Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 37
Capítulo 37 - He’s sorry




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Capítulo 37 - He’s sorry



CAMILLA SCHMIDT 





“Eu não vou voltar para você de novo.” Eu repetia aquilo como um mantra na minha cabeça, tentando fazer aquela mensagem se fixar da forma mais rápida possível. Não iria continuar me humilhando, demonstrando sentimentos por um garoto que eu jamais deveria ter me envolvido.

Tinha aberto mão de todas as minhas dúvidas sobre o meu passado, para aceitar o Draco de agora. Tentei ao máximo deixar aquilo de lado, sabendo que resultaria numa discussão não muito saudável. Eu tinha cedido bastante.

Agora Draco, eu já não tinha tanta certeza. 

Nós não fazíamos mais dupla nas aulas de poções, eu nunca mais o via andando pelos corredores da escola, conforme os dias passavam o loiro tinha sumido completamente da minha vida, como se nunca tivesse existido.

Por mais incrível que pareça, eu não chorei em nenhum momento. É claro, eu sentia que todos aqueles sentimentos ruins estavam armazenados no meu interior. Todavia, eu estava conseguindo seguir o meu dia a dia bem.

E felizmente, tinha conseguido impedir meus amigos de voarem em cima dele, o que era um bom avanço.

Passava as minhas manhãs ao lado de Sabrina, ou ao lado de um livro, sempre estudando com afinco, focada nos NIEMs e na aula de Aparatação. Já as minhas tardes eram acompanhadas por diversos garotos da Lufa-Lufa, visto que independente da situação os lufanos sempre arranjavam um motivo para festejar e abrir uma garrafa de hidromel.

Os piores momentos do meu dia ocorriam quando eu me deparava com Pansy Parkinson nos corredores, aquela garota parecia feliz em ver a minha expressão de desgraça e assegurava que Malfoy tinha apenas me usado. Foram tantas vezes ouvindo diversas ofensas daquela garota, tendo que guardar tudo aquilo dentro de mim, que eu acabei me descontrolando por um mero momento.

Diffindo!

Por um momento, enquanto eu via Pansy Parkinson ser atirada contra uma armadura, um sorriso fantasma apareceu no meu rosto. Contudo, minha alegria fora passageira, Snape não demorou para me dar um belo mês de detenção.

Logo meu cotidiano foi alterado, meu tempo era tomado por estudos e as malditas detenções que não pareciam acabar. Por causa dessa mesma detenção Snape tinha conseguido me banir temporariamente do próximo jogo de quadribol, que seria contra a Grifinória. Não pude ficar mais furiosa.

— Dia. — acenei para Sabrina enquanto observava Ernie se retirar da mesa, fingindo que não tinha me visto, nós dois permanecíamos brigados. O fuzilei com o olhar vendo-o ir se sentar a mesa da Lufa-Lufa.

— Ei, você ficou sabendo? — ela se inclinou na minha direção enquanto eu tomava um gole de leite morno.

— O quê? — ergui as sobrancelhas, abafando um bocejo.

— Cátia Bell voltou do Hospital St. Mungus. — a loira indicou-me a garota da Grifinória que parecia estar conversando com Harry.

— Oh, eu espero ela esteja bem, quero dizer, o que aconteceu com ela foi horrível. — comentei dando um olhar preocupado para a garota, era fato que até então não tinham descoberto quem tinha feito aquilo com ela. Eu me perguntava quem conseguiria ferir uma garota tão doce como ela.

Ficamos em silêncio, Sabrina estava ocupada enquanto comia, já eu estava lendo um enorme livro sobre Transfiguração visto que os exames estavam mais próximos do que nunca.

Dei outro gole no copo de leite e coloquei um pedaço de bacon na boca, olhei para o livro de forma desinteressada. De alguma forma, eu estava cansada demais para estudar naquela manhã. Meu psicológico estava cansado da minha rotina, e minha mente não estava absorvendo absolutamente nada.

Como por reflexo, eu peguei meu medalhão e o girei em meus dedos. Era algo que eu fazia desde sempre, minha mãe costumava falar que quando eu era pequena e estava triste, eu costumava pegar o medalhão e o pressionar contra o meu peito, como uma forma de me confortar.

— Camilla.

Ergui meus olhos e me deparei com Michael, dei um pequeno sorriso.

— Oi. — disse colocando o copo de leite sobre a mesa.

— Eu e o pessoal queríamos saber se você vai poder sair com a gente hoje a tarde.

Sabrina me olhou maliciosa, tive de conter um revirar de olhos.

— Hoje não, eu tenho detenção a tarde com o Snape, pelo resto do mês na verdade. — falei fazendo uma careta, as detenções com Snape eram horríveis, mas eu tinha que admitir que não me arrependia do que tinha feito com a Parkinson.

— Oh, quem sabe uma outra vez. — ela sorriu, dando seu típico sorriso encantador e se retirou nos deixando sozinhas.

Voltei o olhar para o meu livro, e só tornei a olhar para cima quando percebi que Sabrina dava risada.

— Como eu queria que vocês fossem um casal de verdade. — ela comentou e eu apenas ergui os ombros com uma expressão confusa no rosto.

— Sabe que isso nunca daria certo né? Michael é muito mulherengo. — indiquei o garoto que estava na mesa da Lufa-Lufa dando o mesmo sorriso que deu para mim, agora para um garota ruiva.

A loira deu um sorriso de canto.

— Sei que vocês dois não tem nada sério, e que vocês não querem nada sério no momento. Mas sabe, talvez isso ajudasse você a…

Mordi os lábios, sabendo onde essa conversa iria chegar.

— Brina, eu não preciso de um namorado para arrumar o que um outro garoto fez comigo. Eu já sabia que eu iria sair machucada quando me envolvi com o Malfoy, quero dizer, olhe para a família dele e para como ele trata pessoas como eu. Parte da culpa é minha.

Ela me olhou preocupada, parecia estar prestes a me dizer que eu não tinha culpa de nada naquele “relacionamento”.

— Eu sei mas…

— Eu só quero ficar sozinha no momento —, porque se mais alguém me despedaçar não sei o que será de mim, terminei a frase na minha mente. — Sabe, as vezes garotos só atrapalham.

Sabrina mordeu os lábios, pensativa com a minha fala. Dessa vez ela não parecia preocupada comigo, e sim consigo mesma. 

— No quê você está pensando? — perguntei descaradamente e ela ergueu o olhar surpresa.

— ...Que talvez você esteja certa sobre querer estar só.






(...)




Saí da aula de herbologia extremamente cansada, estava com uma antebraços machucados e uma enorme sonolência. Bocejei, enquanto seguia o caminho até a Torre da Corvinal, queria entrar lá antes do horário do almoço para poder despejar meus livros.

— Oh, Camilla. — Luna acenou para mim.

Dei um pequeno sorriso para a mais nova.

— Oi Luna, tudo bem?

A garota ficou meio pensativa, não pude deixar de sorrir, eu gostava da forma como Luna pensava para responder perguntas simples.

— Comigo sim, agora você está cheia de zonzóbulos. Está tudo bem?

Meu sorriso se desmanchou, eu não fazia a mínima ideia do que raios era um zonzóbulo, mas algo me dizia que Luna sabia que as coisas não estavam indo muito bem.

— Não muito para ser sincera.

— Isso é bom, sabe, ser sincera com seus sentimentos. A maioria das pessoas apenas dizem que estão bem, quando na verdade não estão. — ela disse com sua típica voz melódica. — Na verdade, é compreensível que você não esteja bem...depois do que aconteceu…

Franzi o cenho.

— O que aconteceu?

Luna abriu a boca e depois a fechou rapidamente. Naquele momento eu pude perceber que até ela estava tendo cautela ao falar comigo.

— Draco Malfoy foi atacado no banheiro da Murta Que Geme um pouco mais cedo. Eu não costumo se atentar ao que os outros fofocam, mas pensei que você fosse…

— Luna, eu...Draco...nós acabamos.

— Draco Malfoy é um idiota asqueroso.

Aí, aquilo tinha doído em mim. A sinceridade de Luna era gentil como navalhas.

...Mas eu acho que consigo ver um lado bom dele em você. Sabe, eu não acho que ninguém é totalmente mal. Vou ser direta, talvez você devesse ver ele.

Engoli em seco, pensando em todas as justificativas possíveis para não fazer aquilo. Literalmente qualquer pessoa da escola poderia ter atacado o Malfoy, ele nunca fora uma pessoa muito “gentil” digamos assim. Me perguntava quem tinha feito aquilo, ecom qual propósito. Mas antes que eu pudesse perguntar, Luna já tinha desaparecido no corredor me deixando sozinha.

Tinha prometido que não iria atrás dele, mas…

Segurei a alça da minha mochila com força.

Será que ele estava machucado?

Todo esse ano letivo Draco não parecia estar lá muito saudável, será que ele ao menos estava bem?

Me senti estúpida quando me vi andando involuntariamente em direção a Enfermaria, estava tão distraída que quase afundei meu sapato em um degrau quebrado de uma escada relativamente velha. Mordi os lábios ansiosa, me sentindo um tanto angustiada. Estava me sentindo mal por ter sido grossa com ele.

Malfoy realmente não mereceria minha piedade, mas mesmo assim…

— EU NÃO ACREDITO NISSO! — a voz estridente se Pansy Parkinson me chamou de volta para meus sentidos, não demorei muito para me esconder atrás de uma armadura, a fim de ouvir a conversa dentro da enfermaria.

— Silêncio! O Sr. Malfoy precisa de um bom descanso. — era a voz da Madame Pomfrey ralhando com a cara de buldogue.

— Vocês ouviram isso? — a garota parecia estar histérica.

— Hm…

— Eh…

Pude reconhecer Crabbe e Goyle, os dois pareciam estar bem receosos.

— Você está fazendo tempestade em um copo d’água. — Zabini disse com uma entonação zombeteira — Ou achou mesmo que ele fosse chamar por você enquanto dorme? Patético.

Mas ele chamou por aquela mestiça imunda!

Me afundei na parede sem reação alguma.

Malfoy tinha falado o meu nome enquanto dormia?

— Ele estava pedindo desculpas para ela, você sabe o significado disso Zabini?

A enfermaria ficou em silêncio por alguns momentos.

— Não, ese eu soubesse também não diria. Satisfeita?

Dei um sorriso de canto com a fala de Zabini, eu adorava quanto o sarcasmo dele não era destinado a mim.

Ele ainda pede ajuda para aquela imunda mesmo depois do Potinha ter atacado ele…

Contive a minha surpresa.

Harry tinha atacado Draco?

— Chega, chega! Não estão vendo que estão atrapalhando o descanso do meu paciente? Saiam daqui agora.

 


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