The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 14
13. Tic-tac


Notas iniciais do capítulo

Oie bbs!

Como vão vocês? Desculpem a demora. Vida corrida. Mas temos aqui mais um capítulo, espero que gostem.

Agora vamos ao que interessa!



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Era início de tarde, mas o Beco Diagonal estava repleto de neve. Cristais de gelo caiam do céu quando Neville Longbottom aparatou, acompanhado de dois adolescentes. Os três se dirigiram até a entrada do Profeta Diário com certa pressa.

 O professor de Herbologia encarou os garotos.

— Bom, aqui é onde eu deixo vocês.  – ele disse.

O olhar de Rose fora quase uma súplica neste momento. Neville sorriu e se aproximou dela, protetor. Ali ele não era o seu professor e sim a figura mais perto do paternal que a garota poderia ter.

O homem passou a mão pelos cabelos vermelhos da menina.

— Ei, vai dar tudo certo! – a tranquilizou.

— É o que eu espero... – ela respondeu desanimada.

Rose esfregou os braços, desconfortável. Apesar de todo os tratamentos da semana, sua mão ainda estava machucada, o que a impedia de escrever com a mesma mobilidade de sempre.

— Por sinal, eu não pude parabenizar a você, especificamente, pelo desempenho na disputa na semana passada. – disse o homem. – Não deve ter sido fácil.

A ruiva sorriu, agradecida.

— Bom, está na minha hora. Eu tenho que ir. – falou. – Vocês dois, juízo!

Scorpius, um pouco mais afastado, sorriu de canto e assentiu com a cabeça.

— Até breve. – Rose se despediu.

— Até!

Neville retornou ao beco e seguiu em direção ao Caldeirão Furado. Rose permaneceu parada, praticamente estática, vendo-o se afastar até que a silhueta do professor já não fosse mais visível a olho nu.

A ansiedade e o medo de fracassar voltou a crescer dentro do peito da ruiva.

— Weasley?!

A voz de Malfoy despertou a sua atenção. A garota virou-se para dentro da redação.

— Estão te chamando. – Scorpius avisou, de braços cruzados.

Dispersando os pensamentos, a ruiva partira em direção ao mesmo caminho que fizera da última vez em que estivera prédio.

— Weasley? – o garoto chamou mais uma vez.

— O quê?! – ela se virou para encara-lo, irritada.

Malfoy riu.

— É por ali. – ele apontou para o lado oposto.

Rose passou a mão pelo rosto.

— Eu... – suspirou. – Eu só estou nervosa.

O loiro pensou por um breve segundo e se aproximou de Rose.

— Como está sua mão? – perguntou.

— Ótima. – ela respondeu com altivez.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Scorpius ergueu as sobrancelhas, duvidoso e a ruiva o analisou por alguns segundos. O garoto estava muito bem vestido, como sempre, dentro de um sobretudo preto de algum tecido muito caro que a menina não sabia o nome. Rose não sabia se vê-lo naqueles trajes sofisticados a agradava ou a deixava mais desgostosa.

Ela se aproximou outra vez, a passos lentos.

— Eu espero que você não invente de aprontar nenhuma gracinha desta vez, Malfoy.

O tom de voz de Rose fora preciso, quase letal. Scorpius sentiu algo formigar dentro de si.

— É mesmo? – a provocou, diminuindo um pouco mais a distância entre os dois. – E se eu quiser?

— Neste caso, eu irei parar em Azkaban. E você, enterrado no fundo do lago negro.

— Não me desafie, Weasley.

— Considere-se avisado.

Malfoy sorriu abertamente, enquanto retirava as luvas pretas de couro.

— Pode ficar tranquila, ruiva. Não irei fazer nada que possa te prejudicar desta vez.

— Espero mesmo.

Rose deu dois tapinhas no maxilar de Malfoy, bem de leve. Rápido, ele segurou o pulso não machucado da garota com firmeza e a encarou. Seus olhos acinzentados pairaram no rosto da ruiva, nebulosos, cheios de algo que ela não soube ou não quis identificar o que era. Outra vez eles estavam muito perto um do outro. Somente naquele mês suas peles haviam se tocado muito mais do que nos três últimos anos.

A voz masculina soou, rouca e devagar.

 – Se eu fosse você, eu me concentraria em não morrer no meio da prova, ruiva.

— Tenha certeza que não te darei esse gostinho. – ela rebateu.

O loiro sorriu mais uma vez. Seu hálito quente arrepiou os pelos da têmpora de Rose.

— Uma pena... – sussurrou. – Mas sempre há esperanças.

Rose virou o rosto na direção de Malfoy e houve um breve momento em silêncio, onde ambos permaneceram a se encarar. Dada a proximidade excessiva, e talvez algumas outras coisas, a temperatura dos corpos se elevou. Seus narizes quase se tocaram e os lábios de Rose se moveram de leve, como se ela pretendesse dizer algo.

Porém, a ruiva puxou o braço de volta e se afastou, em direção a sala da avaliação.

 

...

 

— Meia hora.

O avaliador avisou em alto e bom som. Rose sentiu o seu corpo tremer mais do que antes. Se o tempo continuasse passando assim ela não conseguiria terminar o seu artigo.

— Droga, droga, droga... – ela sussurrou, nervosa.

Sentado mais atrás, do outro lado da divisão, Scorpius e mais alguns outros acompanhantes esperavam na primeira fileira da plateia. O grande relógio na parede confirmava o aviso do avaliador, preciso. De onde estava, o loiro percebeu a ansiedade de Rose. Foi quase impossível não se deixar abalar pelo olhar desesperado da menina.

No mesmo instante Scorpius se sentiu culpado. Se Rose estava ali, tendo que refazer o seu texto, foi graças a idiotice que ele fizera semanas atrás, por pura vingança. E saber que estava doente por causa da ruiva poderia até amenizar a sua razão, mas não amenizava em nada o seu erro. Scorpius não era assim, nunca fora. Fazer mal a alguém estava fora das suas necessidades. Principalmente a Rose.

Agora era ele que estava nervoso.

— Tic-tac... – um bruxo mais velho sibilou ao seu lado, animado.

— O que disse? – o loiro indagou.

— Tic-tac. O tempo está acabando, não é mesmo?

Scorpius se perguntou porque dera o azar de sentar justo do lado de um maluco.

— Eu sei que você quer ajudar a sua amiga. Ela parece bem embaraçada ali.

O loiro encarou o homem estranho, de nariz em pé.

— Ela vai conseguir. – rebateu, embora não acreditasse muito no que dissera.

O velho balançou a cabeça em negação, duvidoso.

— Acho difícil. Oh, muito difícil. – contestou. – Ela não vai conseguir. Pelo menos não escrevendo devagar daquele jeito. As feridas ainda doem, coitada. – sussurrou.

Agora as coisas estavam realmente esquisitas, pensou Malfoy. Ele deixou-se assustar com o velho.

— Como você sabe das...

— Shhh, isso ainda não te interessa. – o bruxo o interrompeu. – O que importa é que você pode ajuda-la. – ele assentiu com a cabeça. – Sim, você pode.

— Como?!

— Não está vendo ali em cima?

O homem apontou para o mezanino perto do grande relógio. Scorpius olhou na direção que ele indicara. Havia apenas alguns cacos de flores vermelhas, com o bulbo alaranjado.

— Aquelas belezuras são conhecidas como lírios de fogo africano. – o velho completou. – Não são lindas?

— Sim. – o garoto concordou impaciente. – E daí?

— E daí meu caro, que, apesar de lindas e vermelhas, elas são extremamente venenosas. Assim como a sua garota.

O homem abaixou mais ainda o tom de voz.

— Um simples toque em uma das pétalas e bum! – ele sacodiu as mãos em excitação. – Teríamos uma chuva ácida nessa sala.

Era uma ideia genial. Uma ideia genial vinda de um louco. Scorpius estava tentado a aceita-la, embora não fizesse a mínima ideia de onde aquele velho tinha saído, nem muito menos o que ele estava pretendendo ali.

O loiro se ajeitou na cadeira, incomodado, e encarou o velho mais uma vez.

— Quem é você?

— Alguém que acredita que todo mundo pode se redimir.

— Mas... – Scorpius franziu o cenho, receoso. – E... e se machucar alguém?

O homem se levantou, com o chapéu encardido na mão esquerda. Ele sorriu de canto.

— Você sabe o que fazer, Sr. Malfoy.

Com uma piscadela, o velho foi embora.

 

 

...

 

 

Um dos guardas do Profeta Diário sinalizou uma saída a direita.

— Venham todos por aqui!

A sala estava repleta de gás tóxico.

Faltando cerca de quinze minutos para o fim da prova, Scorpius se ausentara da sala para ir ao banheiro. Dentro do boxe, ele dera um jeito de conjurar uma taça e enchê-la de água. Logo depois, ele transfigurou o líquido em uma solução alcalinizante para a cura de soluços, que aprendera no segundo ano, em uma das aulas de poções. Essa foi a parte fácil.

 O loiro precisava levar aquilo de volta para dentro da sala da prova sem que ninguém percebesse. Disfarçadamente, por baixo do sobretudo negro, Malfoy usou a transfiguração mais uma vez. Dessa vez para substituir um dos pequenos adornos que descansava um pouco acima dos cacos de lírios, no parapeito da janela.

Um aceno rápido de varinha e o cálice atingiu o primeiro vaso de flores, lá no alto. O ácido que seria expelido reagiu com o líquido, se transformando em vapor. O cheiro permanecia bem ruim e fazia os olhos lacrimejarem de ardor, mas, pelo menos, ninguém fora realmente ferido.

Menos de cinco minutos depois e todos saiam do escritório em fila indiana. Já do lado de fora, os acompanhantes foram separados dos competidores mais uma vez. Scorpius viu Rose ser conduzida por uma funcionária do jornal para outra sala, junto com os outros participantes. O seu rosto estava envolto em um feitiço cabeça de bolha e os cabelos mais revoltos que o de costume.

Porém, fora isso, a garota parecia muito bem.

— Vocês, por favor! – o mesmo guarda chamou os acompanhantes. – Me acompanhem por aqui!

Scorpius se espremeu por meio de alguns pais, avós e companheiros, no corredor. Ele avançou, rápido, até alcançar o guarda. O loiro pôs uma mão no ombro do homem.

— Ei, me desculpe, mas para onde levaram os participantes? – perguntou.

— Para a sala da direção. – o guarda respondeu. – Eles irão receber um tempo a mais para terminar a prova lá, por causa do incidente.

— Ah, hum, obrigado pela informação...

O garoto se afastou, com um sorriso maroto no rosto.

 

 

...

 

Rose deu as caras no Beco Diagonal com um sorriso enorme no rosto.

— Eu acho que consegui! – ela disse, empolgada, sem se importar de estar desabafando sua satisfação com Malfoy.

Scorpius tirou o pé que apoiava da parede, mas permaneceu com as mãos nos bolsos do sobretudo.

— Você não fez mais do que a sua obrigação, Weasley. – ele disse, impassível.

— Como você consegue ser insuportável mesmo nas melhores horas possíveis? – ela rebateu, sarcástica.

O loiro deu de ombros.

— É uma vocação.

Rose rolou os olhos azuis e saiu na frente, o ignorando outra vez. Mais atrás, Scorpius deixou-se sorrir de canto ao vê-la se afastar saltitante, emanando felicidade.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?!
Me contem aqui nos comentários! Eles são muito importantes para a evolução da história! (e podem ajudar a postagens mais rápidas ;] )

Para quem não conhece ainda, eu tenho uma página onde posto os links das histórias, alguns spoilers de vez em quando, umas novidades também... Dá uma chegadinha lá!
==> https://www.facebook.com/Mrs-Ridgeway-1018726461593381/

Beijos!