Tale as Old as Time escrita por SBFernanda


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Minha rotina deu uma mudada, por isso não consegui vir antes com mais um capítulo, mas corri aqui pra poder postar esse pra vocês hoje.
Agradeço imensamente a cada um que tem deixado seu favorito e comentário aqui, que tem acompanhado e mostrado tanto carinho por essa história. Obrigada de coração.

Espero que gostem. Esse é um dos meus favoritos. ♥



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Capítulo 4

 

A semana seguinte foi muito melhor. Naruto parecia já querer e aguardar para ter a companhia de Hinata. Na segunda, ele a esperava já à mesa, com um lanche pronto para que comessem antes de começarem a estudar. Ela estranhou de imediato a falta de Kushina, que Naruto explicou ter saído para comprar algumas coisas, mas logo estaria de volta.

Eles comeram sozinhos. E não houve silencio constrangedor.

Naruto perguntou como ela estava, como tinha passado o final de semana. Hinata sabia que era preocupação com o que tinha acontecido na sexta-feira, por isso, fez questão de dizer que estava bem e contar que tinha assistido alguns filmes com a irmã em casa. Naruto logo puxou assunto sobre a família de Hinata, perguntando mais sobre cada um, descobrindo, assim, que a mãe dela tinha morrido quando ela tinha a idade de Hanabi.

Naruto também falou sobre seus pais, contando sobre o irmão que tivera, mas que morreu assim que nasceu por complicações. Hinata tocou-lhe a mão, lamentando e os dois se olharam por alguns instantes, até a moça desviar o olhar, com o rosto corado e perguntar se eles podiam ir estudar, pois Naruto tinha um teste para fazer.

Foi nesse momento que notou a mudança. Naruto já tinha levado a mochila para a sala, estava pronto. Mas eles não seguiram para o jardim do lado de fora. Ao invés disso, Naruto a levou para um outro cômodo casa.

Apesar de ser uma casa grande, Hinata não imaginava que houvesse aquele cômodo ali, por mais lógico que fosse. Quando passou pela porta, seu coração parecia que ia saltar pela boca, afinal, aquele era o seu sonho de consumo e ela passaria o dia inteiro ali. Naruto tinha uma biblioteca de tamanho razoável em sua casa!

― Estou sonhando ― ela sussurrou, deixando seus olhos passearem pelo cômodo.

Naruto sorriu ao ver a reação dela. Após a observar sempre com um livro ou ouvindo música, sabia que ela adoraria aquele lugar. Se queria fazer amizade com ela, se queria que ela se abrisse para que ele a conhecesse, tinha que começar mostrando uma parte de sua casa que nenhum dos seus amigos conheciam.

― Meu pai cuida dela como se fosse um filho ― ele comentou, andando até a mesa onde eles estudariam, esperando que ela o seguisse. Mesmo um pouco mais atrás, Hinata acabou o fazendo. ― Eu e minha mãe não nos ligamos muito em livros, mas vi você lendo e pensei que, talvez, você fosse como meu pai.

― Como seu pai?

― É. Viciada em livros e essas coisas. Pela sua cara, acho que acertei. Parece que viu o melhor lugar do mundo.

― Ah, sem dúvidas! ― Hinata praticamente suspirou aquelas palavras, sentando-se e olhando a volta novamente. ― Se eu morasse aqui, não sairia desse cômodo.

― Meu pai tem esse problema quando está em casa também ― disse e riu, tirando os cadernos da mochila. ­― Que tal enquanto eu faço esse bendito teste, você escolhe um livro e fica lendo. Pode até pegar meu material pra garantir que não vou colar.

― Eu seria até capaz de te deixar colar por isso ― ela brincou e riu. Mas logo viu a cara de esperança de Naruto e negou com a cabeça. ― Estava brincando, Naruto. Não posso fazer isso.

― Nem se eu lhe der um livro?

― Não me tente, Uzumaki! ― Apesar de ter usado o sobrenome, como fazia antes, quando se mantinha fria com ele, Hinata tinha usado o tom de brincadeira inconfundível.

Ela começou a tirar as coisas de dentro da mochila. Um papel caiu assim que ela puxou a pasta que deixava as tarefas de Naruto. Não deu atenção, mas Naruto sim. Ele pegou a folha e ficou olhando. Era um panfleto de um baile da escola. Assim que Hinata viu aquilo, ficou receosa que ele voltasse a ser o rapaz fechado de antes.

― Estavam distribuindo hoje e eu estava atrasada, enfiei de qualquer jeito na mochila.

― Eu tinha esquecido que tinha votado a favor desse baile. Será daqui há algum tempo né?

― Sim, já decidiram a data. ­― Ela apontou para o final do panfleto, onde continha a data e o horário. ­― Será um baile de máscaras. Apenas mais um motivo de todo mundo fazer alguma besteira e depois dizer que não sabia, porque não reconhecia...

― Isso é a cara de alguém que eu conheço ― Naruto falou, deixando o papel sobre a mesa e cruzando os braços. Ao receber o olhar de Hinata, sorriu. ― Eu. Eu faria uma coisa idiota dessa.

― Espero que não mais ― ela comentou em tom baixo, mas Naruto ouviu e ficou a olhando pegar a folha de seu teste e estender em sua direção, retirando o caderno logo em seguida. ― Boa sorte!

― Poderei tirar dúvidas?

― Apenas se não entender o que o enunciado quis dizer. Do contrário, não.

― Professora! ― Naruto murmurou, mas tinha um sorriso nos lábios ao abaixar a cabeça. ― Pode ir escolher o livro, não precisa se conter.

E ela foi mesmo. Não demorou para Hinata voltar com um livro grosso em mãos, se sentar de frente para ele e se desligar do mundo nos momentos seguintes. Foi o silêncio mais confortável que eles já tiveram. Vez ou outra, Naruto a olhava, mas balançava a cabeça, espantando os pensamentos que o distraía.

 

Depois do primeiro dia estudando na biblioteca, Hinata pediu que todos os demais fossem lá também. Ele aceitou de pronto, mesmo sabendo que ela não ficaria lendo em todas as aulas. Hinata era responsável “até demais” com o que ia fazer ali. Mas ele permitia que ela escolhesse um livro emprestado. O do primeiro dia fora devorado em dois dias!

Kushina os interrompeu na quarta-feira, batendo na porta que já estava aberta, apenas para chamar atenção dos dois, que estavam debruçados sobre um livro. Hinata estava explicando algo para ele ali, mas o loiro tinha se aproximado um pouco demais, pois quando a mãe entrou, ele se afastou, visivelmente envergonhado.

― Hinata, será que eu poderia abusar um pouco mais de sua boa vontade?

― Em que posso lhe ajudar? ― Ela sorriu, gentil como sempre.

― Amanhã eu e Minato temos um evento da empresa. Naruto se recusa a ir a qualquer lugar ― ela falou, mas se interrompeu para revirar os olhos. ― Então, como ele não pode ir sozinho à fisioterapia, gostaria de saber se não pode acompanhá-lo? Na volta o motorista a deixaria em casa e voltaria com Naruto.

― Mãe, Hinata já está me ajudando com a escola, você está abusando dela!

― Eu sei! Por isso ia oferecer até um pagamento, para ela não se sentir mal.

― Senhora, eu me sentiria mal se me pagasse para isso. Vocês já têm me ajudado muito pagando táxi para que eu possa ir embora em segurança todos os dias desde o ocorrido.

― Só porque você não aceita que o motorista a leve.

― Isso seria um abuso enorme! ― Hinata negou com a cabeça, deixando claro que não aceitaria aquilo. ― Eu vou sim. Vou pedir minha vizinha para dar uma olhada em Hanabi até meu pai chegar, não vai ter problema, elas são muito amigas.

― Você é um anjo! ― exclamou Kushina, feliz e batendo palmas. ― Vou mandar preparem algo para vocês comerem antes de irem para lá.

―  Não se preocupe... ― Hinata começou a falar, mas Kushina na tinha saído. A Hyuuga olhou para o rapaz ao seu lado, surpresa com o jeito de Kushina. Ele realmente tinha a quem puxar... pelo menos, o ele que ela tinha visto na escola tantas vezes.

― Obrigado ― Naruto disse. ― Eu costumo fazer fisioterapia pela manhã, mas às quintas-feiras são à noite por conta do médico, ele tem um horário confuso. Obrigado, não era sua obrigação.

― Não, não é mesmo. ­― Hinata se ajeitou na cadeira, de modo a ficar virada na direção dele. ― Mas é o que amigos fazem e espero que estejamos nos tornando amigos, Naruto.

― É... ― ele disse, abrindo um sorriso. ― Acho que você é a melhor amiga que já tive.

― Por que diz isso?

― Não vou dizer que não tenho amigos. Alguns dos meus amigos vieram aqui, mas sempre que fazem isso, o assunto é o meu estado, mas não como eu me sinto. Você é a única que parece não ligar para isso, Hinata, e eu realmente não entendo isso, mas gosto de como me trata... Como se eu fosse... Bem, como se eu fosse eu mesmo.

― Bem, acho que você ainda é você. Acho que o acidente não fez um ET entrar no seu corpo, né? ― ela brincou, arrancando um sorriso dele. ― E eu realmente não ligo, Naruto. Foi uma surpresa ver que um acidente de carro poderia causar ferimentos tão sérios, mas só isso. Você não se tornou nada além do que alguém que se machucou. Mas se me permite uma observação, seus amigos também não mudaram e sim a sua percepção das coisas.

― Como assim?

― Bem, pelo o que sei de você da escola, você sempre deu muita atenção para aparência, para essas coisas mais... fúteis. Eles continuam assim, mas você mudou o seu ponto de vista agora que percebe que as coisas e as pessoas são mais do que isso. ― Ela respirou fundo, encarando o caderno por um instante. ― No início você estava igualmente com raiva de tudo e de todos por estar assim. Só agora você notou que continua um belo garoto, independente de como o seu rosto está.

Ele a olhou, mas Hinata não olhava para si. O rosto dela estava vermelho e ela desenhava o canto do caderno. Estava visivelmente envergonhada, provavelmente do que tinha dito, mas, apesar de surpreso, Naruto tinha gostado.

Ele voltou a fazer o dever, sem saber o que dizer. Mas quando Hinata o olhou, notou um sorriso discreto nos lábios dele. Outra mudança. Naruto tinha evitado sorrir desde o acidente, pois cismara que ficava mais horrível assim. Agora, ele não ligava. Hinata o fazia se sentir confortável com sua aparência, com seu jeito. E ela também se sentia a vontade ao lado dele, como nunca pensou que ficaria, afinal, ela estava até brincando, como só fazia com Kiba e Shino.

 

Hinata tinha deixado avisado que chegaria um pouco mais tarde, pois acompanharia Naruto ao médico. O pai estranhou essa aproximação do rapaz a quem ela, teoricamente, só ajudava a estudar, mas nada disse. Por mais que não quisesse, Hinata já estava na idade de começar a se interessar por alguém. Ele seria muito egoísta se quisesse sua filha sempre para si. Ela já se doava demais!

Naquela noite, Naruto se dedicou mais do que nunca aos exercícios e recebeu muitos elogios do médico, notando uma melhora considerável nos avanços do Uzumaki, liberando, finalmente, as muletas e dizendo que se tudo corresse dessa forma, logo ele poderia fazer a cirurgia. Aquilo animou o rapaz, que chamou Hinata para comer alguma coisa.

No início a moça estranhou, Naruto nunca ia para o meio das pessoas por conta dos olhares. Mas quando eles compraram comida pelo drive-thru e comeram dentro do carro parado no estacionamento, tudo fez sentido. Mas nem por isso a noite foi arruinada, pelo contrário.

Dentro do carro, enquanto comiam, Hinata contou a Naruto sobre a mudança que houve em sua vida quando seu pai foi enganado pelo sócio, que fugiu do país e abriu uma empresa no exterior, o deixando sem nada e com a reputação ruim, mesmo após provar que fora enganado. O antigo sócio foi preso, mas o dinheiro não foi encontrado e ninguém fazia o homem falar. Uma história triste, mas que eles tinham superado com muito trabalho.

Naruto notou o quanto a menina se orgulhava da garra do pai e ele o admirou também. Sempre tinha se julgado como um lutador, como alguém que não desistia com facilidade, mas quase o fizera. E, na verdade, ele ainda evitava as pessoas por conta de sua aparência. Talvez não fosse tão obstinado quanto pensava.

Conhecendo um pouco mais de Hinata, passou a admirá-la mais, pois agora sabia o motivo daquela menina inteligente e bem educada dar aulas de reforço o ano todo. Ela tinha o caráter impecável do pai.

Os dois seguiram para a casa dela e Hinata o convidou para entrar, mas, pela hora, ele achou que seria indelicado. Ainda mais conhecer o pai da menina do jeito que estava, por mais que pensasse que ele já soubesse. Negou, dizendo que teriam outra oportunidade.

Hinata abriu a porta para sair e Naruto segurou sua mão. Ela virou-se, olhando-o, curiosa.

― Você iria ao baile de máscaras comigo?

― O quê? Eu? Tem certeza?

― Me sinto confiante em ir ao baile de máscaras, já que ninguém vai ver meu rosto e ficar me encarando por isso. E você tem sido uma grande amiga pra mim. Gostaria que fosse minha companhia. Você iria?

Hinata ficou sem fala por alguns instantes, olhando bem nos olhos azuis que sempre, sempre, tinham lhe balançado. Quando deu por si, estava afirmando com a cabeça, dando um sorriso em seguida.

Naruto se inclinou, depositando um beijo em sua bochecha e só então soltando sua mão, deixando-a sair. Ficou olhando ela entrar naquela casa simples, mas muito bonita. Tudo em Hinata era assim, ele notou: simples e lindo.


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Notas finais do capítulo

Opa, será que agora fez sentido essa capa meio "baile"? hahaha

Espero que tenham gostado. A "fera" está se quebrando e a "bela" o vê como alguém lindo em seu interior, além de sua aparência. ♥



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