Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 3
Capítulo 3 - The Dark Mark




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Capítulo 3 - The Dark Mark

 

CAMILLA SCHMIDT




“Não pense que não fui notificado sobre seus atos em Hogwarts, devo dizer que estou deveras decepcionado com você. Pense duas vezes antes de agir, porque se continuar arrumando encrenca, seu próximo passo será voltar para casa!

 

Robert Schmidt.”

 

 

Revirei os olhos jogando a carta para longe, sem sequer me dar importância que ela tenha caído em cima do café da manhã de Rony. Hermione me encarou apreensiva, analisando a minha expressão facial.

— Oh Milla, — ela murmurou — foi algo ruim, não foi?

Assenti com a cabeça dando um suspiro. Assim que eu tinha recebido a carta, fui me sentar na mesa da Grifinória longe de minha amiga Sabrina, para mostrá-la para Hermione. Deixei a garota ler a carta, e a expressão dela ao terminar de ler não foi muito boa.

— Isso sequer faz sentido, Malfoy foi horrível com você, e seu pai sequer pareceu se importar com isso! — ela exclamou com indignação, e novamente me veio uma sensação estranha, toda vez que meus amigos tocavam naquele assunto eu sentia aquilo, por isso evitava falar sobre..

— Não é nada muito sério Mione, — resmunguei pegando um pedaço da torta de abóbora de Harry que olhava distraído para a mesa da Sonserina — vou terminar de cumprir a minha detenção e fazer o possível para ficar longe de encrenca.

— Uma pena que a encrenca sempre vem atrás de nós três. — Rony se intrometeu, falando de boca cheia, e depois de receber um olhar feio de Hermione ele resmungou — Desculpa.

Apoiei o meu rosto em minhas mãos olhando distraidamente pelo Salão Principal, infelizmente o meu olhar caiu sobre a mesa da Sonserina e vi um de meus irmãos, Richard, me repreender com o olhar, exigindo que eu fosse até ele.

Engoli em seco enquanto me levantava e ia em passos lentos até a mesa da Sonserina, cheia de calafrios. Parei diante do meu irmão, que me olhava sério.

— Bom dia — falei desconfiada, nós nunca fomos muito unidos, então nos tratamos formalmente diante de outras pessoas.

— Papai me pediu para ficar de olho em você, ele não tem gostado da sua amizade com o filho dos Potter.

Dei um pequeno sorrisinho de deboche. — Faça o que quiser, irmãozinho.






(...)




Como os exames finais se aproximavam, eu acabei passando boa parte do meu tempo presa na biblioteca estudando com Sabrina, a maioria do meu tempo era apenas lendo livros de História da Magia, já que esta era a minha pior matéria. Parecia não ser nada, mas era muito difícil entender o que um professor fantasma falava às sete da manhã. Assim, Draco Malfoy e seus capachos não tiveram oportunidade me azucrinar. O final do ano letivo basicamente se resumia em estudos para os exames, já que o Trio de Ouro estava muito sumido fazendo sabe-se lá o que.

Minhas férias foram um completo tédio, meus pais e meus irmãos estavam incrivelmente distantes e dificilmente me viam sair de casa para encontrar meus amigos que eu tinha feito na Corvinal.

— Milla? — ouvi minha mãe me chamar, preguiçosamente eu fui até a porta e a abri.

Qualquer pessoa diria que eu era uma cópia perfeita da minha mãe, a pele escura bronzeada, o sorriso gentil, baixa estatura é os longos cabelos ondulados. Provavelmente uma das poucas coisas que nos diferia eram os olhos, enquanto minha mãe tinha olhos verdes, eu tinha puxado os olhos escuros de meu pai assim com a sua teimosia.

— O que foi? — perguntei franzindo o cenho e ela me deu um meio sorriso.

— Espero que arrume logo suas malas, logo iremos ver a Copa de Quadribol, ou você se esqueceu?  — ela perguntou pondo as mãos na cintura, eu apenas fiz uma careta e fiz que sim, mesmo que eu sequer tivesse encostado na minha mala. — Ótimo, porque você tem uma hora para sair desse quarto.

Forcei um sorriso e tornei a me trancar no meu quarto, estava tão avoada que tinha esquecido por completo que meu pai tinha conseguido uma promoção ocupando um cargo importante no Ministério da Magia. Como uma parabenização, o Ministro tinha nos convidado para assistir a Copa de camarote junto dele. Meu pai tinha ficado bem animado com o convite, e não parava de tagarelar sobre como deveríamos impressionar Fugde, claro que eu acabei não dando importância para o seu monólogo.

Arrumei minhas malas rapidamente e tomei um banho quente, coloquei um suéter vermelho quente junto de calças de moletom. Por cima vesti a minha capa bruxa e me sentei em minha cama olhando pela janela de meu quarto, meus dois irmãos estavam no jardim rindo e jogando quadribol com alguns amigos da Sonserina.

— Srta. Schmidt? — nosso elfo doméstico, Quinn apareceu na soleira da porta de meu quarto — Quer que eu leve sua mala para a sala de estar?

Fiz que não com a cabeça, não gostava de sobrecarregar o elfo.

— Já estão todos prontos, Quinn? — perguntei.

— Quase todos, o Mestre está bem bravo em seu escritório, ele provavelmente não gostaria que eu contasse isso a senhorita, mas ele descobriu recentemente que os Malfoy irão dividir o camarote com vocês e…

— Os Malfoy? — perguntei incrédula, me lembrando vagamente que Lucius Malfoy trabalhava para o Ministério e tinha um cargo de extrema importância lá. — Por Merlin, era só o que me faltava…

O elfo me olhou como se soubesse de algo que eu não sabia, estranhamente ele me deu um olhar de...Pena?

— O que foi Quinn? — indaguei curiosa com a sua atitude.

— Me perdoe senhorita, eu não deveria ter tocado nesse assunto. — disse dando tapas em seu próprio corpo.

— Ei! — exclamei saltando da minha cama e segurando o elfo doméstico em meus braços, o olhei furiosa — Não faça isso novamente!

— Minha senhorita…

Não faça isso. — falei em tom sério, e Quinn apenas concordou envergonhado e com olhar baixo — Não lhe perguntarei mais nada sobre isso, só não se machuque novamente, ok?

Seus enormes olhos esbugalhados se encheram de lágrimas. — Me perdoe minha senhorita, quando o tempo certo chegar você saberá, me perdoe.

Com essas palavras ele apenas deixou o meu quarto, me deixando com um enorme ponto de interrogação em minha cabeça. Sobre o que Quinn estava falando e por que ele pediu desculpas tantas vezes?




(...)



Cem mil bruxos e bruxas estavam presentes no mesmo lugar, o que era assustador, já que eu nunca estive cercada de tantas pessoas ao mesmo tempo. Por um momento eu agradeci que minha família tinha um lugar reservado no camarote.

— Um dia, talvez seja um de vocês. — meu pai disse exclusivamente para Charles e Richard, visto que o primeiro era o goleiro da Sonserina.

Não pude evitar de revirar os olhos com a fala de meu pai, eu também não era ruim em quadribol, mas como sempre, ele preferiu elogiar somente os meninos.

Passamos por uma multidão, e logo encontramos Fudge em meio vários bruxos, ele cumprimentou todos, um por um, embora eu me mantivesse quieta e apenas tinha lhe dado um pequeno sorriso forçado. Peguei um lugar ao lado de minha mãe e foquei o meu olhar no vasto campo de quadribol a minha frente, eu adoraria sobrevoar ali com a minha Nimbus.

— Ora, ora. — uma voz irritante me fez tirar os olhos do gramado, e de alguma forma percebi que todos os presentes ali estavam extremamente tensos, principalmente meu pai e um homem alto e loiro. Eram os Malfoy.

O pouco tempo que eu mantive contato visual com o Malfoy me fez estremecer, então eu apenas fiz um aceno de cabeça aos pais do garoto e o ignorei tornando a olhar para o campo. A memória de Draco me humilhando em Hogsmeade ainda era bem viva, não tinha conseguido deixar de sentir raiva dele.

— Lucius, quanto tempo. — meu pai parecia extremamente afetado ao falar, como se a presença daquele homem o incomodasse muito.

Franzi o meu cenho confusa, não sabia que meu pai e Lucius eram ou foram próximos.

— Robert, Elisabeth. — Lucius os cumprimentou com um aceno de cabeça e sentou-se ao lado da minha família.

Eu podia sentir todo o meu almoço subir pela minha garganta, aquilo estava me deixando extremamente enjoada. Tudo o que eu mais queria naquelas férias era esquecer que Draco Malfoy tinha me humilhado na frente de Hogwarts inteira, e de quebra tinha prejudicado a minha amizade com Rony.

Com o passar do tempo eu acabei perdendo o encanto pelo Weasley, mas não podia deixar de ficar irada com Malfoy por ser tão intrometido, sempre achando que o mundo girava em torno do umbigo dele.

Ainda demoraria algum tempo para o jogo começar, mas mesmo assim eu balançava as minhas pernas ansiosamente enquanto olhava para o enorme campo de quadribol a minha frente.

— Oh, sim, como eu ia dizendo, o estádio possui capacidade de cem mil pessoas...— um homem ruivo tagarelava para um grupo que se aproximava das cadeiras vazias do camarote, até que dirigiu um breve olhar para Lucius.

— Oh, Milla, não esperávamos te ver aqui! — arregalei meus olhos mal acreditando no que estava vendo, meus três amigos grifinórios sorriam para mim.

Me levantei da cadeira me jogando nos braços de Harry, abracei o menino tão forte que por um momento temi quebrar suas costelas. Logo fui até Hermione, com um enorme sorriso e a abracei, logo após ela fui até Rony, e com um sorriso tímido lhe dei um abraço.

— Uau, eu que não esperava ver vocês por aqui! — exclamei feliz — Como estão? Ah, olá Sr. e Sra. Weasley — disse encabulada cumprimentando o resto dos familiares de Ronald.

— Nós também não esperávamos te ver hoje. — Harry sorriu.

Enquanto nós conversávamos animadamente, o Sr. Weasley foi sorridente cumprimentar os outros bruxos que estavam sentados por ali, e sem querer acabamos por escutar a conversa dele e do Malfoy.

— Ah Arthur, o que você precisou vender para comprar lugares no camarote? — disse em tom baixo com um tom de deboche, ao lado dele meu pai apenas esboçou um sorriso presunçoso.

Olhei para aquela cena com descrença, agora estava explicado porque o filho dele era incrivelmente debochado e irritante o tempo todo. Não pude deixar de olhar para Draco, e surpreendi quando o vi me olhando também. Fiz uma careta surpresa e desviei o olhar para Rony que estava vermelho de raiva.

Nojentos. — ele disse franzindo o nariz em uma careta de desgosto.

Com certo desconforto eu me sentei ao lado dos meninos, e ficamos em silêncio esperando a partida começar.




(...)






Ao final do jogo com a vitória da Irlanda, acabei por me despedir dos meus amigos indo para a tenda da minha família. Tive de ouvir reclamações por parte do meu pai, murmurando que nunca imaginaria que eu fosse fazer amizade com um mestiço, uma sangue-ruim e com os Weasley, felizmente minha mãe o cortou, parecia que meu pai esquecia que seus três filhos eram na verdade, mestiços.

Como estava sem paciência para jantar em família, aleguei que estava com sono e me deitei. Esperava ter um momento de paz enquanto estava dormindo, e isso infelizmente não aconteceu. Tive um pesadelo, e em meu sonho um Dementador com o rosto de Lucius Malfoy me perseguia pela Floresta Proibida a noite falando algo como “Não se meta com o meu filho”. Se antes eu já tinha medo daquele homem, agora eu não queria nem ver o seu rosto.

Acordei suando frio, sendo sacudida por meu irmão Richard.

— O quê você está fazendo dormindo! Levante! — disse me puxando da cama, e eu acabei caindo no chão.

— Ai. — gritei sentindo minha perna doer com a queda, ele apenas me encarou atônito me ajudando a se levantar, quando vi a expressão em seu rosto pude perceber que algo estava tremendamente errado — O que foi?

Ele não me respondeu, me jogando um enorme sobretudo mandando eu vestir e saiu da tenda, me deixando sozinha. Comecei a ficar assustada, colocando a roupa e indo até a saída da tenda.

— Meu Deus.

Havia um grupo de pessoas encapuzadas com suas varinhas erguidas, todas apontadas para o céu. Incêndio, foi tudo o que eu conseguia raciocinar vendo aquela cena no mínimo bizarra.

Olhei em volta tentando procurar a minha família, mas apenas me deparei com o caos de pessoas correndo para todos os lados. Estava muito assustada para tomar alguma atitude então apenas fiquei parada observando algumas tendas pegarem fogo.

— Você é idiota ou o que? — a voz de Draco Malfoy me tirou do meu estado de choque, o garoto pegou o meu braço me tirando de perto da tenda.

— Me solta, não ouse me tocar! — exclamei assustada, mas o loiro apenas rolou os olhos.

— Me siga. — ele murmurou, e como eu não tinha muito o que fazer, acabei o seguindo. — Se você seguir reto vai conseguir sair desse caos. — disse soltando meu braço com certa relutância.

Meus olhos faiscaram enquanto eu o encarava sem nenhuma reação.

— Por que você está fazendo isso? — perguntei confusa mas ele apenas me ignorou.

— Por que você não me agradece por ter salvo a sua vida? — ele perguntou subindo em uma árvore, como se fosse assistir toda aquela bagunça.

— Quer saber eu não vou insistir nessa conversa. — disse irritada e seguindo reto exatamente como ele tinha me aconselhado, assim que os gritos começaram a se intensificar eu comecei a correr, sem antes dar uma olhada para trás.

Corri como se aquilo fosse salvar a minha vida da morte, estava assustada, com sono e confusa, ora ou outra tropeçando em um galho e caindo no chão. Na minha terceira queda eu acabei não aguentando, e ficando ali no chão.

Senti o meu pé doer, e concluí que tinha torcido o meu tornozelo. Bufei, apoiando a minha cabeça no tronco da árvore, fechei os meus olhos querendo que a dor passasse logo.

Só abri os meus olhos quando quase fiquei surda com gritos estridentes, e quando olhei para o céu me engasguei com a minha saliva. Pela primeira vez eu via o símbolo que jurava não existir mais, a Marca Negra.


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