Era noite em Nova York. Loki apareceu na casa de Melina mais uma vez, sem que ela soubesse. Ele se aproximou de sua filha, que dormia no berço. Ele apenas observava, com um sorriso, o sono tranquilo da menina. O deus queria levá-la com ele. Sabia que isso seria uma loucura sem medidas, mas estava disposto a correr o risco. Loki respirou fundo antes de pegá-la no colo com cuidado.

— Loki? - Melina o viu logo que entrou no quarto de sua filha. O deus virou-se, surpreso.

— Melina! - Ele disse com cautela. Os olhos dela pararam na criança em seu colo. - Por que não me contou que tínhamos uma filha?

—Solte-a! - Exigiu, nervosa. Ela temia que ele levasse a pequena Evie embora. - Ela é só minha filha. - Loki continuou segurando a criança.

— Você sabe que ela é minha filha também. - Ele respondeu calmo.

—Se afaste dela. - Insistiu. A voz de Melina já começava a se alterar. - Se afaste da minha filha!

— Não pode me impedir! - Respondeu baixo. - Eu tenho direito.

— Você nunca quis um bebê. Você nem imaginava que tinha uma filha. Solte-a!

— Eu vou levar a menina comigo. Para Asgard. - Avisou. - É lá que ela deve ser criada, não neste planeta.

—Solte-a! - Melina se aproximou e tentou tirar o bebê dos braços de Loki, mas foi em vão, e a criança acordou, chorando, assustada. - Viu o que você fez! - Acusou.

—Foi você que a assustou. - Respondeu tentando acalmar a bebê. - Eu vou levá-la, Melina. E você não vai me impedir. - Ele deu as costas para a jovem, seguindo em direção a sala, com a criança no colo,.

— LOKI, SOLTE-A! - Melina dar alguns socos em suas costas, mas não adiantou. Loki sem se abalou. - Loki, por favor. - Chorou. - Você vai ter coragem de separar uma filha da própria mãe? - Ele parou e se virou para ela, tenso. Estava confuso.

— Você sabe que não precisava ser assim. Como chegou a me odiar tanto? - Respondeu sério. Respirou fundo.  - Se eu a deixar com você, você vai embora na primeira oportunidade de novo! Você vai fugir com a menina. Você sempre faz isso. - Acrescentou. - Isso não é vida para uma criança! Ela tem direito de ter um pai.

— Eu não vou embora. - Mentiu num ato de desespero.

— Não minta, Melina! - Ele quase gritou, colocando uma mão no ouvido da bebê. - Você não sabe mentir e não pode mentir para mim. - Ele falou mais baixo.

— E quem vai cuidar dela? - Melina limpou uma lágrima. - Você? - Ela soltou uma risada amarga. - Olhe para si mesmo, Loki! Você mal consegue cuidar de si mesmo. Não tem responsabilidade nenhuma. Não tem amor por ninguém! O que vai ensinar a ela? Como matar uma pessoa? Como mentir e trapacear? - Ele tremeu. Aquilo tinha doído muito mais que uma bofetada. - Você mente o tempo inteiro. Você é mau! - Acusou. -  Ela é um bebê. Ela precisa de mim. Precisa ter uma vida normal. Acredite, ela vai ficar melhor longe de você. - Suspirou. - Por favor, Loki. - Implorou. O deus olhou para a criança em seu colo e depois para Melina. Não podia. Por dois motivos: Melina e Odin. O que ele estava fazendo? Ele deu um longo suspiro e entregou a criança nos braços da mãe. A pequena Evie chorou.

— Obrigada. - Melina agradeceu, embalando a menina em seus braços. Ela deu um beijo no alto da cabeça da criança, sentindo o medo indo embora.

— Não me agradeça. - Loki respondeu sério. - Você nunca mais vai se lembrar disso!

— O que? - Perguntou confusa. Então, ele se aproximou e roubou suas memórias sobre o que tinha acabado de acontecer e foi embora, deixando as duas para trás.