Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 14
Capítulo 14 - You don't know the half of the abuse




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Capítulo 14 - You don't know the half of the abuse



CAMILLA SCHMIDT



— Camilla, você não tem altura para colocar a estrela no topo da árvore. — George se aproximou dando risada enquanto eu tentava colocar a estrela ficando na ponta dos pés.

— Ah é? — perguntei desafiadora.

— É — Fred disse pegando a estrela de minhas mãos colocando no topo da árvore sem a menor dificuldade.

— Vocês são uns gigantes. — exclamei cruzando os braços fazendo birra, mas os meninos apenas riram. — Quer saber, vou ajudar as meninas na cozinha. — resmunguei me arrastando para a cozinha encontrando Gina, Harry, e Hermione fazendo alguma comida que eu não consegui identificar.

Hermione tinha chegado recentemente na Ordem, disse que resolveu passar o feriado conosco, foi engraçado ouvir como tinha sido a experiência dela com o Nôitibus Andante.

— Camilla, veio ajudar com a torta? — Hermione sorriu e eu acenei positivamente com a cabeça.

—  Ah sim, os gêmeos praticamente me expulsaram da sala. — resmunguei arregaçando as mangas e me juntando aos outros. Ergui minha sobrancelha ao olhar para eles, que visivelmente não conseguiam disfarçar a curiosidade sobre o que tinha acontecido. — E então?

Ficaram em silêncio por alguns minutos, então eu resolvi começar a falar.

— Quem diria que a minha mãe um dia foi membra não-oficial da ordem. — aticei os três a falarem alguma coisa, ainda era difícil para mim sequer pensar sobre, mas estava curiosa querendo saber o que eles pensavam sobre aquilo.

— Sua mãe é brilhante  — Harry disse com um sorriso modesto.

— E incrivelmente corajosa — Hermione acrescentou.

Sorri agradecida para eles.

— Oh, ouvi a Sra. Weasley comentar que o seu pai se machucou no Ministério… — olhei preocupada para Gina.

— Ah sim, — a ruiva comentou um pouco assustada — Harry viu papai sendo atacado a tempo de o encontrarem.

— A cicatriz, — Harry tentou explicar — meio que me liga com Voldemort.

— Não fale esse nome. — estremeci fazendo um careta, era incrível que entre três grifinórios eu era a covarde dali.

— É só um nome, não há porque ter medo de pronunciá-lo. — Harry disse. — O Sr. Weasley deve estar voltando do Hospital St. Mungus em breve...Nós fomos visitá-lo enquanto você e sua mãe tinham acabado de chegar na ordem.

Assenti com a cabeça, esperando que Arthur Weasley estivesse bom logo, de repente as palavras de minha mãe pareciam fazer sentido. O mundo bruxo realmente estava um caos, eu só não percebia porque estava protegida em Hogwarts.

— Oh, eu entrei no time de quadribol da Corvinal, talvez vamos ter de nos enfrentar futuramente, provavelmente no ano que vem então...— dei um sorriso sem graça para Harry.

— Uau, isso é ótimo, mas eu e os gêmeos fomos banidos do time. — o garoto quase que bufou ao falar.

— Banidos? — indaguei surpresa — Mas, Crabbe te atingiu com um balaço…

— Aparentemente ninguém percebeu e ele saiu ileso, como sempre — o tom irritado estava presente em sua voz.

— Ah Harry, eu sinto muito. Adoraria jogar uma partida contra vocês grifinórios. — disse em tom triste, eu realmente gostaria de jogar uma partida de quadribol contra ele já que Harry era conhecido por ser o apanhador mais jovem de nosso tempo. — Aliás, belo soco.

Hermione estava prestes a me dar um sermão quando Harry riu.

— Já pararam para reparar que três pessoas do nosso grupo já socaram Malfoy? Eu, Mione e Camilla. — ele disse dando risada, sendo acompanhado por mim e por Gina.

— Qual é, — sorri para Hermione — admita, você adorou socar o rostinho do Malfoy.

A pose de durona dela não durou muito tempo, logo estava rindo conosco.





(...)






Felizmente aquele feriado me proporcionou bastante tempo junto da minha mãe, é eu quis aproveitar ao máximo já que era muito raro que ela tivesse algum tempo para passar comigo.

— Fico feliz que Snape ainda lembre de mim, — minha mãe deu um pequeno sorriso — ele era o melhor aluno de poções do seu ano, mesmo que eu tentasse não conseguia bater as notas dele. Acredito que ele deve dizer coisas como “sua poção está no máximo aceitável”. Lembro também das aulas de Poções do Slughorn, eram bons tempos. Eu era uma de suas alunas prediletas.

Tinha comentado com minha mãe o como eu amava as aulas de poções, e como o Professor Snape adorava diminuir a habilidade de seus alunos. Eu me recordava claramente de ter desistido de impressioná-lo, já que Snape não se impressionava com nada.

— Falando assim parece até que vocês eram próximos. — estremeci com medo de qualquer outra história do passado da minha mãe, mas ela apenas riu, negando.

— Severo sempre foi muito reservado quando se tratava de amizades. Bem, eu também costumava ser reservada nos meus anos de escola mas fui brevemente amiga de Narcisa Malfoy. — ela começou a murmurar nostálgica — Ela até que não era tão detestável quanto o marido, um pouco egoísta eu diria. Já conversei bastante com Lily Potter, ela era adorável assim como Harry, também já tive amigos nascidos trouxas, como sua amiga Hermione. Ver todos vocês juntos me deixa bem nostálgica.

Sorri torto para a minha mãe, apesar de ela dar um sorriso ou outro enquanto me contava duas histórias do tempo de escola, eu podia perceber o como ela estava triste. Não só porque estava agindo pelas costas de Robert, mas também porque sabia que meus irmãos estavam fora de seu alcance.

— Mãe, quem era aquele homem que estava no escritório do Robert quando houve aquele almoço de negócios? — perguntei cautelosamente ao ver sua expressão séria.

— Acredito que você não o conheça, é espero de coração que você nunca o veja. Seu nome é Pedro Pettigrew, ou Rabicho como é conhecido pelos Comensais e por Sirius e Lupin. Ele...ele veio a nossa casa avisar seu pai de que Voldemort estava de volta, e que haveriam consequências...Claro que ele não sabia onde nos encontrar, então pediu para que Lucius o levasse até nós. — ela disse com um fio de voz, não parecia ser uma lembrança muito agradável — Você já deve ter ouvido falar que todo Sonserino é mal, pois bem, toda regra possui sua exceção. Rabicho estudou comigo na época de escola, ele era da Grifinória. Era um dos melhores amigos dos Potter, até que os traiu, os entregando para Voldemort.

Engoli em seco ao ouvir aquilo, nunca tinha me ocorrido pensar se outros bruxos de casas que não fossem a Sonserina tinham se juntado ao Lorde das Trevas.

— M-mas a Grifinória é a casa dos leais e corajosos. — murmurei, minha mãe apenas deu uma risada seca.

— Rabicho não é nada disso. Por isso eu acredito que as casas de Hogwarts vão além de duas ou três características, veja, se o chapéu te colocou na Corvinal não quer necessariamente dizer que você é extremamente inteligente. Veja sua amiga Hermione como exemplo, ela caiu na Grifinória.

— Eu nunca parei para pensar nisso mãe. — respondi com sinceridade, me perguntando mentalmente se haviam exceções na Sonserina.

Passamos um momento em silêncio, eu estava deitada em seu colo enquanto ela acariciava meus cabelos. Aquele momento tinha sido tão esperado na minha mente por tanto tempo…

— Mãe, — perguntei aleatoriamente — você gostava das aulas do Professor Binns?

Minha mãe teve uma crise de riso.

— Definitivamente não. — ela respondeu, o que me fez se sentir mais leve.

— Mãe, — murmurei quase adormecendo — eu tenho uns sonhos estranhos com um garoto, um dia eu acordei chorando é tre...tremendo…

Meus olhos estavam quase se fechando por conta da sonolência, mas eu pude perceber que minha mãe tinha ficado mais tensa ou ouvir aquilo.

Eu sinto muito filha, me perdoe por não poder impedir isso.





(...)





No dia seguinte era Natal, é talvez aquele fosse o melhor Natal que já tinha celebrado. Fui acordada por Gina, que me abraçou quase me sufocando e me obrigando a ir até a sala de pijama. Cumprimentei todos os presentes na ordem com um sorriso de orelha a orelha, é esse sorriso aumentou mais ainda quando eu vi os presentes e Sirius Black cantando canções natalinas, não pude evitar cantarolar uma música ou outra com ele.

A Sra. Weasley tinha me dado um suéter azul é prateado com um enorme C de prata, Hermione tinha me dado sobre feitiços, é minha mãe tinha me dado um anel bem sutil feito de ouro que ela alegou ser uma joia de família.

— Minha mãe me deu esse anel quando eu era pequena, queria passar ele para você. — justificou acariciando os meus cabelos. — Eu também queria te dar isso, é um livro de contos, não sei ao certo se você se recorda, mas eu costumava lê-los para você dormir.

— Obrigada mãe. — sorri abraçando o livro, sentindo meu coração se aquecer.

Passei o restante do feriado junto dos Weasley que foram ao Hospital St. Mungus, não pude deixar de ficar encantada com cada lugar que eu ia, já que nunca tinha entrado lá antes. Queria ter ficado em casa passando mais tempo com minha mãe, mas ela me garantiu que teríamos o tempo do mundo para isso mas férias.

— Aqui é enorme. — eu murmurei surpresa olhando para cada canto do hospital.  

Ironicamente acabamos encontrando nosso antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart. Olhando ele em um hospital com total de perda de memória, ele já não parecia o bruxo incrível que eu acreditava que ele fosse anos atrás.

— Acredito que vieram aqui atrás de um autógrafo. — ele sorriu brilhantemente para nós.

Olhei desconfortável para Harry e Hermione.

— Lockhart tentou nos lançar um obliviate, acontece que ele estava usando minha varinha quebrada então o feitiço se voltou contra ele… — Rony sussurrou me explicando a história com certa culpa no seu tom de voz.

— Eu não sabia que dava para perder toda a memória só com um obliviate. — sussurrei de volta.

— Se a pessoa que lançar o feitiço excepcionalmente bem, sim.

— O que vocês dois tanto sussurram? — Gilderoy sorriu se intrometendo no meio da conversa. — É sobre mim? Oh pois bem…

Eu e Ron nos entreolhamos desconfortáveis, era bizarro ver o nosso antigo professor naquele estado. Me lembrava claramente de ter ido na Floreio e Borrões comprar diversos livros de Lockhart com a maior alegria do mundo, era decepcionante saber que ele era uma farsa. Mais decepcionante ainda era o estado em que ele se encontrava no momento.

Talvez fosse a forma de ele pagar pelo que tinha feito.

— Neville! — vi Rony chamar um de seus colegas da Grifinória e desatou a tagarelar sem perceber que o garoto não estava lá muito confortável com a nossa presença.

Havia muito pouco que eu sabia sobre Neville Longbottom, já que sempre estava com a cara enfiada em livros e raramente conversava com pessoas que não fossem da minha casa. Sabia que ele vivia com a avó, e era realmente desastrado. Por algum motivo inexplicável eu gostava de Neville, apesar de o garoto ser completamente subestimado, era visível que ele tinha uma capacidade e determinação incrível.

— Quem você está visitando? — Rony perguntou, e as bochechas do garoto pareciam explodir de vermelhas.

— São seus amigos, querido? — a avó de Neville apareceu a seu lado.

A Sra. Longbottom cumprimentou cada um de nós, comentando que Neville tinha nos mencionado em casa. Fiquei surpresa ao perceber que meu nome estava incluído.

— Você deve ser a Srta. Schmidt, Neville me comentou que você é filha de Elisabeth Schmidt, uma mulher adorável devo dizer. — ela deu um pequeno sorriso.

Corei, tentando imaginando quantas pessoas no mundo bruxo conheciam a minha mãe e eu sequer fazia ideia. Ela devia ter sido bem popular na sua época de escola. Passei algum tempo perdida em meus pensamentos, e quando retornei a realidade a avó de Neville discutia com ele.

— Como não contou sobre seus pais para seus amigos? — ralhou.

Neville abaixou a cabeça envergonhado enquanto a avó dizia que aquilo não era um motivo para se ter vergonha, me perguntava sobre o que ela estava falando.

— Meu filho e sua esposa, foram torturados até a loucura por seguidores de Você-Sabe-Quem. — a senhora disse indicando para um casal com vestes hospitalares atrás dela.

Senti meu estômago se embrulhar ao ouvir aquilo, e até abaixei a minha cabeça envergonhada. Mal conseguia acreditar que minha família estava associada com alguém tão maligno, a ideia de que talvez meu pai pudesse ter os torturado me fazia querer vomitar.

— Eles foram aurores, vocês sabem, altamente respeitados na comunidade bruxa. — ela disse orgulhosa.

Olhei compassiva para os Longbottom, jamais iria conseguir imaginar o quanto eles sofriam com aquilo. Distraída, cruzei o meu olhar com Alice Longbottom, ela parecia ter sido uma mulher tão cheia de vida…

— Bem melhor irmos embora. — a senhora disse se despedindo e pedindo para que Neville jogasse o embrulho de bala que sua mãe tinha dado para ele enquanto eu estava perdida em pensamentos. — Foi ótimo encontrar vocês.

Um gosto amargo estava em minha boca.

— Eu não sabia. — Hermione sussurrou.

— Eu também não. — Rony disse.

Apenas acenei com a cabeça me juntando a eles.

— Eu sabia, — Harry admitiu tristemente — Dumbledore me disse mas eu comprometi que não contaria nada… Bellatrix Lestrange foi para Azkaban por ter usado a Maldição Cruciatus nos pais de Neville até eles perderam suas mentes.

Dei um suspiro, desconfortável com o assunto enquanto Lockhart resmungava em meio ao silêncio desconfortável que tinha se instalado no local.

 


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