Twilight escrita por Srta Hale


Capítulo 4
Um dia chuvoso




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Na manhã seguinte estava chovendo e fazendo frio. Pela primeira vez desde que cheguei a Forks, eu acordei tarde e isso me atrasou um pouco. Bella parecia estar com o mesmo humor que eu. Nós duas não conversamos muito durante o café da manhã e Charlie já havia saído de casa quando acordei. Percebi que morar com meu pai era quase a mesma coisa de morar sozinha, ele ia trabalhar cedo e chega em casa tarde, nos finais de semana ele pescava ou ficava assistindo jogos de basquete ou beisebol na televisão. Era fácil viver com ele, não tinham cobranças e nem nada do tipo.

Bella se ofereceu para lavar as louças enquanto eu me arrumava para irmos para a aula. Enquanto tomava banho eu percebi que havia dormido um pouco melhor na noite passada. Eu ainda sonhei com ele, mas desta vez não foi um pesadelo e no sonho, ele havia parado de se distanciar. O problema é que no sonho, ambos estávamos parados, um diante do outro, sem saber o que dizer ou fazer.

Balancei a cabeça tentando distanciar os pensamentos e fui até o quarto me vestir. Tudo o que eu menos precisava no momento era ficar comparando meus sonhos com a minha vida. Vesti uma calça jeans clara, uma regata branca e vesti meu casaco cinza enquanto calçava meu tênis. Soltei meu cabelo e fiz uma maquiagem leve enquanto Bella me observava encostada na porta.

—Você está bonita. –ela disse sorrindo fraco.

—Obrigada.

—Sente-se melhor? Ouvi você chorar ontem à noite, enquanto dormia.

Eu abaixei o olhar e respirei fundo forçando um sorriso.

—Estou bem. Não se preocupe.

Peguei minha mochila e passei por ela descendo as escadas enquanto ela me seguia.

—Camille, sabe que não precisa mentir para mim. Está assim por causa do Emmett e da conversa que tiveram ontem?

—Não sei se pode se chamar aquilo de conversa. Você acha que vai chover o dia inteiro?–eu desviei o assunto.

Bella bufou e abriu a porta parando em seguida e quase me fazendo esbarrar nela. Segui o olhar surpreso de minha irmã e não acreditei no que vi. Emmett Cullen estava parado na porta da minha casa, mais parecido com um modelo do que com um garoto normal em uma cidade pequena. Com uma calça preta e um moletom cinza, o capuz em sua cabeça e um sorriso de lado no rosto que deixa suas covinhas à mostra.

—Bom dia Bella. Eu estava me perguntando se você se incomodaria se eu desse uma carona para a Camille esta manhã? –ele perguntou olhando para minha irmã.

—Sim, ela se incomodaria. –eu disse cruzando os braços.

Bella sorriu e negou com a cabeça.

—Bom dia Emmett. Eu não me incomodaria de jeito nenhum. Ela é toda sua. –disse minha irmã andando apressada até a caminhonete. –Vejo vocês na escola! –ela disse alto enquanto saia.

Encarei Bella enquanto ela entrava na caminhonete e acenava saindo com o carro. Isso só podia ser brincadeira. Voltei meu olhar para Emmett e ele aumentou o sorriso.

—O que faz aqui? –eu perguntei respirando fundo.

—Vim te dar uma carona. –ele repetiu. –E aproveitar o caminho para falar com você. Já que ontem você me expulsou do seu carro.

—Expulsei mesmo, logo depois de você dizer que estava me evitando para a minha própria segurança. O que mudou desde então? Para você vir me buscar de manhã.

Ele abaixou o olhar e respirou fundo, quando ele voltou a me olhar seus olhos eram intensos.

—Eu percebi que não consigo mais ficar longe de você. –ele respondeu. –Vai aceitar a carona?

O observei por alguns segundos. Não sabia se deveria aceitar, eu realmente queria, mas não sabia se deveria. Uma parte de mim gritava para que eu não aceitasse e ficasse o mais longe possível dele, mas a outra parte implorava para que eu entrasse no carro com ele. Hoje, aquela parte estava bem mais forte que a outra.

Eu assenti e tranquei a casa. Ele sorriu e me guiou até um enorme jipe.

—É seu? –eu perguntei enquanto ele abria a porta para que eu entrasse.

—Sim.

Ele colocou suas mãos na minha cintura e me levantou colocando-me no banco. Eu ignorei o arrepio que passou pelo meu corpo devido à proximidade e tentei me concentrar na música baixa que tocava no rádio. Assim que a porta se fechou atrás de mim ele já estava em seu lugar. Não conseguia entender como ele era tão rápido. Ali dentro estava mais quente e confortável.

Ele começou a dirigir pela estrada, bem mais rápido do que no dia em que ele dirigiu quando me levou do hospital até a escola. Lembrar-me daquele dia fez-me prender a respiração e desviar o olhar dele. Não gostava de pensar naquele dia, não só pelo susto que levei com relação ao acidente de minha irmã, mas também pelo fato de que foi quando tudo ficou diferente. Quando ele ficou diferente.

—Como você está hoje? –ele perguntou enquanto dirigia olhando a estrada.

—Estou bem. E você?

—Agora estou. –ele respondeu. –Você está muito bonita.

Eu ri baixo sentindo minhas bochechas corarem.

—Não sou a enfermeira, não vai conseguir o que quer comigo flertando.

—Não custa tentar. –ele disse dando de ombros. –Mas estou decidido a conseguir que você me perdoe pela minha atitude do último mês. Então vai ter que me aturar de qualquer forma.

—Posso ao menos saber o motivo disso tudo?

Ele não respondeu enquanto estacionava o jipe ao lado do carro de seu irmão. Pude ver que a caminhonete de Bella já estava ali. Ele abriu a porta e estendeu sua mão para me ajudar a descer, eu aceitei e ele sorriu fechando a porta.

—A verdade é que passei o mês todo tentando te evitar, pois pensei que estivesse fazendo o melhor para você. Mas ficar longe de você e não poder falar contigo e ver você corar ou sorrir quando eu digo alguma coisa que te deixa sem graça... Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz em muitos anos. –ele explicou baixo. –Eu te disse a verdade mais cedo. Não quero e não consigo mais ficar longe de você.

Algumas pessoas que passavam pelo estacionamento nos olharam com curiosidade. Eu ignorei cada uma delas enquanto ele olhava dentro dos meus olhos. Hoje seus olhos estavam dourados, um dourado escuro e profundo, intenso, fácil de perder-se dentro deles. Eu respirei fundo percebendo que estava prendendo a respiração desde que sai do carro e ele sorriu.

—Então não fique. –minha resposta saiu como um sussurro.

—Parece perfeito para mim. Vamos, temos aula de literatura agora. –ele disse colocando o enorme braço em meu ombro e me guiando para a aula.

Eu ignorei os olhares dos meus amigos e dos desconhecidos que paravam para nos olharem e permaneci ao seu lado. Emmett também não parecia notar a presença deles e por um segundo eu entendi o que Jéssica disse sobre eles não notarem as pessoas. Mas se isso era verdade, então por que era diferente comigo? Nós entramos na sala e fomos para nossos lugares nas últimas cadeiras.

—Quais suas flores favoritas? –ele perguntou repentinamente.

—Girassóis e rosas vermelhas. –eu respondi automaticamente.

—Bebida?

—Café.

—Lugar?

—Floresta. –eu respondi rápido. Eram perguntas fáceis de responder, eu não precisava pensar muito sobre elas. –Qual o motivo do interrogatório?

—Quero saber mais sobre você. –ele deu de ombros. –Pedra preciosa?

—Safiras.

O professor entrou na sala e ele se calou enquanto o pequeno homem arrastava uma enorme e antiga televisão. Algumas pessoas comemoraram o dia de filme. As luzes foram apagadas e pelo canto do olho eu pude ver que Emmett tinha colocado sua cadeira bem perto da minha, ele estava deitado sob a mesa, apoiado seus braços e me observando.

—O que foi? -eu perguntei baixo.

O filme estava alto o suficiente para que ninguém nos escutasse dois conversando.

—Gosto de te observar. –ele respondeu sorrindo. –Seus olhos são bonitos, brilham. Mesmo no escuro. É como olhar para as estrelas.

Eu corei e voltei a olhar para o filme. O Morro dos Ventos Uivantes não era meu livro favorito, o filme então não era nada atraente, mas não queria olhar para Emmett e corar mais uma vez, eu não gostava de ficar envergonhada ou sem jeito, mas isso estava começando a se tornar um hábito quando estava perto dele.

Tentei não olhar para Emmett durante o filme, mas ele continuou me observando e sorrindo sempre que eu corava. Assim que a aula acabou e as luzes foram ligadas novamente eu relaxei um pouco. Emmett já estava em pé me esperando. O segui pelo corredor para a aula de trigonometria, ele não teria essa aula comigo, mas aparentemente estava me acompanhando até lá. Assim que paramos em frente a porta ele se virou para ir embora.

—Te vejo no intervalo. –ele disse se despedindo.

Continuei parada o observando ir embora. Algumas pessoas pararam e olhavam para ele e para mim em seguida.

—Aquele era Emmett Cullen? –perguntou a voz ao meu lado.

Virei-me e me deparei com Mike, ele estava olhando enquanto Emmett se afastava. Sua feição demonstrava descontentamento.

—Sim. –eu respondi entrando na sala. Infelizmente ele me seguiu.

—Por que ele estava falando com você? São amigos agora?

—Acho que sim, Mike. –eu respondi indo para o meu lugar.

Ele se sentou a cadeira à minha frente e se virou, ainda parecendo descontente.

—Não gosto disso. Ele é estranho e assustador. –ele disse dando de ombros.

—Bem, então é uma pena que não pedi sua opinião sobre isso, não é mesmo? –eu perguntei sorrindo.

Antes que ele respondesse, Bella se sentou ao meu lado e ele virou para frente em silencio. Minha irmã olhou para mim com a sobrancelha erguida e sorriu.

—Espero que não esteja brava comigo. –ela disse baixo.

—Não estou. –eu disse. –Mas foi uma traição da sua parte.

—Mas foi por uma boa causa. –ela se defendeu.

A aula começou e nós nos calamos prestando atenção no que ele explicava. Infelizmente a aula estava passando extremamente devagar hoje. Mike não falou comigo novamente e eu agradeci por isso, não suportava que alguém me ditasse o que fazer ou com quem andar. Esse era um dos motivos de eu ainda estar um pouco chateada com Emmett. Não gostava de ele ter decidido por mim se eu deveria ou não me afastar dele, aquela deveria ser uma decisão minha. Por alguns instantes minha cabeça começou a pensar sobre o que Mike disse. Eu não achava Emmett assustador, mas talvez ele pudesse ser. Com aquela altura e todos aqueles músculos, ele com toda certeza poderia ser intimidador se quisesse. Mas eu não conseguia temê-lo. Ficar perto de mim não é seguro para você. Sua voz ecoou em minha cabeça e eu respirei fundo tentando conter o arrepio em minha espinha. O que ele queria dizer com isso?

Quando o sinal bateu e me tirou de meus devaneios, minha irmã e eu fomos para a educação física, Bella odiava essa aula e eu a entendia, ela não era muito boa com esportes. Fomos direto para o vestiário e eu prendi meu cabelo antes de me trocar para o jogo de vôlei.

—Eu disse para os meninos que nós vamos até Seattle no dia do baile. –disse Bella vestindo a calça de moletom cinza que usávamos para jogar.

—Por quê? –eu perguntei confusa.

—Eles estavam me convidando para o baile! –ela disse indignada. –Sabe como eu sou com danças. E eu sei que você também não estava com vontade de ir, ai te inclui na minha desculpa. Fiz mal?

—Nem um pouco. Tudo o que menos preciso é pensar em desculpas para o Tyler ou o Mike. Aliás, o Tyler já te convidou? Porque eu ouvi que ele estava dizendo por ai que vai levar uma de nós ao baile e eu tenho quase certeza que ele deve estar falando de você, já que eu já dei o fora nele ontem.

Bella ficou pálida e arfou de raiva.

—Não! E ele não vai me levar em lugar nenhum! –ela disse indignada.

—Então trate de esclarecer isso para ele. –eu disse rindo enquanto ia para a quadra.

Felizmente hoje o treinador deixou a mim e minha irmã no banco. Eu estava cansada demais para jogar por nós duas.

—Edward falou comigo hoje. –ela disse baixo.

Eu me virei para ela um pouco surpresa e aliviada.

—Finalmente! –eu disse. –Como foi?

—A gente teve um pequeno desentendimento.

—Quando vocês dois vão conversar sem brigar? –eu perguntei revirando os olhos. –Qual foi o motivo da vez?

—Ele me ignorou Camille! Por semanas! E eu só consigo pensar que talvez ele tenha se arrependido de me salvar ou algo assim... Ele não gostou muito quando eu disse isso.

—Olha, o Edward é confuso e eu também estou com raiva dele pela maneira que ele te trata, mas ele não me parece muito ser do tipo que se arrepende de salvar a vida de alguém. –eu disse dando de ombros.

Bella me olhou surpresa.

—Está mesmo defendendo ele?

—Não. Apenas não acho que seja este o motivo de ele ter te ignorado. Não pode ser. –eu disse a olhando. –Eu não faço ideia do por que do Edward e do Emmett serem assim, mas eu prefiro pensar que seja algo do qual não temos conhecimento ainda. E não coisas desse tipo.

Bella pareceu ponderar por alguns segundos e então assentiu se dando por vencida.

—Nós vamos descobrir. Certo?

—Certo. –eu confirmei determinada.

A ginástica acabou e minha irmã e eu nos trocamos rápido. Quando saímos do vestiário ouvimos o barulho da chuva lá fora e eu me repreendi mentalmente por não ter vestido uma blusa com capuz. Estava na hora do intervalo e eu não tinha certeza se eu realmente veria Emmett ou não. Minhas incertezas sumiram quando abri as portas do ginásio e ele estava me esperando encostado na parede.

—Oi. –ele disse me olhando.

—Oi. –eu respondi corando.

—Bella, será que eu poderia roubar a sua irmã mais um pouco hoje? –ele pediu olhando minha irmã. –Prometo que eu vou leva-la sã e salva para casa.

—Claro Emmett. Apenas estejam de volta antes que o Charlie chegue em casa, não quero ter que responder onde ela está.

Ele assentiu e minha irmã se despediu indo para o refeitório.

—O que acha da gente dar uma volta hoje? –ele perguntou parecendo animado.

—Está chovendo. –eu disse olhando para as janelas do corredor.

—Um pouco de chuva não faz mal. - ele disse pegando minha mão e me puxando para o estacionamento.

Eu o segui em silencio e ele riu enquanto andávamos mais rápido até seu jipe e eu tentava proteger meu cabelo com a outra mão. Agradeci mentalmente por eu ter pensado em trocar todas as minhas maquiagens por maquiagens à prova de água antes de vir para Forks.

Ele abriu a porta com pressa e eu entrei. Como de costume ele já estava lá dentro ligando o carro assim que a porta se fechou.

—Como você é tão rápido? –eu perguntei o olhando.

—Não sei do que está falando. –ele disse dirigindo para fora da escola.

—Para onde estamos indo? Espero que seja bom, porque estou matando aula por você.

—Estou tentando fazer você me perdoar, lembra? Vou te levar em um lugar que eu venho às vezes com a minha irmã, quando ela precisa pensar em algo especifico e precisa de um lugar tranquilo. E não se preocupe quanto às aulas, o professor de francês não veio hoje e não vai ter nada importante em biologia.

Enquanto ele dirigia pela estrada ele continuou me fazendo perguntas simples, como qual era a minha comida favorita, música e o meu aniversário. Com o tempo ele começou a fazer perguntas mais complexas, como o que eu esperava para o meu futuro ou o que eu gostaria de mudar no meu passado, essas eram mais difíceis de responder.

Ele parou o carro em uma pequena e simples lanchonete. Nós descemos e entramos rápido fugindo da chuva e sentamo-nos à mesa no final da lanchonete. Ali era bonito e acolhedor. A garçonete trouxe o cardápio e ele pediu um café e panquecas para mim.

—Então me trouxe para eu comer minha comida favorita? –eu perguntei depois que a garçonete colocou meu pedido na minha frente.

—Achei que seria um bom começo de desculpas. Eu até poderia cozinhar isso para você, mas não sei cozinhar e ai teria que pedir mais desculpas. –ele disse rindo

—Você não vai comer nada?

—Eu estou em uma dieta especial.

—Então você nunca come e é muito rápido... Mais alguma coisa?

—Bem, eu sou muito forte. –ele se gabou sorrindo.

—Força, rapidez, não se alimenta... Vou acrescer isso tudo nas minhas teorias.

—Teorias? –ele perguntou confuso.

—Claro. Você é... Diferente. Estou tentando descobrir como.

—Por favor, não tente. –ele pediu sério.

Ficamos alguns minutos em silencio e então ele sorriu voltando com os interrogatórios.

—Diga-me, como é sua mãe?

Não consegui reprimir o sorriso ao pensar nela.

—Renée é demais. Minha mãe é linda e muito sonhadora. Eu costumo dizer que ela é uma menina presa no corpo de uma mulher. Muitas vezes Bella e eu fomos as adultas da casa. Ela é uma ótima amiga e da conselhos maravilhosos. Ela sempre vê o lado bom de tudo e raramente vê maldade em alguma coisa.

—Você se parece com ela? –ele perguntou enquanto eu comia.

—Mais ou menos. Tenho os olhos dela e o cabelo do meu pai.

—E como é o seu pai?

—Charlie é sério. Meu pai é o oposto da minha mãe, ele não é muito bom de demonstrar sentimentos e gosta de manter os pés no chão. Ele sempre sabe o que dizer quando você precisa de ajuda e eu o amo muito. Ele e minha mãe são uma ótima equipe, sempre se apoiam e cuidam da gente, mesmo separados. Acho que é a coisa que eu mais admiro neles.

Emmett e eu continuamos conversando por mais algumas horas. Ele me perguntou tudo sobre mim, fez-me contar sobre minha infância e minha adolescência. Ele riu quando eu contei que eu amava dançar e Bella sempre se escondia antes das aulas de ballet.

—Eu ficava muito brava com ela. Eu queria ir logo e ela atrasava se escondendo. –eu ri me lembrando de minha irmã se escondendo nos armários. –E o pior é que ela era muito boa de esconder! A gente demorava horas para achar ela!

Nós saímos da lanchonete quando era pouco mais de cinco horas, Charlie chegaria às seis e meia.

—E os seus pais? –eu perguntei enquanto ele dirigia novamente.

—Meus pais morreram há muitos anos. Eu nem lembro direito de como eles eram. –ele respondeu dando de ombros. –Carlisle e Esme me adotaram e eu estou com eles faz muito tempo, são os melhores pais que eu poderia sonhar em ter. Carlisle me apoia em tudo, sempre me ajuda a ver com mais clareza. Esme é um amor de pessoa, sempre gentil e carinhosa, ela iria gostar de você.

—E seus irmãos?

—Alice é um amor de irmã, às vezes ela é um pouco irritante porque ela fica animada demais com as coisas e acaba deixando minha família e eu um tanto tontos. Edward é um idiota, mas é o melhor irmão que eu poderia ter, somos muito unidos, mesmo ele sendo um sabichão na maioria do tempo. E o Jasper é legal, ele é muito companheiro e é um bom amigo, normalmente eu jogo com ele e não com o Edward, não tem graça jogar com o Edward ou com a Alice porque eles sempre ganham.

Eu ri e ele segurou minha mão a beijando enquanto dirigia. Mordi o lábio e olhei para a janela. Eu queria ignorar o que estava sentindo agora.

—Soube que você vai para Seattle com a sua irmã, no dia do baile. –ele disse fazendo-me olhar para ele novamente.

—Na verdade não. –eu ri baixo. –Aquilo foi algo que a Bella inventou para nós duas conseguirmos fugir dos convites.

Ele riu alto e eu prestei atenção, gravando aquele som em minha cabeça.

—Onde mesmo você escuta essas coisas? Não vejo você conversando com ninguém na escola que não seja eu ou sua família.

—Isso é porque ninguém além de você e minha família me interessam. –ele disse sorrindo e fazendo-me corar. –Mas as noticias por lá correm muito rápido. Todo mundo deve saber que você matou aula para ficar comigo, acho que vai ter que aguentar Jéssica Stanley na sua cabeça amanhã.

Eu revirei os olhos.

—Por favor, não me faça pensar nisso.

Percebi que ele havia parado o carro em frente minha casa e respirei fundo. Não queria me despedir ainda.

—Eu te vejo amanhã? –eu perguntei o olhando.

—Com toda certeza. E você vai à praia com seus amigos este final de semana?

—Sim. Vamos até La Push. –eu confirmei. –Quer ir?

—La Push? Na reserva? –ele disse um pouco tenso. –Não vai dar. Minha família e eu vamos acampar esse final de semana.  Na Great Rocks, fica ao sul de Mount Rainer. –ele respondeu desviando o olhar. –Mas espero que se divirta na praia.

—Espero que se divirta acampando. –eu disse. –Até amanhã Emmett. Obrigada pelo dia de hoje, foi bom.

Ele sorriu beijando minha mão novamente.

—Foi muito bom. Até amanhã Camille.

Eu desci do carro e andei até em casa em silencio, tentando não sorrir ou parecer uma idiota enquanto entrava em casa, mas a única coisa que se passava na minha cabeça era que passei o dia inteiro com Emmett Cullen e que eu mal conseguia esperar para vê-lo amanhã.


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