Meu coração queima e soca postes de montão escrita por Isa Holmes


Capítulo 1
Você me fez voar e roubou meu coração.


Notas iniciais do capítulo

A obra IT de Stephen King simplesmente roubou meu coração. Cativou-me e eu criei muita afeição por ela. Quis retratar um pouco de um relacionamento entre Beverly, Bill e Ben (que existe principalmente no livro) e eu espero que vocês gostem muito. Para mim, Bev pertence tanto a Ben quanto a Bill.



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Beverly Marsh estava começando a esquecer. 

Ela olhava pela janela do novo quarto. Um quarto distante de Derry. Distante de Bill Denbrough, Richie Tozier, Ben Hanscom, Eddie o que mesmo? Bev levantou e foi até a estante do quarto, que era parcialmente mais alegre que o antigo. Ela pegou o livro que estava lendo da estante e sentou na cama acolchoada. Beverly encontrou entre as páginas um pouco amassadas o cartão postal que continha a poesia haicai que Ben Hanscom havia escrito para ela no verão.

Cabelos de fogo

como brasas no inverno.

Meu coração queima.

Beverly sorriu, acariciando a borda do cartão postal com o dedão. Ela os amava, amava muito, mas estava começando a esquecer dos acontecimentos e de como eles, um por um, haviam se separado. Bev fora obrigada a se mudar de Derry porque não tinha mais aonde morar ou quem cuidasse dela na cidade. Big Bill disse para ela em uma tarde no Barrens que também se mudaria com a família, e Bev recebeu a notícia que Ben também saiu de Derry alguns anos mais tarde. A única pessoa de que Beverly recordava de ficar em Derry era Mike Hanlon, pois Mike tinha uma missão muito mais importante do que todos os sete durante os anos que passariam. Mas ela estava esquecendo (Stan podia estar lá ainda, ou talvez Eddie). Bev suspirou, sentia saudade do clube dos otários. Ela sentia falta de Richie, dos personagens mal feitos e da sua boca de lixo (beep-beep Richie), de Stan e sua impaciência, de Eddie, sua bombinha milagrosa e sua inocência. Sentia falta de todos eles, mas algo lá dentro, no coração 

(e lá embaixo) 

sentia mais falta de Ben Hanscom e Bill Dendrough. Beverly ainda lembrava dos esgotos, do cheiro de cocô e vômito. De como as paredes costumavam crescer e de como a água era gelada. Na mente de Bev ainda estava claro, sem nenhum estática, quando estavam quase se perdendo sentimentalmente um dos outros (e de Derry) e ela teve a ideia. Ela lembrava de como estavam com medo e de como acalmava cada um deles e sentia os seus negócios duros dentro dela. Beverly lembrou dos pássaros e da sensação que era de voar quando esteve com Ben e depois com Bill. Doía, mas estava tudo bem para Beverly. Ela os amava muito.

Ela pegou seu caderninho e uma caneta da gaveta da mesinha do quarto (ela havia pego alguns cartões postais da biblioteca de Derry antes de partir). Pensou, mordeu a caneta e escreveu o nome de Ben Hanscom com letras cursivas. Em seguida escreveu seu nome (De sua querida Beverly Marsh)

Você me fez voar

como pássaros voam na natureza.

Meu coração queima também

e voa livremente.

Beverly não era tão boa com poesia, mas Ben entenderia. Ela fez um coração na borda. Bevvie colocou a poesia em cima da mesinha e pegou o outro cartão postal, feliz (o dia de usá-los chegaria, pensou). Ela mordeu a caneta mais uma vez e escreveu o nome de Bill Denbrough. Bev coçou o nariz e escreveu o seu nome também (De Beverly Marsh, a otária do estilingue)

Ele soca postes de montão

e foi assim que roubou meu coração.

Te pergunto,

 depois disso

você ainda vê assombração?

Ela riu. Fez um coração em uma das bordas e um (palhaço?) monstrinho na outra. Beverly juntou os dois cartões postais nas mãos. 

— Eu amo vocês. Amo muito vocês. 

Beverly guardou todas as coisas que pegou, arrumou a cama e ligou o rádio que tocava Jaill House Rock, de Elvis Presley. Rodou no quarto com um sorriso no rosto. A coisa vai voltar, pensou, e apesar de ser uma coisa horrível, Bev sabia que era o único jeito de lembrar e vê-los novamente. Enquanto isso, Beverly daria uma última lembrança a eles antes de partir não só de suas vidas, mas de suas mentes 

(não dos corações. Não, nunca, por favor querido Deus).

Bev trancou a casa antes de sair e depositou os cartões postais no correio da cidade, depois de escrever os novos endereços de Ben e Bill (que graças a Deus ela lembrava ah obrigada Deus você é muito bonzinho)

que três dias depois Ben Hanscom recebeu

 e cinco dias depois, Bill Denbrough.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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