The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 16
15. Ágardis Rursisis


Notas iniciais do capítulo

Oie, bbs!

Olha quem voltou nessa história...? Eu meixma, sumida mello.
Ahaha, mil desculpas pela demora. A vida tá complicada, muitos afazeres. Mas enfim, trouxe mais esse capítulo, que tenho certeza que ces vão amar porque tá ó... sem palavras (nem parece que fui eu que escrevi ahahaha).

De verdade, espero que gostem ahahah
E não me abandonem, quero saber a opinião de vocês!

Agora vamos ao que interessa!



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— Você está mexendo para o lado errado agora!

Rose tinha uma cara emburrada.

— São quinze voltas no sentido anti-horário e quatro no sentido horário!

Scorpius rolou os olhos cinzentos.

— Você não sabe contar, Weasley? – perguntou, desdenhoso, sem alterar a voz. – Eu já estou na segunda parte. Agora é apenas para o sentido horário.

— Ainda não estamos na segunda parte. Eu não coloquei as folhas de tentáculo venenoso.

— Não se preocupe com isso, ruiva. Eu já coloquei.

A garota respirou fundo.

— Eu não acredito que você vai estragar a minha poção. – ela sibilou, entre os dentes. – Eu não acredito nisso...

— O máximo que pode acontecer é você jogar em alguém, a pessoa ficar maluca que nem eu, e você ter mais um coleguinha querido para tomar conta. E para falar a verdade eu até acho que você combina com esse negócio de ser babá. Pelo menos eu não morri até agora.

— Como eu te odeio, Malfoy.

— “eu te odeio e blá, blá, blá...” – o loiro debochou, enquanto folheava as páginas do livro de poções, em busca de mais informações. – Tá, eu já conheço essa parte.

Rose continuou cortando o próximo ingrediente, enquanto Scorpius mexia a poção com certo tédio. Andando lentamente, Slughorn passou pelos dois. O professor acenou com a cabeça, em aprovação, aparentemente satisfeito com o resultado da dupla.

Malfoy sorriu de canto, superior.

— Não ouse abrir a boca. – a ruiva o advertiu.

Scorpius apenas prendeu o riso e deu de ombros, dando retorno ao seu trabalho enfadonho. Já na frente da sala, Slughorn bateu palmas, chamando atenção dos alunos.

— Bom, pude ver que alguns trabalhos estão bem adiantados. – comentou. – Alguns, inclusive, me pareceram muito bons. – ele piscou na direção do loiro. – Então acho que já posso adiantar uma coisa interessante para vocês.

O professor ergueu um frasco ocupado com líquido azul. O brilho da poção era diferente, cintilante, e reluzia em contraste com a iluminação abafada da masmorra.

— Alguém sabe me dizer que poção é essa? – perguntou o mestre.

Algumas pessoas levantaram as mãos.

— Poção Wiggenweld – respondeu Ronan Macmillan, um garoto franzino da lufa-lufa, observando a coloração do líquido.

O professor negou com a cabeça.

— A Poção do luar. – Bonnie disse, duvidosa.

Slughorn negou mais uma vez. Os outros alunos pareceram perder a coragem de chutar alguma outra resposta.

O homem corpulento apoiou-se na mesa.

— Mais alguém? – seu olhar estava direcionado para um lugar específico.

Ao lado de Scorpius, Rose franziu a testa, encarando a poção. Ela se ajeitou no assento do banco, ainda com a faca nas mãos sujas de seiva de abútua, e devagar, a garota ergueu os dedos finos.

Slughorn a encorajou com a cabeça.

— Sim, Srta. Weasley.

— Ágardis Rursisis. – a ruiva respondeu. – A poção da transformação.

— E você poderia me dizer por que ela é conhecida por esse nome?

— Porque quem a toma, torna-se capaz de se transformar em qualquer elemento, ser ou matéria que desejar, até que o seu objetivo seja cumprido.

O professor sorriu, satisfeito.

— Dez pontos para a grifinória. – disse.

Rose sorriu de canto, minimamente satisfeita. Slughorn voltou-se para a classe novamente.

— A Ágardis não é realmente uma poção fácil de se identificar. Seus ingredientes são raros e ela é muito difícil de ser preparada. Leva cerca de três solstícios para que o seu ciclo de maturação se complete, e mais alguns meses daí então até que ela esteja completamente pronta. – explicou. – Um erro mínimo na dosagem dos seus ingredientes e os efeitos reversos podem ser devastadores. Alguns ingredientes dessa poção são extremamente poderosos.

A ruiva engoliu a saliva com certa resistência, no seu canto. Scorpius a observou, de rabo de olho, interessado na reação incomodada.

— Porém, se feita de maneira correta, a ágardis é capaz de levar um bruxo do declínio ao sucesso, basta que ele saiba muito bem qual é o seu objetivo.

— Então ela funciona como a félix felicis? – indagou o mesmo lufano.

— Não, meu caro, ela vai um pouco mais além. – o professor respondeu. – A félix felicis é uma poção especial, ela te proporciona sorte durante o seu efeito. Eu diria que a ágardis rursisis mantém essa sorte. Ela te transforma naquilo que você deseja ser, independentemente de qual seja o seu desejo. – explicou. – Por isso eu pergunto a vocês, qual o principal ingrediente dessa poção?

Algumas cabeças balançaram em negação. Mais uma vez, Rose respondeu.

— O principal ingrediente dessa poção é o objetivo do bruxo. – disse – Por isso ela é tão difícil de ser preparada. A ágardis só pode ser mensurada por quem irá bebê-la, e apenas por essa pessoa. E O bruxo precisa ter total convicção do que deseja se transformar no fundo da sua alma. Caso o contrário, a poção não funcionará. Pelo menos não até que a pessoa se decida sobre qual é o seu maior objetivo.

A sala inteira parou em silêncio, reflexiva, inclusive Scorpius, que agora encarava a ruiva abertamente, impressionado com as informações e ainda pensativo sobre a sua postura.

Slughorn conferiu o seu relógio de pulso.

— Obrigado, Srta. Weasley. – o professor agradeceu.  – Bom, acho que terminamos por aqui. – disse. – Gostaria de um pergaminho de quarenta centímetros para a próxima aula, sobre as propriedades mágicas da ágardis rursisis e sobre o que os senhores provavelmente desejariam, caso pudessem prepara-la.

Os alunos assentiram e passaram a arrumar os seus pertences.

 

 

...

 

 

Já havia mais de uma hora desde o fim da aula de poções e todos os alunos naquele momento deveriam estar no grande salão, iniciando o jantar. Scorpius se adiantou pelo corredor vazio, pretendendo fazer o mesmo, quando avistou quem ele queria mais a frente, dobrando a esquina.

O garoto correu até a ruiva.

— Weasley! – ele chamou, porém a garota continuou a andar sem encara-lo. – Rose...

Scorpius a segurou pelo braço. Os olhos azuis da menina o fitaram e a respiração de Malfoy se acelerou.

— Eu queria falar com você.

— Não temos nada para falar, Malfoy.

— Ah, temos sim! – ele insistiu. – Por que você ficou tensa durante a explicação do Slughorn mais cedo? – indagou, ofegante. – Como você conhece tanto sobre essa poção?

Rose suspirou. Malfoy podia jurar que havia algo de muito errado com a garota naquele momento.

— O principal ingrediente da ágardis é o pó de rursus. É extremamente raro e muito mais difícil de se conseguir do que qualquer coisa por aí. – disse, séria.

A ruiva cruzou os braços.

— O Pó de rursus sozinho não necessita de maturação. – continuou a explicação. – É o último ingrediente da ágardis. Ele que concerne ao bruxo a realização do seu objetivo. Mas, também é ele que geralmente é responsável por todos os acidentes com quem o utiliza. É um ingrediente extremamente reativo.

Rose virou o rosto. Parecia envergonhada naquele momento. Scorpius continuou parado, esperando que ela dissesse mais alguma coisa. Contudo a ruiva se emudeceu.

Então, aos poucos, sua ficha de Malfoy foi caindo.

— Você usou o pó de rursus na sua poção, no dia do acidente.

A ruiva assentiu com a cabeça.

— Mamãe e eu construímos a base da poção usada para as fotografias, mas ainda faltava algo. Algo que não sabíamos o que era. Então eu procurei o professor Slughorn e contei a ele a minha ideia de iniciar um jornal, então ele me presenteou com um frasco. – ela falou. – Desde quando eu comecei o Diário de Hogwarts, meu objetivo sempre foram os melhores textos e os melhores ângulos. Eu sempre encarei como um trabalho e sempre quis que tudo fosse o mais perfeito possível. Eu não queria que as imagens fossem menos do que isso. – a voz da garota parecia cada vez mais culpada, principalmente quando ela desviou o olhar. – Eu só não imaginava que...

Rose não conseguiu terminar a frase. Ela largou os braços mais uma vez e passou a mão pelos cabelos vermelhos.

— Weasley, o que você desejou naquele dia? – o loiro questionou. – O que você desejou no dia do acidente do ginásio?!

A garota não respondeu, apenas voltou a baixar a cabeça. Malfoy compreendera a resposta.

— Você desejou que eu caísse da vassoura.

Rose inflou o peito de ar, nervosa. O loiro podia jurar que a menina estava se controlando para não chorar. Ele mesmo fora enchendo-se de cólera. Os sentimentos dentro de si estavam confusos e Scorpius se sentia extremamente decepcionado.

Um tolo, na verdade, como sempre fora quando se tratava de Rose Weasley.

— Você quis que eu caísse!

— Não foi bem assim! – ela se defendeu, voltando a encara-lo. – Estava chovendo demais, algumas coisas não tinham dado certo durante o dia! Eu estava irritada e você lá, se exibindo no ginásio... eu... não era isso que eu queria, mas ficou tudo muito confuso! Eu não sei o que aconteceu na minha mente, mas ver você cair não era o meu objetivo!

Mas Scorpius estava incontrolável.

— Realmente, você me odeia...

Ele se afastou em direção ao lado oposto do corredor vazio. Rose andou atrás dele, rápida, até ultrapassa-lo.

— Não, Scorpius, por favor, não... não pense assim... eu – ela tocou os ombros do loiro. – Eu não te odeio... 

As mãos da ruiva tremiam quando ela as desceu até o peito de Malfoy, arranhando-o levemente durante o percurso. A pele do garoto se arrepiou, involuntariamente.

— Eu não te odeio! – ela bradou, pontuando violentamente o tórax de Scorpius com o dedo indicador, obrigando-o a dar alguns passos para trás até se encostar na parede gelada atrás de si. – Ainda que eu devesse te odiar, eu não te odeio, droga!

Scorpius segurou os dois pulsos da menina com firmeza e a puxou até que os seus corpos se colassem. Rose ergueu o rosto para cima e os seus olhos azuis se focaram nos cinzentos de quem a detinha com tanto afinco.

Os dois estavam ali, sozinhos naquele corredor, no início da noite. Ainda que estivesse com raiva e muito magoado, haviam coisas que eram difíceis de se controlar, principalmente para Malfoy.

Ele soltou as mãos da ruiva e as deslizou pelos braços da garota. A Weasley sentiu o seu corpo reagir no mesmo instante, quente.

— Por que desejou que eu caísse, Rose? –  Malfoy questionou, em um sussurro próximo a orelha da menina.

Antes mesmo que ela respondesse, devagar, o garoto desceu a sua boca rumo a pele exposta do pescoço de Rose. As pernas da ruiva ameaçaram bambear, contudo ele permaneceu a apoiando-a pelos braços.

— Se você não me odeia, por que desejou que eu caísse?

— Eu não desejei. Eu nunca desejaria isso. – a ruiva tentou passar o máximo de sinceridade que podia, deixando que as suas pálpebras caíssem lentamente, embalada pela respiração quente de Scorpius ao longo da pele do seu pescoço.

Os lábios do loiro guiaram-se então até a clavícula de Rose, por cima do tecido do uniforme da grifinória. Suas mãos grandes e ágeis a puxaram ainda mais, dessa vez pela cintura. 

O coração de ambos batia sincronizado naquele momento.

— Me diz o que você deseja, Weasley... – era praticamente uma súplica do loiro. – Por favor, me diga o que você quer...

Das mil respostas que passaram pela mente de Rose, ela escolheu a que mais aliviaria o seu coração. A ruiva roçou o seu nariz no de Scorpius, devagar.

— Que você acredite em mim. – disse baixinho.

Malfoy acordou com a cabeça, ainda que sem saber porquê.

— Eu acredito.

Então Rose sorriu e esticou-se na ponta dos pés, antes de jogar os braços ao redor do pescoço de Malfoy, e o abraçar com uma vontade imensa. Havia anos que ela não fazia aquilo. Pelo menos não naquele contexto. Scorpius sentiu os dedos da ruiva apertar os músculos das suas costas com afinco, mas, ainda assim com a delicadeza que ela sempre fizera questão de esconder. Ele retribuiu o toque carinhoso com a mesma intensidade, apertando ainda mais ao redor da cintura da garota.

Scorpius sentiu que poderia ficar ali para sempre, dentro daquele abraço, mas, alguns segundos depois o loiro percebeu que tinha algo de errado. Nos seus ouvidos, uma leve melodia entoou. A mesma melodia que ele escutara duas semanas antes.

Rose se afastou de súbito.

— O que está havendo...? – ela perguntou devagar, com a voz estranhamente abatida.

— Está começando a segunda prova. – ele respondeu com convicção, vendo-a ficar cada vez mais pálida. – Rosie, você está bem?

A ruiva deu dois passos para trás, se afastando ainda mais dele.

— Eu... eu me sinto estranha. – respondeu assustada.

Em uma fração mínima de tempo, a imagem de Rose foi se apagando aos poucos, como se fosse um fantasma. Desesperado, Malfoy tentou toca-la, sem sucesso, pois, sua mão atravessou o ar como se a garota fosse um holograma.

— Rose! – ele gritou, aflito.

Mas não houvera resposta. Rose Weasley desapareceu da sua frente, como se nunca tivesse estado ali antes.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
==> https://www.facebook.com/Mrs-Ridgeway-1018726461593381/

Beijos!