-se em teatros como humorista? Faria um sucesso estrondoso.

Darcy fingiu indignação, sorrindo em seguida.

— Tolinha. - beijou a testa da amiga.

Elisabeta levantou a cabeça do colo do rapaz e pôs-se diante dele.

— Agora me promete uma coisa? E estou falando sério, Darcy Williamson. - colou-se de joelhos em sua frente.

— Prometo que o que senhorita quiser, Elisabeta Benedito. - posicionou como ela, olhando-a nos olhos.

— Não me troque por ninguém? Eu não quero pensar em você tendo outra amiga - estreitou os olhos -, mesmo que inferior a mim, já que sou a melhor do mundo. - levantou a cabeça em autoridade.

— Boba, - balançou a cabeça negativamente, rindo da promessa de Elisabeta -, eu não te trocaria por pessoa alguma. Você é a minha pessoa preferida em toda a via láctea.

— E você é meu pessoa preferido em toda a via láctea.

— Seu pessoa preferido? - acariciou o rosto de Elisabeta com o polegar.

— Sim, meu pessoa preferido. - franziu o nariz em um sorriso.

Eles se abraçaram e Elisabeta deixou a cabeça descansar no ombro do amigo.

— Eu vou te escrever sempre. E você trate de responder todos os meus longos textos sobre cada passo meu. Cada passinho mínimo. - acariciou seus cabelos.

— Eu vou adorar dar pitaco em cada passinho milimétrico seu em minhas respostas.

— Como e desde de sempre.

— Como e desde sempre.

Se encarando, desprenderam-se dos braços um do outro. Uniram seus dedos mindinhos e giraram a mão um do outro, como sempre faziam quando eram crianças. Formaram ali uma linha imaginária, prometendo serem sempre a pessoa um do outro.


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