The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 18
17. Eu te conheço, Rose


Notas iniciais do capítulo

Oie bbs,

Mais um capítulo!
Espero que gostem ♥



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Scorpius jogou a cabeça para trás e se recostou na árvore.

— Eu estou com fome. – reclamou, pela décima vez.

Rose rolou os olhos.

— Eu preciso terminar esse capítulo antes de ir. – disse.

— Não, ruiva, você não precisa. – o loiro rebateu. – A McGonagall ainda nem chegou nesse conteúdo.

— Eu estou só me adiantando.

— Para quê?

— Nada. Apenas gosto de praticar de vez em quando.

— Pendurada nessa posição?!

Rose estava de cabeça para baixo, com os joelhos presos por magia em um dos galhos frondosos da árvore. As pontas dos seus vastos cabelos vermelhos se encostavam levemente no chão coberto por neve e ela trazia um livro de transfiguração nas mãos, como se a posição fosse em algum momento propícia para ler.

Ela deu de ombros.

— Ajuda a me concentrar melhor.

A garota ergueu a varinha e apontou na direção da pena apoiada ao lado de Scorpius, em cima grossa toalha improvisada para piquenique.

— Vipen Darat! – exclamou.

A pena se transformou em um rato branco e gordo. O animal se balançou, reconhecendo o espaço ao seu redor com o focinho rosado. Malfoy sorriu e o pegou no colo.

Inconscientemente, o loiro também ergueu a própria varinha. Ele apontou para o rato.

— Ratado Rabbit!

No mesmo instante, o rato se transformou em um belo coelhinho negro. Rose, que mesmo de cabeça para baixo assistia a cena com certo interesse, fechou o livro.

— Como você fez isso? – ela perguntou, num misto de curiosidade e irritação.

— Eu não sei. – Malfoy respondeu.

Ele de fato não sabia.

— Não sabe?! – a menina retrucou incrédula. – Você é um hipócrita! – exclamou. – Não tem nem cinco minutos que você falou que eu não tinha motivos para estar estudando esse assunto!

— Eu não sei como eu fiz, juro! – ele insistiu.

— Corta essa, Malfoy!

Rose voltou a encarar o seu livro, em uma expressão totalmente irritada. Scorpius sabia qual era o problema da questão. A ruiva odiava não ser a primeira em tudo.

— Não fique com essa cara, Weasley. Eu não preciso mentir para ser o melhor aluno da turma. – ele disse, com acidez.

— Você não é o melhor aluno da turma.

— Claro que sou.

— Não é.

— Oh, jura? – ele provocou. – E quem é então? Você?

— Sim. – a resposta fora rápida e direta.

— Então repita o que eu fiz.

— Se eu quiser, eu repito!

— Vamos lá. Faça então!

A ruiva apontou a varinha para o pequeno coelho. Dois segundos depois ela desistiu.

— Não vou fazer isso. – falou.

— Ahá! – Scorpius comemorou. – Você não consegue!

— Claro que eu consigo. Só que esse coelhinho é muito bonitinho para virar uma taça.

Malfoy moveu o corpo para frente.

— Mentira, Weasley. Assuma pelo menos uma vez que você não é perfeita.

— Eu nunca disse que eu era perfeita! – a ruiva cruzou os braços, na defensiva. – Você que está dizendo isso!

— Você age como se fosse! – ele retrucou.

— Ah, cala a boca, Malfoy... – Rose estendeu os braços para alisar o coelhinho, quando ele pulou na sua direção – Não é bebê? – perguntou retoricamente ao bicho. – É, eu também acho que ele só fala besteiras...

O garoto tinha pelo menos mais cem argumentos para continuar discutindo com a ruiva, porém estava difícil de se concentrar com ela ali, de cabeça para baixo, com parte da pele lisa da barriga a mostra por causa da posição, olhos azuis concentrados e cabelos ainda mais desgrenhados do que o de costume, o que o loiro por algum motivo achava extremamente sedutor. Além de, claro, os lábios vermelhos, completamente ao seu alcance.

Malfoy balançou a cabeça e se levantou, agitando a varinha.

— Funemo!

E agora os dois estavam de cabeça para baixo.

— O que você está fazendo? – a ruiva indagou, ao seu lado.

— O mesmo que você. – ele respondeu. – Agora podemos discutir de igual para igual.

E sem você me distrair, ele pensou.

— Você não pode ficar assim!

— Claro que posso!

— Ah, sei... – ela concordou com ironia. – 6... 5... 4...

— O que você está fazendo, Weasley?

— 3... contando... 2...

— Contando o que exat...

Antes que o loiro completasse a frase, ele desmaiou.

— 1... – a garota finalizou a contagem. – É, eu estava certa. Outra vez.

Ela sorriu para si mesma e se liberou do feitiço que a prendia no galho, pousando graciosamente em cima da toalha. Com delicadeza, Rose acenou a varinha e fez o mesmo com Scorpius, tendo o cuidado de recosta-lo confortavelmente na árvore outra vez.

A garota observou as feições tranquilas do loiro e suspirou. Rose sabia que não deveria olha-lo por muito tempo, então desviou o rosto no mesmo instante e se direcionou para o coelho.

— Ei, vem cá.

O coelhinho mexeu as patinhas dianteiras. Rose o pegou no colo.

— Quer aprender como você nasceu? – perguntou ao bichinho, como se falasse como um bebê.

O coelho se aconchegou e Rose passou a ler o capítulo do livro de transfiguração em voz alta para ele.

— É necessário que o bruxo feche seus olhos e limpe sua mente de assuntos mais importantes. – disse. – Foque-se o máximo que conseguir no feitiço que deverá realizar. Em seu momento de concentração e foco, é necessário então que tente imaginar um objeto ou animal, dando-lhe assim o máximo de detalhes que for possível antes de, por fim, realizar o seu feitiço. – completou. – Viu, foi assim. É, eu sei que não é muito romântico.

Rose sorriu para o coelhinho e afagou as suas orelhas felpudas. Sua atenção, no entanto, fora atraída por uma agitação crescente que vinha da beira do lago. O grupo de alunos da corvinal passava por ali, conversando animadamente.

A ruiva os observou por alguns instantes, distraída, até que o seu olhar se focou numa figura realmente conhecida. Uns dois metros atrás, um garoto os seguia, com as mãos nos bolsos do uniforme e em silêncio. O corvino era alto e possuía traços firmes no rosto, o que lhe dava uma beleza madura para a sua idade. Seus cabelos castanhos estavam cobertos por alguns pingos de neve.

O garoto ergueu a mão direita timidamente e acenou para Rose, antes de abaixar a cabeça outra vez e continuar a seguir pelo seu caminho.

A ruiva acompanhou o seu andar, concentrada, analisando cada um dos seus passos.

— Vocês ainda estão juntos?

A voz grave de Scorpius tirara Rose do transe momentâneo.

— Por Merlin, Malfoy! – ela exclamou. – Quer me matar de susto?! – ralhou.

— Creio que isso não seja possível. Eu sou bonito demais para isso.

— Ha ha ha, engraçadinho...

— Mas sim... me diga, você e o Carter ainda estão juntos?

— Não sei sobre o que você está falando. – Rose desviou o assunto.

— Ah, qual é, Weasley! – o loiro insistiu. – Não se faça de idiota. Vocês viviam para cima e para baixo por aí.

— A minha relação com o Hector não é da sua conta, Scorpius. – ela o retaliou, mordaz. – E, de qualquer forma, isso é passado. Você não nos vê mais “para cima e para baixo por aí”.

— Não me parece passado para você.

Rose torceu o nariz, desgostosa.

— Você como sempre continua achando que me conhece. – ela voltou a folhear o livro de transfiguração. – Por exemplo, já que você é tão sabido e observador, como diz ser, poderia me responder quais os princípios da transformação cabalística animalesca em objetiva?

— Nome do animal + Letra “L” se a primeira letra do objeto for vogal ou “I” se for consoante + nome do objeto resultante. – o loiro respondeu rapidamente e arregalou os olhos.

Novamente a garota o fitou, visivelmente surpresa com a rapidez e precisão da resposta. Scorpius estava pronto para dizer mais uma vez que não fazia a mínima ideia de como possuía conhecimento daquela informação, porém Rose apenas estreitou as vistas.

E se, talvez, ele realmente não soubesse? Ela pensou. Era algo curioso, no mínimo. Rose lembrou-se do dia anterior e algo lhe veio à mente.

— Me fale sobre ontem... – ela pediu, mudando completamente de assunto. – Durante a prova... como você conseguiu nos diferenciar? – perguntou, interessada. – Como soube que eu era realmente a pessoa certa a escolher e não a impostora?

Scorpius se ajeitou e dobrou uma das pernas, apoiando o braço em cima do joelho. Ele pensou sobre a pergunta.

— Ela me ofereceu a mão. – respondeu com simplicidade, após alguns segundos.

Rose franziu o cenho, confusa.

— Por que teria algo de errado nela te oferecer a mão para pedir ajuda? – questionou.

— Aquela nunca seria você. – ele insistiu na resposta.

— Por quê?! – a ruiva ainda não estava entendendo. – Eu me lembro de ter te chamado várias vezes!

— Você gritou o meu nome. Pode não parecer, mas é diferente.

— Isso não tem lógica.

— Claro que tem.

— Ela te pediu ajuda!

— E eu sabia que ela não era você por causa disso.

Na mente de Scorpius aquilo era tão óbvio.

— A Rose Weasley verdadeira não me daria a mão. Não naquelas condições. – explicou. – A Rose Weasley verdadeira me puxaria para aquele buraco. E foi exatamente o que você fez. – ele pontuou, com um pouco de graça. – Você é orgulhosa demais, Rose. Nunca esperaria ser salva por ninguém além de você mesma.

Mesmo sem querer, Rose riu. Aquele era o insulto mais gentil que ela já recebera. Ou o elogio mais ofensivo. Acabou sendo divertido escuta-lo com tanta sinceridade.

— Ok, suponhamos que você realmente saiba algo sobre mim. – ela cogitou, desafiadora. – Mas, se você já sabia quem era ela... – pigarreou. – Então por que a beijou?

Era uma pergunta fácil. Scorpius não tinha motivo algum para mentir.

— Você sabe o porquê. – ele respondeu.           

A garota sentiu as bochechas avermelharem com as suas conclusões e desviou o rosto, com vergonha.

— Você é louco, Scorpius. – falou sorrindo de canto. – Não sei porque eu ainda te escuto.

O grupo de corvinos voltou a fazer barulho, mais ao longe. Outra vez, a ruiva deixou o seu olhar vagar por eles, concentrando-se nas ações do mesmo garoto de antes.

— Porque eu te conheço, Rose. – ele sussurrou a resposta à pergunta retórica da ruiva.

No seu canto, Scorpius assistiu a garota a sua frente admirar o outro cara com certo pesar. A todo olhar ansioso que a ruiva direcionava ao corvino, o nó na garganta do loiro se tornava cada vez maior. Era um verdadeiro castigo presenciar aquilo.

Demorou um pouco até Rose piscar algumas vezes e reabrir o livro de transfiguração rapidamente, na página de antes, tentando disfarçar a razão do seu desatento e voltar a sua realidade.

Ela fitou Scorpius novamente.

— Você disse algo? – perguntou.

O loiro balançou a cabeça em negação.

— Não... – ele pigarreou. – Quer dizer, só que eu acho que ele é seu agora. – mentiu.

Ele apontou para o coelho negro, de olhos vermelhos e nariz arrebitado. Rose abriu um sorriso genuíno.

— Oh, sério?! – a ruiva indagou animada. – Posso mesmo ficar com ele?

— Sim.

Ver a felicidade de Rose com o seu novo bichinho fez o peito do loiro se reaquecer. Mesmo que por apenas alguns segundos. Porém, Scorpius não podia se deixar enganar. Estava claro que dentro da ruiva os sentimentos não eram os mesmos que o dele.  

Não dava mais para permanecer ali. Malfoy se levantou, limpando a lateral das vestes com as mãos.

— Você já vai? – Rose perguntou, confusa.

— Eu... sim. – ele confirmou. – Mas não se preocupe, você vai saber onde eu estou de qualquer forma.

Scorpius ergueu o braço com a pulseira e sorriu, tentando não parecer triste. Rose sorriu de volta, mas sem entender de fato o que o garoto realmente sentia.

Malfoy já tinha se afastado alguns metros quando ela ergueu a voz e o chamou.

— Ei, Scorpius!

O loiro girou o pescoço para enxerga-la.

— Muito obrigada. – Rose agradeceu. – De verdade.

— Por nada. – ele respondeu. – Mas ele precisa de um nome.

— Ah, um nome...?

— Eu acho que ele tem cara de Max.

A garota inclinou a cabeça para o lado.

— Max? – repetiu. – Você gostou de Max, meu amor? – ele a escutou perguntar ao coelhinho. – Eu acho que eu gostei também. – completou.

Malfoy sorriu de canto, sozinho, enquanto voltava a caminhar em direção ao castelo.

— Eu sei. – falou, convicto.

Ele sempre sabia. Eram anos de observação.


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Notas finais do capítulo

As informações sobre Transfigurações não são de minha autoria. Eu tirei desse artigo aqui, bem legal, do FANDOM Biblioteca de Hogwarts:
==> http://pt-br.rpghogwarts.wikia.com/wiki/Transfigura%C3%A7%C3%A3o_6%C2%BA_ano
Deem uma olhada, vocês vão amar!

Além do mais, e aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
==> https://www.facebook.com/Mrs-Ridgeway-1018726461593381/

Beijos!