Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 13
Capítulo 13 - For if the dark returns, my brothers will die




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Capítulo 13 - For if the dark returns, my brothers will die

 

CAMILLA SCHMIDT



Assim que os jogos de quadribol começaram eu recebi a notícia de que o antigo artilheiro da Corvinal provavelmente não iria poder jogar, então eu acabaria me tornando a titular do time, no fundo eu torcia secretamente para que o artilheiro melhorasse logo, eu definitivamente não estava confiante para jogar. Apesar de estar morrendo de medo de manchar a reputação da minha casa, não podia deixar de admirar o meu uniforme. Era uma camiseta azul e prata com o meu sobrenome escrito em letras maiúsculas e prateadas e logo abaixo havia o meu número, seis.

Naquele dia o jogo seria da Grifinória contra a Sonserina, Bradley tinha comentado que era uma ótima oportunidade para observamos as técnicas das duas casas, embora estivesse mais do que claro que a técnica da Sonserina era simplesmente jogar sujo.

Tinha falado com Harry e Rony alguns dias antes do jogo acontecer, mas os meninos pareciam uma pilha de nervos. Provavelmente porque era a primeira vez que Rony jogava como um goleiro, e admito, eu também estaria nervosa se fosse jogar contra a Sonserina.

Era extremamente irritante ter de ver Draco Malfoy cantando vitória sobre um jogo que nem sequer tinha acontecido, seria ótimo ver a cara dele quando Harry agarrasse o pomo de ouro…

Com o passar dos dias as aulas da Umbridge continuavam insuportáveis, contudo, eu percebi que fingir que eu não existia era a melhor maneira de não receber uma nova detenção daquela mulher. Embora eu tivesse de admitir que a minha paciência com ela estivesse se esgotando.

Os encontros da AD eram ótimos, e eram a única coisa que compensava ter aulas ridículas lendo um livro monótono recomendado por funcionários da educação do Ministério da Magia.  

— Vamos para o jogo? — Louise Greenwood que também era artilheira da Corvinal, perguntou assim que me viu andando pelo Salão Comunal.

— Claro. — sorri ansiosa para ela.

— Espero que não fique nervosa quando formos jogar contra a Sonserina, eles são bem durões, mas tenho que admitir que as estratégias deles são bem previsíveis. — disse dando um meio sorriso. — Quem sabe você nos ajude a conseguir a Taça das Casas esse ano.

No meio do caminho acabei vendo Luna Lovegood com um enorme chapéu de leão em sua cabeça, não consegui evitar pensar em como ela era uma garota excêntrica.

Conseguimos um bom lugar nas arquibancadas para assistir o jogo, contudo foi quase impossível assistir, os sonserinos cantavam a toda força um hino sobre como Rony não era um bom goleiro e não conseguia agarrar a goles. Ao ouvir aquilo eu senti todo o meu ânimo se esvair, será que eles fariam a mesma coisa com a Corvinal? Eu não sabia se iria aguentar o jogo se fizessem isso…

Por um momento eu realmente senti dó de Ron, ele estava tão nervoso que não tinha conseguido defender os gols da Sonserina que tinha uma diferença ridícula no placar. A única esperança para a Grifinória era que Harry conseguisse pegar o pomo, e por falar nele, Harry estava a um bom tempo parado no ar olhando para o nada.

Me perguntava se ele estava esperando Crabbe e Goyle o atingir com um balaço.

Felizmente ele logo voltou a realidade e começou a se movimentar pelo campo.

— Está quarenta a dez para a Sonserina. — Lino Jordan anunciou e eu só pude estremecer.

Soltei uma exclamação quando um balaço atingiu Harry, seguido pelo apito de Madame Hooch. Que diabos…

— A GRIFINÓRIA VENCE!

Por mais feliz que eu estivesse de ver a Grifinória vencer, não pude deixar de ficar preocupada com Harry. Ele tinha sido atingindo por um balaço depois do apito de Madame Hooch, aquilo era ridículo!

Quando fui me dar conta, Malfoy discutia enfurecido com Harry e o restante do time da Grifinória, não pude deixar de revirar meus olhos, ele parecia uma criança mimada e birrenta que não aceitava perder. O mais chocante de tudo, foi ver Harry socando o estômago de Malfoy com a mão em que ele segurava o pomo. Mordi os lábios, não sabia se ria ou se ficava apreensiva, já que todos os professores estavam vendo tudo.

Impedimenta.

Madame Hooch tomou conta da situação, completamente furiosa.

Voltei para o Salão Comunal da Corvinal completamente atônita, me perguntando pela milésima vez se eu era capaz de conseguir ganhar de um time de brutamontes como aquele. Acabei ficando um bom tempo conversando com o time de quadribol da minha casa discutindo estratégias, e quando se passava da meia-noite fui dormir.

Ao entrar no dormitório, encontrei uma carta sobre a minha cama, era da minha mãe, ela pedia que eu a encontrasse na Estação King Cross, dizendo que iriamos passar o feriado juntas. Não pude deixar de ficar contente com aquela notícia, mal conseguindo dormir por conta da ansiedade.





(...)





— Mãe! — exclamei dando um abraço nela assim que a vi na estação, não pude deixar de perceber o sorriso dela ao me ver.

— Camilla, estou tão feliz que você esteja bem. — disse acariciando o topo da minha cabeça.

— Por quê eu não estaria mãe? — franzi o cenho confusa, porém ela apenas deu um suspiro.

— Segure no meu braço, nós iremos aparatar. — ela anunciou e eu apenas concordei fazendo um aceno com a cabeça.

Aparatar era de longe uma das minhas piores experiências, sentia um enorme enjôo e acabava vomitando no final. Felizmente, desta vez meu corpo já estava um pouco mais acostumado, acabei sentindo apenas uma leve dor de cabeça.

— Mãe, onde estamos? — murmurei sem abrir os meus olhos.

— Você precisa se habituar mais a aparatar filha, logo você irá aprender a aparatar sozinha. — ela comentou e eu não pude evitar de soltar um murmúrio descontente — Estamos no Caldeirão Furado, estou hospedada aqui há alguns dias...Oh, boa tarde Tom.

Quando abri meus olhos, percebi que eu realmente estava naquele pub sujo que dá passagem para o Beco Diagonal. Me sentia confusa, porque a minha mãe estava hospedada em um pub? Ela não deveria supostamente estar em casa...Com o meu pai?

— Ande. — ela disse me guiando até um quarto bem pequeno que contava apenas com duas camas e um malão enorme que eu reconheci ser dela.

Certo, tinha algo extremamente errado acontecendo.

— Sente-se, já irei tirar suas dúvidas. — ela falou enquanto fechava a porta com sua varinha em mãos, — Abaffiato.

Me sentei na cama que não estava ocupada pelo malão de minha mãe, e deixei minha pequena mala ao lado da cama. Constatei que ela realmente tinha passado no mínimo mais de uma semana naquele quartinho, só não conseguia entender o porquê.

— Bem, filha,já aviso de antemão que será muito informação para você processar. — ela disse se sentando ficando de frente para mim — O que você estava suspeitando é verdade, Voldemort voltou, — estremeci quando ouvi minha mãe falar aquele nome — seu irmão mais velho, Richard, se uniu a ele, juntamente com seu pai. Charles está fora do meu alcance, então eu resolvi proteger você primeiro. — ela disse abrindo o enorme malão.

— Eu não entendo, por quê não estamos em casa?

Seus olhos verdes me olharam fixamente, e eu compreendi que deveria ficar calada e esperar que ela terminasse de falar.

— Como eu ia dizendo, resolvi te proteger. Para isso eu deveria ficar fora do radar de Robert, quero que compreenda que a partir deste momento nem seu pai nem seus irmãos são mais confiáveis, eles fizeram a escolha deles. Fui para Liverpool, encontrar minha irmã-

— Tia Penélope — exclamei estupefata, me lembrava de apenas ter visto a mulher quando eu era muito pequena. Meu pai a detestava, justamente por ser trouxa.

— Fiquei um bom tempo lá, pensando em como eu iria conseguir te proteger, então eu lembrei disso aqui, — disse tirando o medalhão da família Schmidt de seu malão — você sempre teve uma enorme admiração por esse colar, me lembro diversas vezes de você o segurar com as duas mãos contra o coração quando estava triste. Percebi que era como um medalhão de estimação para você, então resolvi usá-lo a meu favor.

“Pedi para que me enviasse o medalhão a fim de enfeitiça-lo, porque sei que você não larga esse colar desde criança, então dificilmente o perderia agora. Por isso, toda vez que você estiver em perigo eu conseguirei saber se estiver usando o meu medalhão, também conseguirei ter acesso a sua localização. Sei que parece uma enorme invasão de privacidade, mas preciso ter a garantia de que você está sã e salva. Como você passa boa parte de seu tempo na escola acaba não conseguindo vislumbrar o como o mundo bruxo está perigoso, até mesmo para nós de famílias nobres. Por isso eu te imploro, não tire esse colar. Eu fiz o possível para te proteger.”

— E Robert, ele não ficou furioso? — perguntei com o coração na mão, era exatamente como minha mãe tinha dito. Era muita informação para processar, mas felizmente eu conseguia entender os motivos dela.

Nunca admirei tanto a minha mãe como naquele momento, não tinha percebido a mulher forte que ela era.

— Robert acha que eu estou fazendo uma reportagem fora do país — seu tom de voz era triste, podia perceber nos pequenos detalhes, nas entrelinhas que ela o amava de verdade e aquilo doía nela, agir pelas costas dele.

— Mãe, como você consegue? Robert é…

Ela sorriu para mim.

— Talvez você ainda seja muito novinha para entender, mas nós não escolhemos quem nós amamos. Sei que acredita que eu ter amado um Sonserino tenha seja a minha ruína, — ela deu um sorriso triste — espero que você não tenha a mesma sorte que eu. — disse e eu franzi o cenho, percebendo que havia um significado a mais naquela frase. — Agora, espero que você coloque logo o colar, porque nós iremos aparatar novamente. Ah, é claro, não esqueça de pegar sua mala.

— Para onde estamos indo? — perguntei curiosa, mas ela apenas sorriu misteriosamente.





(...)







— Elisabeth! — Sirius abraçou a minha mãe como se fossem melhores amigos de infância. — Quanto tempo.

Fiquei observando a cena de boca aberta, sem entender o que raio estava acontecendo. Minha mãe tinha me levado a sede da Ordem da Fênix…? Minha mente dava tantos nós que eu não sabia se seria capaz de raciocinar mais alguma coisa.

— Sua mãe foi uma grande integrante da ordem, Camilla, — Sirius disse com um breve sorriso — deveria ter orgulho dela.

— M-mas minha mãe é uma jornalista no Profeta Diário. — falei ainda em estado de choque, contudo minha mãe apenas me ofereceu um sorriso terno colocado sua mão em meu ombro.

— Como eu disse, é muita informação para você assimilar. Eu já trabalhei para Dumbledore, durante a Primeira Guerra Bruxa.

— Sua mãe foi tipo uma agente dupla, — Black comentou — foi de grande utilidade naquela época.

Queria poder falar alguma coisa, ou até mesmo começar uma discussão, mas fui interrompida pelo barulho da porta de entrada se abrindo. Eram os Weasley que tinham voltado com Harry do Hospital St Mungus.

— Elisabeth! — Molly exclamou feliz indo abraçar a minha mãe.

Que...Diabos…

Fiquei olhando para aquela cena completamente incrédula, meu pai odiava os Weasley, então porquê minha mãe estava abraçando Molly? Por quê ela conhecia Sirius Black?

Aquilo, aquilo não podia ser verdade. Eu devia estar sonhando acordada. Minha mãe era uma jornalista muito ocupada do Profeta Diário…

— Camilla...querida…

Antes que minha mãe pudesse dizer mais alguma coisa eu já tinha saído dali, ido me trancar no antigo quarto que eu dividia com as meninas.





(...)





Não conseguia acreditar, desde o ano passado as coisas pareciam ter virado ao avesso e tudo parecia a droga de uma piada de mau gosto. Primeiro eu descobri que meu pai era um Comensal da Morte - coisa que ele tinha feito possível para que eu não descobrisse -, e não sendo suficiente ele ainda era melhor amigo de Lucius Malfoy e eu poderia jurar que Lucius não tinha amigos...

Agora um dos meus irmãos era um Comensal da Morte, e só Merlin sabe o que ele deve estar fazendo no momento, já que o mesmo terminou a escola, e Charles está no mesmo caminho que ele, e não tem nada que eu possa fazer para parar isso.

E para piorar eu descobri que minha mãe era uma informante de Dumbledore. Ótimo, que piada.

Minha família tinha despedaçado de uma vez por todas, se dividindo em dois lados completamente diferentes.

Afundei o meu rosto em um travesseiro sentindo algumas lágrimas descerem pelo meu rosto, aquilo doía, provavelmente porque eu ainda tinha uma pequena expectativa bem boba de que um dia minha família fosse finalmente ser unida. Agora essa chama de esperança tinha sido apagada com uma enorme onda destruidora.

Sequei as lágrimas com as palmas da mão, não precisei olhar no espelho para ver o meu rosto completamente avermelhado. Toquei no medalhão da minha família o olhando por alguns momentos, será que eu era estúpida por ter esperanças que algo bom podia acontecer?

— Camilla? — ouvi algumas batidas na porta e soube que era Gina. — Está tudo bem? — ela perguntou entrando no quarto e fechando a porta.

— Não. — falei miseravelmente sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto. — Eu tenho inveja de você sabia? — admiti cabisbaixa — Sua família é tão unida, já a minha…

Gina me surpreendeu me abraçando, deixando que eu desmoronasse enquanto ela ouvia o meu desabafo com a maior paciência do mundo.

— Cam, sabe, isso não é sua culpa tenho certeza de que sua mãe também está tentando ao máximo unir a sua família.

— Mas nós nunca vamos nos unir, — assumi com um gosto amargo na boca — meu pai é um Comensal da Morte… — minha voz falhou, e novamente Gina me abraçou como se eu fosse um bebê e me deixou chorar.

Acho que eu nunca me senti tão grata a alguém como naquele momento.

Fiquei um bom tempo dentro daquele quarto conversando com Gina, e quando tinha dado a hora do jantar, nós acabamos descendo para comer. Gina me deixou lá embaixo, alegando que iria ao quarto do Harry, já que o mesmo também não parecia estar de bom humor.

— Camilla? — minha mãe perguntou timidamente se aproximando de mim com toda a cautela do mundo.

— Eu quero ouvir, — disse cruzando os braços — quero ouvir a história.

— Tem certeza? — ela deu um sorriso triste — É uma história bem grande.

— Não tem problema. — sussurrei, e ela apenas assentiu, sentando-se no divã da sala.

— Seu pai sempre adorou o poder, e mesmo tendo um cargo relativamente bom no Ministério da Magia ele ainda queria mais, então um amigo dele, Lucius Malfoy, o incentivou a se juntar aos Comensais da Morte. Robert sequer pensou duas vezes antes de colocar aquela marca em seu antebraço, — ela comentou tristemente — demorou muito tempo para que eu percebesse, mas quando soube resolvi tomar uma providência. Delatava tudo o que eu sabia para a Ordem da Fênix, e somente cortei laços quando a guerra acabou. Robert e Lucius alegaram que estavam sob a maldição imperius, e por medo, eu acabei ficando quieta. Não queria que o pai de você e dos seus irmãos fosse para Azkaban, eu não teria como cuidar de três crianças sozinha…”

“Seu pai e Lucius se desentenderam e eu finalmente pude respirar aliviada, ele estava voltando a ser o marido que tinha me prometido quando nos casamos. As coisas iam bem, apesar de nós dois quase não pararmos em casa, sempre ocupados com o trabalho. Até que Lucius Malfoy entrou em nossas vidas, novamente, ele precisava da ajuda de seu pai para conseguir alcançar um cargo mais alto no Ministério e depois de algumas ameaças ele conseguiu o que queria. Os dois tinham retomado a amizade, e apesar de Voldemort ter caído, eles ainda partilhavam do mesmo desprezo contra nascidos trouxas.”

“Novamente houve um...humm...desentendimento entre eles, e nossa família tornou a se afastar dos Malfoys. Meu erro foi acreditar que tinha sido definitivo, que aquela tinha sido a última vez. Infelizmente eu estava errada, assim que Voldemort ressurgiu durante o fim do Torneio Tribruxo, seu pai foi convocado pela marca negra, e implorou por redenção, jurando não abandoná-lo novamente. O resto você pode imaginar…”

Franzi o meu cenho enquanto ouvia atentamente o que minha mãe falava.

— Mas mãe, o que foi esse grande desentendimento que você falou? — perguntei curiosa demais para perceber que ela empalideceu.

Minha mãe parecia prestes a falar alguma coisa, mas fomos interrompidas por Molly exclamando que a janta estava pronta.


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