Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 41
Capítulo 41 - Sing of Life




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Capítulo 41 - Sing of Life



CAMILLA SCHMIDT 




Demorou muito tempo para que eu decidisse pegar o envelope que estava alojado no fundo do meu malão, e por Merlin, como eu me arrependia por sequer ter encostado naquele pedaço de pergaminho.

 

“De: Draco Malfoy 

 

Para: Camilla Schmidt 

 

por favor leia esta carta, não precisa ser hoje, não precisa ser amanhã.

apenas leia essa carta”



Querida Camilla, 

 

Sei que a esse ponto já não tenho o direito de te chamar de querida, ou de me sentir mal, porque eu sei que a culpa minha. Sei que eu menti para você e passei boa parte da minha vida sendo um idiota com você. Sei que você não quer me ver novamente, e eu entendo.

Estou escrevendo essa carta alguns dias antes da minha partida, porque não achei que fosse justo desaparecer dessa forma sem lhe dar satisfações.

Tenho total noção de que nós terminamos e que você quer distância, sei que pouco te importa o fato de eu querer socar o rosto do seu novo “namorado”. Eu não tenho o direito de sentir ciúmes.

Mas os meus sentimentos por você ainda estão aqui e sempre estiveram, tudo o que eu te falei quando estávamos juntos foi verdade. Cada parte da minha vida que eu tive de omitir doeu em mim, porque eu odeio mentir para você, odeio ver seus olhos marejados e ser a culpa das suas lágrimas.

Eu queria te agradecer e me desculpar. Quero me desculpar por ter omitido tanta coisa de você, por não ter compartilhado o que se passava na minha mente e quero te agradecer por ter sido uma pessoa incrível. Acredite, quando eu mais precisava você estava lá me fazendo sorrir. Quando tudo estava parecendo dar errado, você era a única coisa certa e continua sendo. Você é boa demais para mim, eu reconheço, por isso que não tenho esperanças de que um dia você me perdoe.

Mesmo assim eu acredito que ainda vale a pena tentar, então, muito obrigada por tudo e me perdoe pelos meu erros.

 

 

Draco Malfoy.

 




Somente de ver aquela caligrafia bem desenhada fez meu coração partir em milhares de pedaços, tinha de admitir que estava evitando pensar em Draco Malfoy até o presente momento. E sinceramente, eu iria evitar pensar sobre ele o máximo que eu conseguia.

Não estava pronta para digerir aquela decepção. 

Não queria pensar naquela carta, não queria pensar em como tudo ao meu redor estava arruinado. 

Minhas férias estavam indo...bem. Molly cuidava de mim como se fosse parte da família, sempre preocupada com a minha alimentação e até mesmo com o meu horário de dormir. Até mesmo Fleur (sim, ela estava por todo o lugar) tinha conseguido me animar, ela viu o vestido que minha mãe tinha me dado de aniversário alguns anos atrás e começou a me explicar como se costurava roupas usando magia. Alguns dias os gêmeos Weasley me levavam para as Gemialidades Weasley, eu os ajudava a dar conta da loja ficando no caixa, ou apresentando os produtos para as crianças curiosas. Na maior parte do tempo eu estava no quarto de Ron, conversando com ele e Mione.

— Horcruxes? — perguntei com interesse me apoiando no travesseiro de Ron. — Eu já li praticamente metade da Seção Reservada da biblioteca, mas não me recordo de ter ouvido esse nome em lugar algum.

— É porque se trata de magia negra. — Hermione respondeu prontamente — É de se esperar que nenhum de nós soubéssemos o que era, afinal em Hogwarts nós apenas aprendemos a se defender da magia negra e não como executá-la.

Os dois ficaram pensativos, porém, logo Mione continuou a falar.

— Harry estava tendo aulas com o Professor Dumbledore esse ano, eles descobriram que horcrux é um objeto onde você guarda, ou até mesmo “divide” um pedaço da sua alma.

Dividir? — eu indaguei, não conseguia imaginar Voldemort cortando sua alma em pedaços como se fosse uma pizza. — Qual o sentido de dividir a própria alma?

— Ele se tornaria imortal. — Ron murmurou e Mione acenou com a cabeça concordando.

— Certo, — tentei analisar a situação logicamente — o processo de criação de uma horcrux se trata de artes das trevas, e provavelmente deve exigir um sacrifício para poder manter um equilíbrio natural. Uma vida por outra.

— Provavelmente, e é isso que iremos fazer esse meio tempo. Vamos ajudar Harry a destruir todas as horcruxes de Você-Sabe-Quem. — Hermione suspirou.

Franzi o cenho.

— Mas vocês sabem como destruir uma horcrux? Deve ser bem difícil já que não é um tipo de magia muito usual.

Hermione forçou um sorriso como se dissesse, “bem é exatamente esse o problema”.

— Eu quero ajudar. — falei prontamente, me sentando na cama de Ron.

— Cam, nós… — os dois trocaram olhares como se estivessem desconfortáveis com aquela conversa — Bem, nós achamos que será muito perigoso para você. Desde que ouve outra fuga em massa de Azkaban, bem...seu pai e seu irmão estão a solta. Nós temos receio de os comensais da morte começarem a te caçar, então decidimos não incluir voc-

— Isso é injusto. — exclamei, indignada. Eu queria ajudar tanto quanto eles. 

— Cam, — Hermione me repreendeu com o olhar — nós estamos em pé de guerra, apesar de ser mestiça, você faz parte de uma das famílias mais influentes do mundo bruxo. Todo o restante da sua família jurou lealdade a Você-Sabe-Quem, a única que sobrou foi você. Entende aonde eu quero chegar? Você vai ser caçada, provavelmente torturada.

— Não esqueça que Belatriz Lestrange está na sua cola. — Rony complementou com um olhar preocupado.

Soltei um suspiro fraco. Eu não podia ficar na Toca, também não podia voltar para Hogwarts. Não podia.

— Vocês querem que eu faça o quê? Volte para Hogwarts? Dumbledore está morto, sem ele na escola, eu estou morta.

Os dois se entreolharam novamente, pareciam muito indecisos sobre o que fazer.

— Eu concordo que Hogwarts não seja o melhor lugar para você. Mas o que nós vamos fazer é muito arriscado, de verdade.

— Talvez você pudesse passar um tempo na França! — Rony propôs — Sua família tem dinheiro o suficiente para você ficar lá por uns meses e talvez você tenha paren-

— Meus parentes estão no Brasil, meus avós mais especificamente, — disse desviando o olhar — e minha tia está na Itália, não serei eu que irá colocá-la em perigo.

Hermione mordeu o lábio com indecisão. — Brasil?

— A minha mãe é uma Davies, o meu avô é um bruxo inglês que estudava animais na América do Sul e se casou com uma bruxa latina. De toda forma, o Brasil está muito longe. — murmurei e milagrosamente Hermione concordou.

— Nós vamos ver o quê iremos fazer.

— Hermione. — falei calmamente, prestes a dar um milhão de motivos pelos quais não seria nada inteligente me deixar na Toca e muito menos me mandar para Hogwarts. E me deixar sozinha em meio a situação caótica que estávamos vivendo era no mínimo suicídio.

— Tudo bem. — ela se rendeu e um pequeno sorriso surgiu no meu rosto.






[...]





Saí da Toca sentindo uma brisa gelada contra o meu rosto, olhei de relance para Gina e por um instante, senti uma enorme onda de ansiedade. Mordi o lábio enquanto pegava a minha varinha.

— Hermione me ensinou alguns feitiços de proteção, assim os comensais da morte não irão conseguir se aproximar de um certo perímetro da Toca. Espero que seja o suficiente para nos proteger. — disse para a ruiva que assentiu ansiosa.

Me ajoelhei no chão.

Protego Totalum. — sussurrei me concentrando para que o feitiço fosse executado perfeitamente —  Cave Inimicum.

— Hermione pediu para que você protegesse todo o perímetro? Achei que os comensais da morte não soubessem sobre-

Me levantei do chão com uma aparência cansada.

— Sim, em suma a missão é para ser secreta, mas ela está muito preocupada com a minha segurança também. Então… — ergui meus ombros e dei um suspiro — Eu meio que concordo com ela, apesar de tudo. São feitiços meio complicados de executar, mas assim que você pegar a prática…

Gina deu um meio sorriso enquanto eu me dirigia para outro canto do terreno, para novamente utilizar os feitiços defensivos.

— Espero que ninguém se machuque...Eu pedi para mamãe me deixar participar da missão mas ela rebateu, dizendo que eu era muito nova…

— Ela só está preocupada com você, — sorri de forma nostálgica para Gina — minha mãe também não me deixaria participar da missão. Acredite, sua mãe não deixou que eu fosse junto deles para a casa dos tios de Harry.

Gina riu.

— É bom ter você por perto, eu sou a única menina da família então…

— Ah, eu entendo esse sentimento como ninguém. — disse dando uma risada fraca. 

Tornei a me ajoelhar no chão e repetir os feitiços que Hermione vinha tentando me ensinar.

Protego Totalum. Cave Inimicum.






[...]






— As últimas palavras que Dumbledore falou para nós?

Olhei assustada para Remo, desviando o meu olhar Kingsley - um auror - e Hermione que estava logo atrás dele. Infelizmente, não havia muito o que eu pudesse fazer. Se tratava de uma outra medida de segurança para nos protegermos de intrusos.

— Harry é a maior esperança que temos. Confiem nele. — Lupin respondeu e por fim o auror baixou a varinha.

Soltei um suspiro indo abraçar Hermione.

— Você está bem? Se machucou?

— Não, estou bem. 

Sorri aliviada e abracei a garota novamente.

— ...Mas alguém nos traiu! Eles sabiam, eles sabiam que seria essa noite! — o auror exclamou furioso e eu e Hermione trocamos olhares, aliviadas por termos tomado medidas de segurança. A última coisa que pretendiamos fazer era subestimar Voldemort.

Me voltei para Jorge que no lugar da orelha, tinha um enorme amontoado de sangue e ajudei a Sra. Weasley com os curativos enquanto os outros chegavam. Fiquei brevemente enjoada quando ouvi os mais velhos comentarem que aquilo tinha sido uma obra de Snape, o mesmo homem que tinha matado o Professor Dumbledore.

— Sectumsempra sempre foi uma especialidade do Snape…

— Sra. Weasley, — eu sussurrei — acho que não vamos conseguir fazer uma outra orelha crescer no lugar. Eu não acho que exista algum tipo de contra-feitiço para isso…

Molly fungou, enquanto concordava comigo.

— Ei, Jorge, a dor já está melhor? — perguntei com um tom de voz amável.

— Eu não sinto dor, quando a minha visão anestesiante é o anjo que você é.

Não pude deixar de dar uma risada, sentindo o meu queixo tremer. Era isso que eu mais amava naqueles gêmeos, independente da situação, eles sempre conseguiriam fazer você rir de alguma coisa.

Assim que Fred chegou, eu o deixei ter um momento com o irmão enquanto ia dar um abraço em Harry.

— Estou tão aliviada que você esteja bem. — murmurei. — Eu queria ir ajudar vocês, mas Molly brigou tanto comigo que eu…

— Está tudo bem, tenho certeza de que você deu o seu melhor ajudando aqui na Toca.

Assenti, sem saber lidar com o enorme clima pesado que se estendia pela Toca. 

Saímos da casa, sendo recebidos pela brisa gelada noturna. Eu me sentia enjoada enquanto abraçava meu próprio corpo, a imagem de Jorge sem uma orelha não saía da minha cabeça. Fora Snape que tinha feito aquilo. O mesmo homem com o qual eu tive aula esses últimos seis anos.

— São eles! — Hermione gritou.

Tonks e Rony aterrissaram jogando terra para todo o lado. Senti o meu coração doer momentaneamente ao ver como Tonks tinha pulado diretamente nos braços de Lupin, um sorriso triste se formulou no meu rosto. Meu sorriso aumentou quando eu vi Rony e Hermione se abraçarem, não pude evitar olhar Harry com um pequeno sorriso de canto.

— Vocês estão bem? Sem nenhum machucado? — perguntei preocupada porém os dois assentiram, me deixando mais relaxada. 

Ergui meu olhar para o céu, em expectativa, enquanto os outros conversavam entre si.

—  Belatriz —  disse Tonks. —  Ela me queria tanto quanto quer Harry. Ela tentou me matar. Eu apenas desejei tê-la…

Gelei ao ouvir aquele nome, Belatriz Lestrange tinha se tornado uma figura e tanto nos meus pesadelos. Um dos meus maiores medo era reencontrá-la.

— Gui! Graças a Deus! Graças a Deus! — ouvi a senhora Weasley dizer enquanto corria em direção ao filho mais velho.

Gui e sua noiva, Fleur estavam aparentemente exaustos. Mas estavam bem.

Aos poucos a sensação de aperto no meu peito amenizava.

— Olho-Tonto está morto.








[...]







— Camilla, você poderia descer?

Franzi o cenho, fechando meu livro de feitiços com um olhar confuso.

Era o dia do aniversário do Harry, já tinha dado um abraço nele e um presente, me perguntava mentalmente o que tinha feito Molly pedir que eu descesse para a cozinha. Dei uma última olhada para o livro e suspirei, descendo as longas escadas da Toca.

Mal tive tempo de sequer abrir a boca quando encontrei o Ministro da Magia, me olhando pacientemente.

— Hmm...Boa tarde Ministro. — disse sem saber exatamente o que fazer, nunca sabia como reagir quando pessoas muito importante apareciam em casa, meu pai sempre me dava uma ordem de como se portar.

— Camilla Schmidt. — o Ministro comentou como se tivesse um quê de curiosidade em sua fala, ele parecia estar nervoso quando se dirigiu até o sofá da sala. Olhei para Molly que estava apoiada na soleira da porta, ela olhava atentamente para o homem. — Gostaria de entregá-la pessoalmente…

— Como o senhor soube que eu estava aqui, Ministro? — perguntei sem me sentar no sofá, de braços cruzados.

Ele me olhou duramente.

— O Ministério sabe de tudo. — disse em um tom seco que não me agradou. — A senhorita era próxima de Dumbledore?

— Ele era o diretor da escola que eu estudava, apenas. — disse com simplismo, me questionando o que tinha levado o Ministro a levantar sua bunda do Ministério até a Toca.

— Ah sério? Porque o diretor da escola em que você estudava citou seu nome no testamento dele.

Contive a expressão de surpresa.

— Talvez ele quisesse relembrar seus alunos favoritos, como o Professor Slughorn. 

Scrimgeour abandonou qualquer pose bondosa e amigável que ele poderia ter depois da minha fala, foi como se ele tivesse percebido que eu não iria colaborar para ele conseguir as informações que tinha vindo buscar.

— Dumbledore lhe deixou a penseira dele, ele disse em seu testamento que memórias são unilaterais mostrando-nos apenas uma perspectiva, embora ainda assim sejam de extrema importância para a formação do caráter de alguém. A senhorita sabe do que isso se trata? — ele questionou enquanto colocou a penseira em cima da mesinha de centro.

Franzi o cenho sem saber o por quê raios de Dumbledore ter me dado sua penseira, eu podia me lembrar como se fosse ontem de quando ele me explicou o que era uma penseira, foi logo após o assassinato da minha mãe. Eu me perguntava se aquela fala tinha tido algum significado por trás.

— Sinto lhe dizer Ministro, mas Professor Dumbledore sempre será um mistério para mim.

O Ministro me olhou com raiva contida, e por fim, foi embora.






[...]








— Dumbledore te deixou uma penseira? — Hermione arqueou uma sobrancelha enquanto eu assentia  — E não tem uma memória sequer dentro? Tudo bem, isso é muito estranho. Ele claramente quer que você se lembre de algo, mas o quê? Como você vai lembrar de algo se não tem a memória para colocar na penseira?

Harry e Rony estavam amontoados olhando para a penseira com certo fascínio.

— Talvez ele queira dizer que a Camilla ainda tem memórias que ela não se recordou. — Harry argumentou mas eu balancei a cabeça negativamente, tinha contado para eles assim que tinha saído da enfermaria sobre os meus flashbacks.

— Acho pouco possível, mais de um obliviate? Isso é maldade. — eu rebati. 

— É uma possibilidade. — Hermione afirmou — Talvez a pessoa que tenha aplicado o obliviate seja mais experiente que Lucius Malfoy.

Engoli em seco.

— Olhem, meu pai...Robert já foi um...obliviador. Há muitos anos atrás, ele não durou muito no cargo, não me lembro porque, só ouvia a minha mãe falar sobre. Acho que logo após ele subiu para um cargo melhor com ajuda do Malfoy, eles viviam se ajudando a subir às custas de outras pessoas.

— Talvez o seu pai tenha apagado a sua memória. — Rony comentou.

Dei uma risada seca.

— Eu aposto todo o meu dinheiro que meu pai não se importou com o Malfoy apagar a minha memória, não vejo porque ele repetir o processo. Robert nunca se importou muito comigo. Acreditem em mim quando eu digo isso, porque eu podia fazer o que quisesse contanto que não ferisse o orgulho da família.

Hermione e Harry se entreolharam, ainda em dúvida sobre aquela informação.




[...]






As mãos de Draco Malfoy percorriam todo o meu corpo, lenta e gentilmente. Tudo o que ele fazia era extremamente atraente. Ele era extremamente atraente.

Draco sussurrei seu nome com minha voz falhando, minha mão desceu de seu ombro para seu peito onde sua camiseta estava desabotoada. Nós não podemos, aqui não.

Ele riu soprado contra a minha bochecha. Aquele par de olhos azuis me fitavam intensamente.

Nós sempre podemos Cammie. Ninguém irá nos ver. 

Foi a minha vez de dar risada, as vezes eu achava que a nossa proximidade deixava o Malfoy mil vezes mais atrevido do que ele naturalmente era. Eu despertava alguma coisa em Draco que eu amava, ele sempre era intenso e imprudente. 

Gostava da sensação de imaginar que ele não se importava de ser visto comigo, embora, sim, ele se importava. Seu orgulho estava em jogo, e tal orgulho era mais importante do que um típico amor adolescente.

Eu aproveitaria enquanto durasse.

Um sorriso de canto surgiu no meu rosto quando eu percebi as batidas aceleradas do coração dele, quanto menos eu pensasse em um Draco Malfoy apaixonado menos aquilo iria doer. Me afastei dele e me levantei, o deixando indignado no chão e ainda por cima sujo de grama.

Você não está fazendo isso Schmidt. ele se levantou do chão com um sorriso brincalhão.

O quê eu estou fazendo? perguntei fazendo uma careta, tentando ao máximo não rir.

Me dizendo não. ele sussurrou e apenas aquele som soprado foi capaz de arrepiar os pelos da minha nuca. Acredite, isso não durar muito tempo.

Ah é? Me teste então. dei risada e saí correndo, não me surpreendi quando percebi que Draco corria atrás de mim. Era muito complicado correr enquanto se tem uma crise de risos, mas eu dei o meu melhor, ora ou outra virando para trás para poder provocá-lo.

Camilla. ele cantaralou me pegando de surpresa pela cintura, e sabe se lá com que força ele me levantou do chão e me girou.

Ei, me põe no chão. disse dando risada enquanto ele sorria para mim.

Contanto que você não me negue um beijo.

Sorri para ele.

Eu jamais faria isso.

As mãos de Draco seguravam fortemente a minha cintura quando ele juntou nossos lábios em um beijo, e eu acho que foi naquele momento que eu percebi que independente do que acontecesse, o estrago estava feito. Estávamos apaixonados.

 

— Aí. — resmuguei, rolando na cama quando senti um par de mãos me sacudirem. — Ginevra!

— Desculpa, mas eu não consegui dormir com você sussurrando o nome de você-sabe-quem.

Olhei para Gina, ainda sonolenta, fazendo uma careta do mais puro desprezo.

— Eu? — apontei para o meu peito, com uma expressão da mais pura indignação. — Acho que você está ouvindo vozes Gin.

A ruiva estreitou os olhos mas acabou por não falar nada, na verdade, ela se sentou na ponta da cama com um semblante preocupado. Gina tinha seus cabelos cor de fogo presos em um rabo de cavalo desajeitado, ela estava com a cara de quem tinha acabado de acordar.

— Cam, você não vai embora, né? Me desculpe, eu acabei ouvindo a sua conversa com Harry, Ron e Hermione e eu...

Abri um pequeno sorriso enquanto me sentava na cama ao lado dela. Não queria magoar Gina e muito menos a Sra. Weasley, mas eu realmente precisava ajudar Harry na caça às horcruxes, ficar sozinha na guerra estava fora de questão. E talvez eu estivesse mais segura ao lado deles do que no radar do meu pai.

— Gin, eu sinto muito...— minha boca tremeu enquanto eu falava, não podia negar que estava assustada. A ideia de sair mundo afora caçando objetos que eram importantes para Voldemort e destruí-los tinha de tudo para dar errado.

Bem, dessa vez eu estava dando o meu melhor para ser otimista.

— Meu Deus, você vai embora mesmo? — Gina não era muito de chorar ou de se desesperar, mas no momento ela parecia estar muito magoada, e eu me odiei por isso.

— Não por muito tempo, olhe...Gin....Eu estou colocando vocês em perigo enquanto estou aqui, pode ter certeza de que meu pai vai me procurar e eu sinceramente não quero estar aqui quando isso acontecer. Acredite em mim, eu não quero ir embora. Eu juro. Mas estar ao lado de Harry, Ron e Mione é mais seguro do que voltar para Hogwarts, e também é mais seguro do que arriscar a Toca.

Gina assentiu lentamente, tentando assimilar aquela informação, aquela era uma das poucas vezes que eu a via demonstrar alguma fraqueza.

— Prometa dar um sinal de vida, por favor. Depois de Jorge, eu não sei...Me prometa que vai ficar em segurança, me prometa que não vai deixar aquela vadia Lestrange te machucar.

Sorri para Gina, sentindo uma pequena lágrima descer pelo meu rosto, me sentia grata por ela se preocupar com o meu bem estar. Gina era como a irmã que eu nunca tive a oportunidade de ter.

— Eu não posso prometer, mas darei o meu melhor Gin. E com certeza darei um sinal de vida.


















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