Pov Bella

Não podia ser verdade, Jake jurou para mim que não falaria pra ninguém o que tinha acontecido, ele não podia fazer isso comigo. Decidi por dar o mínimo de informações possíveis para Edward, afinal, ele podia estar jogando comigo para conseguir obter tudo de mim.

— Como assim? Não estou entendendo nada, o que você poderia querer saber? - Tentei enrolar.

— Vamos lá Marie, acha mesmo que vou cair nessa? De que você é meia-irmã dele e que não sabe absolutamente nada de sua família paterna? E como você pode explicar essas cicatrizes então?  Anda Marie, me dê uma boa explicação.

Era óbvio que ele saberia sobre essas marcas malditas, só imaginei que estaria bem longe daqui quando isso acontecesse. E como eu imaginava meu amigo não me traiu, ele manteve a história que havíamos inventado para explicar porque ele vivia comigo e não tínhamos pais por perto. O que eu devia fazer? Como explicar sobre tudo e não falar nada. Estava ferrada.

Fiquei matutando sobre o que fazer e decidi por contar parte da verdade, eu tinha certa consideração por ele, já que Alice confia nele eu devia dar um voto de confiança.

— Qual seu problema? É tão difícil assim acreditar no meu irmão? Pois bem, você acreditando ou não é essa a verdade. Quando achei que não tinha mais ninguém ele me tirou do meu pior pesadelo, me deu esperança de que poderia recomeçar e foi o que fizemos. Você alguma vez na sua vida pensou que não tinha nada nessa sua vidinha perfeita Edward? Aposto que sempre teve tudo.

Quando percebi já era tarde, havia ido longe demais. Mas ficava extremamente irritada de alguém como ele, uma pessoa tão certinha, ficar se metendo na minha vida sem saber qualquer coisa a meu respeito. Ele estava com uma cara de que não gostou nada do que falei, era fácil apontar o dedo na cara dos outros e não querer escutar.

— Muito bem Marie, entendi seu ponto de vista, mas não venha falar da minha vida sem saber de nada dela.

— Sério Doutor Cullen? Não estava agora mesmo se metendo na minha vida sem se importar se sabe algo sobre mim ou não? Por que o senhor tem esse direito e eu não?

Ele pareceu pensar no que lhe disse por um momento, até que se pronunciou novamente.

— Me desculpe, eu realmente não devia me meter na sua vida desse jeito, só me preocupei com você, afinal, não é todo dia que se vê uma menina da sua idade com todas essas cicatrizes e aquele cara ainda aparece todo cheio de si, como se fosse seu dono ou algo do tipo, eu não consegui aguentar.

— Tudo bem. Mas por favor, não fale como se você me conhecesse e a tudo pelo que passei, não faz ideia do que passei e meu irmão é toda minha família, meu anjo da guarda ele nunca me faria mal algum.

— Como você mesma disse eu não sei muito sobre sua vida, o que você pensaria se alguém aparecesse cheio de machucados e logo em seguida um cara de quase 2 metros de altura e bombadão falando como se mandasse na vida dessa pessoa?

— Pensando por esse lado, acho que realmente teria o mesmo pensamento que você. Me desculpe por te tratar assim. E fique tranquilo, não foi ele quem fez isso comigo, um dia se ainda quiser saber sobre minha história, irei te contar tudo, mas ainda não, por favor.

— Tudo bem. Agora me diga, como foi sua tarde com a danadinha da Leah?

— Ela é um amor, adorei passar esse tempo com ela. Gostaria de saber qual o andar que ela fica para poder ir conversar com ela, durante minha estadia por aqui.

— Não sei se é uma boa, as enfermeiras estão possessas com a senhorita, deu um trabalhão para elas, onde já se viu isso, querer fugir do hospital na situação em que se encontra.

— Eu só não posso ficar aqui, não gosto desse lugar, quero ir pra minha casa logo.

— Mas a senhorita irá ficar o tempo que eu achar necessário, deve se preocupar somente na sua recuperação.

— Ok doutor, eu me rendo. Seguirei a risca tudo que o senhor mandar.

— Assim fico mais calmo, agora tenho que ir, até mais. Tchau.

— Tchau.

Só não imaginava que iria passar uma semana completa nesse lugar, isso me deixou aborrecida, pois era cada vez mais fácil para Charlie saber sobre mim. Mas as visitas diárias de uma certa mocinha tiravam meus pensamentos momentaneamente de meu pai. Assim como as loucuras de Alie que sempre vinha me ver e falava por horas a fio.

Meu relacionamento com Edward havia melhorado depois de nossa conversa, e cada dia mais, ficava encantada com tudo relacionado a ele, o mesmo parecia um cara tirado do século passado, completamente respeitoso e preocupado.

No dia em que iria pra casa, Jake foi me buscar, e em minha despedida, prometi para a pequena Leah que iria visitá-la sempre que possível.

Os meninos me paparicaram a noite inteira naquele dia, assim como Lice que praticamente arrancou nosso endereço a força de Jake.

Estava extremamente feliz, tinha uma família, que estava cada vez maior, onde todo mundo se preocupava e cuidava um dos outros. E acreditei que meu medo terminaria assim que saísse do hospital. Mas qual não foi minha surpresa ao receber uma ligação de um número desconhecido, pensei que podia ser Edward e por isso cometi o maior erro da minha vida.

— Alô, quem está falando?

— Olá querida sentiu saudades do papai? Achou mesmo que iria conseguir se esconder de mim para sempre? Se enganou completamente. E logo, logo, irei descobrir a toca de coelho em que você se enfiou sua ratinha e irá ter seu castigo por toda a dor de cabeça que você e aquele seu amiguinho me deram.

Puta merda, eu estava completamente fodia, para onde eu iria agora? Charlie iria me encontrar e eu não podia deixar que ele fizesse mal a meu amigo, precisava fugir e sozinha dessa vez.

Continua...