OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 31
Capítulo XXIV - Princesa de Jotunheim


Notas iniciais do capítulo

Olá! ATENÇÃO! ATENÇÃO! LEIAM ATÉ O FINAL, POR FAVOR!!

Primeiramente, muito obrigada Letícia Paixão pela bela recomendação ❤❤❤

Obrigada também UchihaSofia, Letícia Paixão, Bubsbispo, Madu Alves, Tia do Café, Bellienz, Jace Jane, Peh M Barton, Filha de Gases e Violet Lestrange por comentarem ♥ ♥

Chegamos a um capítulo muito importante. Espero que gostem.



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—Johann! - Disse Steve ao ficar cara a cara com o dono do rosto vermelho e cavernoso. Ao seu redor havia destroços e pedaços de asfalto. Pessoas corriam por todos os lado e Sam tentava levá-los para um lugar onde pudessem ficar em segurança. Tony atirava de cima, tentando contar alguns mutantes. Mas, foi em vão. Os Vingadores estavam perdendo.

—Rogers! - Johann sorriu. - Sentiu minha falta? - Steve permaneceu sério.

— Não mesmo! - Respondeu por fim. Johann tentou acertá-lo com um soco, mas Steve se protegeu com seu escudo.

Pouco longe dali, Natasha acabava de derrubar dois homens. Um deles se levantou rapidamente, agarrando seu pescoço. A pele do homem era escamosa como um peixe. Natasha o chutou, derrubando-o novamente. Os dois homens estavam inconscientes. Ela tirou uma arma de sua cintura, engatilhando-a. A ruiva pulou por cima dos dois, caminhando em passos apressados.

—Natasha! - Ela se virou, dando de cara com Mary. A morena tinha eletricidade por todo o seu corpo.

—O que eles estão fazendo? - A ruiva perguntou baixo para que ninguém mais ouvisse.

—Não sei! - Respondeu Mary, afoita. - Eles mudaram os planos! Atacaram antes da hora! Não sei mais o que querem!

—Você sabe se eles têm o cristal?

— Não! - Mary negou com a cabeça. - Eles não têm! Eles vão fazer alguma coisa! - Acrescentou. - Você precisa achar Victor e o professor Santiago! - Ela olhou para os lados, para ter certeza de que ninguém estava a vendo. - Por favor, não esqueça de sua promessa!

Laboratório Voom Don

 

Enrico fechou uma maleta, apressado. Tinha acabado de guardar algumas substâncias e estava prestes a sair para cumprir sua parte no ataque quando Loki adentrou o laboratório em passos largos, quase ofegante.

—Onde está Victor? - O deus perguntou.

— Ele foi atrás da sua filha! - Respondeu dando de ombros. - Ele já sabe que ela está com o cristal! - Loki estremeceu. Ele disfarçou sua reação tão rápido que Santiago não percebeu.

— Ele não vai encontrá-la! - Loki forçou um sorriso. - Nem eu mesmo sei onde ela está! - Mentiu. Enrico o encarou.

—Será mesmo? - Santiago tocou o ombro de Loki, que o repeliu imediatamente.

—Não me toque, seu insolente!

—Desculpa. - Enrico levantou os braços, em forma de rendição. - Só estava conferindo se você ainda estava aqui! Achei que fosse uma ilusão. - Deu de ombros. - Isso provaria sua traição!

—O único traidor aqui é você! - Acusou.

— Não sou um traidor! Eu já provei minha lealdade! - Rebateu. - Agora você tem que provar a sua!

 

Evie

O dia já tinha escurecido. Eu não sabia exatamente que horas eram. Meu celular estava sem sinal, e eu não tinha ideia em qual parte do país eu estava. St. Barbara School, internato católico somente para meninas, era completamente isolado de tudo e de todos. O lugar era sombrio e frio, e me parecia mais uma prisão. Loki havia me deixado ali. Ele tinha ido embora. Como no meu pesadelo.

Uma das freiras me fez tomar um banho para que eu parasse de chorar. Ela me trouxe um uniforme para que eu vestisse. “Todas as alunas devem vestir o uniforme no horário da aula, mesmo que não estejam na aula” , uma das freiras me disse. Eu não tive escolha a não vestir aquela saia xadrez azul, uma blusa de tecido nobre branca, um suéter azul marinho que tinha um brasão do lado esquerdo, meias brancas e um par de sapatos pretos. As coisas estavam dando errado. Tudo, praticamente. Ao menos, o meu plano e o de Peter tinha dado certo. Me lembrei de como eu tinha travado na hora de hipnotizá-lo. Algo falou mais alto. Eu não consegui.

—Droga! Eu não consigo fazer isso! - Soltei o rosto de Peter, enquanto ele me encarava assustado.

—Fazer o que? - Arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Peter, preciso da sua ajuda! - O encarei. Expliquei cada detalhe para ele. Ele recusou roubar o cristal logo que eu pedi, mas depois de muito insistir, ele finalmente concordou.

—Mas e se alguém me ver? - Questionou.

—Se alguém te ver, você vai dizer que não se lembra de nada. - Respondi. - Que você só se lembra que estava comigo!

—Mas eles vão pensar que você entrou na minha mente! Você vai levar a culpa toda sozinha!

—Se não fizer isso, você pode ser preso como traidor! - Ele deu um longo suspiro. - Peter, me prometa que se te pegarem você vai falar exatamente o que eu pedi! - Ele desviou o olhar. - Peter! Prometa!

—Tudo bem! - Suspirou. - Espero que seu plano dê certo!

Eu não havia o traído. No entanto, ele havia me traído. Ele me vigiava desde o início. Quando descobri, perdi a cabeça e fiz coisas que eu não deveria. Estava confusa. Ele era meu amigo? Ou aquilo fazia parte de sua missão? Eu preferia ser otimista e acreditar na segunda opção, afinal, ele tinha me ajudado esse tempo inteiro. Não podia ser tudo mentira. Peter não era um bom mentiroso. No entanto, o que mais me incomodou não foi a mentira dele, foi saber como as pessoas, como o sr. Stark, por exemplo, me viam. Um perigo. Alguém que precisava ser vigiada. Isso machucava.

Agora eu estava no dormitório, no terceiro andar. Ele não era muito grande, mal cabia uma cama e um armário. Além de uma escrivaninha, é claro. Eu não tinha colegas de quarto, ele era só meu. Exigências de Loki, eu imaginava. Me sentei na cama, acariciando a colcha de linho branco. Lembrei de meu gato Fish. Quem daria comida para ele? Peguei minha bolsa, analisando o cristal verdadeiro. Ele era tão brilhante. Ao lado dele estava o falso. O que Loki tinha  me dado para substituir pelo original. Vistos separados, eles eram idênticos. Guardei os dois na bolsa novamente. Eu tinha que sair dali. Olhei ao redor, até que algo prendeu minha atenção. Um pano enrolado, em cima da escrivaninha. Curiosa, me aproximei e desenrolei o pano. Dentro dele havia uma adaga prateada com jóias brilhantes cravadas em seu cabo. Junto da adaga havia um bilhete.

“Para caso precise se defender. Não entregue o cristal a ninguém”

Aquela letra extravagante só podia ser  de uma pessoa - Loki. Então, ele tirava os meus poderes e achava que eu poderia me defender de alguém como o Venom com uma faquinha? Só poderia ser piada. De qualquer forma, eu guardei a adaga em baixo da blusa, presa na minha saia. “Não entregue o cristal a ninguém”. Aquilo me chamou a atenção. Eu deveria proteger o cristal. O vento uivava na janela. Senti um calafrio percorrendo pela minha espinha. Uma sensação ruim. Quando ia fechar a janela, algo pulou dentro do quarto, me fazendo dar uma grito. Uma máscara de metal preta e uma armadura da mesma cor. Uma espécie de bastão dourado, com um olho vazado na ponta, em uma das mãos. A mesma criatura que tinha me atacado no Museu. Ele tirou a máscara, revelando seu rosto. Victor. Ele deu um sorriso sombrio para mim.

—Olá, minha querida Evie! - Ele deu um passo na minha direção. Senti minhas pernas tremerem e toquei minha cintura, onde a adaga se encontrava.

—Victor! - Minha voz saiu como um sussurro.

— Que lugar curioso, não acha? - Ele olhou ao redor.

—O que você quer? - Mantive minha voz firme e ele deu as costas para mim, passando a mão na escrivaninha.

— Que bom que você perguntou. - Ele me encarou. - Acho que você sabe muito bem o que eu quero!

—Nem imagino! Não leio mentes! Nem tenho bola de cristal!

Victor gargalhou.

—Ora, que senso de humor ácido! Igualzinha ao Loki! - Ele me olhou de cima a baixo. - Digamos, menininha, que você tenha uma coisa que eu quero! O cristal! Me entregue o cristal!

— Não tenho cristal algum! - Sorri.

— Não minta para mim! - Gritou. Dei um passo para trás por causa do susto. Victor sorriu. - Minha pequena Evie. - Disse mais calmo. - Eu sou um aliado de seu pai. Podemos ser amigos se você quiser. Adoro crianças! - Ele estendeu a mão. - Entregue o cristal para o seu velho amigo Victor!

—Nunca! - Respondi firme. Victor fechou a cara e voou na minha direção, agarrando meus braços com força. Não me movi. Ele franziu o cenho.

—Achei que você fosse tentar me congelar. - Arqueou uma sobrancelha. - Não me diga que seu pai tirou seus poderes? - Sorriu. Não respondi. - Quer mesmo me enfrentar, pirralha? - Gargalhou, apertando ainda mais meus braços. - Você não é nada agora! Quem é você?

— Eu sou Evie Stwart Laufeyson, filha de Melina Swart e Loki Laufeyson. - Sustentei o olhar. - Sobrinha de Thor Odinson, neta de Odin. - Continuei. - Sou uma semideusa, princesa de  ‎Jotunheim. Eu não preciso de poderes especiais, porque eu tenho algo que você jamais terá: honra! - Ele trincou os dentes e me empurrou no chão.

—Já chega de conversa! - Rosnou. - Me entregue o maldito cristal! - Engoli em seco. Eu estava com medo. Mas, eu não podia demonstrar isso. Eu tinha que parecer firme até o fim, por mais que a minha vontade fosse sair correndo. “Coragem, Evie! Tenha coragem” , pensei.

— Você vai ter que me matar pra isso! - Sorri. Victor se enfureceu e voou na minha direção, agarrando meu pescoço. Tentei me libertar, mas ele era muito mais forte do que eu.

—Me entregue o cristal! - Gritou. Tentei respirar, mas já estava perdendo as forças. Sem nem pensar, agarrei a adaga na minha cintura e fiquei ela nas costelas de Victor. Ele me soltou. Caí no chão, tossindo. Ainda sentia as mãos dele no meu pescoço. Victor arrancou a adaga como se fosse apenas uma farpa. A sua armadura tinha o protegido. Ele segurou a adaga na mão, a rodando entre os dedos. - Traiçoeira! Não me surpreende nem um pouco! - Me levantei e corri até a porta para tentar sair, mas ele me puxou antes que eu tocasse a maçaneta. Victor colocou a minha adaga no meu pescoço. - Vamos, me entregue o cristal! Essa briga não é sua. - Senti sua respiração pesada acima da minha cabeça. - Não me faça cortar esse seu belo pescoço! - Estremeci. “Não deixe que ele perceba o seu medo”

— Me mate então! - Blefei. Ele aproximou mais ainda a adaga do meu pescoço e eu pude sentir a lâmina roçando a minha pele ao ponto de arranhar. - Vamos! Você não tem coragem?

— Não sabe como eu queria fazer isso! - Ele me empurrou na mesinha, que se partiu com o meu peso. Senti minhas costelas doerem e farpas entrando nas minhas mãos. Sangue escorria na minha testa. - Não sabe como eu queria matá-la por estar atrapalhando meus planos! Mas, eu não posso! Loki me mataria por isso! - Ele me levantou pelos braços novamente, me fazendo o encarar.

Ele vai acabar com você! - Respondi fraca. - Você está ferrado, Victor! - Ameacei.

— Muito bem! - Sorriu. - Se não me entregar, vou matar todos neste lugar! - Tremi. Não podia cair nas ameaças dele.

— Se eu lhe entregar o cristal é isso que você vai fazer! Vai matar todos! Destruir o planeta!

— É isso que você acha? - Ele soltou uma risada gutural. - Que vamos destruir a Terra? Não temos interesse nenhum nesse planeta estúpido! Bem, não do jeito que ele está agora! - Ele me soltou. - Temos interesse nos outros planetas. Planetas muito mais poderosos. São eles que nós queremos dominar. Eles têm magia, Evie! Fontes de energia infinita! Loki não lhe contou? - Neguei com a cabeça, deixando que ele falasse mais. - É uma pena! - Sorriu. - Você sabe o que é isso? - Ele apontou para o bastão em sua mão. Neguei com a cabeça. - Olho Cruel de Avalon! Ele pode controlar o espaço e o tempo! - Explicou com a voz monótona. - Seu querido pai está nos ajudando só por causa desse artefato! Ele não te ama! Não se iluda. - Senti um bolo se formando em minha garganta.

— Mas, e aquelas pessoas que vocês estão sequestrando?

— Precisamos de um exército ao nosso lado quando formos dominar os outros Reinos! Um exército forte e imbatível! - Sorriu. - Agora! - Ele voltou a me segurar. - É melhor me entregar o cristal! Eu posso não te matar, mas posso detonar esse seu belo rosto! - Ele passou a adaga pelas minhas bochechas, em forma de ameaça. Fechei os olhos e abri lentamente. O cristal estava caído no chão, perto de nós. Fiz com que  Victor percebesse o meu olhar e ele viu o cristal também. Ele me soltou rapidamente e eu deixei que ele pegasse aquilo. - Finalmente! Você é uma tola mesmo! - Sorriu. Ele largou a adaga para trás e saiu voando pela minha janela.

— Sim, eu sou uma tola! - Falei comigo mesma enquanto me aproximava de minha bolsa. Tirei de lá o cristal rosa e brilhante. O verdadeiro. Estava seguro. Comigo. Ele tinha levado o falso. - Mas não tanto quanto você, Victor! - Sorri.

***

Algumas poucas horas haviam se passado e o sol já estava prestes a nascer. Eu não havia pregado os olhos durante a noite inteira. Eu estava decidida. Tinha que sair daquele internato nem que isso custasse a minha vida. Eu já sabia um pouco do plano de Victor. Eles queriam dominar outros planetas. A pesquisa do professor Santiago me veio na mente, “Vida controlável em outros planetas”. Como eu não tinha pensado nisso antes? Eu tinha que contar aos outros. Prendi a adaga na minha cintura e deixei meu quarto. Vi uma noviça atrás de mim. Não havia um lugar naquele maldito internato que eu pudesse estar sem ser vista.

—A senhorita não tem autorização para estar aqui agora! - Disse a jovem atrás de mim. Eu já estava perto do corredor principal quando escutei vozes familiares. Vozes não. Voz. Avistei de longe uma cena inusitada. Peter, com a traje de homem aranha, protegendo a cabeça com os braços enquanto uma das freiras batia nele com um leque.

— Peter! - Falei mais para mim mesma.

—Ai! Aí! Aí! - Ele resmungou enquanto ela o atacava. - A senhora é uma freira! Devia estar rezando pelas pessoas, não as agredindo! - Ela o encarou com uma carranca.

— PETER! - Corri na direção dele e o apertei num abraço extremamente apertado, que ele retribuiu. Eu estava brava com ele, mas naquele momento não consegui sentir nada além de alívio por ver um rosto familiar.

—Achei que estivesse brava! - Ouvi sua voz acima da minha cabeça. Eu o soltei, o encarando. Cerrei o punho e acertei um soco em seu ombro. - Aí! - Resmungou. A freira me olhou incrédula.

—E eu estou! - Respondi séria. - Mas podemos resolver isso depois! Temos assuntos mais importantes para tratar!

—Chega! - A freira puxou o braço de Peter. - Ele não pode ficar aqui! Meninos não são permitidos nessa parte da escola! - Disse carrancuda. - E hoje não é dia de visitas!

— Por favor, senhora! - Supliquei. - É caso de vida ou morte!

—Já disse que não! Meninos não são permitidos! São as regras! - Bufou. Revirei os olhos.

— Por favor, é muito importante! - Insisti.

—É! - Peter concordou. - E tipo assim, eu não sou considerado um perigo para as jovens donzelas. Elas nem gostam muito de mim, pra falar a verdade. - Brincou, dando um sorriso sem graça.

— Não! - Respondeu por fim. - Seu pai lhe colocou aqui para que ficasse segura e com proteção!

—Se não me deixar falar com ele, quem vai precisar de proteção é a senhora! - Ameacei. E que Deus me perdoasse por estar ameaçando uma freira! Ela deu um longo suspiro.

— Eu vou rezar pela sua alma! - Respondeu e nos deixou, sendo acompanhada pela novissa.  

—Nosso plano deu certo! - Peter sorriu. - Mas, todos pensam que você é uma traidora!

—É o que eu sou, afinal! - Suspirei. Ele me fitou por um longo período.

—Me desculpe por ter mentido! - Deu um sorriso fraco. - Eu fiquei com medo de contar e você nunca mais olhar na minha cara! Eu juro que eu não queria…

—Tudo bem! - Interrompi. Ele sorriu, surpreso. - Por enquanto! Eu posso lhe dar uma surra depois que isso tudo acabar! - Brinquei.

—Eles estão atacando a cidade! - Seu tom ficou sério. - E o sr. Stark me impediu de ajudar! Ele praticamente me expulsou do caso!

—Victor esteve aqui! - Contei. - Ele queria o cristal, mas eu entreguei um falso! - Peter reparou no curativo em minha testa e um vinco de preocupação se formou.

— Você está bem?

—Sim! Mas precisamos fazer alguma coisa! - Respondi afoita. Expliquei a ele tudo que Victor tinha me dito sobre o plano deles e sobre o tal Olho Cruel de Avalon. Também contei que Loki tinha tirado meus poderes.  

— Eu não entendo! - Peter franziu o cenho. - Se eles não têm interesse na Terra, por que estão lutando com todos aqueles mutantes? Passaram a noite inteira como se estivessem numa guerra!

— Os Vingadores ainda são uma pedra no sapato deles. Eles precisam destruí-los de qualquer forma, mas… - Algo me veio à mente. - Você se lembra do Halloween? - Ele assentiu com a cabeça. - Enquanto a gente lutava com aqueles robôs, eles sequestraram a Nat!

— Mas, é claro! Aquilo tudo é uma distração! - Concluiu. - Estão desviando a atenção dos Vingadores do plano principal deles, os mantendo ocupados!

— Exatamente. Mas, qual o plano deles? - Perguntei a mim mesma. Dominar outros planetas. Eles queriam o que os outros planetas tinham. Mas, precisavam de apoio dos humanos. Precisavam conseguir dominá-los para ter ajuda para dominar outros planetas. A Lança do Destino. Era pra isso que eles tinham a pegado. Mas, eles não tinham mais a Lança. Como eles dominariam as pessoas então? - A Lança do Destino. Eles a tinham para dominar os humanos. Mas, eles não têm mais a lança. Eles devem ter pensado numa outra forma de dominá-los!

— Sim! - Concordou. - Mas o que eles vão fazer?

Minha mente girava. Como eles obrigariam as pessoas a fazer o que eles queriam? Chantagem. Sim. Mas, pelo quê? Por meio da dor. Pelo desespero. Por meio das famílias.

— Peter! Se sua tia estivesse muito doente e com muita dor, e só houvesse um meio de conseguir cura para ela. Você faria de tudo, não é? - Perguntei. Ele assentiu. - Então é isso! Eles vão fazer todos ficarem doentes. Desesperados. Vão fazer o que eles querem para se salvar. - Concluí. Isso soava cruel. Como o Loki poderia concordar com algo assim?

— Mas como eles vão espalhar um vírus grave tão rápido? - Perguntou. Peter fechou a cara. - Que dia é hoje? Ah, não! Hoje é dia da feira de ciências!

— Eu não acredito que o mundo está o caos e você está preocupado com a feira de ciências!

— Não! Você não entende. - Respondeu nervoso. - O nosso projeto. O purificador de ar em grande escala, lembra? Eu entreguei ao professor Santiago! Está na escola! - Acrescentou. - Evie, se eles colocarem um vírus lá no purificador, vai se espalhar pela cidade e em minutos todos estarão contaminados!  

— E, eles com certeza têm a cura! Que eles vão oferecer em troca da lealdade das pessoas! - Acrescentei. - Mas, pra que eles precisam do cristal?

— Eu não sei. O cristal, se destruído de forma errada, acabaria com o universo inteiro. Por isso o Dr. Banner fez questão de acompanhar a construção da máquina bem de perto! - Respondeu por fim. - Espera… Droga! Como eu não pensei nisso antes? - Bufou. - Mas, é claro! Se mudar a fórmula. Talvez, com outros cálculos, o Pi exato! As forças gravitacionais…

— O que? Quem é Pi? - Perguntei confusa.

— É uma proporção numérica definida pela relação entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro! - Respondeu como se fosse óbvio.

— Hã?

— Evie, pelos céus, o que você faz nas aulas de física e matemática? - Perguntou pasmo.

— Eu durmo na maior parte do tempo! - Dei um sorriso sem graça. - Ou conto palitinhos!

— O que?

— Isso ajuda a passar o tempo! - Dei de ombros. - Tanto faz. Será que você pode explicar?

— Se eles tiverem uma máquina com todos os cálculos certos, como eu estou pensando, eles vão contrair o campo de energia do cristal. Eles vão alterar as forças gravitacionais… Eles vão sugar a Terra. Então, todos os planetas do universo vão se mover, em direção ao nosso.  Vão fazer da Terra o centro do universo! E assim, vão começar a explorar os outros planetas! - Explicou. - Mas, isso não faz sentido, porque eles também ficariam presos aqui!

— Não. - Respondi por fim. - Eles têm o Olho Cruel de Avalon! Eles podem se locomover pelo espaço! - Continuei. - Peter, eles vão parar o tempo com o Olho de Avalon! - Ele me encarou. - Eles vão prender todos aqui, doentes. Desesperados. Ninguém vai morrer, porque o tempo vai estar parado. Será o caos. Então, as pessoas vão aceitar o que eles querem. Vão lutar. Dominar o outros planetas. E, começar de novo. Uma nova Terra, composta de mutantes. Imortais. Um planeta indestrutível. - Concluí. Era isso. Nós tínhamos desvendado todo o plano deles. Tudo. E era um pesadelo.

— Então é isso? Vão contaminar as pessoas, usar um artefato mágico para parar o tempo e o cristal para engolir e começar de novo! - Concluiu. - Isso é doentio! Precisamos pará-los! - Assenti com a cabeça. - Você vem comigo, não é?

— Mas é claro! -  Sorri. - Como me encontrou aqui? - Perguntei curiosa.

— Eu te procurei a noite inteira! Achei que nunca mais fosse te encontrar! - Respondeu. - Mas então, eu lembrei de algo e rastreei seu celular! - Deu de ombros. - Não foi muito difícil. Se a intenção de seu pai era te esconder, ele devia ter tomado seu celular também! - Sorriu. Dei uma risada fraca.

Por um momento, me peguei o encarando mais do que eu deveria. Ele percebeu isso, e suas bochechas coraram levemente. Senti meu rosto esquentando um pouco também. Minha raiva tinha passado? Eu já não lembrava mais.

—É melhor…- Falamos ao mesmo tempo.

—É melhor irmos! - Ele disse. Assenti com a cabeça e me  aproximei, ficando a centímetros de distância.

— Peter? - O encarei.

—Sim? - Eu me inclinei um pouco, segurando seu rosto.  Por Odin, o que eu estava fazendo? Nos aproximamos pouco a pouco, e eu senti meu coração dar uma breve falhada. Então, nossos lábios se tocaram, num beijo lento e despreocupado. O mundo estava o caos a pouca distância de nós, mas, naquele momento, era como se tudo estivesse bem e certo. Peter enlaçou minha cintura, me puxando para mais perto. Não sei quantos segundos se passaram. Nos separamos, nossas testas ainda estavam coladas.  Ele deu um sorriso bobo e eu sorri de volta. Peter tirou uma mecha de cabelo do meu rosto com um polegar, antes de me beijar de novo. Quando o beijo acabou, senti minhas bochechas esquentando como nunca antes. Nos encaramos.

— Peter. - Sussurrei.

— Hum?

— Foco! - Pedi e ele se afastou rapidamente de mim como se eu o tivesse acordado.

— Sim! Foco! - Ele disse mais para si mesmo. - Temos um ataque para parar! - Acrescentou. - Ah, merda! - Ele riu, nervoso, passando uma mão no cabelo. - Você me beijou e seu pai vai me matar! - Soltei uma risada. - Mas saiba que eu vou morrer feliz! Agora vamos! - Ele vestiu a máscara e pulou no parapeito da janela, e se prendeu numa teia, me esperando.

— Como a gente vai? - Arqueei uma sobrancelha o encarando. - Eu não vou sair voando por aí numa teia, se é o que você tá pensando!

— E a princesa pretende ir como? À cavalo? - Coloquei uma mão na cintura, indignada pela pergunta. - Desculpa! E-eu tô nervoso! - Se corrigiu. - Estamos muito longe! Não tem outro jeito! E eu não vou roubar um carro de novo! - Respirei fundo. - Olha! - Apontou para os seus sapatos. - Tem um dispositivo aqui, igual a armadura do sr. Stark! Nós vamos voar!  

— Tudo bem! - Suspirei. Subi no parapeito da janela sem olhar para baixo e segurei o ombro dele.

— Com licença. - Ele segurou minha cintura.

— Você não vai me deixar cair, não é? - Perguntei nervosa.

— Relaxa! Eu nunca deixei ninguém cair. - Respondeu calmamente. - Se bem que teve uma vez que…

— PETER!

— Estou brincando! - Ele riu.

— Hey! Vocês dois! Aonde pensam que vão? - A freira apareceu, correndo na nossa direção.

— Vamos logo! - Eu o apressei. E então, pulamos da janela.

 


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