Avatar:A Lenda dos Gêmeos/Livro 1-avatares escrita por Barilinho


Capítulo 5
Capítulo 5- Conhecendo o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Mais cedo do que o esperado...
Já tava pronto mesmo, então postei.
Espero que gostem.
Boa leitura!



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A vida seguiu tranquila para nós por algum tempo, a conversa fluía tranquilamente. Eu conhecia um pouco mais minha irmã, meu pai falava com o padeiro e sua esposa, para conhecer um pouco mais de sua filha, o sábio Wan conversava com alguns cidadãos por ali, e Jinora descascava o menino Noxer. Era realmente absurda a desculpa dele, não sei como a Jinora engoliu. Nem o Chan inventaria uma desculpa tão ruim.
No meio da conversa, Jinora anuncia que minha mãe e Rohan acabaram de chegar, e estão vindo para a cafeteria. Ao ouvir essa informação, fico animado em apresentar minha mãe para Lena. Mesmo que eu acabei de conhecê-la, ela é minha gêmea, e não há motivos para não confiarmos nela.
— Lena, essa daqui é a mulher que me criou, e a chamo de mãe pois ela de fato é a minha mãe, bem como Izumi é a sua. O nome dela é Nora. Mamãe, essa é Lena, minha irmã gêmea.- fiz as apresentações orgulhoso de mim.
— Oh! Então você é a dona Nora? A que salvou nosso pai da depressão? Uau, como lhe sou grata! Eu estou tão lisonjeada em te conhecer, você é tão importante não minha vida. Quero dizer, você é minha madrasta, a mãe do meu irmão, a atual esposa do meu pai, a modelo mais famosa do mundo, a mulher mais forte que já conheci...-Lena já saiu atropelando minha mãe de elogios e afirmações.
—Calma menina! Entendo sua euforia e sua empolgação, mas acalme-se, eu sou só uma mulher comum. Pode me chamar só de Nora, temos bastante intimidade. E a semelhança entre vocês é muito grande! Não me espanta que sejam gêmeos, com tanta semelhança assim... Haru, finalmente nosso menino sabe a verdade, sobre sua identidade e sua origem! Fico feliz que a família esteja toda unida agora.
Era de fato um momento feliz para nossa família. Digo nossa porque Lena agora é uma nova integrante da família, e Bran e Izumi certamente tem um espaço na família, sei lá aonde.
Rohan passa por um interrogatório da irmã sobre seu tratado de paz, Jinora confirma com minha mãe e volta a falar com Noxer. Rohan se espanta com a presença do menino, como todos nós, e parte para a bronca também. Estávamos todos tranquilos, tranquilos até demais.
Lena e eu nos entreolhamos, e sentimos a mesma coisa, que algo não está certo por aqui. E não deu outra: O sábio Wan grita do nada:
— OLHA A ROCHA!! CUIDADO!
Imaginem que estávamos tranquilões, numa boa, e do nada, vem um pedregulho muito grande caindo por cima de você. Não é legal, pode ter certeza.
Rapidamente, Noxer começa a criar um jato de ar com as mãos, e todos os dobradores de ar ali presentes o ajudam, desviando o pedregulho de seu objetivo, nós. Foi a primeira vez que vi minha mãe dominando o ar para se defender. Em casa, ela só usa pra tirar poeira de algum vestido, coisas assim. Era linda a harmonia do vento que os quatro criaram, e, em outras circunstâncias, teria sido uma dobra magistral. Eles quatro fizeram um tubo de ar em formato espiral, redirecionando a pedra para o lado, aterrisando-a suavemente para não causar danos maiores. O mais interessante de tudo isso foi a iniciativa do moleque que estava tomando sermão. Isso mostra que ele esteve atento o tempo todo ao seu redor, ou que ele não estava nem aí pra bronca que tomava. De qualquer jeito, ele nos salvou.
Neutralizada a ameaça, procuramos a origem do pedregulho, descobrir quem foi o infeliz que estragou aquele momento. Quando lá do fundo da praça, de uma das ruelas, sai um homem alto, robusto, careca e com cara de poucos amigos. Ele bufava de raiva, e entre bufos e passos, ele, sem quase **nenhum** esforço, erguia umas pedras grandes para arremessar em nossa direção. Pedras que, o sábio Wan desviava de nós com extrema dificuldade. O homem se aproxima de nós, fica a uma distância audível, e diz:
—Jinora, o que acontece é que dessa vez o avatar não é mais uma criança, porque EU sou o avatar! Se eu domino a terra desde sempre, e domino agora a água também, só faltam dois elementos para eu ser um avatar completo! E a minha primeira decisão como avatar é que essa birosca do Bran tem que fechar! Ah, e para o sustento do avatar, todos os cidadãos do reino da terra tem que pagar 2% de seus salários para mim!!
— Mas quem é você?- pergunta Rohan em alta voz, já em guarda caso algum ataque venha de surpresa. Esse babaca tinha que perguntar.
—Eu sou Amin, o novo avatar! Sobre os joelhos, passarinho do ar! Respeito na minha presença!
—Ele tem uma padaria do outro lado da cidade, e ele tem andado mal das pernas pelo meu sucesso.-Bran explica a revolta do homem.- O seu pão é inferior ao meu mesmo, as pessoas vem aqui comer qualidade!
—Ora seu...- Amin estoura um cano de água que passava ali perto, puxando a água com sua dobra dágua. Ele cria uma trança de água e, com um soco, ele atinge Bran bem no peito, mas Rohan conseguiu segurar Bran antes que alguma coisa grave acontecesse.
Eu reparei que, quando Amin dobrou a água, com se, em outro plano, seu rosto mudasse para um outro rosto conhecido não sei de onde. Me viro para Lena, e ela pensa na mesma coisa que eu. Ela viu também. No meio da bagunça, tentamos nos comunicar com Jinora para receber algumas explicações plausíveis sobre o fenômeno, sem sucesso.
O homem aparentemente perdeu todo e qualquer sentido humano de senso ou paciência, e começou a nos atacar ao adoidado, com terra e com água, depredando por completa a parte de fora do estabelecimento dos pais de Lena. Os clientes, àquela altura já estavam longe demais, as pessoas não querem ficar para presenciar uma luta de verdade. Melhor pra nós, pois vamos botar o Amin pra comer terra, e pra fazer isso eu preciso de espaço, e aquela clientela toda embaçando o meu espaço lá não ia ajudar.
Mas para variar, eu errei. NÓS comemos terra. Ele primeiro prendeu Jinora numa caixa de terra junto de Rohan, tirando do combate nossos dois melhores lutadores. Em seguida, ele pega bastante água, molha o sábio Wan de leve, e em seguida mando um super jato dágua para ele, congelando o sábio Wan, deixando ele fora de combate também. Izumi e meu pai, os não dominadores apavorados da situação, foram presos em uma anel de terra pelo canto, só pra garantir, e Nora batalhava com toda sua garra para desviar dos tentáculos de água que o cara tentava amarrá-la com eles, sem esboçar um esforço acima do comum.
—Bran, essa batalha é entre eu e você, por isso prendi seus amiguinhos, para eles não te ajudarem. Com as crianças eu não estou preocupado, mesmo que dominem alguma coisa. Pelo jeito, hoje teremos um dobrador de areia menos no mundo, vou assumir o posto de avatar, ganhar minha padaria de volta e ainda vou levar a mulher mais bonita do mundo de brinde pra casa. O dia não pode ficar melhor.
O fato dele ter me chamado de criança e ter ameaçado minha mãe me deixou possesso. Ele vai ver quem não é ameaça nenhuma. Noxer aparentemente ficou tão nervoso quanto eu sobre essa afirmação do brutamonte, está com certeza planejando alguma coisa.
Bran, coitado, é um mísero dobrador de areia. Não tem chance contra Amin. Mas nós talvez juntos tenhamos.
Nesse tempo que eu fiquei pensando demais e agindo de menos, Lena já estava indo para a caixa de Jinora e Rohan, transformando tudo em lava, liberando eles, Bran tinha levantado um nuvem de poeira forte, e Noxer, com os dois braços, fazia uma flecha de ar, que cortou a nuvem de poeira e atingiu Amin, derrubando ele com um impacto. E logo eu, o mais esquentadinho do grupo, ainda não esboçei reação. Com ele no chão, era minha deixa de engolir ele com a terra, e é exatamente o que eu faço.
Nesses poucos momentos que temos sem ver muita coisa, Jinora grita para Noxer:
— Noxer! Pegue os dois e leve eles para Paki, fujam!! Corram para bem longe daqui, o mundo corre perigo!
— Mas Jinora, vocês precisam de nossa ajuda!- Lena faz uma sabia e óbvia objeção.
— Com ele nós conseguimos nos virar, agora vão!
Noxer nos guia até uma rua próxima da cafeteria, uma rua que subia para aonde estava Paki. Foi tempo suficiente para que Amin se soltasse da terra que o prendia, jogasse água em toda a areia do Bran, transformando tudo em uma grande lama, e ainda levantou um pedregulho muito grande e jogou em nossa direção, me atingindo bem na cintura.
Lena entrou em desespero. Ela grita "LUAN!!!" e essa foi a última coisa que eu me lembro antes de apagar.
Quando acordei, estava na cela de Paki deitado, com Lena tacada dormindo muito profundo ao lado, e Noxer nas rédeas de Paki, super apreensivo e preocupado. Eu sentia uma forte dor no corpo todo, mal podia me mexer. Com bastante dificuldade, eu me viro para Noxer e digo:
— No-no-noxer, o queque aconteceu?
— Me chama de Nox, só a Jinora me chama pelo meu nome. E cara, você realmente não lembra de nada?
— Nox, como eu me lembraria se eu apaguei logo que tomei o toco do Amin? Cara, to todo doído. Cadê minha mãe, meu pai, os pais dela, Jinora, Rohan... Cadê todo mundo?
— Luan, se você não se lembra mesmo, como vocês controlaram o corpo de vocês?
— Do que você ta falando? Ah mano, vai ficar fazendo mistérios pra mim não, to sem saco pra piada de mal gosto agora.
— Cara, você não lembra de nada, então eu vou te contar.
"Assim que você foi atingido pela rocha, Lena entrou em desespero. Ela deve ter pensado que você fosse morrer ou algo do tipo, e começou a chorar muito. Enquanto ela chorava, os teus olhos começaram a brilhar, e isso " ativou" o brilho nos olhos dela também. Vocês estavam em estado avatar"
Brilhante. Meu primeiro grande momento na vida, a primeira coisa que eu fiz com a minha irmã, e eu não lembro de nada. Ele segue:
"Amin, nesse meio tempo ia surrando todo mundo ali, principalmente o Bran. O coitado estava sendo esfolado, seja por água ou por terra, e Amin não pretendia parar antes de matar o cidadão. Todos ali tentavam parar o homem, mas ele se livrava de todos eles com muita facilidade. Era um esculacho.
"E aí, do nada, Amin recebe uma bola de fogo gigante, que o empurra para bem longe dali. Quando viramos para ver quem foi, era Lena, com os olhos brilhando forte e flutuando em direção ao oponente. Ela ainda pega toda a água ali presente e redireciona um monte de flechas de gelo para o cara, pondo assim um suposto fim naquela batalha.
" Mas a batalha estava longe de acabar. De repente, daquele gelo todo começa a brilhar uma luz azul bem forte, como a cor da tribo da água. Amin se ergue envolto por uma espécie de cabine dágua, lugar que lhe da acesso com segurança a todos os "membros" da sua engenhoca de água. Assim como Lena estava em alguma espécie de transe por estar no estado avatar, Amin também não estava nesse plano, estava com certeza em outra, e exatamente como o estado avatar: mais forte, com os olhos brilhando uma luz azul, com mais acesso, mais méritos...
"Foi a única vez que eu vi Jinora com medo. Ela disse pra todo mundo fugir, tirou todos os civis curiosos da área e assegurou-se que todos estivessem em segurança. E você, nada de acordar, só brilhavam seus olhos e alguma espécie de aura branca te rodeava, aura que, toda vez que Lena atacava, ficava mais intensa e apagava em seguida. Macabro.
"Mano, não foi uma luta, foi um massacre. Lena foi com tudo pro cara. Ele toscamente tentou atacar, e passou pra defensiva na hora. Lena explodia lava no homem, mandava jatos de fogo nele, pedras dos mais variados tamanhos, água e gelo que não acabava mais... Entre outros ataques, não da nem pra lembrar de todos. Mas ele se defendia legal, principalmente com a água. Parecia que ele tinha deixado a dobra de terra de lado enquanto seus olhos brilhavam, foi estranho. Ele erguia barreiras pra se defender, e Lena destruía, sem dó nenhum.
"Quando Lena foi pro chão, ela deu um judolete erguendo com os pés uma rocha, e a chutou em direção ao seu oponente, que congelou a pedra no meio da viagem. Mas ele não contava com a esperteza de sua irmã, pois ela quebrou a pedra ao meio, e seguiu viagem com a rocha, que atingiu ele na cabeça, desmaiando ele. Lena contempla seu oponente abatido com seus olhos brilhantes, se vira, e cai desmaiada no chão."
Então, é oficial, NÓS somos o avatar. É curioso, devo assumir, que mesmo que ela estava em estado avatar meus olhos brilharam. Assim, eu acho que ainda temos muita coisa pra esclarecer, antes mesmo de apreender qualquer elemento. Mas sei lá cara, todo o contexto desse ataque me parece estranho. Foi absurdo só o fato de eu estar no bisão voando, imagina a luta. Taí, como eu vim parar aqui?
— Aí ôô Nox, só me explica um negócio que eu não entendi bem ainda não. A luta foi massa, entendi, mas como de lá nós viemos parar aqui em cima, contigo, e pra onde diabos você está levando a gente?
—Bom, assim que Lena desmaiou, Izumi foi ao seu auxílio, desesperada. Jinora acalmou a moça, dizendo que depois de um estado avatar era normal desmaiar, e que ela só estava fadigada. A monja me chamou, e me disse que eu tinha que ajudar vocês a encontrar todos esses avatares duplos, e que pra isso eles não poderiam levar os pais, nem nenhum outro adulto, pois a jornada exporia eles a riscos absurdos, e na jornada avatar, a ingenuidade e tolice de um jovem era mais importante do que o medo e a cautela do amadurecido. Ela me disse para carregar vocês dois para Paki, e tirar vocês de lá. Seu respectivos pais beijaram cada um de vocês, e me ajudaram a pôr vocês na cela do bicho. Amin estava com dois bloqueadores de chi ao lado dele, e ia ser escoltado ate a prisão no reino da terra. No meio da decolagem com o bisão, eu pensei:"Cara, é impossível saber aonde estão todos esses duplos dominadores. Teríamos que rodar o mundo, e mesmo assim não ia rolar. Como poderíamos achar eles?" Então eu me lembrei que o senhor do fogo Sozin, bisavô do senhor do fogo Zuko, desconhecia o paradeiro do avatar Aang para encontrá-lo e matá-lo de uma vez, mandou fazerem uma bússola avatar, que ficou pronta depois de sua morte, e foi escondida pelos seus criadores até que o senhor do fogo Zuko encontrasse e a pusesse no cofre da nação. A bússola aponta pra onde o avatar está. Então não nos resta dúvidas! Com aquela bússola, nós teremos a localização de todos os avatares falsos do mundo! Por isso, estamos indo pra cidade do fogo.
— Sim sim! Genial! O senhor do fogo vai implorar que levemos isso, que entremos no seu cofre e peguemos a bússola! Onde você tava com a cabeça?
— Mas eu pensei que... Se ele visse que vocês são os avatares, ele poderia conceder a vocês a bússola... Não?
— Claro que não seu imbecil! Mesmo que quiséssemos mostrar pra ele que somos os avatares, teríamos que dobrar pra ele os quatro elementos e entrar em estado avatar, já que a dominação (pelo menos a dupla dominação) já virou popular. E por que ele acreditaria em nós? Por que logo em nós e não em qualquer outra pessoa que lhe mostre uma dominação um pouco mais avançada? E não podemos contar pra ninguém que somos os avatares. 1° porque pode acabar acontecendo algum engano e sermos presos por isso, 2° porque isso colocaria a nossa segurança em risco, já que a notícia pode vazar, e algum "concorrente" pode aparecer pra nos apagar. Então, pra resumir, você achou errado!
—Ups, não tinha pensado em nada disso, desculpa Luan. Então o que fazemos agora?
CABRUM!!
Começa a chover do nada, pra melhorar o clima.
— Antes de mais nada- Lena acorda e diz- faz por favor uma bolha de ar para não nos molharmos mais?
— Sim sim, claro. É pra já.
Nox cria com bastante habilidade uma bolha de ar para repelir as gotas dágua que caíssem em nossa direção.
— Luan, meu irmão, tudo que você falou é verdade, estive ouvindo vocês conversarem desde que Noxer falou que eu desmaiei, e agora que fiquei sabendo o desfecho da história. Mas mesmo você estando certo, que outra opção temos? Assim, se não pra lá, tentar descobrir a tal bússola, para onde iríamos?
— Não sei Lena, pra Gaoling aprender os elementos era uma boa! Não vejo objetivo nenhum em ir pra lá! E sabe-se lá as confusões que vamos ter só por estarmos com um bisão da frota do ar em solo do fogo... Você está por fora dos riscos envolvidos nessa operação! Nem o Nox que é oficialmente da polícia pensa nos riscos!
—É verdade Luan, estamos por fora dos riscos. Mas não podemos nos trancar na sua casa pra treinar, enquanto o mundo acaba lá fora na mão desses delinquentes. Nós temos que ajudar o mundo!
—concordo maninha, você está cem por cento certa, mas como você pretende derrotá-los? Entrando no estado avatar toda vez que a coisa ficar feia? Isso é impossível, você sabe. Tivemos muita sorte em Omashu, você sabe disso, não podemos contar com essa sorte sempre. Fora que, mesmo que você derrote eles, o que você vai fazer? Vai chamar a polícia pra levar os caras pra prisão?
—Como você é pessimista Luan! Nós vamos pensar em alguma maneira de tratar de cada situação, relaxa! Mas agora, nesse exato momento, a melhor coisa para fazer é encontrar algum meio de localizar esse bando de maníacos, e a nossa melhor opção é essa maldita bússola!
Eu bufo e sento na cela. Ela está certa, não temos nada mais produtivo pra fazer agora, então esse é o nosso melhor tiro. Ela ajeita o cabelo, vira pro Nox e diz:
— Noxer, ou Nox, como preferir, estamos indo para a cidade do fogo, certo? Acho melhor pousarmos mais distante, para podermos trocar nossas roupas e entrar na cidade sem chamar atenção.
—Eu gosto de Nox, só a velha da Jinora me chama pelo meu nome.E é claro, pensava mesmo em pousar na caverna dos furões, a uns quinze quilômetros da cidade. Não despertaria atenção de ninguém, chegar lá a noite, e ainda mais nesse temporal. Se tudo der certo, não levantaremos suspeitas. É perfeito.
Eu me viro pra Lena, com uma cara de desconfiado. Eles tem um furo nesse plano, alguma coisa vai dar grotescamente errado e ela sabe disso. Ela dá os ombros pra mim, com quem quer apostar no risco. Se ela vai, então eu vou também. De cara fechada e bolado pra caramba, mas vou.
Cai o mundo fora da nossa bolha. Chove absurdos. Fico pensando se quando eu pudesse dominar a água, se eu seria capaz de parar a chuva toda, e balanço a cabeça pra desviar esses pensamentos idiotas. Lena vê, e se acaba de risos. Ela é uma menina super meiga e legal, só precisa de um pouco mais de noção. Mesmo que eu não a conheço tão bem, acho que ela vai ser um excelente irmã.
Lena estava ajeitando a saia, quando eu reparei que ela tinha um corte profundo na coxa, na parte de trás. Havia uma piscina de sangue por lá, e ela nem sentiu. Eu alertei ela, e me prontifiquei para fazer o curativo. Eu pego o kit de primeiros socorros e faço o curativo mais improvisado que deu. Sei lidar com cortes, pois já me cortei muito nessa vida, com os discos de terra de todas as minhas batalhas. Acredito que ela tenha se cortado na luta, e a dor e a adrenalina impediram ela de sentirá dor. Reparei que enquanto fazia o curativo, Nox se virava pra trás para ver se tudo andava bem, se precisávamos de alguma ajuda. Pra mim, ele tava é interessado em dar uma "espiadinha" na Lena, talvez até passar a mão. Não conheço esse cara, não confio nele tranquilo. Sei lá, altruísmo demais pra mim, cósmico e esotérico demais pra mim. Faço cara feia pra ele, e ele se vira em um instante.
A viagem dura mais algumas horas, onde conversamos bastante, comemos um pouco da absurda quantidade de comida que Bran deu pra gente, dormimos, acordamos e ainda assim não chegávamos. Parecia que pelo contrário, faltava bastante até o nosso destino.
— Nox, conta aí, a nação do fogo se mudou pro pólo sul? Pra onde voce ta levando a gente ta longe ou está perto?
—Tá perto Luan. Não temos nem mais duas horas de viagem, relaxa.
Me ocorreu uma coisa agora. Se a bússola era um artefato que um senhor do fogo pediu e o outro escondeu, como é que esse pirralho sabe disso? Moleque, esse garoto sabe demais da conta, na moral. Não é possível que ele saiba de duas informações sigilosas e clássificadas como "secretas" no mesmo dia. Aí tem. Mas Lena, faz a pergunta por mim, sem ter esse questionamento todo. Ela diz:
— Nox, conta pra mim: Como você sabe sobre essa bússola? Não era pra ser um dos tesouros da nação do fogo, coisa que nós, plebeus mortais e descartáveis, nunca teríamos acesso?
— Lena, deixa eu te explicar. Eu fiquei preso numa biblioteca faz dois anos. Era a biblioteca particular do Tenzin, o pai da Jinora. Enquanto ninguém vinha, eu fiquei lendo muito por lá, de tudo quanto é livro que se possa imaginar. Quando o Meelo veio e me tirou de lá, ele me deu uma super bronca, que eu não devia ter entrado lá e tal. Eu nem me dei conta, mas tinham-se passado quinze horas que eu estava ali dentro lendo! Foi uma leitura muito produtiva e cativante. Então, eu comecei a dar meus jeitinhos de roubar um livro por vez e lê-lo, e ao terminar pegar outro devolvendo o primeiro. Um deles era o diário do Zuko, que foi muito interessante, por sinal. Então, lá eu li sobre a tal bússola.
—E ninguém te pegou, durante dois anos? Ah, cara, vai te catar, isso é história pra boi dormir.Lena, não acredita nesse mentiroso não, ta contando asneira pra você se impressionar.- eu disse em tom de deboche.
— É sério Luan! Por que você duvida? Eu juro em nome de Korra, pode pergumtar pra Jinora.E olhem só, já estamos sobrevoando a nação do fogo.
Era mesmo. Eu vi a ilha Ember no fundo, o templo de Roku destruído na ilhas dos vulcões no fundo, a imagem era de nação do fogo mesmo. Mas continuo sem acreditar no cabelo-de-fogo.
Passado o tempo, começamos a baixar, para pousarmos com segurança. Ao pousarmos, retiramos tudo da cela de Paki bem rápido, para não nos molharmos. Caía o mundo de água lá fora. Na caverna, Lena fez um pouco de lava e Nox acendeu uma fogueira a partir disso, e depois erguemos uma casinha de terra pro bisão lá fora.
— Vou pegar o planador e sobrevoar um pouco a cidade, pra ver qual a situação atual, e se tenho como comprar comida pra Paki.- Anunciou Nox.
Ele vai, e nesse meio tempo, eu e Lena arrumamos a caverna comos se fosse nossa nova casa. Mesmo eu vindo de um padrão de luxo alto, comigo mão tem frescura, faço o que tiver que ser feito, e sei me virar muito bem. Depois de uma meia hora, Nox volta encharcado, ofegante e apavorado, mandando logo essa:
— Pessoal, sujou. A cidade está cheia de guardas, viaturas, policiais em cima de animais, mesmo com essa chuva absurda. Eu pousei sem ser visto, e ouvi dois guardas falando: "O menino não deve estar longe. Temos que trazer ele imediatamente pro senhor do fogo, ele quer ele e o amiguinho ruivo! O animal é grande, da pra ver fácil, só temos que localizá-los o mais rápido possível!". Eles só podem estar falando de nós dois, Luan. Sujou.
Agora melou de vez.


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Notas finais do capítulo

O próximo não tem data, mas será em breve.
Comentários interessantes, pois o silêncio vale mais que mil palavras.
"O dia que o ser humano calar e consentir por completo com seu semelhante, será o dia que o mesmo será diagnosticado com esquizofrenia ou alguma doença mental de falta de expressão. Entende agora porque eu questiono tudo?"
~ Whiston Churchill, ao explicar para sua esposa o porquê de seu questionamento a um de seus pedidos ~

Então pessoal, reajam, comentem, critiquem, elogiem, façam alguma coisa!!
Bjos, hasta el próximo



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