OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 27
Capítulo XXV - "Confia em mim!"


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vocês estão?

Muito obrigada a Ana Luisa, Thay Paixão, Marcos FLuder, Jace Jane, Peh M Barton, Violet Lestrange, Tia do Café, Bellienz e Letícia Paixão por comentarem ♥ ♥

Mais um cap. Espero que gostem. Notinhas lá em baixo...



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A chuva caía forte, como se o céu fosse desabar na cabeça dos habitantes da cidade de Nova York. Evie ainda estava correndo na chuva, por um beco vazio, quando Loki finalmente a alcançou, quase cansado.

—EVIE! - O deus gritou, mas a menina continuou correndo, sem rumo. Loki não demorou para alcançar seus passos, que por mais que fossem apressados não se comparavam aos passos largos de Loki. - Evie, você precisa me ouvir! - Ela parou de andar e o encarou.

— Você me prometeu! - Ela cuspiu as palavras de uma vez só. - Você prometeu que não estava envolvido nisso! Você mentiu! - Gritou. Se não fossem os trovões, toda a cidade poderia tê-la ouvido. - Todos aqueles ataques, todas aquelas pessoas...EU PODERIA TER MORRIDO! Teria coragem de matar sua própria filha?

— Eu não sabia! Eu não sabia do ataque ao museu! - Loki se defendeu rapidamente. Sua voz era tranquila, apesar de tudo. - Evie, jamais permitiria que eles a machucassem!

—Mas e as outras pessoas? - Soluçou. - O Ned? A Natasha? - Evie deu um passo para trás, tentando digerir tudo aquilo. - Foi por isso que aceitou ficar na Terra tão facilmente, né? Não foi por causa de mim, foi por causa deles! - Loki apenas a encarava, sem saber o que responder. - Achei que você gostasse de mim pelo menos um pouquinho! - Sua voz saiu sufocada. - Minha mãe estava errada! Não deveria ter procurado você!

— Precisa confiar em mim! - Respondeu calmamente.

— Por que eu confiaria em você?

— Porque eu sou seu pai, Evie! - Ele quase gritou. - Você precisa confiar em mim!

—O cristal! - Exclamou Evie, perdida em pensamentos. - Você queria me usar para os seus planos! - Acusou. - O cristal era para eles, mas é claro! Ninguém nunca desconfiaria de mim! - Acrescentou. Loki não respondeu novamente, apenas encarava a menina. - E a Natasha, ela  não se lembra! Você mexeu na memória dela!

— Você está tirando conclusões precipitadas, Evie! - Respondeu. - Você precisa confiar em mim! - Insistiu.

—Nunca mais vou confiar em você! - Gritou. - Você é…

— Um monstro? - Loki quase riu. - Não é a primeira vez que eu escuto isso! - Acrescentou, perdido em pensamentos e lembranças duras. - Sua mãe já me disse isso! Acredite, soa muito pior vindo de você!

—Mau! - Corrigiu, não se preocupando em limpar as lágrimas. - Você é mau!

—Tudo que estou fazendo é pelo bem maior de todos! - Respondeu sério.

—Bem? Matando pessoas inocentes? Sequestrando e usando fórmulas ou sei lá o que para transformá-las em mutantes?

—Acredite, eles estão muito melhores do que você imagina!

— Agora que eu descobri a verdade, o pretende fazer? Me matar? Ou me prender? - Evie se embolou em suas palavras.

— Você sabe que eu nunca faria isso! - Loki respondeu. Um nó se formava em sua garganta. - Sei que vai tomar a decisão certa. Não me entregaria, não é?

— Eu não vou ser cúmplice disso! - Disse Evie, com a voz firme. - Não vou ajudar você! - Dando passos para trás e voltou a correr, desgovernada, deixando seu pai ali.

***

Peter saiu do hospital sem ter notícias muito animadoras sobre Ned. Seu amigo ainda não tinha despertado, apesar de estar se recuperando pouco a pouco. Sendo pego de surpresa pela tempestade, Peter resolveu vestir seu traje de homem aranha e subir no alto de um arranha céu. Era assim que ele se distraía, observando a cidade do alto. Lá em cima, ele tinha uma visão ampla de praticamente tudo. Sentado, com as pernas para fora do prédio, ele via o movimento dos carros e correria das pessoas. Tudo parecia calmo, no entanto, algo chamou sua atenção. Ou melhor, alguém - Evie. A garota corria, desesperada, esbarrando em todos e tudo. Estava atordoada.

— Evie, pra onde você está indo com tanta pressa? - Peter perguntou a si mesmo. Algo lhe dizia que alguma coisa grave estava acontecendo. Peter se levantou rapidamente, pronto para ir atrás da garota quando escutou o que parecia ter sido um grito. A alguns quarteirões de onde Evie corria, um ladrão tinha acabado de apontar uma arma para um grupo de pessoas, anunciando um assalto. - Droga! - Resmungou sem saber para onde ir. Ele queria ir atrás de Evie, mas não podia deixar um crime acontecer debaixo de seu nariz e não fazer nada para impedir. - Desculpa, Evie! Eu já encontro você!

Peter desceu do prédio usando suas teias e praticamente pulou na frente do assaltante, que se assustou.

—Que coisa feia! Não deveria fazer isso! - Peter disse enquanto arrancava com facilidade a arma das mãos do assaltante, que tentou o acertar com um soco, o que foi em vão. O garoto prendeu os braços e as pernas do assaltante usando mais uma vez as teias e o homem caiu no chão, imobilizado. Tinha sido tão fácil quanto arrancar doce da boca de criança. - Liguem pra polícia! - Pediu ao grupo de pessoas, que apenas o encarava.

Ele saiu correndo em direção aonde tinha visto Evie, pulando por cima de casas para adiantar, Peter não demorou a chegar lá. Mas, não havia mais ninguém ali. Ele olhou para os lados, na esperança de encontrar alguma saída, mas não encontrou nada

***

Evie já não corria mais. Se arrastava por uma rua estreita e deserta da cidade. A chuva não havia parado, e nem parecia querer parar tão cedo. Horas já tinham passado, sua roupa estava ensopada e não conseguia parar de chorar. Evie sentia-se completamente perdida e sozinha. Seu pai havia lhe traído. Isso não saía de sua cabeça. Ela andava em direção ao nada, chutando as poças de água que se formavam no chão, quando escutou alguém a chamando.

Evie! — A voz estava abafada pelo barulho da chuva, mas ela parou, sem coragem de olhar para trás. - Evie! - Peter a alcançou, parando em sua frente, esbaforido. - Finalmente eu te encontrei! - Ele a encarou por um breve segundo. - O que aconteceu? - Perguntou preocupado. Evie o abraçou, com todas as forças que ainda lhe restavam, enterrando o rosto em seu ombro, e desabou completamente em mais lágrimas, pegando Peter de surpresa. Ele hesitou por um momento, sem saber como agir, até que retribuiu o abraço. - Tem a ver com o Loki, não é? - Perguntou ainda sem soltá-la. 

***

—TIA MAY! - Peter adentrou em casa, trazendo Evie consigo. Os dois estavam ensopados. - TIA MAY! - Ele gritou novamente. A mulher apareceu na sala correndo, por causa dos gritos afoitos do sobrinho.

— Peter Benjamin Parker, eu já falei pra não fazer escândalo! - Bronqueou. E, só então, percebeu a presença de Evie. - Meus Deus! O que aconteceu? - Ela encarou a menina, que tinha os ombros levemente encolhidos. Evie já não chorava mais, porém, seu rosto estava inchado e sua pele pálida por causa da chuva. Nem Peter, nem Evie responderam. - Bem, não importa! Venha, vou pegar uma toalha, pode pegar um resfriado! - Ela passou um braço pelo ombro da menina de forma acolhedora e a fez se sentar no sofá.

May foi até a lavanderia em passos rápidos e voltou com algumas toalhas nas mãos. Ela deu uma para o sobrinho e enrolou outra nas costas de Evie.

—Obrigada! - Disse com a voz rouca.

—Sem problemas. Você deve ser a Evie, não é? - Respondeu calmamente. Evie apenas assentiu com a cabeça. - Por Deus, você se parece um bocado com o Loki! Apesar do cabelo ser diferente. - Comentou. Evie forçou um sorriso, um tanto fraco. Um longo segundo de silêncio constrangedor se fez. May trocou olhares confusos com Peter antes de falar qualquer outra coisa. -Tudo bem! Qualquer coisa, eu estarei na cozinha, fazendo um chá! - Disse por fim antes de deixar os dois sozinhos.

—Tá bom, Evie, agora me conta direitinho o que aconteceu! - Disse Peter logo que sua tia afastou-se. Evie fitou o garoto bom um breve momento. A dúvida estava a consumindo. Não sabia se podia contar a verdade. Não sabia se conseguia dizer a verdade. Sempre mentia para esconder seus problemas e às vezes isso parecia mais uma maldição. Ela temia por todos. Mas, por mais que não quisesse, ela temia por seu pai.  

—É só que… - Ela hesitou por um breve momento. - Eu sinto falta da minha mãe. É isso! - Mentiu. Ela não conseguia dizer a verdade. Peter balançou a cabeça, em negação.

— Você é uma boa mentirosa, Evie! - Respondeu por fim. - Mas, eu sinto que não é só isso! Você não quer me contar! - Suspirou. Peter não conseguia entender o que se passava. Tecnicamente, ele acreditava totalmente nas palavras de Evie. No entanto, o sentido aranha parecia quase estar gritando com ele sobre uma alerta de perigo. Ele não conseguia perceber de onde vinha essa ameaça, e nem de quem. - Se não me disser a verdade, não vou poder te ajudar! - Ele se aproximou dela, a encarando. Evie permaneceu em silêncio. Ela sabia que tinha uma responsabilidade. Tinha que fazer alguma coisa para parar o Loki, por mais que isso doesse. Depois de ficar em completo silêncio, ela abriu a boca.

— Peter, pode me fazer um favor? - Perguntou por fim. Ele assentiu com a cabeça. - Preciso que me leve até meu tio! - Pediu.

Laboratório Voom Don

 

Loki voltou ao laboratório em passos lentos. Estava em choque e praticamente não conseguia esconder isso. Quando adentrou na sala, encontrou Victor sentado à uma mesa, apreensivo, segurando o próprio queixo. Johann estava de braços cruzados, em pé, e apenas observou quando o deus adentrou no lugar.

— Onde está a menina? - Perguntou Victor, diretamente. O deus se jogou numa cadeira à sua frente. Loki balançou a cabeça em negação.

— Não sei!

— COMO ASSIM VOCÊ NÃO SABE, LOKI? - Victor se levantou, batendo as mãos na mesa de forma bruta e barulhenta. Seus olhos mostravam fúria e pânico na mesma intensidade.

— Ela precisa de um tempo, Victor! Não quer me ver agora. - Respondeu baixo, sem encarar o sócio.

— Ah, ela não quer te ver? - Victor perguntou com deboche. - E você a deixa ir? Simplesmente assim? Ela sabe de tudo! Ela vai nos entregar! - Bufou.

— O que você queria que eu fizesse? - Loki perguntou, irritado.

— Você é pai dela! Poderia tê-la prendido!

— Exatamente, Victor! - Vociferou. - Ela é minha filha! Jamais a prenderia!

— Ótimo! - Victor deu de ombros. - Eu mesmo faço isso! - Loki soltou uma gargalhada sombria e o encarou.

— Tente, Victor! Apenas tente! - Respondeu por fim. - E vai se arrepender de ter nascido!

— Chega! - Johann se intrometeu. - Vocês não percebem que agora as nossas chances de pegar o cristal são praticamente nulas? - Os dois permaneceram em silêncio. - Vocês sabem o que vai acontecer se não tivermos o cristal?

— Sim. - Victor respondeu entre dentes. - Todo o nosso trabalho terá sido em vão. Eles vão acionar o plano B. - Sorriu, mas o desespero transparecia em seu rosto. - Seremos eliminados e os Vingadores… Ah! Eles vão cair junto com a S.H.I.E.L.D! - Completou.

— Não tenho medo deles! – Loki estufou o peito. - Eu sou Loki Laufeyson! Eu sou um deus! 

— Nós sabemos! - Johann respondeu. - Sabemos que você os enfrenta de cara quando avisa aos Vingadores para não destruírem o cristal! Bem debaixo do nariz deles! - Suspirou. - Por que faz isso, afinal?

— Ora, você não percebe, Johann? - Victor sorriu. - Loki quer se safar se o plano B for acionado. Vai parecer para todos como o sábio que avisou que o cristal não devia ser destruído! Não é, Loki? - O deus não respondeu. - De qualquer forma! Com ou sem o cristal, não vou ser deixado de lado, eu dediquei muitos anos de minha vida nisso! Atacaremos mesmo assim! O quanto antes! - Completou.


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Notas finais do capítulo

E aí, será que a Evie vai ou não dedurar o pai? Quais são suas teorias?

Bjs *.*