The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 22
21. O pomo de ouro


Notas iniciais do capítulo

Oie bbs,

Vei, eu juro pra vocês que eu postei esse capítulo já tem três dias, e ele simplesmente apagou! (ou eu não sei qual foi a merda errada que eu fiz, tem essa possibilidade)

Mas justo esse capítulo...

Enfim, vamos ao que interessa que estamos com 3 dias de atrasos ahaha



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Scorpius abriu os olhos. O dia estava amanhecendo. Sentada paralelamente, e do lado oposto, Rose olhava o horizonte pela fresta da cortina. Diferentemente do loiro, a menina já estava completamente acordada.

Malfoy ergueu o tronco com dificuldade.

— Onde estamos? – perguntou, com as mãos apoiadas no chão áspero do que parecia ser uma barraca.

—Perto do ginásio, eu acho. – ela respondeu. – Não tem como ter certeza, estamos presos aqui dentro.

— Onde está a minha varinha?! – ele indagou, exasperado, passando os dedos pelos bolsos da calça.

— Não sei. – Rose deu de ombros. – Também estou sem a minha.

— Como nós vamos competir?

— Não faço a mínima ideia.

Scorpius se levantou devagar. A sua cabeça latejava, como se alguém estivesse golpeando-a com um martelo.

— Quando nos trouxeram para cá? – ele questionou, apertando os olhos de dor. – Eu me lembro de ter encontrado o Al e o Anthony, e depois tudo apagou.

— A prova se iniciou após o jantar. – Rose falou. – Todos os competidores foram enfeitiçados. – completou.

— Há quanto tempo você está acordada?

— Já faz algumas horas.

Haviam duas bolsas de inchaço abaixo dos olhos da garota. Scorpius pensou em fazer mais algumas perguntas, porém a ruiva ergueu o dedo indicador, pedindo silêncio.

— Tem alguém vindo. – ela avisou.

Rose se levantou rapidamente e o loiro fez o mesmo em seguida. Os dois viram o feitiço bloqueador que os guardava lá dentro se desfazer lentamente. Madame Hooch pôs a cabeça para dentro da barraca.

— Malfoy, Weasley. – ela os chamou. – Me acompanhem, por favor.

A dupla se encarou brevemente, mas não hesitou em obedecer.

 

 

...

 

 

A caminho do ginásio de quadribol, um casal andava em meio à neblina, acompanhando a multidão.

— Onde está o Harry e a Ginny? – Ron indagou. – E as crianças?

— Eu não sei, Ron. – Hermione respondeu, irritada. – Essa já é a décima vez que você me pergunta isso!

— Claro, eu estou preocupado!

Ron suspirou e Hermione reconheceu aquela expressão. Pela primeira vez desde quando pisara em Hogwarts, o ruivo estava se dando por vencido. Mione parou de andar e o segurou o marido pelos ombros.

Ela os afagou de maneira amável.

— É só uma prova. O Neville me garantiu que vai ficar tudo bem.

— O Torneio Tribuxo também era, e você viu o que aconteceu no final.

— A Minerva e o Neville têm um pouco mais de juízo do que o Ministério. – disse Mione. – Eu acho. – completou logo em seguida.

O ruivo sorriu e deu um beijo de leve nos lábios da mulher.

— Vem, vamos procurar o Harry. – ele disse, levando-a pela mão.

 

 

...

 

 

Draco encarou a esposa.

— Vamos embora. – ele disse.

Astoria negou com a cabeça.

— Pode ir sozinho, se quiser. Eu não darei mais nenhum passo daqui.

— Tori...

O loiro estendeu a mão para toca-la, mas foi rechaçado.

— Não, Draco, não toque em mim! – Astoria bradou, convicta. – A competição já vai começar e lá debaixo não consigo enxergar nada por causa da neblina. Eu não vou mover um músculo até ver o meu filho aparecer.

— Eu não acredito que você está chateada comigo! – o homem reclamou.

— E eu não deveria estar?! – ela rebateu. – Ver o meu Scorpius daquele jeito por causa da sua intolerância!

Astoria parecia decepcionada acima de tudo.

— Você jurou que não seria mais assim, Draco. Não foi com esse homem que eu me casei.

Draco fechou o cenho.

— O seu filho me ofendeu, Astoria.

A mulher não pareceu se abalar.

— Você ofendeu o SEU FILHO antes, quando negou a ele o espaço para fazer o que ele sempre quis. – ela disse, séria. – Mas olha que curioso, para o seu azar, a prova que viemos assistir é logo aqui, no ginásio de Quadribol. O lugar que você e o seu pai tanto insistiram para que o garoto se afastasse.

A mulher tocara no ponto certo da ferida. Draco virou-se na direção de Astoria, sério.

— Você sab... – começou a dizer, mas teve sua fala interrompida por uma visão por cima dos cabelos escuros da esposa.

Outro casal se aproximava. Um casal que o loiro definitivamente não queria ficar ao lado.

— Ah, inferno sangrento! – ele praguejou. – Tori, por favor, eu te imploro. Discutimos isso depois. – pediu. – Agora vamos sair daqui?

Astoria não deu um passo sequer.

— Vá sozinho, já disse.

Draco respirou fundo.

 

...

 

 

No gramado do ginásio, os competidores esperavam lado a lado. Cada um deles segurava uma vassoura, a espera de instruções. Lá de cima, das arquibancadas, pais e alunos gritavam em sua torcida particular.

Madame Hooch ergueu a voz.

— Deem dois passos para frente, por favor. – pediu.

A grande fileira de estudantes se moveu na direção da instrutora, parando bem em frente as goles que estavam no chão. Madame Hoock agitou a varinha e uma série de baús apareceram no ar, flutuantes.

Eles se abriram em seguida, revelando uma chave dourada e um pomo de ouro.

— Prestem bem atenção porque eu só vou falar uma vez. – a mulher avisou. – Nós temos aqui alguns pomos de ouro. Vinte, para ser específica. – disse. – E sim, obviamente não é o suficiente para todas as duplas.

Scorpius já havia chegado a essa conclusão antes mesmo que a professora falasse.

— Além disso, temos também as goles, que estão à frente de cada dupla. Podem pega-las do chão, por favor.

Rose se abaixou e pegou a gole com uma mão, segurando a varinha recém-devolvida com a outra. Ela apoiou a bola debaixo do braço. A instrutora esperou que todos os outros fizessem o mesmo para continuar.

— O objetivo de vocês é simples. As vinte primeiras duplas que marcarem dez pontos e pegarem o pomo de ouro em seguida, e apenas nessa ordem, receberão a chave. Estas estarão classificadas para a próxima fase.

Alguns competidores trocaram olhares apreensivos.

— Entendam que eu disse que seria um trabalho simples, mas não fácil. – ela explicou. – Lá em cima, nos céus, uma surpresa vos aguarda. – anunciou. – Espero que todos vocês estejam preparados.

Madame Hooch apontou a varinha para os baús novamente. Os pomos de ouro se soltaram, um por um, e ganharam o céu, perdendo-se no início de dia nublado.

— Boa sorte a todas as duplas. – a mulher desejou, e apitou logo em seguida.

 

...

 

 

— Aqui já não está bom, Ron? – Hermione perguntou, segurando a mão do marido para se equilibrar nos degraus da arquibancada. – Não estamos indo alto demais?

— Não. – o ruivo respondeu. – Na verdade ainda falta subir só mais um pouquinho. – completou. – A vista é melhor lá de cima, você sabe.

Ele ajudou Hermione a se impulsionar para cima. A voz de Minerva McGonagall ecoava ao fundo, a explicar para todos os acontecimentos da terceira prova. Ron seguia escutando-a, enquanto se esquivava das pessoas até chegar onde queria, mais a frente.

Para o seu azar, o lugar já estava ocupado por outro casal.

— Ah, merda... – ele resmungou.

— O que houve? – Mione indagou, sem entender. – Por que você parou de and...

Ela esticou-se para enxergar o que estava além do marido. Os lábios caíram levemente e frase fora interrompida pela surpresa de encontrar quem estava ali.

Astoria levantou as sobrancelhas escuras, levemente surpresa. Draco, no entanto, não fez questão de esconder as suas expressões de desgosto.

— Granger, Weasley. – Malfoy os cumprimentou, por educação.

Ronald não respondeu, apenas deu meia volta.

— Vamos descer. – disse a esposa.

Hermione o impediu de sair do lugar.

— Não, Ron. – ela negou. – Nós já subimos aqui e realmente está dando para enxergar um pouco melhor. – disse.

— Mas eu perdi a vontade de ficar aqui.

A mulher rolou os olhos.

— Largue de ser bobo, Ronald. Isso não te vai arrancar pedaço.

— Saiba que eu também não estou contente em ter de ficar aqui, Weasley. – Draco comentou.

— Oh, nossa, como essa informação me deixou comovido, Malfoy. – Ron desdenhou do loiro.

No horizonte, o sinal de largada fora dado. Alguns competidores já se espalhavam por entre a névoa. Alheio a prova, Draco deu um passo para frente, com o dedo indicador estendido na direção do ruivo.

Prevendo o que aconteceria em seguida, Astoria se colocou entre os dois homens.

— Por favor, parem com isso! – ela pediu. – A competição já começou e os nossos filhos estão competindo juntos! – lembrou. – Se vocês não vão fazer isso por vocês, façam por eles pelo menos!

Ronald foi o primeiro a baixar a guarda.

— Ok. – disse, e se sentou na arquibancada.

Astoria olhou para o marido.

— Draco...?

— O quê?!

Ela cruzou os braços. Malfoy suspirou.

— Tá bom!

O loiro também deixou-se largar na arquibancada, antipático. Hermione e Astoria sentaram-se entre eles, uma do lado da outra. As duas não se encararam, mas sorriram em silêncio, à espera de que Rose ou Scorpius aparecessem em algum momento.

 

 

...

 

 

— Ok, nós temos que subir. – Rose disse.

Scorpius engoliu a seco. Eles eram a única dupla que ainda estava no chão.

— Eu... eu não sei se eu consigo... – o loiro comentou, temeroso.

— É claro que você consegue.

— Como você pode ter tanta certeza?

Rose balbuciou, mas acabou por não responder nada.

— O James me tirou do time por um motivo. Ele estava certo, eu não estava dando conta. – assumiu. – Eu não vou conseguir marcar os pontos.

— Então eu serei a artilheira e você o apanhador.

Malfoy negou com a cabeça.

— Rose, não...

— Não tem discussão, Scorpius. Nós trocaremos de papel.

Ela se preparou para montar na vassoura, porém o garoto a segurou pelo cotovelo.

— Essas provas machucam. – ele disse. – Você não tem que passar por isso outra vez. Fui eu que te coloquei nessa.

— Fui eu que escolhi acreditar em você. – a ruiva rebateu. – E eu não vou voltar atrás.

Malfoy deu-se por vencido. Ele soltou o braço de Rose e montou na sua própria vassoura.

— Pronto? – ela perguntou.

O loiro assentiu com a cabeça.

— Vamos lá.

Os dois se impulsionaram, rumo aos céus.

 

 

...

 

 

A multidão gritava da arquibancada. Algumas duplas já tinham conseguido finalizar a prova. Scorpius procurava incessantemente o pomo de ouro, enquanto, mais abaixo, Rose tentava marcar todos os pontos necessários.

A ruiva estava sendo bombardeada por balaços errantes, que a impediam de avançar em direção aos arcos. A situação estava difícil e Madame Hooch não mentira quando dissera que a prova levaria um pouco de esforço dos competidores.

A névoa tinha se dissipado um pouco, mas ainda estava difícil enxergar o pomo com clareza. Scorpius desceu um pouco mais, para fora da visão da arquibancada, quando e seus olhos se prenderam na visão de Rose. Ela e um garoto do quinto ano, da lufa-lufa, tentavam avançar para o mesmo arco.

O loiro recuou, assustado, quando duas vassouras o interceptaram de repente. A dupla parou um pouco mais a diante.

— Wow, merda!  – Fred Weasley praticamente gritou, quando o lufano se desviara e Rose fora atingida no estomago com força por um balaço. – É você é quem deveria estar lá! – reclamou, de cara feia, apontando para Scorpius.

— Ela não me deixou! – o loiro se defendeu, embora se sentisse culpado.

— Então faça o esforço da Rose valer a pena, Malfoy! – James replicou, no mesmo tom do primo. – Os pomos estão acabando!

O coração de Scorpius se acelerou quando Jay ergueu o objeto dourado que acabara de conquistar.

O capitão do time da grifinória se aproximou um pouco mais.

— Mude a estratégia. – ele aconselhou. – Ajude-a a marcar os pontos.

— Isso é permitido?

— Alguém disse que não era?

James piscou um olho, sorridente. Ele e Fred sempre conseguiam encontrar uma ou outra lacuna nas regras impostas pela escola. Sempre. Scorpius se lamentou por não ter pensado nisso antes.

— Sejam rápidos. – Fred ordenou.

Os dois seguiram em direção aos baús do gramado. Scorpius, no entanto, partiu em sentido oposto.

 

...

 

 

Rose estava cansada. Ela sentia as costelas doloridas e seu estômago fervilhava por causa do último golpe. Ainda assim, a garota rumava para os arcos, obstinada. Faltavam apenas dois pontos.

Por entre a névoa, a sombra de uma vassoura se destacou.

— Weasley!

Scorpius se desviou de um balaço que viera exatamente na direção da sua cabeça e logo depois e emparelhou a vassoura com a da ruiva.

— Me passe a gole!

Rose pensou em contestar o porquê de ele estar ali, mas não havia tempo para isso. Ela jogou a gole para Scorpius, que se impulsionou logo depois para próximo de um dos pilares da arquibancada da corvinal.

— Scorpius, cuidado! – Rose gritou.

Por pouco o loiro não fora atingido no peito, porém o balaço passou raspando pelo seu tórax. Um rastro de fumaça ficou após a sua passagem. Scorpius olhou para trás e viu que, além de Rose, cerca de uns cinco ou seis balaços errantes o seguia em disparada.

— Eles vêm atrás de nós? – gritou para a menina, perplexo.

— Sim! – ela confirmou. – Ah, merda!

Rose embocou-se na direção da arquibancada e Malfoy fez o mesmo, sem nem mesmo pensar a respeito. As pessoas se abaixaram rapidamente para não serem atingidas, nem pela dupla, nem pelos balaços. E, mesmo que muitos xingassem os dois, irritados, boa parte dos corvinos sorriam, achando graça.

— Ali!

Já mais a frente, a ruiva indicou o arco da esquerda e Scorpius entendeu na mesma hora o que ela fizera. Eles haviam tomado um atalho. O loiro subiu um pouco no ar e Rose acelerou a corrida, tomando o lugar que ele estava antes. Malfoy então soltou a gole, que caiu nos braços da garota.

Sem titubear, Rose lançou a gole no arco. A bola atravessou sem nem mesmo tocar em nenhuma parte do metal. Faltava agora apenas um ponto.

Scorpius, no entanto, sabia muito bem o que fazer. Antes mesmo que Rose lançasse a gole no aro, o menino rumara em direção ao chão, em alta velocidade. Quando o objeto atravessou o arco e desceu pela névoa, o loiro, esperto, já estava lá embaixo para recebe-la.

Assim que capturou a gole Malfoy subiu diretamente para o aro central, marcando o décimo ponto. Era o fim da primeira fase da prova. No mesmo instante os balaços errantes mudaram de direção, indo atrás das outras duplas competidoras que não haviam finalizado a pontuação.

Rose ainda estava impressionada com a destreza de Scorpius quando ele apontou para cima.

— O pomo! – gritou.

Eles não podiam perder tempo. A ruiva assentiu e partiu atrás de Malfoy em seguida.

 

...

 

 

Já tinha quase meia hora que Rose e Scorpius procuravam um pomo de outro. Os dois subiram acima da névoa, cada um para um canto, a caça do objeto, porém nenhum sinal das asinhas rápidas e douradas a vista dos grifinórios.

Um barulho de multidão irrompeu mais abaixo. Provavelmente alguma outra dupla havia conseguido pegar o pomo. Agora as chances de sucesso de Rose e de Scorpius estavam realmente pequenas.

Após um muxoxo, Scorpius seguiu em direção a ruiva.

— Eu estou quase desistindo. – ele gritou, há alguns metros da menina.

— Eu não o vejo em nenhum lugar! – Rose reclamou, irritada.

O loiro se aproximou.

— Sua testa. – apontou. – Está avermelhada.

— Ah, hum... acho que foi quando passamos pela arquibancada.

— Está doendo?

— Um pouco.

— Eu disse que isso não era uma boa ideia.

Rose deu de ombros. Uma rajada de vento frio passou pelos dois, bagunçando os cabelos da ruiva e fazendo a pele de Scorpius se arrepiar.

— Conseguimos marcar os pontos. – ela disse, sem se importar.

Rose não somente tinha a testa machucada, como outras partes do seu rosto exibiam pequenos arranhões. Ele imaginou que por baixo da roupa da ruiva também pudessem ter outros ferimentos, dada a força que os balaços a atingiram algumas vezes.  Porém ele também conhecia Rose. Ela não daria o braço a torcer.

Scorpius chegou um pouco mais perto, decidido a convencê-la a deixa-lo terminar a prova sozinho, contudo, ao seu redor, o loiro sentiu como se o tempo tivesse parado. A frase pronta na sua garganta não conseguiu ser terminada. A mesma melodia, velha conhecida de sempre, ressonou aos ouvidos de Malfoy.

Scorpius curvou-se sobre o corpo, em cima da vassoura quando a vontade de desmaiar apareceu abruptamente. No mesmo instante Rose entrou no modo de emergência.

— Scorpius...? – o chamou, preocupada.

O garoto fez uma careta. Ele agitou a cabeça, antes de se ajeitar na vassoura e dar meia volta.

— Eu... –balbuciou. – Eu acho que...

A frase fora interrompida outra vez, mas agora pela garota.

— O pomo! – Rose gritou.

Os sentidos dos dois ficaram alertas. O pomo parou no ar, com suas asinhas ágeis e segundos depois disparou para baixo, em direção a névoa. Rose e Scorpius desembocaram atrás dele, a toda velocidade.

Ainda a descer, o pomo desviou-se para a esquerda. Scorpius perdeu um pouco da direção, dada a mudança rápida de sentido, mas Rose conseguiu se manter firme em sua perseguição. A menina se inclinou para frente e acelerou a sua corrida, implacável.

— Rose! – o garoto gritou, logo atrás, retomando o caminho correto.

A ruiva, no entanto, não recuou. Rose pegou impulso na direção do pomo e esticou as duas mãos, soltando-se da vassoura.

— ROSE!

Scorpius bradou, em desespero, quando o corpo de Rose Weasley caiu em direção ao chão do ginásio, aos giros, com os braços ainda esticados. O loiro impulsionou a vassoura com toda a força em direção ao solo. 

Rose gritava, solta no ar. A densidade da névoa parecia ficar cada vez menor enquanto os dois despencavam em direção a camada de gelo que cobria o gramado. Mesmo com dificuldade de enxergar a qual altura estavam exatamente, Scorpius sabia que ao fim da neblina eles estariam bem perto do chão. Ele manteve a velocidade até conseguir chegar bem perto, mas tão perto da ruiva, que voluteava como uma pena solta no ar, que então...

... o garoto saltou da sua própria vassoura.

— Arresto momentum! – Malfoy exclamou, meio segundo depois.

Os corpos dos dois diminuíram subitamente de velocidade, evitando uma colisão drástica que estava pertíssimo de acontecer. Eles caíram no chão logo em seguida. As vassouras fizeram o mesmo uma pouco mais distantes, porém, não tiveram a mesma sorte de permanecerem inteiras.

Rose choramingou.

— Ai... eu... não consigo... respirar...

O peso de Scorpius estava sobre o seu corpo. O loiro apoiou os braços no chão coberto de neve, um de cada lado da garota, e elevou o tronco, ficando frente a frente para a ruiva, ainda que sem sair completamente de cima dela.

— VOCÊ ENLOUQUECEU, POR ACASO?! – ele berrou, nervoso. – Por que você não usou a sua varinha?! – queixou-se. – Porra, você poderia ter morrido, Rose!

Diferentemente do que era esperado, Rose apenas sorriu.

— Talvez, Sr. Malfoy, eu estivesse com as mãos ocupadas... – ela falou teatralmente. – Segurando isso aqui.

A ruiva subiu as mãos no pequeno espaço entre os dois e as abriu, deixando a mostra um pomo de outro redondo e reluzente sobre as suas palmas. Scorpius deixou o queixo cair e Rose soltou uma gargalhada.

Ele riu logo em seguida.

— Definitivamente, você é maluca, Weasley.

— Eu sou determinada, Malfoy. É diferente.

O sorriso estampado no rosto de Rose demonstrava a felicidade total e verdadeira por ter conseguido a classificação para a próxima prova. Scorpius já a acharia linda somente por isso, mas existiam outros fatores que alteravam mais ainda a sua percepção sobre o momento. Uma delas eram as covinhas das bochechas da ruiva, acentuadas, que, juntamente, com as suas pálpebras comprimidas, focalizavam o brilho dos olhos azul topázio na direção do loiro.

Malfoy sentiu-se inteiramente perdido em meio ao um mar de sardas avermelhadas. Tudo o que via a sua frente era convidativo. Parecia que o conjunto estava chamando-o para um encontro particular.

O loiro abaixou-se lentamente, carregado pela força de atração involuntária que a ruiva emanava de si.

— É... – sussurrou, já bem próximo ao ouvido da garota. – Você é diferente...

Então Scorpius fez o que já queria ter feito a muito tempo. Ele avançou em direção aos lábios de Rose.


 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
==> https://www.facebook.com/Mrs-Ridgeway-1018726461593381/

Beijos!