Twilight escrita por Srta Hale


Capítulo 9
Uma noite calma




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Nós não conversamos durante o caminho e ele dirigiu tão rápido que eu pude ver a placa de “Bem vindo à Forks” em menos de uma hora. A estrada estava vazia e molhada, a chuva começou a cair assim que chegamos à metade do caminho. Emmett parou o carro em frente minha casa e eu olhei em volta, o carro de Edward ainda não estava ali. Peguei o celular digitando outra mensagem para Bella.

Onde vocês estão?

A resposta chegou a menos de um minuto.

Entrando da cidade.

Voltei a olhar para ele e Emmett sorriu.

—Sabe que ainda não terminei as perguntas, certo? –eu perguntei segurando o sorriso.

—Eu posso voltar mais tarde e responder suas duvidas.

O carro de Edward parrou atrás do de Emmett e eu sai do jipe.

—Deixarei a janela aberta. –eu disse fechando a porta.

Bella me encontrou no caminho e assim que os dois foram embora, nós entramos em casa em silencio. As luzes estavam acesas e Charlie estava sentado no sofá, assistindo um filme antigo de faroeste. Ele se levantou e sorriu para nós.

—Como foi o dia de vocês? –ele perguntou.

—Tudo bem. –respondemos juntas.

—Jéssica e Ângela compraram lindos vestidos. –eu disse sorrindo e lhe entregando a sacola com o suéter que eu havia comprado para ele. –E eu te comprei isso.

Meu pai corou e me abraçou com um enorme sorriso no rosto.

—Não precisava querida. Mas muito obrigado.

—Eu vou ligar para a Jéssica. –disse Bella indo para a cozinha.

—Mas você não estava com ela agora? –perguntou meu pai confuso.

—Han... Sim, mas eu esqueci meu casaco no carro dela e quero lembra-la de levar para mim amanhã. –ela disse dando de ombros.

—Eu vou pro meu quarto. Tenho dever para fazer. Boa noite. –eu disse subindo as escadas.

Coloquei a sacola do presente de Bella no quarto dela e corri para o meu trancando a porta em seguida. Abri a janela do quarto até o final e então coloquei minha bolsa na cadeira da minha mesa. Tirei meu cachecol e respirei fundo olhando ao meu redor. Meu quarto estava um pouco mais frio, então liguei o aquecedor e escrevi um rápido e-mail para Renée enquanto Emmett não voltava.

Oi mãe, desculpe o sumiço.

Tudo está bem por aqui, fui à La Push com uns amigos da escola e fiz compras hoje com as meninas, foi divertido, mas sinto sua falta. Logo mais eu te escreverei de novo. Espero que esteja bem. Eu te amo.

Enviei a mensagem e fechei o notebook em seguida. O relógio apontava que era um pouco mais de dez horas da noite. Charlie gritou um desejo de boa noite do corredor e eu respondi indo até a porta e esperando para ouvir se ele iria para seu quarto. Assim que ouvi o barulho de sua porta fechando eu respirei fundo virando-me e encarando Emmett. Ele estava parado do outro lado do quarto com as mãos nos bolsos da calça, com um sorriso no rosto.

Eu fiz um gesto para que ele ficasse em silencio. Andei até minha mesa e abri o notebook novamente, olhei para uma das várias listas de música e coloquei-a para tocar, assim Charlie não escutaria caso chegasse perto e eu estivesse conversando com Emmett.

—Isso tudo é para caso o Charlie apareça? –ele perguntou baixo.

—Não quero ter que explicar o motivo de ter um garoto aqui dentro. Seria constrangedor e chato. –eu disse dando de ombros. 

Andei até minha cama e me sentei o observando. Ele assentiu e se sentou ao meu lado.

—Já teve que explicar isso antes? –ele perguntou me olhando.

Eu sorri.

—Não para o Charlie. –eu respondi. –E não o motivo de alguém estar no meu quarto, nunca tive coragem de deixar alguém entrar escondido. Renée é bem mais difícil de enganar.

—Mas já saiu com alguém antes? –ele perguntou cerrando os olhos.

—Sim. Algumas vezes. –eu falei dando de ombros. –Ciúmes de novo?

Emmett sorriu olhando para mim. Ele se aproximou de mim e beijou meu rosto, descendo para meu pescoço e então subindo até minha orelha.

—Depende. –ele disse baixo.

Eu ignorei meu coração acelerando novamente e tentei manter minha mente e voz claras.

—Do que? –eu perguntei. Minha voz saiu mais como um sussurro e ele riu levemente em meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

—Eles também faziam seu coração acelerar assim? –ele perguntou beijando meu queixo. –Ou faziam você arrepiar desse jeito?

Eu fiquei em silencio e imóvel. Não confiava em minha voz no momento. Suas mãos foram para as minhas costas, puxando-me para ele até que nossos corpos estivessem colados. Coloquei minha mão em seu ombro sentindo sua boca em meu pescoço novamente. Ele afastou um pouco e olhou em meus olhos para em seguida me beijar novamente, o doce gosto de sua boca na minha era algo indescritível e eu não conseguia pensar direito. Ele apertou minha cintura levemente e sorriu se afastando.

—Ou te beijaram assim? –ele perguntou olhando em meus olhos.

—Nem de perto. –eu respondi baixo.

Ele beijou meu rosto indo até meu ouvido.

—Isso é porque você sempre foi destinada a ser minha. –ele sussurrou fazendo-me fechar os olhos e respirar fundo.

Assim que os abri novamente eu me afastei levemente dele, suas mãos não me deixaram, apenas saíram da minha cintura para voltar para minhas mãos novamente. Eu olhei nossas mãos entrelaçadas e consegui acreditar perfeitamente no que ele havia dito. Como não acreditaria? Cada centímetro do meu corpo o desejava desde o primeiro momento em que eu o vi.

—Você disse que responderia todas as minhas perguntas. –eu disse tentando voltar ao assunto inicial e pensar novamente em algo que não fosse sua boca na minha.

—Pergunte o que quiser.

—Como aconteceu?

—Eu estava trabalhando, na época eu era um lenhador, estava na floresta pegando alguns troncos de árvores e então um urso me atacou. Ele foi embora assim que achou que eu estava morto e a dor era tanta que eu desejei estar, meus ferimentos eram muito graves e eu tinha perdido muito sangue. Quem me encontrou era uma filha do Carlisle, a terceira pessoa que ele transformou. Seu nome era Rosalie. Ela dizia ver em mim alguém do passado dela, ela me carregou por vários quilômetros e pediu para que Carlisle me transformasse. Ele o fez.

—Como foi ser transformado?

—A dor é horrível. Era como se eu estivesse sendo queimado de dentro para fora, casa centímetro do meu corpo ardia e eu desejei estar morto tantas vezes que eu mal consigo pensar agora. A transformação dura em média de dois a três dias, a minha durou dois dias e meio, tudo depende da quantidade de veneno você tem no corpo e do quanto o veneno está perto do seu coração. Quando acabou e eu acordei, eu me sentia diferente, mais forte do que nunca.

—E o que aconteceu depois que você acordou?

—Carlisle me explicou tudo o que tinha acontecido, ele me explicou tudo o que eu era e deixou que eu escolhesse o que faria em seguida. Eu escolhi ficar com eles.

Eu assenti e então me apeguei aos detalhes. Os Cullen eram seis. Alice, Jasper, Edward, Emmett, e o Dr. Cullen e a esposa. Nunca havia ouvido falar sobre uma sétima pessoa.

—E quanto à Rosalie? Eu nunca a vi. –eu disse o olhando.

—Rosalie não ficou conosco por muito tempo. Ela nunca gostou de ser uma vampira, ela odiava essa vida e o sonho dela era ser humana novamente. Ela me pediu perdão por ter pedido ao Carlisle para me transformar tantas vezes que eu nem consigo mais contar. –ele riu baixo. –A verdade é que eu amei ser um vampiro, adorava ser mais forte, mais rápido e imortal. Depois de alguns anos Rosalie se afastou da família, ela dizia que precisava ficar longe. Nunca mais tivemos notícias dela.

Eu assenti.

—Quem foram às outras duas pessoas que Carlisle transformou primeiro?

—Edward e Esme respectivamente. Mas a história deles eu prefiro que eles te contem, é algo pessoal demais.

—Entendo. –eu sorri. –Como é a Esme?

Ele sorriu parecendo orgulhoso.

—Ela é maravilhosa! A melhor mãe que eu poderia ter tido em toda minha existência. Esme é sempre gentil, educada, carinhosa e atenciosa. Ela sempre nos tratou como filhos, sempre ao nosso lado apoiando cada decisão que tomamos. Ela foi uma das primeiras pessoas a me incentivar a ficar ao seu lado. A primeira foi a Alice, é claro.

—Por que o “é claro”? –eu perguntei confusa

—Alguns vampiros, como os meus irmãos, tem poderes especiais. Alice consegue ver o futuro, não é algo sólido, pois o futuro sempre pode mudar, mas ela consegue ver as possibilidades e ver o que vai acontecer antes mesmo da pessoa tomar a decisão. Jasper consegue influenciar seus sentimentos, como quando você está nervosa, ele é capaz de te acalmar só de te olhar. Edward é o mais irritante, ele consegue ler pensamentos, isso faz dele um sabichão e ele também é mais rápido que o normal. –ele bufou. –Eu sou forte, mais do que o normal. Até hoje, nenhum vampiro teve a força igualada a minha.

—Edward consegue ler mentes? –eu perguntei alarmada e preocupada. Isso queria dizer que ele escutou tudo o que eu pensei perto dele? Ou o que a Bella pensava? Minha irmã piraria com essa informação.

Emmett riu baixo, mas o suficiente para fazer a cama balançar um pouco.

—Se acalme pequena, ele não consegue ler a sua direito. –ele disse colocando um fio do meu cabelo para trás. –De acordo com ele, sua mente é um tanto nublada para ele. Então ele não consegue ler direito, apenas sentir o teor dos seus pensamentos. Já da sua irmã, ele não escuta absolutamente nada. Isso o irrita bastante, é divertido.

—E por que disso? –eu perguntei aliviada.

—Não fazemos ideia. –ele deu de ombros. –Mas bem que eu queria que ele não conseguisse ler a minha.

Eu sorri e olhei para o relógio com um pouco de raiva. Já havia passado de meia noite e na manhã seguinte teríamos aula. A música já havia parado de tocar a algum tempo e eu me sentia um pouco cansada, mas eu não queria dormir.

—Você deveria dormir. –ele disse parecendo entender o que eu pensava. –Posso continuar respondendo suas duvidas amanhã.

Voltei meu olhar para ele novamente.

—Fica comigo? Não quero que vá embora.

—Ficarei com você pelo tempo que quiser. –ele disse beijando minha testa.

—Eu volto já. –eu disse me levantando. –Não se mova.

Peguei minhas roupas de pijama e fui até o banheiro. Assim que fechei a porta eu respirei fundo pensando em tudo o que ele me contou. Pela primeira vez ele estava sendo totalmente sincero comigo e aquilo me deixava mais calma com a situação. Tirei minha roupa vestindo eu pijama e penteei meu cabelo escovando os dentes em seguida. Eu olhei para meu reflexo me perguntando se eu deveria ter vestido algo melhor além de um short de moletom e uma regata, mas não pensei nisso por mais do que dois segundos antes de voltar para o quarto. Tranquei a porta atrás de mim e parei sorrindo para ele.

Emmett estava perfeitamente imóvel sentado na cama, exatamente do mesmo jeito que eu o deixei quando saí. Ele sorriu de volta e me analisou por alguns segundos antes de abrir os braços. Eu andei até ele e ele me puxou para seu colo me abraçando. Devolvi o abraço e mexi em seu cabelo enquanto ele me observava.

—Como você consegue ser tão linda? –ele perguntou me olhando

Voltei a olhar seus olhos e me abaixei beijando seus lábios de leve, por menos de dois segundos. Muito menos do que eu desejava, mas o suficiente para ele suspirar e sorrir ao me olhar de novo. Sai de seu colo e me deitei na cama dando espaço para que ele deitasse ao meu lado. Emmett puxou o edredom me cobrindo e então me abraçou mexendo em meu cabelo.

—Você não vai desaparecer? É um ser mitológico, nunca se sabe. –eu perguntei baixo.

Ele riu e olhou em meus olhos.

—E deixar você? Por que eu faria isso?

—Está dizendo que não vai me deixar? –eu perguntei brincando com o botão de sua blusa.

—Nunca. –ele prometeu. –Agora durma, estarei aqui caso acorde durante a noite.

Eu fechei meus olhos enquanto ele mexia em meu cabelo. Seu braço estava me abraçando, prendendo-me em seu corpo, o cheiro doce tomou conta de minha cabeça fazendo-me adormecer rápido. E pela primeira vez desde que cheguei à Forks, eu tive uma noite calma de sono, sem sonhos ou pesadelos.


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