The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 7
06. O Concurso Literário


Notas iniciais do capítulo

Oie bbs,

Voltei mais uma vez, com mais um capítulo. Espero que gostem!



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— Malfoy! – Rose jogou uma toalha com força no rosto do loiro. – Acorda!

Scorpius abriu os olhos, assustado. Assim como ele, os outros garotos do dormitório também se sobressaltaram.

— Rose! – Albus reclamou.

— Desculpe, Al. – ela disse. – Volte a dormir.

O moreno jogou a coberta por cima da cabeça.

— E você... – ela apontou para Scorpius. – Levanta!

Scorpius ergueu as sobrancelhas claras.

— Você está no dormitório masculino. – ele falou, de cara feia.

— Oh... jura?! – a ruiva pôs as mãos nas bochechas, irônica. – Nem percebi!

— Eu poderia estar sem roupa, Weasley.

— Isso seria um azar enorme para os seus colegas.

Jason Thomas, um dos colegas de quarto dos meninos, prendeu o riso, deitado na cama próxima a janela. O loiro ignorou e se deitou novamente, de olhos fechados.

Rose respirou fundo e ergueu a varinha na direção do garoto.

— Aguamenti!

Uma enxurrada de água fria caiu sobre o corpo de Malfoy. Aos berros, Scorpius se ergueu da cama molhada.

— Que inferno sangrento, Weasley! – gritou, irritado.

— Eu te disse para levantar.

— Hoje é sábado. Me deixe dormir!

— Vamos a Londres.

— Eu não perdi nada em Londres.

— Mas eu perdi. – ela sentenciou. – E é melhor você se vestir, não quero chegar atrasada.

A ruiva se aproximou de Scorpius. Sem tom de voz era letal.

— Esteja lá embaixo em vinte minutos, Malfoy, ou eu subo aqui novamente e dessa vez toco fogo na sua cama. – avisou.

Rose saiu do dormitório. Contrariado, Malfoy seguiu para o banheiro. Apesar da falta de vontade, dentro do tempo combinado o loiro apareceu no salão comunal. Rose, que conversava com uns colegas de casa durante o tempo de espera, veio até o garoto quando este apareceu no fim da escada.

O grifinório inflou o peito e abriu os braços, como um galo de briga.

— Satisfeita? – perguntou, com sarcasmo.

— Ainda não.

A garota ergueu a varinha na direção de Malfoy pela segunda vez naquele dia. O movimento fora bem rápido e silencioso. Tanto que, antes que Scorpius conseguisse raciocinar ele já estava impedido de se mover.

Rose o encarou e retirou um cordão dourado do bolso e a prendeu no pulso do garoto, sem pressa. 

— Você não sabe o quanto te ver imóvel desse jeito me causa uma sensação de bem-estar absurda. – ela disse com um sorriso vanglorioso nos lábios.

Scorpius piscou os olhos, devagar. O efeito do impedimenta estava passando. Rose suspirou de maneira teatral.

— É uma pena que este feitiço não dure para sempre. – completou.

O que a ruiva não esperava era que o feitiço fosse terminar bem mais rápido do que ela imaginara. Ao perceber que estava totalmente livre, Scorpius puxou Rose pelo braço e a forçou contra a parede, firme.

Dessa vez era a ruiva que estava imóvel, presa pelo peso do corpo de Malfoy. Scorpius abaixou o olhar na sua direção e os seus rostos ficaram perigosamente próximos.

Ele sibilou, devagar.

— Da próxima vez que você apontar essa varinha para mim, Weasley, eu juro que vou parti-la em mil pedaços.

Os olhos cinzentos de Malfoy estavam nublados. Rose engoliu a seco. Mesmo assim, como sempre a garota não se deixou levar pela provocação. De maneira brusca, ela desvencilhou o seu braço do aperto da mão do loiro.

Scorpius deu alguns passos para trás. A atenção do garoto concentrou-se no acessório novo em seu pulso.

— O que é isso?! – perguntou, tentando retirar a peça sem sucesso.

— É algo que vai evitar que você desapareça por aí e me cause problemas outra vez.

Rose ergueu o próprio braço para mostrar uma réplica da pulseira que agora Scorpius seria obrigado a usar.

— Se você se afastar demais de mim, eu vou saber. – avisou.

— Tire isso do meu braço agora! – Malfoy bradou.

— Não. – Rose se negou. – E eu a encantei exatamente para evitar que você a retire.

— Isso é uma pulseira feminina, Weasley!

— Era a única que eu tinha.

— Sua...

— Cuidado com a boca, Malfoy... – a ruiva o encarou. – Não é só você que sabe fazer ameaças por aqui.  – avisou. – Essa pulseira vai continuar aí onde está, até que eu decida que ela deve sair daí.

Scorpius respirou fundo. Em suas artérias, o sangue circulava em cólera. O garoto se controlou ao máximo para ele mesmo não erguer a varinha para Rose.

Impaciente, Rose abriu a passagem do quadro da mulher gorda.

— Podemos ir agora.

Forçado, Scorpius atravessou a porta em silêncio. A ruiva o seguiu logo depois.  Juntos, os dois rumaram ao inferior do castelo.

 

...

 

 

Neville Longbottom aparatou, acompanhado de dois adolescentes. Um pouco distante, o homem viu que a sede do profeta diário estava cheia. Pelo visto, além de Rose muitos outros bruxos estavam ali para tentar uma vaga no Concurso Literário do jornal daquele ano.

O professor guiou os alunos até a entrada do escritório, no centro do Beco Diagonal.

— Trouxe todo o material necessário? – ele perguntou a garota.

— Sim, está tudo aqui. – Rose concordou.

— Ótimo. Agora é com você. Nós te esperaremos aqui fora.

A ruiva não pareceu confiante com a notícia e Neville sabia muito bem o porque. Ele sorriu para a menina.

— Eu fico de olho nele para você. – o professor garantiu.

Scorpius semicerrou os olhos e Neville riu. Rose suspirou.

— Espero que não demore muito. – desejou.

— Pela quantidade de pessoas que têm nesse lugar, acho difícil não demorar. – o professor comentou.

— Vamos ficar aqui em pé até ela voltar? – Scorpius questionou, descrente.

— Poderíamos ir as Gemialidades, o que acha? – o professor indagou. – Eu sei que você e o Al gostam bastante de lá...

De fato, ele gostava muito. Mesmo contrariando todas as vontades do avô.  

— E talvez eu consiga encontrar o Ron. – Neville completou, esperançoso. – Já faz um tempo que eu não o vejo.

— Não, o papai não!

O grito de desespero de Rose chamara atenção de algumas pessoas ao redor. A ruiva parecia desestabilizada. Até mesmo Scorpius se assustara com a sua reação. O loiro ergueu as sobrancelhas claras, e apesar da expressão esnobe de sempre, ele estava curioso.

A menina segurou nas mãos do professor e o trouxe alguns passos para o canto.

— Tio, por favor... – ela pigarreou. – Acho que é melhor o senhor ficar por aqui, ou ir a outros lugares em que papai não esteja.

Neville franziu o cenho.

— Por que você está me pedindo isso, Rose? – ele questionou.

— Porque se o senhor aparecer na loja com o Malfoy, papai vai perceber que eu também vim junto. E eu não quero que ele ou a mamãe saibam de nada por enquanto. – ela assumiu. – Pelo menos não até eu ter sido de fato selecionada para o concurso.

O comportamento de Rose deixou Neville preocupado.

— Rose, você não deveria esconder um momento importante desses dos seus pais. – ele a advertiu. – Eles merecem saber sobre os seus planos.

— Eu sei. É só que... eu prefiro dessa forma, entende?

Rose desviou o olhar. Ela passou a mão pelos cabelos vermelhos, sem jeito. Aquele não era o tipo de assunto que a garota se sentia a vontade para discutir na frente de ninguém. Por sorte, Neville possuía sensibilidade o suficiente para entender isso.

O professor afagou as bochechas da menina, com afeto.

— Tudo bem. – ele assegurou. – Não iremos muito longe daqui até você retornar.

Rose o abraçou em agradecimento e entrou no prédio do Profeta Diário. Uma bruxa baixinha, de longos cabelos loiros e de nariz empinado veio em sua direção.

Ela sorriu para Rose de modo acolhedor.

— Olá, senhorita. – a cumprimentou. – Em que posso ajuda-la?

— Olá. – a ruiva a saudou de volta. – Eu vim para o concurso literário.

— Ah, claro! – exclamou. – Me acompanhe, por favor.

As duas seguiram por um extenso corredor. Rose não pode deixar de examinar cada pedacinho que pode ver da redação com um enorme fascínio. Ela conhecia a história do caráter dúbio do jornal, mas, ainda assim, aquele lugar para ela nunca deixara de ser como um sonho.

A última porta do corredor fora aberta e elas entraram na sala. O lugar estava mais abarrotado do que do lado de fora.

— Uau! – a mulher assobiou, atravessando a galeria. – Pelo visto teremos um dia cheio.

Rose se apoiou no balcão de mármore.

— É o que parece. – suspirou.

A bruxa mais velha sorriu.

— Ainda em Hogwarts? – perguntou.

— Sim. – Rose confirmou.

— Desculpe-me, é que suas feições são juvenis. – comentou. – Não temos muitos estudantes por aqui. Além de você só vi aquela garota ali, que chegou agora a pouco.

A ruiva girou o pescoço para trás, curiosa. Seus lábios se uniram, em desgosto. Katrina Parkinson estava sentada em uma das poltronas dispostas. Por sorte, a sonserina pareceu não tê-la visto.

A voz da loira tomou a atenção de Rose novamente.

 – Trouxe a sua carta de inscrição? – ela perguntou.

— Sim. – a garota entregou um envelope. – Aqui.

— Qual o seu nome?

— Rose Granger-Weasley.

 A mulher arregalou os olhos.

— Grranger-We-we-sley? – balbuciou. – A senhorita é...

— Filha de Ronald e Hermione Weasley? – Rose a interrompeu, com um sorriso. – Sim, eu sou.

— Por Merlin!

A exclamação da loira fez Rose sorrir mais ainda.

— E eu aqui te fazendo esperar! Que indelicadeza minha! – ela ralhou consigo mesma.

— Oh, não... – Rose negou, com as mãos agitadas. – Eu espero a minha vez. Não tem problema.

— Eu insisto! – entesou.

Rose se deixou vencer pela boa vontade da loira. A mulher sorriu, contente, e agitou a varinha. Uma ficha flutuante, uma pena e um tinteiro apareceram para a garota.

Ela empurrou os itens na direção da ruiva.

— Só preciso que você assine isso aqui, confirmando que examinou o seu texto antes de me entrega-lo. – falou. – Nós tivemos alguns problemas com autenticidade nas últimas edições do concurso... – a mulher explicou. – Enfim, é só uma garantia.

— Tudo bem. – a ruiva assentiu. – Você poderia me dar alguns minutos?

— Claro! – a loira confirmou. – Retornarei em breve. – avisou. – E, a propósito, me chamo Nolla Skeeter.

As duas trocaram um aperto de mão e Nolla se afastou para dar suporte aos outros competidores. Rose sentou-se em uma dos bancos de madeira acolchoados e pôs-se a ler o seu texto.

Seu coração disparou assim que a sua leitura passou da terceira linha. O que ela encontrara não fora nada parecido com o que havia deixado na noite anterior.

 

 

...

 

 

 

— Rose, tá tudo ok?

O professor de Herbologia parecia preocupado. Eles haviam acabado de chegar a Hogsmeade.

— Você está calada desde quando saímos do Profeta Diário. – comentou.

— Tio, eu... – Rose parecia atordoada. – Eu preciso retornar a Hogwarts. Não estou me sentindo bem.

E ela de fato não estava. Neville assentiu com a cabeça.

— Tudo bem. – confirmou.  – Eu tenho ir ao Caldeirão Furado agora. A Hannah deve estar me esperando. Nós nos vemos na aula da segunda?

Tanto Rose, quanto Scorpius confirmaram. Eles se despediram do professor e Neville aparatou de volta ao Beco Diagonal. Os grifinórios partiram em direção a Hogwarts, lado a lado. Todo o percurso até os jardins da fora feito em silêncio.

Já perto do grande castelo, Rose parou de andar. 

— Foi você, não foi? – perguntou, com a voz baixa. – Você alterou o meu texto.

Scorpius perdera a cor. Para Rose, aquilo era muito mais do que uma resposta. A garota o encarou.

— Mesmo sendo quem você é, eu nunca imaginei que você poderia chegar tão baixo, Malfoy.

O loiro desviou o olhar.

— Está no meu sangue. Não é isso que você costuma dizer sobre mim? – ele falou, amargurado. – Não sei porquê a surpresa.

— É... eu também não sei.

Uma lágrima caiu dos olhos da garota. Ela a enxugou rapidamente eu deu as costas para Scorpius, voltando a andar em direção a entrada do castelo. Ao vê-la se afastar daquela maneira, um sentimento de culpa tomou a mente do loiro.

Ele engoliu a seco.

— Weasley... – gritou.

Mesmo sem saber o motivo, Rose parou de andar. Scorpius veio em sua direção.

— Eu... – ele oscilou. – Eu não sabia que isso era tão importante...

A ruiva estendeu a mão e o garoto se calou.

— Não precisa se justificar, Malfoy. Você teve o que realmente queria. – ela disse. – Acho que agora estamos quites.

Sua voz era firme e gelada, apesar dos olhos azuis embaçados.

— Obrigada por destruir a primeira oportunidade que eu tive na vida de provar que eu sou capaz de fazer alguma coisa, sem a influência do nome dos meus pais.

Rose se afastou novamente e subiu as escadas, em direção à torre da Grifinória. Assim que a ruiva sumiu das suas vistas, Scorpius fechou os olhos e suspirou.

Talvez ele tivesse passado dos limites dessa vez. Talvez...


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
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Beijos!



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