OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 28
Capítulo XXVI - Lokidóttir


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu não costumo postar antes de sexta, mas esta semana teremos dois capítulos.

Muito obrigada (de novo) Thay Paixão pela bela recomendação ♥ ♥ ♥

Obrigada também Bellienz, Peh M Barton, Letícia Paixão, Thay Paixão, Ana Luisa, Madu Alves, Tia do Café, Polly Lovegood, Jace Jane e Violet Lestrange por comentarem ♥ ♥

A história está totalmente na reta final. A batalha está próxima...

Espero que gostem. Bjs *.*



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Evie

 

Mentira. Ato ou efeito de mentir. Engano. Falsidade. Fraude. Aquilo que é enganador, que ilude. Eu era a mentira. Eu era a fraude. Eu era todos os piores sentidos da mentira. Desprezível.  Mas, além de tudo, eu tinha a mentira grudada em mim como uma maldição eterna. Eu não tinha conseguido contar a verdade para o Peter, por mais que ele tivesse insistido e implorado e feito de tudo para que eu contasse. Eu não conseguia.

Estávamos seguindo em direção a Torre Stark, para encontrar meu tio. Enrolada em um casaco que a tia de Peter insistiu em me fazer vestir, mesmo ele explicando que eu não sentia frio por ter a genética de um gigante de gelo. Peter também tinha trocado de roupa. Eu não tinha dito mais nenhuma palavra e o nosso caminho foi silencioso. Só a chuva que não parava de cair. Minha cabeça latejava e eu já não conseguia mais chorar por mais que tivesse um bolo na garganta. Loki havia mentido. Eu tinha que contar a verdade. Falar de tudo que eu sabia. No entanto, eu sabia que não conseguiria entregar meu próprio pai. Isso me tornava uma traidora também?  Eu não sabia mais o que pensar.

Quando chegamos na Torre Stark, pegamos um elevador que nos levou direto para uma das salas de reunião. Encontramos Dr. Banner e Sr. Stark lá. Minhas pernas travaram. Eu tinha pedido ao Peter para trazer somente o meu tio. Eu o encarei.

— O que eles estão fazendo aqui? - Sussurrei. Peter deu um sorriso fraco como resposta.

— Desculpa, Evie! Você está desesperada e sei que está escondendo alguma coisa séria! Eu precisava avisá-los!

Balancei a cabeça em negação. Peter tinha me deixado sem saída. Era como se quisesse me obrigar a dizer a verdade. Dr. Banner e Sr. Stark se aproximaram de nós.

— Vocês chegaram. O que aconteceu? - Sr. Stark  nos encarou, um vinco se formando em sua testa.

— Onde está Natasha? - Ignorei sua pergunta, fazendo outra. Precisava ver alguém que eu confiava por completo.

— Ela está com os outros, nas buscas pelo Venom! - Respondeu Dr. Banner perdido.

— E meu tio? - Mal terminei de perguntar e alguém deu uma trombada na porta, quase a derrubando. Meu tio tinha acabado de atravessar a porta, afoito. Ele veio na minha direção rapidamente.

— Sobrinha! - Ele me deu um abraço apertado, quase sufocante, mas eu não resmunguei. - Você pediu para que me chamassem? - Ele se abaixou para ficar na minha altura e deu um sorriso. - O que aconteceu? - Eu o encarei em silêncio por alguns segundos. Ele me encarou também. Meus olhos ardiam e começavam a se encher de lágrimas de novo. Não precisei dizer nada. O sorriso de meu tio se fechou e ele se levantou bruscamente. - Não me diga que é o que estou pensando? - Perguntou calmamente. Ele já me conhecia bem. Porém, mais que isso. Ele conhecia muito bem o irmão. Não tinha mais como negar ou mentir. A verdade tinha vindo à tona. Apenas assenti com a cabeça. - Eu vou matar o Loki! - Vociferou.

— Alguém pode explicar o que está acontecendo? - Perguntou Dr. Banner, confuso. Limpei as lágrimas antes que elas caíssem.

— Eu não acredito que ele fez isso de novo! - Thor cerrou os punhos. Tanto Peter quanto os outros nos encararam completamente perdidos.

— O que aconteceu? - Perguntou sr. Stark sério. Eu encarei meu tio, fazendo um sinal com a cabeça para que ele não dissesse nada.

— Eles têm que saber, Evie! - Thor respondeu calmamente, penalizado. - Loki nos traiu! Ele está com os outros! - Anunciou. Abaixei a cabeça, evitando o olhar de todos e me sentei numa poltrona mais próxima.

— Eu sabia! - Exclamou sr. Stark. - Sabia que ele ia fazer isso a qualquer momento! - Ele tirou um celular do bolso. - Eu vou avisar à S.H.I.E.L.D sobre isso!

— Não, por favor! - Me levantei de uma vez só. Todos me encaravam de novo. - Não avise à S.H.I.E.L.D! - Supliquei. - Eles vão matá-lo! - Apesar de tudo que Loki tinha feito, não queria que o machucassem. Ele ainda era meu pai. Sabia que ele teria de sofrer com as consequências de seus atos, mas saber que ele sofreria algo por minha culpa me deixava aflita. Esse era um peso que eu não queria ter em minha consciência.

— Evie, não vão matá-lo! - Meu tio tentou me tranquilizar. - Mas precisamos pará-lo!

— Sim! - Sr. Stark tomou a palavra. - Eu lhe asseguro que não vai acontecer nada do que está pensando! - Continuou calmamente. - Mas, precisamos comunicar à S.H.I.E.L.D e aos outros! - Ele voltou sua atenção para o celular, fazendo uma ligação que não demorou nem um minuto completo. Estava feito. A S.H.I.E.L.D já sabia e em pouco tempo estaria atrás dele.

***

Eu já não tinha mais unhas para roer. Estava cansada de ficar sentada naquela poltrona, na mesma sala da Torre Stark. Toda vez que Peter tentava me dizer alguma coisa para me acalmar ele conseguia me deixar mais nervosa do que eu já estava. O Sr. Stark pediu para que eu contasse exatamente o que tinha  acontecido e como eu tinha descoberto que o Loki estava envolvido em tudo. Foi difícil ter que repetir a história uma vez para eles e depois outras três vezes para mais agentes da S.HI.E.L.D. Mas, algo em mim não me deixou contar toda a verdade. Eu havia omitido onde era o misterioso lugar que eu tinha descoberto, inventando que eu não tinha prestado a atenção por causa de tudo e eles acreditaram na minha história. Eu não sabia o porquê de eu ter omitido uma informação que poderia ser crucial. No fundo, eu não queria que eles encontrassem meu pai e desejava que ele tivesse desistido de tudo e tivesse fugido para bem longe.  

A agente Harrison adentrou na sala, acompanhada por mais dois agentes que eu desconhecia. Meu tio andava de um lado para o outro e o Dr. Banner parecia estar controlado. Os olhares dela pararam sobre mim e eu sustentei. Não confiava nela.

— Bem, quase todos os agentes já estão na rua à procura do Loki e seus comparsas. - Ela anunciou sem tirar os olhos de mim. Seu pescoço fino e longo estava bem esticado e seu nariz mais arrebitado do que nunca. - Tem certeza que não se lembra onde era o tal lugar que eles estavam? - Ela se dirigiu diretamente à mim.

— Não me lembro! - Menti. Ela semicerrou os olhos e deu de ombros.

— Ele vai ser encontrado. Não pode fugir por muito tempo. - Respondeu. - Bem, se ele se importa com a filha… Pode ser uma boa mantê-la com a S.H.I.E.L.D! - Hesitou, parecendo estar medindo suas palavras. - Como uma forma de atraí-lo!

— Está querendo usar minha sobrinha como moeda de troca? - Perguntou meu tio, nervoso. A srta. Harrison estreitou os lábios.

— Não moeda de troca, mas uma boa isca!

— Somos os Vingadores! Não fazemos esse tipo de coisa! - Sr. Stark respondeu ríspido, antes que eu tivesse que dizer qualquer coisa. Ela queria me usar para atraí-lo. E, eu não iria deixar isso acontecer.

— Era uma forma de capturá-lo vivo! - Ela deu de ombros.

— Como assim capturá-lo vivo? - Minha voz saiu um tanto trêmula.

— Loki tem informações importantes, é evidente. - Respondeu por fim. - Mas, se ele resistir, não podemos mais hesitar em matá-lo. Ele tem se demonstrado um perigo há muito tempo! Principalmente depois dos ataques à Nova York!

— Espera, Loki é meu irmão! Não podem fazer isso! - Thor vociferou.

— Há muito tempo a S.H.I.E.L.D quer a cabeça do Loki numa bandeja! Se, ele resistir, não vamos hesitar em matá-lo! - Seus olhos brilhavam. Era evidente que ele resistiria. Ele nunca se deixaria ser controlado por midgardianos, como ele sempre dizia. Alguém certamente morreria. Eu só não podia ter certeza de quem. - A não ser que a garota aceite em cooperar! -  Levantei da poltrona tão bruscamente, que Peter deu um pulo, e colocou uma mão no meu ombro automaticamente, mas logo tirou. A raiva se agitava dentro de mim.

— Ele ainda é meu pai! - Respondi entre dentes.

— Isso não é problema meu! - Ela sorriu.

Cerrei os punhos tão forte que por pouco não me machuquei. Eu respirava controladamente. Por um momento, em minha mente, eu me vi segurando o pescoço da agente Harrison e a transformando num bloco de gelo. Mas, eu voltei a mim, lembrando a mim mesma de quem eu era e do que eu não faria. O sorriso dela se alargou ainda mais ao perceber a minha raiva. Me aproximei dela em passos lentos. Ela permaneceu onde estava, em pé atrás de uma mesa. Seus olhos estavam fixos em mim e não demonstravam medo, mas uma certa cautela. Eu sentia que poderia atingi-la e ninguém naquela sala seria capaz de me segurar, mas não fiz isso. Parei bem próximo da mesa, apoiando minhas mãos em cima.

— Não vou deixar que me use como uma isca! - Sussurrei.

Ninguém se moveu. Eu escutava respirações pesadas por todas as partes. Meu tio tinha os olhos arregalados e sr. Stark parecia estar pronto para acionar algum comando.  Senti minhas mãos ficando geladas e deixei o gelo se formar e se espalhar por toda a mesa. Eu a encarava, e apenas ouvia o estalar do gelo descendo pelos pés da mesa, que virou gelo puro numa fração de segundos. Eu não parei, no entanto, e deixei que o gelo chegasse até o chão, seguindo rapidamente como fogo em pólvora até os pés da agente Harrison. Ela não queria se mover, eu sentia, porque isso demonstraria que ela estava intimidada. Mas, eu não iria parar. Se ela não saísse do caminho, viraria gelo. Seus lábios tremeram de raiva, até que ela deu um pulo para o lado, desviando do gelo que por pouco não congelou seus sapatos. Tirei as mãos da mesa e contive um sorriso. Aquilo tinha sido um aviso e ela tinha entendido muito bem. Dei as costas para ela, indo em direção à porta, mas, antes de sair eu me virei de novo.

— Senhorita Harrison! - Sorri. Ela me encarou, respirando pesado. - É melhor pensar muito bem antes de fazer qualquer coisa! - Falei com a voz tranquila. - Caso contrário, o inverno pode chegar bem mais cedo para você! - Olhei para a mesa congelada. Ela permaneceu séria. Saí, sem bater a porta, mas me sentindo um tanto mais leve.

—_________________________________________________________

Sala de reuniões -  Torre Stark

 

Tony estava diante da grande janela, observando os prédios do lado de fora. Já tinha anoitecido. Peter adentrou na sala calmamente, e se aproximou de Stark em passos lentos. Tony não se mexeu, apesar de saber que o garoto tinha entrado.

— Pediu para falar comigo, sr. Stark? - Perguntou. Tony deu um longo suspiro e caminhou até o garoto.

— Sim! - Respondeu por fim. - Você viu o que a Evie fez hoje, não é? - Peter assentiu com a cabeça. - Ela já se comportou assim antes?

— Não que eu saiba! Ela não age assim. Só está preocupada com o pai! - Respondeu rapidamente. - Ele vai ser morto?

— Não sei. Não acredito. - Tony fitou o nada. - Tenho que admitir que Loki é poderoso. De qualquer forma, Thor está atrás dele e talvez o encontre primeiro! - Ele encarou Peter. - Você não pode deixar a Evie sair da Torre Stark, está me ouvindo?

— O senhor não pensa em usar ela como isca, não é? - Franziu o cenho. - Porque isso seria muito errado e se for eu não pretendo ajudar!

— Claro que não! - Respondeu. - Mas, tem gente demais atrás dela! O Venom e sei lá quem está com ele, a própria S.H.I.E.L.D e até o próprio Loki pode querer levá-la!  

— Acha que ela está em perigo? - Perguntou preocupado.

— A Evie agora é como uma lâmpada mágica do gênio! Não pode ficar solta por aí! - Peter o escutava atentamente. - Você não vai deixar ela sair! Eu já falei com a Pepper, e a Evie vai ficar no nosso apartamento por enquanto! E você vai dar o jeito de vigiá-la! Não confio em deixar ela sozinha com a Pepper e eu não posso ficar lá hoje! - Acrescentou. - Olha, eu não subestimo a Pepper, mas eu também não subestimo a Evie. Ela está completamente descontrolada, não sei o que ela pode fazer e nem e quão confiável ela é! Afinal, ela ainda é filha do Loki!  - Suspirou. - E, ela vai tentar fugir!

— É, sr. Stark. - Disse Peter sem jeito. - Só tem um probleminha. - Ele hesitou. - A tia May não me deixa dormir fora de casa! - Tony fechou a cara numa carranca.

— Eu não acredito nisso! - Murmurou impaciente, antes de dar as costas para o garoto e sair da sala.

— Espera, sr. Stark! Eu dou um jeito! - Respondeu, mesmo já estando sozinho. - Eu acho! - Suspirou.

Laboratório Voom Don

Victor jogou um copo na parede com tanta força que ele se partiu em vários pedacinhos. Estava explodindo de raiva, e poderia descontar no primeiro que aparecesse. Seus planos não poderiam dar errado. Ou, seria o fim para ele. Para Johann e Enrico também.

— MARY! - Gritou. - MARY! - A garota adentrou na sala em passos apressados, assustada por causa dos gritos.

— Me chamou? - Perguntou ofegante.

— Comece a preparar todos. - Respondeu sem encará-la. - Nós vamos atacar em poucas horas! - Anunciou.

— Mas, senhor, não está tudo pronto ainda! - Respondeu nervosa. - E, estamos sem a lança e sem o cristal! Tem certeza que é a hora certa? Não é melhor esperar mais um pouco?

— Não me conteste, Mary! - Vociferou. Mary deu um passo para trás, não querendo transparecer o susto. - Não vamos mais esperar! - Bufou. Ele passou a mão em sua cicatriz, perdido em pensamentos.  - O que está fazendo aqui ainda? Vá! - Ordenou. Mary assentiu com a cabeça e saiu correndo.


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