The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 30
29. Construção expressiva


Notas iniciais do capítulo

Oie bbs,

Olha quem voltou, ahahah.
Agora estamos muito próximo da bendita festa de aniversário.



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Dentro do dormitório da grifinória, quatro meninas pulavam e cacarejavam, empolgadas.

— O azul ou o verde? – Lily pôs dois vestidos a frente do seu corpo, um do lado do outro.

— O verde. – Dominique respondeu, convicta. – Azul te deixa pálida.

Lily acordou com a cabeça e jogou o vestido azul em cima da cama. Violet olhou para a peça de roupa, com os olhos compridos.

— Pode usar, se quiser. – disse Roxanne. – A Lily não vai se importar.

— Ah... eu... acho que não. – a loira respondeu, um pouco envergonhada.

— Deixe disso. – Lily insistiu. – Pode pegar. – falou. – Eu sei que o James acertou a todos nós de surpresa com essa história toda de festa de aniversário. Nem todo mundo enche o malão de coisas aparentemente desnecessárias como eu.

A lufana sorriu.

— É, seria estranho mandar uma coruja para casa, pedindo que me mandassem uma peça de roupa. – disse. – Mamãe com certeza iria querer saber para quê.

— Pois então, pegue-o. Vai ficar lindo em você. – Lily garantiu.

— E vai combinar com o seu colar. – Dominique completou.

Apesar da inocência da prima, se onde estava Roxx abaixou a cabeça e encarou os próprios pés. Violet percebeu a sua reação. A lufana sorriu amarelo e puxou o vestido para o seu colo.

— E você, Rosie, não vai escolher nada para amanhã?

Nenhuma resposta. Dominique teimou.

— Rosie...?

Rose, a quinta figura que até então estava deitada na sua cama, enrolada debaixo das cobertas e fingindo que não existia, se virou na direção da prima mais velha.

— Amanhã eu vejo isso. – ela respondeu.

— Como assim amanhã você vê isso? – Violet indagou. – Você não está pensando em desistir de ir a festa, não é?

— E se eu estiver?

— Pois não deveria!

— Você também não deveria estar no meu quarto. – ela apontou para frente, com o indicador formando círculos no ar. – Nenhuma de vocês.

— Não precisa ser má desse jeito, Rose. – Lily reclamou, chateada.

— Aqui todo mundo não deveria ser muitas coisas, Lily.

A ruiva mais nova murchou no seu canto. Dominique inflou o peito.

— É melhor nós irmos, então.

Rose suspirou. Ela levantou-se rapidamente da cama e puxou alguns pergaminhos e o livro de aritmância de cima do malão.

— Não... fiquem. Foi mal, não queria avacalhar. – falou com sinceridade. – Eu só preciso terminar alguns afazeres. – decretou. – Aproveitem o que quiser das minhas coisas. Eu me viro depois.

E saiu do quarto apressada.

 

...

 

PROFETA DIÁRIO

VIIIª EDIÇÃO DO CONCURSO LITERÁRIO BRUXO ANUAL

2ª fase

Candidato: Rose G. Weasley

Proposta: Construção expressiva.

Máximo: 1 pergaminho.

Entrega: até 12 de fevereiro.

Boa sorte!

 

...

 

Rose novamente espiou, de rabo de olho, a carta do profeta diário. Ainda existia certa descrença. Ela estava sentada na seção reservada há mais de uma hora, encarando o pergaminho vazio a sua frente. Sabia sobre o que o seu coração desejava escrever, só não sabia se havia coragem para fazê-lo.

 

...

 

Eu, modo de usar: 



Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza.

Conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança dos seus avós. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.

Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada.

Então fique comigo. Seja mais forte que eu.

Não seja escravo da sua história, mas também não lute contra. Não seja escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.


Me enlouqueça uma vez por mês, ou talvez mais. Deixe-me montar na sua vassoura nova, aquela que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto.

Quero que me rapte desse mundo.

E, se nada disso funcionar,

Quero que experimente me amar.

Mas apenas se for de verdade.

 

 

...

 

Rose cochilava em um dos cantos da seção reservada da biblioteca. Já envelopado, o seu texto descansava em cima de um dos livros de aritmância. A garota havia o terminado há horas, mas preferira permanecer ali sozinha do que retornar ao salão comunal e escutar o mesmo alvoroço pré-festa de mais cedo.

Alguém mais adiante deixou algo cair e um chiado instantâneo vindo de Madame Pince riscou o ar. A bibliotecária, irritada, pôs-se a expulsar do recinto todos os que estavam a sua frente, sob ameaça de dar-lhes uma detenção. A ruiva, porém, aconchegou-se sobre o piso e voltou a dormir.

A porta da seção reservada foi empurrada devagar e um corpo alto entrou na saleta. A passos pequenos, Scorpius se aproximou de Rose. Mesmo sem querer, ele esteve a observando a tarde inteira. O loiro vira quando a menina atravessara o corredor entre estantes mais cedo, e desde então não conseguira mais se concentrar nos seus pergaminhos, olhando de tempos em tempos na direção de onde a ruiva estava.

Ele se abaixou lentamente. Seus dedos afagaram a têmpora de Rose e desceram lentamente pela bochecha da garota, até parar em seu queixo.

A ruiva abriu os olhos.

— O qu...

— Shh... não fala nada, por favor. – ele pediu, com o indicador sobre os seus lábios.

Mesmo sem saber o porquê, Rose se calou. Malfoy tirou algo do bolso.

— Eu sei que você ordenou que eu ficasse longe de você, mas... isso aqui é seu.

Scorpius estendeu a pulseira que Rose jogara fora dias atrás. Ele a depositou na palma da mão da menina.

 – Eu... – o loiro engoliu a seco. – Rose, me desculpe pelo que aconteceu. Eu não queria ter dito aquilo.  – ele passou a mão pelo rosto. – Eu não deveria ter insinuado que houve algo entre a Lily e eu, porque não aconteceu absolutamente nada. Nem teria motivos para acontecer.

Rose segurou a joia entre os dedos.

— Eu vou te deixar sozinha.

Malfoy se levantou rapidamente e saiu da seção reservada de cabeça baixa, sem olhar para trás. Rose ainda observou por mais algum tempo o espaço que segundos antes fora ocupado pelo loiro, até que o seu olhar se fincou na pulseira em sua mão.

Ela fez um sinal com a varinha e a peça flutuou a sua frente.

— Eu deveria incendiar você. – sussurrou à corrente que pairava no ar.

Houve mais um movimento com a varinha. No entanto, a corrente dourada apenas pousou sobre o pulso de Rose delicadamente e se fechou em um clique inaudível.

Ela sorriu de canto.

— Mas eu não quero.

Rose puxou o braço com a pulseira para mais perto do resto do corpo e o abraçou. Ela fechou os olhos e, mais uma vez, voltou a dormir.

 

 


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Notas finais do capítulo

O poema, obviamente, não é meu. Se chama "Eu, modo de usar:", da Martha Medeiros. (MEDEIROS, M. Cartas Extraviadas e Outros Poemas. Porto Alegre: LP&M, 2010). Fiz algumas adaptações para o mundo bruxo e para ter sentido com a história. Uma releitura, eu diria.

Mas... E aí? O que acharam?!

Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

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