OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 3
Capítulo II - "O maníaco do parquinho"


Notas iniciais do capítulo

Oi, leitores e leitoras. Muito obrigada pelos comentários ♥♥
Eu consegui terminar o capítulo antes, então aí vai. Espero que vocês gostem. Bjs *.*
P.S.: ATENÇÃO! Olhem as notas no final do capítulo, por favor, é importante!



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Museu de Hofburg – Áustria

A noite era escura e fria, e, aparentemente tudo estava normal no museu de Hofburg. Dois guardas noturnos estavam fazendo sua ronda e tudo parecia tranquilo.

— Tudo parece estar tranquilo hoje. – Comentou um dos guardas para seu colega, que apenas concordou com a cabeça. – Tranquilo até demais. – Comentou por fim.

— Bom, eu faço a ronda na outra ala e você fica por aqui. – Disse o outro por fim e se afastou, indo para a outra ala do museu.

“Somewhere over the rainbow” — Cantarolou o guarda sozinho enquanto andava ao redor dos artefatos históricos. – Eu odeio esse lugar. – Falou consigo mesmo. Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho. – Quem está aí? – Perguntou apontando a lanterna que segurava em uma de suas mãos. Ninguém respondeu. – Eu perguntei quem está aí? – Gritou.

— Não deveria ter perguntado isso. – Uma voz rouca e grave respondeu, fazendo o guarda se virar bruscamente.

O que é você? – Perguntou o guarda, apavorado ao ver o rosto do dono da voz. Com as mãos trêmulas, pegou a arma de sua cintura. – Não importa. Saia, e não me obrigue a atirar em você. – Disse tentando conter o medo.

— Quanta prepotência. – Respondeu o dono da voz grave. Ele vestia uma capa preta, que cobria todo o seu corpo. Vagarosamente, deu um passo na direção do guarda.

— Eu avisei. – Disse por fim e disparou sua arma em direção ao peito do misterioso homem. Apesar dos vários disparos, ele permaneceu intacto, fazendo o guarda se apavorar.

— Achou mesmo que poderia me matar? – Perguntou o misterioso homem e soltou uma risada gutural. – Como é tolo. Eu já renasci das cinzas. – Completou. De dentro de sua roupa o homem misterioso tirou uma arma um tanto diferente da do guarda e a apontou em sua direção. – Sinto muito. – Completou e com apenas um click, uma bala acertou diretamente no peito do guarda, que caiu, completamente inconsciente.

— Hey, você aí! – Gritou o outro guarda, que após o barulho, resolveu ver o que estava acontecendo. – Parado! – Continuou e tirou seu rádio do bolso. Antes que conseguisse levar o rádio até a boca, o misterioso homem chegou e parou sua mão, o empurrando contra a parede.

— Sssh! – Sussurrou o misterioso homem colocando seu indicador próximo ao guarda, que o encarava aterrorizado. Com apenas uma mão, o homem da capa arremessou o guarda contra uma escultura, e o mesmo desmaiou. – Finalmente. – Disse para si mesmo ao se aproximar de uma caixa de vidro onde havia uma lança dentro. Do lado de fora da caixa se lia “Lança do Destino”. Com apenas um soco a caixa se quebrou em mil pedaços. – Meu sócio vai ficar feliz ao saber que eu peguei você. – Disse olhando fixamente para a arma em suas mãos. Na arma brilhante era possível ver o reflexo de seu rosto, vermelho e tenebroso, como uma caveira.

Evie

Não sabia quantos minutos já haviam se passado desde que eu tinha entrado naquela sala. Meu pai ainda estava em choque para poder dizer qualquer palavra.

— Pera aí. – Disse Thor levantando uma mão. – Então, você é filha do meu irmão com uma humana? – Completou sorrindo. – Eu ainda não consigo acreditar. - Natasha revirou os olhos.

— Podemos fazer um exame de DNA, aqui na S.H.I.E.L.D mesmo. – Sugeriu Dr. Banner calmamente, enquanto comia um pouco de pipoca. – Se vocês não acreditam na menina...

— O quê? – Loki interrompeu, falando pela primeira vez depois de quase uma hora. – Acha que uma menina conseguiria enganar o mestre da trapaça? – Perguntou irritado, mas ninguém respondeu.

— O caso é... – Interrompeu Sr. Stark, sério. – O que Eva quer? – Perguntou olhando pra mim. Eva?

— Evie. – O corrigi, mas ele pareceu não ouvir.

— Preciso que seja meu responsável legal, agora. – Respondi olhando para Loki, que me encarou.

— Responsável? E ainda por cima legal? – Perguntou meu tio rindo. – Loki não é legal, é mau... E muito menos responsável. – Gargalhou como se tivesse ouvido uma piada.

— Não, quando ela fala responsável legal, ela quer dizer legal de lei... – Interrompeu Dr. Banner olhando para Thor, que parecia não entender. – Esquece. – Completou sacudindo a cabeça em negação.

— Por que? – Perguntou Loki. – Onde está Melina? – Completou. Engoli em seco.

— Ela morreu há algumas semanas atrás. – Respondi por fim. Um nó já havia se formado em minha garganta. Loki apenas suspirou e abaixou a cabeça.

— Sinto muito. – Disse por fim.

— O que pretende fazer, meu irmão? – Perguntou Thor em um tom sério, encarando o irmão.

— Se você não assumir a minha guarda eu serei mandada para um orfanato. – Falei o encarando. Dava pra ouvir o desespero em minha voz. Não queria ser enviada para um abrigo, seria terrível.

— Tudo bem, então, criança tola. – Loki se levantou e me encarou. – Mas não pense que serei um pai legal. Isso já é pedir de mais. – Completou e eu não pude conter um sorriso.

— AH! – Gritou meu tio nos apertando em um abraço sufocante e inesperado. – Minha família... – Completou nos apertando ainda mais.

— Tá me sufocando. – Resmunguei e ele pareceu não me ouvir.

— Thor! – Arfou meu pai enquanto lutava para sair do abraço. – Nos solte. AGORA! – Continuou e meu tio finalmente nos largou, fechando a cara.

— Vocês são tão mal-humorados. – Respondeu por fim fazendo uma carranca.

— Bom, agora que vocês já lavaram a roupa suja. – Interrompeu Natasha. – Não quero atrapalhar o momento família, mas Evie, poderia fazer o favor de fazer a recepcionista voltar ao normal. – Pediu e deu um sorriso. Todos me encararam e senti minhas bochechas queimarem.

— O que ela fez? – Perguntou Sr. Stark arqueando uma sobrancelha.

— Bem, ela meio que transformou a pobre moça em um ser alienado. – Respondeu o Capitão calmamente. Dei um sorriso sem graça.

— Hipnotizou a recepcionista? – Perguntou Loki, pasmo com a situação.

— É... – Hesitei por um momento. Eu não tinha feito aquilo por querer. Na realidade, eu nem sabia como eu tinha conseguido tal proeza. – Não sei como fiz aquilo e não sei como fazer ela voltar ao normal. – Respondi sem jeito. – Na verdade, eu nem sabia que conseguia hipnotizar pessoas...

— Espera, tem mais alguma habilidade especial? – Interrompeu Dr. Banner, curioso. – Quero dizer, habilidades que possam ter sido herdadas do seu... – Hesitou por um momento e encarou Loki. – pai. – Completou por fim.

— Bem – Comecei um pouco sem jeito. Não tinha habilidades. Não que eu soubesse. – Eu sei mentir muito bem. – Respondi por fim. Isso era um fato. Ninguém jamais duvidava de minhas mentiras.

— Já é um bom começo. – Meu pai disse pensativo e todos o encararam, sérios. – O que foi? – Se defendeu. – Eu quero dizer que é um bom começo para as habilidades aparecerem. – Completou rápido. – Mas ela não é uma imortal – Continuou. – Não desenvolverá todas as minhas habilidades, por que sou um deus!- Completou em seu tom prepotente de sempre.

— Mas e a moça? – Interrompeu Natasha fazendo todos me encararem de novo.

— Meu irmão pode fazer com que ela volte ao normal, já que a Evie não sabe. – Sugeriu meu tio dando de ombros. – Ele fará isso. – Completou.

— Não vou não. – Murmurou Loki e todos o olharam feio. – Tá bom, tá bom! – Disse levantando as mãos em sinal de rendição. – Me traga a criatura subdesenvolvida que eu a farei voltar ao normal. – Bufou. – Mas da próxima vez terá que resolver seus problemas sozinhas, criança tola. – Completou olhando pra mim.

***

No dia seguinte...

Escutei o toque do último sinal. Finalmente era hora de ir pra casa. A escola definitivamente não era o meu lugar preferido. Eu ainda precisava pensar no meu projeto de ciências, já que o famoso relógio de batata não ia ser aceito. Apertei os passos na pela multidão de alunos. Eu precisava chegar em casa antes que o Loki resolvesse transformar tudo em cinzas. Não dava pra confiar nele, principalmente sabendo que ele não estava nada satisfeito com o fato de ter que morar em uma “casa de humanos”, como ele mesmo tinha dito.

Deixei o prédio da escola em direção a saída. Havia um burburinho de alunos mais estranho que o normal. Alguma coisa errada estava acontecendo, eu estava pressentindo.

“Ai, meu Deus! O que será que ele quer aqui?” , escutei uma garota perguntar. Segui em frente até que parei e gelei completamente ao ver um ser vestido de preto parado como uma estátua, encarando um grupo de alunos como se fosse trucida-los.

— Loki! – Sussurrei comigo mesma. Me aproximei correndo na tentativa de não chamar atenção. O que ele estava fazendo ali, afinal? – O- que –tá fazendo aqui? – Gaguejei e ele arqueou uma sobrancelha.

— Não é isso que os pais humanos fazem? – Perguntou como se fosse óbvio olhando ao redor. – Buscar suas criaturinhas na escola? – Completou com desdém.

— Sim, mas quando são crianças. – Respondi por fim e ele me encarou, cruzando os braços.

— E o que você é, criança tola? – Perguntou visivelmente irritado.

— Uma adolescente, que do anonimato vai passar a ser conhecida como a filha do maníaco do parquinho. – Respondi e ele me encarou sério. Alguns alunos passavam atrás de nós dando algumas risadinhas. Isso era o fim da minha paz escolar.

— O que quer dizer, criança tola? – Perguntou confuso.

— Veja! – Falei apontando a cabeça na direção dos alunos. Todos estavam nos encarando e alguns filmando com o celular. – Estão todos nos encarando. Isso é um pouco constrangedor. – Confessei e ele sorriu.

— Eu sou um deus! – Respondeu por fim e se virou em direção aos alunos. Escondi minha cara, com vergonha. – Ouviram bem, seus insolentes? – Alguns alunos apenas sorriram e outros pegaram o celular para filmar mais.

— Ai, por favor. Vamos pra casa. – Falei tentando o puxar pelo braço. Eu queria esconder a minha cara embaixo da terra.

— Espere, criança tola. – Respondeu sem nem mesmo me olhar e se aproximou de um menino que filmava. – O que pensa que está fazendo? – Perguntou irritado e o levantou pela gola da camisa, o encarando. O garoto abriu a boca várias vezes, mas parecia em estado de choque. Loki tomou o celular da mão do garoto e com apenas uma mão o esfarelou. – Pronto. – Disse ao soltar o menino no chão. Todos estavam tão boquiabertos e apavorados que não conseguiam nem se mexer.

— Me-eu ce-elular! – Choramingou o garoto no chão. – Está quebrado. – Chorou, enquanto remexia nos cacos do que tinha sido um celular um dia.

— Vamos embora daqui. – Falei por fim o puxando meu pai pelo braço e deixamos a multidão de alunos pra trás. Se a diretora descobrisse aquela confusão, eu estaria ferrada.

— Nunca pensei que assustar crianças humanas fosse tão divertido. – Comentou Loki rindo consigo mesmo enquanto caminhávamos para casa.

— Não foi legal. – Respondi enquanto tentava acompanhar seus passos rápidos. – Ai, me espera. – Falei enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Anda logo! Tenho muito o que fazer. – Me apressou e revirou os olhos murmurando algo como “humanos”. Não demoramos muito pra chegar em casa. Quando nos deparamos com a porta aberta.

— Surpresa! – Gritou Thor aparecendo na sala com um bolo solado na mão.

— Thor, o que está fazendo aqui? – Perguntou Loki, séptico com a presença do irmão.

— Ah, hoje é o primeiro dia de vocês como pai e filha. Vim fazer uma surpresa porque eu sou um tio legal. – Disse sorrindo mostrando o bolo solado. Ao lado do sofá estava a porta que deveria estar no lugar e fechada.

— Arrancou a porta? – Perguntei incrédula e meu tio sorriu.

— Ah, ela tava atrapalhando a minha passagem. – Respondeu dando de ombros. – Então eu arranquei. – Continuou. – Se esperarem, eu termino o javali. – Disse apontando para uma travessa cheia de água, limão e...

— Meu gato! – Gritei e corri para tirar Fish da travessa. Ele miou assustado quando o peguei no colo.

— Ah, é um gato. –Disse Thor rindo e sacudiu a cabeça. – Bem que eu achei estranho ele ter me arranhado quando tentei colocar ele no forno. – Concluiu.

— Tentou assar meu gato? – Eu quase gritei e ele deu um sorriso amarelo.

— Thor! – Disse Loki entredentes o encarando. – Saia. Daqui. AGORA! – Gritou, causando uma risada em meu tio.

— Tá bom. Eu vou indo. – Respondeu colocando o bolo solado na bancada. – Tchau, sobrinha. – Disse apertando minhas duas bochechas e seguiu em direção a porta.

— Thor! – Chamou meu pai sem nem mesmo se mexer.

— O que foi? – Perguntou o meu tio muito bem-humorado.

— A porta. – Respondeu apontando para a porta do lado do sofá.

— Ah, tá! – Meu tio pegou a porta como se fosse um graveto e a encaixou no lugar antes de sair.

— Depois me julgam quando tento matá-lo. – Murmurou Loki olhando para o bolo.

— Isso vai ser pior do que eu pensei. – Choraminguei e Fish deu um miado fraco. Um pai doido e um tio sem noção. Só podia ser castigo dos céus.


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Notas finais do capítulo

VOCÊS SABIAM?

A Lança do Destino (ou Lança Sagrada) segundo a Igreja Católica foi a arma usada para perfurar o tórax de Cristo durante a crucificação. Acredita-se que quem tiver o esta arma em mãos poderá "dominar o mundo". Durante a Segunda Guerra Mundial, acreditava-se que Hitler estivesse com a Lança do Destino. Atualmente, esse objeto se encontra no Museu de Hofburg, na Áustria.

Fonte: Wikipédia.

E aí, o que vocês acham?? Fiquem de olho nessa lança.