Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 48
Capítulo 48 - Ruthless heart




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Capítulo 48 - Ruthless heart 



CAMILLA SCHMIDT 




Charles respirou fundo, ainda chocado com o que eu tinha falado.

— Você é impossível Camilla Schmidt, — ele resmungou — não acho que nenhuma palavra que eu fale agora vai te convencer a ir embora, e bem, não temos um lugar seguro para você-

— Exatamente. — sorri, sentindo que tinha ganhado a discussão ao ver meu irmão se render ainda que contragosto.

— Preste atenção, eu quero que você fique segura acima de tudo. Eu não duvido das suas capacidades de combate Camilla, Richard me contou o que você fez para fugir da Mansão Malfoy, mas por favor, tome cuidado,

— Eu vou tomar cuidado, contanto que você também tome cuidado.

Charles ergueu a sobrancelha e sorriu, por fim.

— Desculpe interromper, — Harry se aproximou de nós — Cam, você sabe onde Rony e Hermione foram parar?

Olhei para ele confusa.

— Ah, eu me lembro de ver eles saírem da sala apressados falando sobre um banheiro. É estranho não?

— Tudo bem, eu vou continuar perguntando. — Harry murmurou, ainda confuso.

— Camilla tome. — Charles disse colocando minha antiga varinha em minhas mãos.

— Obrigada. — sorri brilhantemente para ele.

Arrastei Charles para perto da família Weasley, olhei para Gina, que agora parecia estar mais calma.

— E então, você vai conseguir ficar?

— Mamãe falou que eu posso ficar aqui, contanto que fique aqui na Sala Precisa. — Gina revirou os olhos e eu dei um meio sorriso — Se ela acha que eu vou ficar trancada aqui…

Nós se retiramos da Sala Precisa e se reunimos no Salão Principal, senti meu coração se aquecer ao ver os professores ali, não tinha a mínima ideia de como tinha sentido falta de cada um deles - menos do inspetor Filch, mas ele era outro caso. A Professora da Grifinória, Minerva Mcgonagall tomava conta da situação, nos informando o que tinha acontecido e nos dando instruções.

— Onde está o Professor Snape? — uma garota da Sonserina perguntou.

— Para usar uma expressão popular, caiu fora. — a professora respondeu friamente.

Abri a boca chocada e dei um sorriso olhando para os meus amigos comemorando. Só eles sabiam o terror que Hogwarts tinha se tornado nas mãos de Snape. Era meio surreal que ele simplesmente tivesse largado seu cargo como diretor de uma hora para outra, mas eu resolvi não questionar, talvez fosse melhor assim.

—  Nós já colocamos proteções ao redor do castelo, —  dizia a Professora McGonagall, — mas é improvável que se mantenham por muito tempo a menos que as reforcemos. Então, eu preciso pedi-los que saiam rápido e calmamente, façamos como os monitores…

Pude perceber que enquanto falava a professora olhava desconfiada para Charles, mas mesmo assim, ela deixou quieto. Algo me dizia que ela sabia que ele tinha abandonado Voldemort. Perguntei-me mentalmente se o Professor Dumbledore não tinha conversado com ela sobre a minha família em algum momento…

—  Eu sei que vocês estão se preparando para lutar —  a voz ecoou por todo o salão, por um reflexo meu irmão me abraçou como se aquilo fosse me proteger de qualquer coisa — Seus esforços são fúteis. Vocês não me podem lutar comigo. Eu não quero matá-los. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue bruxo.

Senti meu estômago se dobrar ao ouvir os gritos assustados dos alunos. Perguntava-me se Voldemort já sabia que Charles estava aqui, esperava de coração que não fizessem nada contra o meu irmão. Charles tinha planos para a vida dele depois disso, ele pretendia se casar com Daphne Greengrass…

— Entreguem-me Potter. E ninguém será machucado. Entreguem-me Harry Potter e eu deixarei a escola intacta. Entreguem-me Harry Potter e vocês serão recompensados. Vocês têm até a meia-noite.

Olhei para Harry em estado de alerta, ele também parecia estar aterrorizado.

— Mas ele está ali! Potter está ali! Peguem ele!

Me desenvencilhei do abraço de Charles, e junto dos grifinórios, eu me coloquei na frente de Harry, apontando a minha varinha contra Pansy Parkinson. O Salão Principal estava uma enorme bagunça com várias varinhas empunhadas para todas as direções, os alunos da Sonserina estavam ao lado de Parkinson, enquanto os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa apenas olhavam para ela.

A Professora McGonagall logo interveio.

— Obrigado, Senhorita Parkinson. —  disse a Professora McGonagall curtamente. —  Você deixará o Salão primeiro com Sr. Filch. Se o resto de sua Casa quiser seguí-la…

Uma série de alunos deixaram o Salão, sendo que os alunos da Corvinal começaram a se movimentar para sair logo depois dos da Sonserina.

— Srta. Schmidt. — a Professora McGonagall me analisou por alguns momentos — Não vai se juntar aos seus colegas?

— Não senhora, — respondi calmamente — estou aqui para lutar ao lado de Harry.

— E o Sr.? — ela ergueu a sobrancelha olhando para Charles. — Não estava foragido dos comensais?

— E estou senhora. — Charles respondeu tranquilo, embora eu soubesse que ele também estava ansioso — Mas não posso deixar minha irmã lutar sozinha, e como não consegui convencê-la a ir embora, irei ficar.

— Então vocês não se importariam de auxiliar na evacuação de alunos, certo?

— De forma alguma. — dei um sorriso tímido.

A professora acenou com a cabeça, se distanciando.

— Alunos do primeiro ano da Corvinal! — falei em voz alta — Façam uma fila atrás de mim, eu ficarei responsável por escoltar vocês para fora do castelo em segurança.

Depois de certo burburinho, alguns pequenos fizeram fila atrás de mim. Dei um sorriso triste ao pensar que aquele era o primeiro ano dos pequenos na escola, eles definitivamente não mereciam passar por isso.

— Alunos do segundo ano da Corvinal, por favor, façam uma fila. — fiz um gesto com a mão pedindo para que ele se aproximassem. — Charles, você pode cuidar do terceiro e do quarto ano?

Meu irmão assentiu, se levantando para chamar os alunos.

— Certo, me sigam por favor, peço que vocês não desviem o caminho e façam silêncio.

Os alunos assentiram e em silêncio enquanto eu liderava o caminho com a varinha empunhada, era um caminho bem longo, se locomover do Salão Principal até o sétimo andar, mas mesmo assim eu o fiz sem reclamar.

Guiei os alunos, sempre parando para verificar se não tinha deixado ninguém para trás já que as escadas viviam mudando de direção e eu temia muito deixar um pequeno ou outro perdido em meio aquele caos.

— Chegamos. — anunciei me dando de cara com o Professor Flitwick controlando a passagem de alunos pelo túnel — Se vocês seguirem até o final daquele túnel, vão parar em um bar chamado Cabeça de Javali, ele fica em Hogsmeade, lá vocês estarão seguros. Vão até o Professor Flitwick, ele saberá aconselhá-los.

Suspirei aliviada ao perceber que eu tinha levado todos os alunos em segurança até a Sala Precisa.

Virei-me de costas e sai da sala, começando a andar pela escola. Por pura sorte, acabei encontrando Harry conversando com Aberforth.

— Harry. — corri na direção dele, interrompendo a conversa. — Você conseguiu achar o diadema?

— Ainda não, eu estou procurando, na verdade eu… — o olhar de Harry se desviou de mim e eu me virei para trás para ver o que ele olhava. — Onde vocês estavam?

Era Rony e Hermione que se aproximavam com os braços cheios de enormes objetos amarelos e sujos.

— Na câmara secreta. — Rony respondeu.

Sorri para os dois enquanto eles explicavam o que tinham feito e como tinham conseguido entrar na câmara.

— Nós acabamos com outra horcrux. Hermione a apunhalou. — Rony disse mostrando os restos da Taça de Helga Hufflepuff. 

— Genial.

— Mas e aí, quais são as novidades?

— Eu sei como é o diadema, e eu sei onde está, —  disse Harry, falando rapidamente. — Ele escondeu exatamente onde estava meu velho livro de Poções, onde todos esconderam coisas por séculos. Ele pensou que era o único que poderia achar isso. Vamos.

Abri a minha boca surpresa, os três olhavam para mim esperando que eu me juntasse a eles.

— Me desculpem, mas eu estava ajudando a evacuar as crianças, não posso ir sem ter a certeza de que todos já foram evacuados. — disse mordendo o lábio de nervoso.

— Mas a esse momento a evacuação deve ter acabado. — Hermione comentou.

— Eu não sei, garanti a Professora McGonagall que iria cuidar da evacuação-

— Tudo bem. — Rony comentou.

— Eu irei descer até o Salão Principal, se eu não encontrar mais nenhum aluno, irei até a Sala Precisa.

— Mas você sabe como abrir a Sala? — Harry questionou e eu dei um pequeno sorriso.

— Eu ouvi Neville explicando brevemente sobre como a Sala funciona, eu só vou precisar desejar um lugar para esconder algo. Não deve ser tão difícil. Agora se me permitem.

Os três acenaram com a cabeça e eu me pus a correr, não queria desperdiçar mais tempo. Desci as escadas em disparada tentando chegar ao Salão Principal o mais rápido possível, hora ou outra eu tropeçava por causa do tremor das paredes ou simplesmente descia a escada errada. Dei uma bela volta ao redor da escola quando finalmente retornei ao Salão Principal.

— O que está fazendo aqui criança? — a Professora Sprout ergueu suas sobrancelhas ao me ver com a respiração acelerada — A evacuação já acabou, alguém precisa ir até a Sala Precisa selar a saída para que nenhum comensal da morte entre no castelo. 

Assenti, sem a capacidade de falar nada, estava com a respiração muito ofegante para tal coisa, me virei de volta para as escadas, querendo chorar de descontentamento e comecei a subir tudo de novo, até o sétimo andar.

Por quê os fundadores de Hogwarts colocaram a Sala Precisa tão longe? Me questionei enquanto subia as escadas, afundando meus pés em degraus que já estavam extremamente velhos. Sentia meu coração parar de bater cada vez que ouvia gritos de pavor, ou quando o castelo sacudia. A batalha estava acontecendo, afinal das contas.

— Eu desisti de subir todos esses lances de escada novamente. Por quê eu não fiquei com eles? Arg — resmunguei enquanto caminhava em direção ao corredor da Sala Precisa, estava tão distraída que soltei um grito quando vi Harry se chocar em uma parede com uma… vassoura? 

Franzi o cenho sem conseguir acreditar.

— Por Merlin, Harry, está tudo bem? — corri em sua direção e o abracei forte, tinha sentido medo de por um breve momento que ele tivesse se machucado seriamente ao se chocar com a parede — Você se machucou eu sei alguns feitiços de cura-

— Está tudo bem Cam. — Harry murmurou retribuindo o abraço.

Afundei meu rosto no ombro dele, dando um suspiro aliviado.

— Crabbe...Onde está Crabbe? — fiquei petrificada ao ouvir a voz de Draco, sem coragem de o encarar eu permaneci no abraço de Harry.

— Ele morreu Malfoy.

Crabbe morreu? Como?

— Potter, solte a minha garota. — Malfoy disse rudemente, dando uma cotovelada nas costas de Harry o empurrando para longe de mim, meus olhos por fim, encontraram os orbes cinza dele. — Cammie.

— O quê você está fazendo aqui? — murmurei, sem conseguir desviar olhar, alheia demais para perceber que Draco segurava o meu rosto com delicadeza, ou para perceber que ele tinha me chamado de minha.

Harry do outro lado, nos olhava com descrença.

— Você precisa sair daqui Cammie, eles vão te machucar e-

Franzi meu cenho, tentando me afastar de Draco, que me puxava cada vez mais para perto dele.

— Por quê vocês estão todos contra mim hoje? Eu não vou ir embora.

— O seu pai vai vir para cá. — Draco lutava contra o estado de choque para me convencer a ir embora.

— Pode parar por aí, eu não vou ir, não importa o que disser.

Os olhos de Draco ficaram enevoados, eu fiquei perdida por um tempo naquele cinza, até que ele se pronunciasse.

— Eu não vou aguentar ver você morrer Camilla, eu não-

— Malfo-

Antes que eu pudesse sequer interrompê-lo, Draco forçou seus lábios contra os meus, me puxando para seu colo. Senti como se todas as minhas barreiras desmoronassem, deixei que meus dedos percorressem a bochecha pálida dele e fosse parar em seus fios loiros. Cada toque, cada vez que nossas línguas se encostavam, eu podia sentir meu corpo entrar em chamas. Eu podia sentir a paixão queimar em mim como se nada estivesse diferente entre nós, como se não houvesse nada de errado.

Mas havia.

Tudo estava errado.

— Nós não podemos. — me afastei dele, empurrando seu peitoral. Corei, ao perceber que Harry, Rony e Hermione estavam assistindo aquilo.

Os olhos de Draco marejaram, eu nunca tinha visto ele assim, tão vulnerável e impulsivo.

— Eu não posso deixar que você vá lutar e acabe morrendo, Cam, você é muito importante para mim-

Ele sussurrou, colando nossas testas, como costumávamos fazer no quarto dele no sexto ano. Senti um arrepio atravessar todo o meu corpo com aquela proximidade desconcertante.

Antes que eu pudesse impedir, ele me abraçou e repousou sua cabeça loura em meu ombro. Com o coração na boca, eu olhei para meus amigos com as bochechas ardendo de vergonha, o trio também estava desconfortável com aquela cena, embora Hermione tentasse disfarçar o sorriso de canto.

— Se você for embora, eu não vou ter nada. Eu perdi tudo Cam, tudo.

Foi a vez dos meus olhos marejarem, eu definitivamente nunca tinha visto ele daquela forma.

— Você tem os seus pais, Draco, e você sabe muito o que eles pensam-

— Por favor, não me lembre dos meus pais.

Suspirei, mordendo o meu lábio.

— Cam, nós temos que ir. — Harry sussurrou e eu pedi que ele esperasse fazendo um gesto com as mãos.

— Draco. — sussurrei seu nome, segurando seu rosto com as minhas mãos, o loiro me olhou receoso.

— Você é indomável, sabia? Garotas como você assustam, porque eu nunca sei o que se passa na sua cabeça.

Dei um sorriso tímido.

— Eu tenho que ir Draco.

Ele baixou o olhar, como se estivesse contendo as lágrimas e o mau estar.

— Você sempre tem que ir Cam, nós nunca estivemos no mesmo lado.

Aquelas palavras partiram o meu coração, mas mesmo assim eu me mantive firme olhando para ele. Draco aproveitou o meu momento de distração e me roubou um selinho, foi um beijo bem rápido, mas foi o suficiente para eu perceber que ele se preocupava comigo.

— Vá, eu nunca iria conseguir te impedir de ir embora mesmo.

Abri a minha boca, chocada com aquelas palavras. Dei um beijo na bochecha dele.

— Obrigada. — sussurrei, o deixando no chão com um Goyle desacordado. 

Assim que eu me levantei o castelo estremeceu com um enorme estrondo, arregalei meus olhos assustada enquanto me apoiava na parede.

— Gina, — Harry disse severamente — você viu ela?

— Não, eu não vi ninguém quando estava ajudando a evacuar o castelo. — respondi rapidamente, trocando olhares com Draco que ainda estava sentado no chão com o rosto praticamente verde, doía deixar ele assim, sozinho naquele estado. — H-Harry, isso no seu braço é o diadema?

Harry baixou o olhar para o próprio braço e soltou uma exclamação surpresa ao perceber que um líquido preto estranho saía do diadema.

— Deve ter sido o fogomaldito. — Hermione exclamou e eu a olhei com um ponto de interrogação na testa.

Os três começaram a debater sobre como Crabbe tinha aprendido o fogomaldito e incendiado a Sala Precisa, no que acabou ocasionando na destruição de uma das horcruxes de Voldemort. Só pararam de conversar quando ouviram gritos.

Alguns comensais da morte tinham conseguido entrar dentro da escola, eles lutavam contra os gêmeos Weasley. Dei um passo para frente, prestes a ajudar na luta, quando senti uma mão se fechar em torno do meu pulso.

— Richard?


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