OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 32
Capítulo XXX - "Desculpe-me"


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como vocês estão?

Primeiramente, muito obrigada Lidiany Brito e Manúùúú por favoritarem ♥ ♥

Obrigada também Pimentinha Love, Tia do Café, Isy Riddle, Madu Alves, Letícia Paixão, Busbispo, Bellienz, Jace Jane, Filha de Hades, Violet Lestrange e Peh M Barton por comentarem ♥ ♥

Gente, não me matem, tá bem? kkk. Terça tem mais capítulo. Espero que gostem. Bjs *.*



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Clint empurrou o agente Adams, que estava algemado, para uma nave. Uma flecha apontada para sua cabeça. Adams tremeu e sentou-se no banco de trás da nave. Clint o prendeu ali, incapaz de sair.

— Eu posso ajudar de me deixar sair! - O homem tentou barganhar.

— Cale a boca! Você vai ficar aqui! - Clint respondeu seco.

Não muito longe dali, Tony acabava de tirar uma criança no instante que o pedaço de um prédio caiu. Stark voou com o pequeno menino até um lugar um pouco mais seguro. A criança chorava, assustada.

— Ssssh! - Tony encolheu seu capacete. - Não chore. Nós vamos encontrar sua mãe. - Ele tentou acalmar o menino. - Você é corajoso, não é? - O garoto enxugou as lágrimas. - Quer me ajudar e ser um Vingador? - O menino assentiu com a cabeça. - Então, fique aqui está bem. Eu vou voltar para te ajudar. - Stark o deixou ali e voltou a sobrevoar o lugar. Tudo estava o caos. Stark acertou um dos mutantes de cima, e ele caiu. Eles eram muitos.

Sam acertou um soco no homem que tinha a  pele como pedra. Ele agarrou os braços do homem, o levantando no ar. Voando com ele por cima de tudo. Sam o jogou do alto, em cima de outros dois mutantes. Uma mulher pulou em sua costas com brutalidade e o derrubou no chão. Sua pele o fazia sentir uma dor terrível.

Natasha e Mary lutavam lado a lado. A ruiva acertou um soco no homem que tentava arrastar Mary, e a morena completou o serviço, o eletrocultando com suas mãos.

— Foi bom, Mary. Mas não se esqueça de tentar dar uma segunda chance a eles. - Disse Natasha ofegante. - Eles também foram obrigados a estar aqui!

— Certo. - Mary respondeu e deu um sorriso fraco. - Eu vou tentar! - Natasha agarrou a arma em sua cintura e correu, sendo seguida por Mary.

Thor pulou do céu, ardendo de raiva. O chão deu uma breve tremida quando seus pés o tocaram. Com apenas um trovão, o deus derrubou meia dúzia de mutantes.

— Achei que não fosse aparecer. - Disse Tony ao sobrevoar o loiro. Thor sorriu, preparando-se para acertar mais três dos super soldados.

— E perder o melhor da festa? - Thor negou com a cabeça.

— Onde está o louco do seu irmão? - Stark acertou mais um mutante. O sorriso do deus se fechou.

— Não sei. Ele levou minha sobrinha. - Respondeu, acertando mais um. - Tenho um mau pressentimento!

— Você deveria mesmo! Porque nós estamos perdendo! - Stark respondeu.

Steve jogou seu escudo em Johann, derrubando-o. O dono do rosto cavernoso se levantou rapidamente e acertou o Capitão com um soco na mandíbula. A briga dos dois continuou, assim. Johann estava perdendo. Mas, a guerra estava longe de acabar.

— Você não vai vencer, Rogers. - Johann sorriu, quando Steve o derrubou. - Porque os outros já devem estar perto de concluir o plano!

Um grito chamou a atenção de todos, que pararam para ver. E lá estava ele, pulando com toda a sua raiva. Verde como sempre. Hulk. O verdadeiro. Ao seu lado, com os braços preparados para atacar e  seu manto vermelho impecável - Doutor Estranho.

 

***

Victor segurava firme o cristal rosa, ele tinha uma espada presa em sua armadura. Seus olhos brilhavam como nunca antes. Ele subiu até um dos terraços da Midtown High School. Não era seu plano principal estar ali e depender de um vírus para que tudo desse certo, mas depois que Natasha roubou a Lança do Destino, tudo começou a dar errado para eles. Victor estava desesperado para cumprir o plano antes que a H.Y.D.R.A se envolvesse a acionasse o plano B, que não seria bom para ele. Ele encarou a máquina, não muito grande, posicionada no terraço. Era a hora. Ele segurou firme o Olho Cruel de Avalon em sua outra mão.

— Victor! - Loki chamou a atenção do homem, que o encarou. Os olhos do deus pararam no cristal, e no mesmo instante, ele percebeu que aquele não era o cristal verdadeiro. Loki conteve um sorriso. - Você conseguiu o cristal! - Ele permaneceu sério. - Antes de colocá-lo na máquina, me entregue o Olho de Avalon! - Estendeu as mãos. Victor permaneceu hesitante.

— Ainda precisamos dele!

— Eu sei. - Loki sorriu. - Mas, eu posso cuidar dessa parte. Eu posso parar o tempo com ele. - Victor não se moveu. - Ah, vamos! Será que já não provei minha lealdade o suficiente?

— Certo. - Respondeu, esboçando um sorriso. Victor entregou o bastão para Loki e voltou sua atenção para a máquina. Ele posicionou o cristal dentro do equipamento e o ligou. Seu plano era prender a Terra. A máquina ligou e começou a contrair o falso cristal, que se partiu no mesmo instante. Victor fechou o sorriso, confuso. Nada havia acontecido. - Eu não entendo! - Ele socou a máquina, procurando algum defeito.

— Mas eu sim. - O deus sorriu, segurando firme o bastão. - A Evie te enganou, Victor. Aquele não era o cristal verdadeiro.

— Você sabia? - Perguntou entre dentes. O deus não respondeu. Ele caminhou em passos lentos até a máquina. Em um segundo, aquilo estava destruído como lata amassada. Victor estava boquiaberto, incapaz de se mover. - Como se atreve? - Victor disparou de sua armadura, mas o deus desviou antes que o acertasse.

— Eu lhe avisei. - Loki segurou o pescoço de Victor, levantando-o do chão. - Eu lhe disse que pagaria muito caro se tocasse na minha filha! - Disse entredentes, enquanto Victor se debatia para se soltar. Victor acertou Loki com um soco, e se soltou, o acertando com um disparo de sua armadura. Loki se levantou rapidamente, fazendo surgir uma dezena de ilusões iguais a ele. Os olhos de Victor percorreram por todas, tentando identificar o verdadeiro Loki.

— Seu idiota. Você está arruinando o nosso próprio plano. Vai se ferrar junto com a gente. - Victor tentou o acertar de novo, mas Loki desviou e soltou uma gargalhada. Victor tentou o acertar de novo. E de novo. Mas, já não sabia qual era o verdadeiro Loki.  

— Sua inocência quase me comove, Victor! - O deus o acertou com magia, entrando em sua mente, provocando dor, e ele caiu no chão, fraco.

— Saia da minha mente! - Disse entredentes. Loki riu.

— Logo você! Se fosse o Santiago, eu até entenderia. - Riu. - Seu maior erro foi ter confiado em mim! - Loki o acertou com o Olho Cruel de Avalon, danificando parte de sua armadura. - Eu sou Loki e caso não tenha percebido, mentir é o que eu faço de melhor!

 

Evie

 

Crash. O vidro de uma das salas de aulas da Midtown High School de partiu quando eu e Peter nos chocamos contra ele. Por sorte estava vazia. Quase caímos. Umas duzentas vezes. Meu estômago estava revirando e prometi a mim mesma que nunca mais voaria. Não era bom como descreviam nos livros e filmes. Era terrível. Uma sensação de estar sendo virada no avesso. Quando meus pés tocaram o chão da sala de aula, eu me ajoelhei.

— Ai, chão, nunca mais reclamo de ter que andar em você! - Eu quase me deitei, enquanto Peter observava, de braços cruzados, a minha crise quase histérica.

— Já acabou, Elsa? - Perguntou com a voz monótona. Me levantei, recuperada.

— Tudo bem! - Respondi ajeitando minha roupa. - Está quase na hora da aula. Alguns alunos já devem estar chegando. Precisamos esvaziar a escola!

— Certo. Eu vou atrás do professor Santiago e você pega o purificador de ar! - Saímos da sala, em direção aos corredores. Não tínhamos muito tempo. Corremos por todos os lugares, e Peter disparou o alarme de incêndio, para alertar os alunos.

— Espera! - Gritei. Peter parou. - É melhor nos separarmos!

— O que você vai fazer se encontrar o professor? Você está sem seus poderes! - Respondeu preocupado. Toquei a adaga que ainda estava na minha cintura. Aquilo não seria muito útil caso eu encontrasse o Venom. Eu também não tinha nada na minha bolsa, além do cristal. Olhei para os lados. Perfeito. Peguei um taco de basebol que estava largado perto da sala de limpeza.

— Isso! - Falei.

— Hey! - Peter deu um passo para trás, alarmado. - O que vai fazer com isso?

— Se eu ver o professor, dou com isso na cabeça dele! - Dei de ombros.

— Tá bom. Acho que o voo não fez muito bem pra sua cabeça, mas tudo bem! - Respondeu com a voz arrastada. - Vamos nos separar então! Eu vou por esse lado! - Ele apontou para o lado direito.

— Eu vou por esse! - Apontei para o lado esquerdo.

Então, nos separamos. Continuei correndo pela escola como uma louca. Se fosse como eu estava imaginando, o purificador de ar só poderia estar em um lugar - no terraço. Assim, o vírus, ou o que quer fosse, se espalharia mais rápido. Segui em direção ao terraço, torcendo para que não fosse tarde demais. Quando cheguei lá, o lugar estava vazio. No entanto, minha intuição não estava errada. Lá estava o purificador de ar, no meio. Me aproximei, com cautela. O purificador estava pronto para ser ligado. Onde estaria o professor?

— Evie? - Ouvi uma voz em minhas costas e me virei com cautela. E lá estava ele. Sua roupa em frangalhos, o cabelo preto desgrenhado, olheiras escuras contrastando com sua pele morena. Ele estava acabado. Não havia nenhum sinal do Professor Santiago que eu havia conhecido um dia.

— Sr. Santiago! - Respondi. Seus olhos pararam no taco em minha mão e ele deu um sorriso fraco, como se estivesse cansado. - Onde está o Venom? - Perguntei curiosa.

— Ele saiu um pouco. Me deu uma breve folga. - Deu de ombros e se aproximou um pouco. - Se você, por favor, me der licença! Eu gostaria de terminar o que eu comecei! - Sorriu.

— Mas, se o senhor não está com o Venom, não precisa fazer isso. Tem controle do seu corpo agora.

— E você acha que era o Venom que me obrigava e fazer isso? - Franziu o cenho. Ele parecia exausto, pelo jeito de falar. - Eu sempre quis isso, Evie! O Venom foi apenas um acaso. Não se lembra das minhas pesquisas? Vida controlável fora da Terra. - Pisquei, tentando entender. Ele fazia aquilo porque queria. Me lembrei do que meu pai uma vez tinha me dito “Não tenha pena! Ele tem consciência plena de seus atos, ele poderia resistir se realmente quisesse.” Era verdade, então.

—O senhor não pode fazer isso. É errado. - Tentei argumentar.

—Imagino que já saiba o nosso plano. - Supôs. Assenti com a cabeça. - Não é tão ruim quanto possa parecer. Vamos reconstruir a Terra, ninguém vai morrer. - Continuou. - Bem, pelo menos isso não está nos nossos planos! - Deu um sorriso fraco. - Claro, que outros planetas podem sofrer um pouco. Mas, pense! Se não fizermos isso primeiro, eles vão fazer com a gente antes!

Não tirei os olhos do Professor. Observava cada movimento que ele fazia. Ele realmente acreditava que o que ele estava fazendo era certo? Ele devia estar louco. O professor não parecia dar sinais de que iria me atacar.

—Evie, você não é uma má aluna. Tem potencial. - Continuou com a voz tranquila. - Eu sinceramente não quero lutar com você! Mas, eu vou ter que fazer isso se não sair da minha frente. - Ele se aproximou mais ainda de mim.

—Não posso deixar o senhor fazer isso. - Respondi no mesmo tom.

— Por que não se junta a nós? - Perguntou. - Vamos, Evie! Junte-se a nós. Você só tem a ganhar. - Sorriu.

— Não! - Estremeci.

— Eu sinto muito! - Ele tirou de sua calça um revólver, e apontou na minha direção, engatilhando-o. Não me movi, tentando pensar para onde eu correria e como eu destruiria aquele purificador. - Você tem uma última chance. O que você me diz? - Perguntou. Não tive tempo de responder antes de algo preto pular nas suas costas de forma selvagem. Era um felino preto. Enorme. Ele puxou a roupa do professor Santiago com os dentes. O revólver caiu do outro lado. Me encolhi, com medo e acabei deixando o taco cair da minha mão. Eu não conseguia parar de olhar para aquele animal que certamente não era um animal comum. Seus olhos encontraram os meus. Aqueles olhos brilhantes e esverdeados. Eu o conhecia.

—Fish? - Sussurrei. Ele ronronou antes de arrastar o professor, que se debatia, pela roupa, desaparecendo da minha vista. Aquele era o meu gato. O meu gato tinha se transformado em um felino. Como? Eu estava boquiaberta e quase me esqueci do purificador. Tentei voltar ao foco e arranquei a peça principal do purificador para que ele não funcionasse mais.

—Evie? - Me virei e vi seu rosto. Ele vestia sua roupa preta de costume. Segurava o Olho Cruel de Avalon. Respirei fundo. Da última vez que eu tinha o visto, ele tinha me largado em um internato e tirado meus poderes. - Você não deveria ter saído de lá. - Loki se aproximou. - Mas estou orgulhoso de você! - Sorriu. Não respondi. - Me entregue o cristal! - Pediu, estendendo uma mão. Dei um passo para trás. - Veja! - Ele apontou para um lugar não muito longe de nós. Lá estava Peter, lutando contra o Venom. Peter estava perdendo, estava fraco, enquanto Venom tentava rasgar sua pele. Tremi. Ele estava prestes a morrer. Eu tinha que ajudá-lo.

—Evie, me ajuda! - Peter arfou. Olhei para Loki.

— Ele vai morrer se não ajudá-lo! - Disse meu pai me encarando. - Me entregue o cristal e eu devolvo seus poderes para que possa ajudá-lo. - Olhei para Peter. Ele tentava se soltar do parasita, mas não conseguia. Venom agarrou seu pescoço com as garras. Toquei minha bolsa. Peter precisava de ajuda. “Evie”. Sussurrou. - Me entregue, Evie. E sem trapaças desta vez! - Sorriu. Peguei o cristal na bolsa e joguei para Loki. No mesmo instante, senti uma energia percorrer pelo meu corpo. Meus poderes tinham voltado. No entanto, Peter e Venom desapareceram. Como fantasmas. Encarei Loki, confusa. - Desculpa por isso.

— Você me enganou? - Perguntei incrédula. Aquilo não era real. Peter não estava em perigo. Aquilo era apenas uma ilusão.

—Me desculpe, Evie. - Respondeu por fim. - Vá para casa. Não me faça me arrepender de ter devolvido seus poderes. - Acrescentou. Fechei a cara. Ele tinha me enganado. De novo. Quando ia responder, Peter, o real, apareceu quase saltitante. Ele parou na minha frente, sem perceber a presença de meu pai ali.

— Eu consegui, Evie! Eu derrotei o Venom! - Peter quase gritou, animado. Olhei por cima do ombro dele, fazendo sinal com a cabeça para que ele se virasse. Peter quase deu um pulo para trás quando viu Loki. - Se-se-nhor Loki! - Acenou. - Tudo beleza? Trapaceando muito? - Meu pai semicerrou os olhos, encarando Peter quase com desgosto.

—Parker! - Respondeu Loki, sério. - Por que você tem sempre que estar envolvido? - Perguntou mais a si mesmo do que para ele. Peter tremeu ao meu lado. Meu pai se aproximou de Peter, ficando a centímetros de distância. Ele o encarou por um longo minuto até que suspirou, como se tivesse desistido de algo. - Vá pra casa, Evie! - Disse para mim antes de desaparecer no ar, usando o bastão.

— Você entregou o cristal a ele? - Perguntou tenso.

—Sim. - Dei um sorriso sem graça.

—O QUE? - Ele colocou as mãos na cabeça. - POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?

— Porque você estava estrebuchando! - Respondi quase irritada.

—Hã?

— Loki me mostrou uma ilusão em que você estava quase morrendo por causa do Venom. - Cruzei os braços, emburrada.

—E você entregou? O Cristal? - Questionou. Revirei os olhos, impaciente.

—Desculpe por tentar salvar sua vida, Peter! - Rebati. Dei as costas e ele veio atrás de mim.

—E agora?

—Agora eu vou atrás dele. - Respondi.

Deixei aquela parte do terraço, seguindo em direção ao outro lado. Estava seguindo meu instinto, de forma irracional. Já não sabia mais o que estava fazendo. Peter puxou meu braço, me fazendo abaixar, atrás de uma parabólica. Ele apontou para frente. Avistei meu pai. Ele sorria. Victor estava caído no chão, fraco.

—Veja, Victor! - Ele apontou para o cristal em sua mão. Logo depois, Loki usou o bastão em sua mão, e com a energia vinda daquele artefato, fez o cristal explodir como se fosse uma bomba. Me encolhi por causa do impacto. O cristal virou poeira. Míseros caquinhos.

—O que você fez? - Victor gritou. - Você está arruinando o nosso plano! - Loki gargalhou.

— E você realmente acreditou que eu estive do seu lado algum dia? - Sorriu. O choque me atingiu em cheio. Ele não estava do lado do Victor? Meu coração se encheu de esperança no mesmo instante. Ele não era mau. Saí do meu esconderijo de uma vez só. Peter quase caiu quando tentou me segurar.

—Então é isso? - Perguntei. Loki se virou bruscamente.

—Evie?

—Estava fingindo estar do lado deles? - Meus olhos já estavam cheios de lágrimas de alívio. Como se um peso tivesse sido tirado do meu peito. Meu pai me encarou, surpreso. - Podia ter me contado!

Em um instante eu vi Victor de pé, com uma espada, imposta na direção de Loki. No instante seguinte, eu estava na frente da espada. Senti a lâmina cortando a minha pele e atravessando meu abdômen, cortando cada pedacinho da minha pele. Cada pedacinho dentro de mim. Gritei de dor. Senti a lâmina sair e o sangue escorrendo. A dor insuportável e aguda não me deixou mais pensar. Minha visão ficou turva e eu caí no chão. Ouvi um grito “Evie” e um brilho perto de nós. Briga. Havia uma briga. Socos. Um estouro. Segurei firme no corte, minhas mãos ficaram vermelhas em pouco tempo. O tempo estava passando. Minutos. Segundos. Não sabia ao certo.

—Evie? - Alguém ajoelhou do meu lado. Era meu pai. - Evie você está me ouvindo? - Tentei focar minha visão. Tentei respirar.

—Desculpe. - Sorri. Já não sabia mais o que falava. Sentia meu corpo perdendo os movimentos. - Eu te desobedeci de novo, pai! Foi sem querer. - Tentei ficar acordada. Não conseguia. Chorei. De dor. De medo.

— Você não vai morrer agora! Evie! Acorde! Você não pode morrer agora! - Meu pai me encarava. - Evie, por favor! Não faça isso!

— Evie! - Ouvi um choro de longe. Era como se minhas forças estivessem me abandonando. Eu não queria. Mas não conseguia. Não conseguia ficar. Eu estava indo. De verdade. Então, tudo se escureceu.


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