Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 43
Capítulo 43 - The truth about the locket




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Capítulo 43 - The truth about the locket 



CAMILLA SCHMIDT



— Você realmente não é a Camilla Schmidt que eu conheço. — Rony murmurou assim que me viu sair do banheiro com os cabelos molhados vestindo uma blusa cinza que eu tinha roubado de Charles e um short xadrez de flanela.

— Parece que a idéia de ficar irreconhecível deu certo então? — questionei e Hermione assentiu olhando para os meus cabelos curtos. Me sentei no sofá sem conseguir evitar uma onda de tristeza, eu amava os meus cabelos longos e naturais que me faziam lembrar da minha mãe e agora...Agora eu parecia uma versão adolescente e mal nutrida da Tia Penélope. Não que isso fosse ruim, eu amava minha tia, mas não gostava de parecer uma líder de torcida loira oxigenada. Talvez se a minha pele fosse de fato branca, o tom de loiro ficasse menos estranho do que o quanto eu achava que estava estranho.

— Não está mau, se quer a minha opinião. 

Harry me olhou em silêncio e assentiu, concordando com Hermione tinha dito.

— Certo, eu acho que não aguento ficar mais nenhum momento acordada. Boa noite para vocês.



[...]




Acordei no dia seguinte deitada na antiga sala de Sirius, ainda sentia a minha cabeça doer enquanto me recordava dos acontecimentos do dia anterior. Eu desejava do fundo do meu coração que tudo aquilo fosse somente um sonho, mas não era. Dumbledore estava morto e nós estávamos caçando as horcruxes de Voldemort. Era um pensamento bem animador a se ter antes de se levantar.

Rony, eu o achei. — ouvi a voz distante de Hermione.

Franzi meu cenho, e ainda sonolenta eu fui a procura dos três.

— Ah, Camilla, você acordou! — Hermione se encontrou comigo ao descer as escadas — Desculpe, eu e Ron resolvemos deixar você dormir mais um pouco, você ficou tão cansada ontem…

— Tudo bem. — eu dei um pequeno sorriso ao mesmo tempo em que Harry chamou Hermione para subir novamente.

— R.A.B. eu acho que o achei!

Franzi o meu cenho, coçando meus olhos enquanto me aproximava dos meus amigos, ouvindo Harry falar sobre um irmão de Sirius que era um comensal da morte.

— RONY! Suba aqui rápido. — Hermione gritou animada olhando para a porta de um quarto onde dizia

 

Não entre
sem a expressa permissão de
Régulo Arcturus Black

 

Quase sorri, pensando que aquilo era algo que Charles provavelmente colocaria na porta de seu quarto se mamãe não tivesse brigado com ele. 

— Vocês estão falando do medalhão que o Harry viu nas aulas com o Professor Dumbledore? — perguntei em voz baixa e Hermione assentiu enquanto Rony reclamava algo sobre aranhas gigantes.

Alohomora. — Harry disse empunhando a varinha.

— Uau. — murmurei enquanto entrávamos no quarto do irmão de Sirius, fiquei surpresa em como Régulo amava a Sonserina, toda a decoração do quarto era verde. Me aproximei de uma série de recortes de jornais de Régulo colecionava e fiquei agachada lendo silenciosamente enquanto os demais conversavam.

— ...Vamos ter que procurar manualmente. — Hermione falou.

— Se eu colocasse um pedaço da minha alma em um medalhão, — falei tranquilamente enquanto me levantava — aproveitaria e o enfeitiçaria para não ser facilmente convocado.

Os três me olharam estranho.

— Não me olhem assim só porque a minha família é filiada as artes das trevas, ok? Foi só um pensamento.

— Faz sentido. — Harry falou depois de certo tempo, dei um sorriso tímido enquanto limpava a poeira do meu pijama — Caramba, ainda é estranho olhar para você loira.

Passei meus dedos nos meus fios curtos e repicados e fiz uma careta triste, Hermione desatou a tagarelar enquanto eu os seguia para fora do quarto de Régulo já que tínhamos chegado ao consenso de que o medalhão poderia estar em qualquer lugar da casa.

— No armário da sala de visitas. — ela murmurou — E ninguém pode abri-lo. — fazendo com que eu pensasse imediatamente no elfos dos Black.

Franzi o cenho descendo as escadas de dois em dois degraus, me lembrava vagamente de Monstro e eu definitivamente não queria vê-lo novamente.

— Mestre, — a pequena criatura resmungou — de volta a casa da minha senhora com o Weasley traidor, uma mestiça nojenta e uma sangue ruim.

Fuzilei o elfo com o olhar enquanto Harry o proibia de pronunciar aquele tipo de ofensas, logo o garoto questionou o pequeno elfo sobre o paradeiro do medalhão.

— Mundungus Fletcher. — o elfo disse o nome com certo desgosto, relatando que o homem tinha roubado diversos artefatos da família Black, ele parecia tão triste e raivoso que eu me peguei sentindo dó dele. Não era de se surpreender que eu conseguisse sentir dó de quem me ofendesse por causa do meu sangue, aquela não era a primeira vez.

Me ajoelhei ficando na mesma altura que Monstro.

— Ele sente que falhou com os Black porque Mundungus roubou os artefatos mais preciosos… — murmurei vendo os olhos do elfo lacrimejarem, eu sabia que Quinn, meu elfo, se sentiria acabado se algo do gênero acontecesse.

Soltei um grito quando percebi que o elfo tentou se jogar contra a lareira, contudo Harry foi mais rápido o agarrando e ordenando que o mesmo permanecesse parado. Me sentei no chão empoeirado da cozinha, ouvindo Monstro contar a história tanto de Régulus e tanto do medalhão. Olhei para o elfo chocada enquanto ele falava sentindo-se orgulhoso de seus feitos e ao mesmo tempo entristecido por seu mestre.

— Monstro eu sinto muito. — sussurrei enquanto Hermione - com ar choroso - tentou abraçá-lo e rapidamente foi rejeitada.

— Monstro, eu quero que você, por favor, vá e ache Mundungo Fletcher — Harry pediu, ao final da história do elfo, dei um sorriso triste quando Harry entregou o medalhão falso para o pequeno que pareceu entrar em choque.





[...]




Já se faziam alguns dias que Monstro não tinha retornado, o que me deixava extremamente preocupada e angustiada. Temia que Voldemort conseguisse a nossa localização, sabia que se caso isso ocorresse o trio seria morto e eu iria parar nas mãos do meu pai, ou talvez fosse acabar morta como minha mãe por ter me rebelado. Não era algo muito agradável de se pensar.

Encarei o meu reflexo no espelho do banheiro, ainda era eu. Meu cabelo que costumava ser castanho e enorme, agora estava cortado na altura dos meus ombros, uma franja encobria as minhas sobrancelhas o que dificultava o reconhecimento do meu rosto. Suspirei, nunca imaginei que fosse ficar...loira.

Saí do banheiro descendo as escadas para a sala e quase caí para trás quando vi Lupin conversando com o trio.

— Quem é essa? — ele perguntou desconfiado, erguendo a varinha contra mim.

— É bom saber que o meu disfarce funciona. — ri soprado — Sou eu, Camilla Schmidt, professor.

Lupin franziu o cenho, e somente quando eu tirei a franja do rosto que ele me reconheceu.

— O Professor Lupin acabou de nos confirmar que existem dois comensais acampando lá fora. — Hermione comentou e eu bufei, não era algo muito surpreendedor no final das contas.

Logo contamos para Lupin como tínhamos chegado até a casa de Sirius e como dois comensais nos encontraram no centro de Londres. Lupin, por sua vez, nos informou como estava a situação do mundo afora depois da invasão dos comensais.

— Eles queimaram diversas residências afiliadas a Ordem, como a de Dédalo Diggle e bem... a Residência Schmidt também não saiu impune.

— A minha casa? — me engasguei, sentindo uma onda de pavor. Mas lá tinha sido o local onde todas, literalmente todas as minhas memórias de infância ocorreram além da Mansão Malfoy…Todas as minhas coisas ainda estavam lá...

Lupin deu o Profeta Diário para Harry que ao ver seu rosto na capa principal deixou o jornal de lado, diferente dele eu agarrei o papel e me assustei ao ver meu rosto na segunda página.



PROCURA-SE

CAMILLA ELISABETH SCHMIDT, 17 ANOS

adolescente de estatura média, pele morena, cabelos ondulados longos castanhos, olhos castanhos escuros, porta o medalhão da família Schmidt.

 

no que se refere à recompensa, falar com Robert Schmidt




Engoli em seco, tornando a prestar atenção na conversa. Agora o assunto em pauta era a nova política do Ministério da Magia, aparentemente as pessoas que possuíssem sangue de “procedência duvidosa” deviam ir ao Ministério provar a pureza de seu sangue. Aquilo era nojento e invasivo de tantas formas que eu...Não conseguia acreditar que a desculpa de que “nascidos trouxas estão roubando a nossa magia” fosse aceita por um trasgo sequer, e olha que trasgos eram criaturas extremamente estúpidas.

Em suma, caso você não conseguisse comprovar que havia um parente mágico, o Ministério iria compreender que você tinha obtido sua magia de forma ilegal.

Aquilo me deixava extremamente enjoada.

De alguma forma, a conversa mudou-se para Lupin, ele iria ter um filho e não parecia muito contente disso já que era um lobisomem. O que deixou Harry extremamente irritado.

— Eu não acredito nisso, o homem que me ensinou a lutar contra dementadores - um covarde.

— PARE COM ISSO! — gritei nervosa, mas já era tarde demais, Lupin já tinha ido embora. 

— Pense no seu pai Camilla! Ele não te abandonou? Não te largou para ir atrás de poder? Não é horrível crescer sem a presença de um pai?!

— PARA! — gritei tapando meus ouvidos com força, não queria ouvir mais nada do que ele dizia — Robert Schmidt não é o meu pai, ele é um monstro e não Harry, eu não quero ouvir você falar sobre ele. Robert está morto para mim.

— É exatamente sobre isso que eu estou falando. — ele gritou de volta, com o rosto completamente vermelho — Lupin não pode abandonar o filho dele.

— Mas é diferente! Meu pai me abandonou porque eu nunca fui o que ele quis. — admiti em voz baixa — Ele não tinha interesse em ter uma filha mulher.

— Pessoal, parem de brigar. — Hermione disse colocando suas mãos sobre o meu ombro — Camilla, vá tomar algum chá e durma um pouco e Harry... por favor…

Me afastei bruscamente de Hermione e desapareci pelo corredor, indo em direção a cozinha. Não demorei muito para fazer exatamente o que Hermione me pediu: tomei um chá relaxante e fui dormir. Falar sobre o meu pai me deixava com uma ansiedade enorme, sentia meu estômago se revirar quando pensava em Robert.

Felizmente eu dormi por algumas boas horas sem sonhos e quando acordei descobri que Monstro tinha conseguido capturar Mundungus que, para nossa infelicidade tinha vendido o medalhão como se fosse nada no Beco Diagonal para uma funcionária do Ministério da Magia.

Os dias se passavam lentamente, eu passava boa parte do meu tempo lendo ou conversando com o trio, inexplicavelmente quando mais tempo ficávamos na casa, mais comensais da morte se acumulavam na porta.

— Snape no lugar de Dumbledore, pelas barbas de Merlin! — Hermione exclamou largando o jornal que Harry tinha roubado para que nós lêssemos e desapareceu, enquanto eu e Rony nos esticamos para poder ler o que estava escrito no papel, e a cada frase que eu lia, sentia a necessidade de parar e refletir se não estávamos vivendo em uma realidade paralela.

— Snape no cargo de professor de Defesa Contra as Artes Trevas eu até consigo aceitar, mas como diretor de Hogwarts? — franzi o cenho olhando para os meninos — Imaginem como o pobre professor Flitwick deve estar…

— É incrível, não? — Rony resmungou — Há uma meia dúzia de comensais lá fora esperando que nós compremos nossos materiais no Beco Diagonal e entremos no Expresso Hogwarts.

— Agora que o ensino em Hogwarts foi dado como obrigatório tenho certo medo do que pode acontecer com o pessoal na escola, quero dizer, temos um comensal da morte como diretor...Eu não quero nem imaginar no que os alunos vão passar esse ano. — sussurrei, ainda incrédula enquanto Hermione voltava para a cozinha com um quadro enorme nas mãos.

Fineus Nigellus — ela disse antes que qualquer um de nós três pudéssemos perguntar, logo me lembrei do quadro de Fineus na sala do Professor Dumbledore e estremeci.

— Você é brilhante. — sussurrei para Hermione que sorriu, assim Snape não nos acharia.






[...]






— Eu espero que isso dê certo. — sussurrei para Hermione enquanto descíamos uma escada com uma placa escrito “Damas”.

— Vai dar certo, precisa. — ela disse de volta, e eu assenti, ainda não me sentindo muito confiante. Entrei na cabine do banheiro, subi em cima do vaso e dei descarga, quando abri meus olhos novamente eu estava no Ministério da Magia. Tinha tomado muito trabalho fazer com que Hermione concordasse com a minha presença naquela missão, ela não queria me expor de jeito nenhum mas também não podia me deixar sozinha na antiga residência dos Black.

Todos nós tínhamos tomado uma boa dose de poção polissuco, estávamos sob disfarce de funcionários do Ministério. Eu tinha conseguido me disfarçar de Maureen Wood, uma mulher loira de cabelos levemente encaracolados que vestia roupas formais e pomposas. Era estranho estar de volta ao lugar onde minha mãe tinha sido cruelmente assassinada, podia me recordar de como tinha sido fácil se locomover pelo MInistério e dessa vez tudo me parecia estar extremamente perigoso. Naquela época eu mal imaginava que meu pai estaria me caçando e me colocaria no Profeta Diário, ele devia estar desesperado para me encontrar e bem, por mim isso não iria acontecer por tão cedo.

Certo, pensei tentando me concentrar, Maureen trabalhava no Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. Então era para lá que eu provavelmente deveria ir. Acompanhei Rony, Harry e Mione.

— Se eu não voltar, minha esposa, quer dizer, a esposa de Cattermole… — Ron se aproximou de nós nervoso após conversar com um outro funcionário do Ministério.

Suspirei, de repente o elevador do Ministério da Magia tinha me deixado mais do que nauseada. Estava me corroendo de ansiedade, não sabia se eu iria conseguir me passar por Maureen e escapar de lá com vida.

Quando o elevador parou no piso do Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, eu saí do elevador em passos lentos. Me virei para os meus amigos, uma última vez com a voz levemente chorosa.

— Boa sorte. — choraminguei.

— Ora, ora, Maureen Wood. Tenho muito trabalho para a senhora hoje. — uma mulher que eu não consegui reconhecer veio em minha direção — Preciso que preencha uma papelada sobre aquele feitiço de ontem, sobre aquele elfo doméstico que usou magia sem ordem expressa de sua família. Depois faça o favor de entregar essa documentação para o Departamento de Execução das Leis Mágicas, sempre tem alguém que entrega papelada no departamento errado-

— Oh humm... que elfo? — perguntei coçando a nuca, não demorou muito para que eu me arrependesse da minha atitude.

— O elfo da família Schmidt é claro, a criatura tentou entrar em contato com a dona, Camilla Schmidt. Os outros elfos da residência alertaram Robert Schmidt e agora a criatura se encontra presa no Ministério até que você preencha a papelada. Fico cada vez mais indignada em como você consegue ser cabecinha de vento e esquecer de coisas tão importantes como essa.

— P-Perdão. — gaguejei sentindo minha garganta secar.

Não era possível, Quinn tinha usado magia para tentar se comunicar comigo!

— E-Eu vou procurar o elfo, para poder pegar s-seu de-depoimento. — forcei um sorriso e a mulher me analisou por alguns momentos mas logo deu de ombros.

Já podia imaginar o que tinha acontecido, Quinn tentou espiar o meu pai e assim que descobriu que ele pretendia me procurar por todo o país, o elfo tentou me alertar, mas foi pego no flagra e agora estava aqui.

Quinn, eu ordeno que você aparate aqui. — sussurrei enquanto me sentava na mesa de Maureen, ela parecia ser bem desorganizada porque sua mesa estava uma bagunça.

Me afundei na mesa sem saber o que fazer.

— Quinn!

Quase caí da cadeira quando o elfo aparatou na minha frente com os olhinhos arregalados.

— A senhora não é a minha mestra. — ele analisou com o olhar desconfiado, percebi com certa dor no coração, que Quinn estava machucado.

— Quinn, faça silêncio, é óbvio que sou eu. — disse erguendo o medalhão Schmidt para que somente ele pudesse ver — Eu vou te tirar daqui, mas preciso que você não faça nenhum barulho!

— Minha senhorita, finalmente, finalmente. Ah minha senhorita, você corre perigo aqui. — meu elfo arregalou seus olhos e abriu um sorriso triste.

— Quinn, eu vou precisar fingir que estou preenchendo este relatório de leis mágicas, você consegue desaparatar de novo aqui? Como?

— Consigo minha senhorita, a magia dos elfos não é a mesma que a dos bruxos.

— Então você vai nos ajudar a sair daqui em segurança. — sussurrei enquanto pingava tinta na pena e tentava preencher o formulário.

Batuquei a ponta da pena na mesa, manchando o documento, precisava tirar Quinn dali e logo. Só não sabia como.

Olhei em volta, todo aquele enorme departamento era preenchido por mesas e mais mesas onde bruxos trabalhavam preparando papeladas. Eram como enormes escritórios em um local aberto, era meio difícil agir quando milhares de bruxos poderiam me ver.

Prendi minha respiração, exercendo controle sobre a minha ansiedade, uma habilidade que eu vinha tentando dominar.

— Eu vou tirar você daqui Quinn, só não posso permitir que fique comigo por muito tempo, é perigoso. Caso nós consigamos sair daqui, você pode ficar na Toca, ajudando a Sra. Weasley?

— Mas minha senhorita, a sua segurança, é melhor que você saía do país-

— Eu não abandonar os meus amigos Quinn, jamais faria isso. — disse em tom decidido enquanto olhava para o meu elfo com uma pontada de pena, o pequeno apenas assentiu — Vou te levar para outro departamento, venha e procure não fazer nada suspeito, tudo bem? — sussurrei, levando o elfo para o elevador.

Suspirei aliviada enquanto saímos do andar do departamento de criaturas mágicas.

— O quê é isso? — um homem ergueu a sobrancelha ao entrar no elevador, um pequeno sorriso surgiu no meu rosto quando eu percebi que aquele era Rony.

— Meu elfo, ele irá nos levar para fora daqui em segurança.

Engoli em seco apertando a mãozinha de Quinn quando percebi que Arthur Weasley e Percy Weasley entraram no elevador. Arthur me olhou feio ao perceber que eu era a encarregada pelo suposto elfo malfeitor.

— Senhorita Wood.

— Weasley. — dissem em um tom seco para Percy.

— Foi um ótimo trabalho o que você fez para incriminar este elfo malfeitor. Se tudo der certo você conseguirá a localização de Camilla Schmidt, e sabe que o pai dela está oferecendo riquezas para quem achá-la viva, não sabe?

Travei o meu maxilar, queria bater em alguma coisa.

— Tudo a seu tempo Weasley, uma vitória de cada vez. — fingi um sorrisinho presunçoso, embora por dentro eu quisesse morrer.

Fomos até o andar em que estava sendo realizado o julgamento de nascidos trouxas, e eu não pude deixar de sentir meu estômago se revirar.

Dolores Umbridge, com o medalhão em seu pescoço.

Tentei não pensar nas sessões de tortura, mas era praticamente impossível. Eu detestava aquela mulher com todas as minhas forças. Mesmo assim, eu me sentei e assisti o julgamento sentindo meu café da manhã subir pela minha garganta.

Estava tão focada na minha raiva contra Umbridge que mal percebi que alguém tinha lançado um estupefaça contra a mulher.

— Você está mentindo Dolores, e não se deve contar mentiras. — Harry disse, com a raiva visível em seu tom de voz, interrompendo o discurso preconceituoso de Umbridge sobre como a esposa do Sr. Cattermole não era uma bruxa por ser nascida trouxa.

Ah, Harry!

Me levantei, com Quinn ainda do meu lado e comecei a me movimentar sutilmente, a varinha estava na manga do blazer para que eu pudesse pegá-la com facilidade. Tentei estuporar um dos bruxos presentes no tribunal, enquanto outro eu surpreendi com o feitiço do corpo preso. Quando me dei conta, dementadores rodeavam a sala. Assim que Harry pronunciou o feitiço do patrono, eu o imitei.

Expecto Patronum.

O patrono de lobo saltou da varinha e se juntou ao cervo.

Saltei os degraus indo me juntar a Harry.

— Essa é a senhora Cattermole, precisamos soltar ela. Tem alguma ideia?

Olhei para as cordas que prendiam a mulher na cadeira e franzi meu cenho.

— Você já tentou Diffindo?

— Sim.

— Droga, estou tão nervosa, nada vem a minha mente.

Relashio. — Hermione murmurou apontando para a varinha para as cordas que prendiam a senhora Cattermole na cadeira, logo os nós se soltaram e a mulher pode se levantar.

Olhei em volta do local lotado de dementadores enquanto os dois conversavam com a mulher, dando-a dicas de como sair dali, dizendo para a mesma fugir do país. Nunca tinha tido um contato direto com dementqdlres como dessa vez, sentia que a minha essência estava sendo sugada.

— Cam, Mione, vocês podem invocar patronos? Precisamos sair daqui.

— É ele, Harry Potter. — algumas pessoas sussurravam espantadas ao nosso redor.

Assenti dando uma breve olhada em Quinn que estava estupefato.

Comecei a vasculhar minhas memórias felizes, e acabei me demorando na memória em que eu e Malfoy dançávamos La Vie En Rose nos terrenos de Hogwarts. Mentalmente, me odiei por aquela ser a memória que invocou o meu patrono.

Expecto Patronum.

De alguma forma a lontra, o cervo e o lobo conseguiam fazer com que os dementadores recuassem.

— Senhorita, acho que conseguirei aparatar aqui. — Quinn disse em voz baixa e eu assenti, sentindo o gosto de bile na minha boca. Me estiquei na ponta dos pés para poder enxergar melhor e vi a Sra. Cattlemore se jogando nos braços do marido, que na verdade era o Ron…

— Harry, eles sabem que há intrusos no Ministério, algo com relação a um buraco na porta da sala da Umbridge, acho que temos uns cinco minutos se –

Ofeguei, me aproximando dos meninos. Harry olhou em volta como se estivesse bolando algum plano.

— Quinn está aqui, longa história, talvez ele consiga aparatar. 

— Não podemos deixar essas pessoas aqui e ir embora. — Harry disse com tanta confiança que eu me assustei, não conseguia ver uma forma de sair dali sem ser morta.

Olhei em volta, havia em torno de cinquenta nascidos trouxas atrás de nós, silenciosos e espantados com as nossas atitudes. Assenti me vendo em cada uma daquelas pessoas, nós realmente não podíamos deixá-los ali.

— Senhora, minha senhora, o efeito da poção...O quê a senhora fez com…

Quinn me olhou assombrado o suficiente para eu perceber que a poção polissuco estava perdendo o efeito, eu podia sentir meu corpo ficar mais magro e meus cabelos diminuírem.

— Lacre a saída. LACRE! — era o Reg, verdadeiro marido da Sra. Cattlemore que gritava.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, eu, Harry, Hermione, Rony e Quinn fomos puxados daquele lugar.

Quando abri meus olhos senti uma enorme dor de cabeça e ânsia de vômito, olhei em volta reconhecendo que estava em uma floresta. Deitei minha cabeça na grama e quando a ânsia não passou, me permiti vomitar o pouco que eu tinha comido naquela manhã.

— Minha senhorita, o quê aconteceu com o seu cabelo? Mal posso a reconhecer.

— Quinn? 

— Sim minha senhorita.

— Hum, eu precisava me disfarçar. — disse enquanto me levantava do chão, sentindo minha pressão baixar. Mais a frente estavam Harry, Ron e Hermione. — Está tudo bem? — franzi o cenho e cobri a boca com a mão quando vi Rony sangrando.

— Vai ficar, eu… — Hermione começou a falar com uma expressão chorosa. — É só uma machucado, me ajude por favor.




[...]









Acordei no dia seguinte com o meu corpo um pouco melhor do que da última vez, suspirei, o dia anterior tinha sido no mínimo desgastante. Saí da tenda que tínhamos montado e me sentei na grama, olhando para os arredores. Inspirei o ar limpo da floresta e suspirei logo em seguida.

Girei meu medalhão em minhas mãos numa tentativa falha de me distrair, logo eu o coloquei contra meu coração, era uma forma de não me sentir vazia. Sorri, pensando no quão infantil aquilo era e tornei a girar o objeto em minhas mãos.

— M-Mas que diabos. — murmurei vendo algo semelhante a um fecho desaparecer na extremidade do medalhão.

Com o coração acelerado, tornei a pressionar o colar contra o meu peito e quando olhei, lá estava o fecho, todo aquele tempo. Percebi, surpresa, que Dumbledore tinha me deixado pistas disso há muito tempo. 

Sem hesitar eu abri o medalhão, apesar de grande, ele parecia ter sido encantado para caber algo um pouco maior e me surpreendi quando uma chave caiu na grama. Assim que eu encostei na chave ela tomou seu tamanho normal.

Tentei segurar o medalhão, mas o mesmo queimava em minha mão. Assustada eu o derrubei, segurando a chave com força. Aos poucos, o que costumava ser o medalhão Schmidt desapareceu me deixando apenas com a chave em mãos.

— C-Como…

Entrei na tenda com o coração na garganta e comecei a chacoalhar Hermione que dormia tranquilamente.

— Mione! Mione você precisa ver isso!

— Camilla. — ela resmungou enquanto acordava, a grifina olhou para a chave na minha mão e franziu o cenho — Não me diga que você quer ir no Gringotes agora.

— Como assim?

Hermione me olhou irritada.

— Essa chave é o modelo típico do Gringotes.


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