Blue Door - Odd Wings Volume 1 escrita por Mega Leon


Capítulo 3
Capítulo 1 - Patrulheiros Reais




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Estou no escuro novamente, meus pés estão pisando numa água muito rasa que parece se estender ao infinito da escuridão. Continuo caminhando até chegar numa porta azul, com detalhes em madeira e dourado, mas ela não possui alavanca para abrir ela, somente o buraco da fechadura. Vejo que a chave com asas está na minha mão, brilhando um neon azul em seu acabamento inteiro, exceto pela estrela e pelas asas.

Encaminho a chave para o buraco e ela é expelida com um golpe de luz azul fraco, no qual saiu do buraco de fechadura. Decido olhar por dentro dele, vejo um poder muito forte, algo incapaz de descrever. Não é humano, mas também não é nada concreto de se dizer, só que é majestoso, como se fosse um ser divino de um azul e rosa que só se encontra aos confins da galáxia. Ele percebe que estou espiando, meu coração para repentinamente e começa a bombar com muita força, me obrigando a acordar.

—--

É uma pena eu não conseguir dormir direito com aquele pesadelo. O proprietário bate em minha porta, me levanto da cama e atendo-o:

 O que foi?

— Como assim "o que foi?" Você tem que pagar o que me deve, garoto!

— Oi? — Do que diabos ele tá falando?

— Você está numa pensão, logo, é coeso que pague pra dormir aqui e, por falar nisso,  aqui a tua conta. — Disse ele jogando o papel com força num balcãozinho que fica próximo a porta.

Eu não tenho nenhum tostão no bolso nem sei qual é a moeda local, como vou fazer para pagá-lo? Espero que venha alguma luz do além para iluminar o meu dia. O proprietário ainda continua me vislumbrando, sabendo que eu não tenho dinheiro nenhum para comigo:

— Deixa de birra, pai! Assim você nem vai dar uma chance pro garoto.

— Paul, volte para a loja. — Disse o velho sem muita paciência.

— Olá, meu nome é Paul Morietur, o sobrenome vem da minha mãe e...

— Chega garoto, já pro trabalho!

— Ok, ok — Ele levanta as mãos para cima como se fosse um assalto e sai do quarto.

O garoto de cabelos negros, olhos castanhos vibrantes, uma aura tão nova e atraente olha para traz, fazendo uma careta e mostrando a língua. O proprietário olha para traz e Paul  corre para o andar abaixo:

— Enfim, você tem até o final do mês para me pagar... — Então ele sai do quarto.

—--

Na loja, vejo que há vários artefatos antigos também. Paul tem olhos muito cintilantes, quase como se fossem imãs. Ele me explica que a cidade foi fundada a quase 104 anos, quando a Guerra se deu fim. A lojinha existe desde então também. A princípio, o dinheiro utilizado aqui se chama Regium devido ao decreto do Monarca Floruerunt para destacar o seu poder sobre a economia, que perpetua até hoje, segundo Paul, no qual me mostra uma nota de um Regium para mim com a cara enrugada e azeda dele.

Durante a conversa sobre o dinheiro ele me explica que o sonho dele é participar dos Patrulheiros Reais, pois, inicialmente, eles serviam para proteger a Realeza e o Alto Clero dos ReaDead. Pelo que eu entendi, ainda há uma democracia no País, mas o veredito final é da Nobreza e o Alto Clero ainda tem grave influência no mundo. Estou com pena de mim agora:

— Já sei! Ser um Patrulheiro é um emprego também, por que você não vai junto comigo para o teste depois do almoço? Vai ser awesome! — Ele me olha com os olhos brilhando, não tenho como resistir por muito tempo.

— Tá bem, eu vou, mas só porque eu necessito de dinheiro para viver — Ele começa a rir, mas não entendo a graça.

—--

Chegando na Base dos Patrulheiros, vejo o quão grande ele é, ocupando quase que oito quadras de alguma vila, é quase como se fosse uma cidade dentro da cidade. Incrível.

No teste fomos primeiro para uma prova com 8 questões de múltipla escolha de Português, de Matemática, de História e de Ciências, cada. Por sorte, em História, só caiu aquilo tudo que me falaram, então não foi tão difícil assim. Em Matemática foi o mais complicado, Ciências eu parecia entender muito bem, todavia, eu arrasei mais foi em Português, era cada interpretação melhor que a outra.

Na segunda prova eu tive que carregar uma entre 10 mil armas diferentes, mas nenhuma me pareceu agradável. Então sinto uma mão nas minhas costas, puxo-a e me preparo para dar um soco na pessoa, até que vejo que era um dos Sargentos responsáveis pelas avaliações, ele usa uma máscara sobre o rosto e usa uma espécie de óculos vermelhos redondos, ao estilo ladino, além de uma bela jaqueta marrom claro de detetive:

— D-desculpa mesmo... — Abaixo a cabeça em reverência e com vergonha, lógico.

— Tudo bem, eu já esperava disso de alguém com o seu potencial.

— Meu... Potencial?

— Sim, eu vejo que você tem um poder superior aos outros inscritos aqui. Me chamo Scott, Scott Daimon, sou de família arábica e minha pele é muito fraca ao sol, então tenho que cobrir o meu corpo inteiro. —Ele começa a rir e os óculos acompanham quando ele fecha os olhos, como se aquilo fosse os olhos dele, de fato— Aqui, você pode usar essa espada, ela é chamada de "Espada de Luz", dizem que mais dois pedaços dela vagam por esse mundo, procurando se reunir em uma lâmina só.

— Maneiro... —Fica embasbacado com a gentileza dele— Ah! M-muito obrigado...

— De nada. —Ele parece sorrir para mim novamente e segue a suas avaliações.

—--

Durante a prova física, vejo que Paul conseguiu executar dois soldados com as manoplas de defesa, mas o último parecia não levar dano das manoplas dele, então ele usa o "poder" dele. Ouço alguém da plateia comentando que o Celantum dele despertou e a "coisa vai ficar feia", não sei o que isso significa.

Então Paul coloca sua mão na mira do Soldado e a fecha comum certo tremor. O chão da arena treme um pouco e tudo desmorona, criando pedras de terra que aprisionam o Soldado, todavia, ele consegue desestruturar as tumbas de pedra com um eco muito forte, logo, vejo que o soldado, na verdade, é Rose, ela não parece querer facilitar pro Paul, obviamente. 

Ela abre a Alabarda dele com o poder Rosa nas lâminas e corre até Paul, o coitado não sabe o que fazer, então ele abre uma rampa por cima dele antes da Rose chegar perto dele, ela pula para tentar acertá-lo, mas ele joga a rampa nela, fazendo-a acertar o torrão gigante de terra, criando uma poeira sobre a arena. Então ele, a princípio, dá um soco no chão e cria espinhos, acertando a Rose, ela tenta levantar, mas Scott disse que Paul venceu o desafio. Ela não parece muito feliz com a situação, além de ter se machucado um pouco. Parece que eu sou o próximo...

—--

Eu entro na arena segurando a Espada de Luz, parece que o meu desafio será numa arena com água rasa sobre os pés, contra um garoto loiro, ele veste roupas pretas com leves detalhes em amarelo, seus olhos são cor de mel, quase ameaçadores. Ele porta uma lâmina de samurai que parece sair algumas faíscas de raio sobre elas, parece ter alguns dizeres na espada dele:

— Me chamo Justin, Justin Maledicti, vou testar os seus poderes aqui e agora, prepare-se.

O som apita e saio em direção dele sem saber muito bem como fazer as coisas. Justin acerta a minha mão e me desarma com muita facilidade. Ele vem para cima de mim, tentando emplacar um golpe frontal, a chave Chave-Báculo continua comigo, talvez se... 

Eu jogo a Chave para cima, o que faz ela acabar brilhando e virando o Báculo. Seguro nos dentes dela e consigo segurar o ataque, mas a lâmina machuca os meus dedos, vejo um leve rasgo saindo sangue. Justin começa balançar a espada até ela criar eletricidade em volta da lâmina, então ele raspa a lâmina na arena, criando uma condução de eletricidade. Tenho o instinto de pular para traz e vejo que algo me rasga pelas costas. Grito um pouco de dor, no entanto, vejo que ganhei asas, porém eu não sei como controla!

Estou tentando pensar numa estratégia, mas nada me vêm a cabeça, quem sabe se eu usar a Espada de Luz, parece que consigo voar com a minha vontade, tipo controlar os dedos das mãos ou algo do gênero. Voo até a espada, mas Justin, que estava perplexo com as revelações aqui, provavelmente, faz sair um trovão da espada dele, que me acerta com força. Caio de cara no chão.

— Eu não vou deixar você ganhar assim, de lavada, ainda lhe falta habilidade! —Então ele cria uma redoma de raios e nuvens no céus, como se fosse chover, mas ao invés de água, só iria cair eletricidade. Caído no chão, percebo que a minha espada está a um palmo de mim, mesmo dolorido consigo pegá-la pela lâmina. O meu báculo começa a brilhar, fazendo a espada se tornar uma bolha de luz branca. Levo a bolha até a estrela, não sei o motivo de estar fazendo isso, entretanto, alguma coisa me diz para fazer. Algum poder oculto dentro de mim está me dizendo para fazer isso, talvez seja isso o Celantum que tanto falam...

O báculo se torna a Espada de Luz, só que a base da espada é o círculo com a estrela, com uma abertura para se colocar a mão, já a lamina, ela brilha quase que como o próprio Sol. Justin levanta a espada dele e a desce até o chão. Começam a chover raios do céu, então, as minhas asas criam um escudo dos raios dele. Tudo parece ter virado uma poeira, consigo ver ele pela sua espada cintilante.

"Use o Canhão de Luz"

Quem está aí?

"Apenas aponte a Espada de Luz e deixe fluir o poder dentro de você"

Aponto a espada para Justin e, como se eu esvazia-se a minha mente, o canhão iluminado, parecendo uma cobra luminosa, estronda sobre a arena, saindo de forma um pouco desregulada, mas com muita força. Uma grande explosão cai sobre o estádio. Justin tenta se levantar do chão, com a sua espada encravada na arena. Parece que ele perde a consciência e acaba caindo no chão. O Público faz um grande alvoroço de felicidade, como se fosse uma partida de futebol e o time preferido deles tivesse vencido. Olho pro báculo e fica a pergunta: o que diabos aconteceu aqui? Meu coração ainda está pela boca e a minha cara continua assustada. 

O poder parece parar de fluir sobre o meu corpo...

 


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