OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 25
Capítulo XXIV - Agrura


Notas iniciais do capítulo

Ooi, pessoal! Muito obrigada Letícia Paixão, Tharine Lillena, Peh M Barton, Ana Luisa, Gislane Brito e Jace Jane por comentarem ♥ ♥

Quem quiser dar uma olhadinha no trailer novo (fase final): https://www.youtube.com/watch?v=9l4ScYLbVVo

Chegamos a uma fase importante... Espero que gostem. Bjs *.*



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Evie

 

Eu estava me sentindo entre a cruz e a espada. O que o Loki tinha me pedido, definitivamente, não parecia nem um pouco correto. No entanto, e se ele estivesse certo? E se a destruição do cristal não saísse como os Vingadores planejaram e tudo fosse por água abaixo e levasse à ruína de todo um universo? Por outro lado, eu não podia controlar a mente do Peter é usá-lo daquela forma. Minha mente girava como uma roleta de cassino descontrolada. Eu andava de um lado para o outro em meu quarto tão rápido que não me assustaria se fizesse um buraco no chão. Minha  resposta para o meu pai tinha sido curta - “não sei”. Já era tarde quando eu resolvi deitar para tentar dormir um pouco. Me enrolei nas cobertas, mesmo não estando com frio - que por sinal, era algo que eu não sentia.

Me virei para todos os lados. Não conseguia pregar os olhos. Seria uma longa noite para mim. Não sei quanto tempo fiquei de olhos fechados, apenas esperando o sono chegar.

***

Eu estava diante de um espelho dourado enorme. Ele refletia a minha imagem. Minha expressão estava séria como nunca tinha estado antes. Um longo vestido dourado, bordado, cobria todo o meu corpo e uma coroa da mesma cor repousava sobre minha cabeça. Me afastei do espelho, deixando o quarto onde estava e me dirigi sozinha pelos corredores do lugar onde eu estava. Eu estava em um palácio. Em um instante, eu já não estava mais em corredores, é sim em uma sala, diante de um trono alto e largo. Tinha uma espada em minhas mãos. Dois homens altos e fortes trouxeram um ser, de pele rubro e com dois chifres pontiagudos na cabeça, acorrentado. Ele me encarou de forma ameaçadora.

—Ajoelhe-se! - Rosnei, posicionando a espada em seu pescoço. Ele sorriu com escárnio.

— Ela virá! - Gargalhou de forma sádica.

Abri os olhos rapidamente. Minha respiração estava um tanto ofegante. Não tinha sido um sonho muito agradável e tinha sido mais confuso que os outros. Fish pulou na cama ao meu lado, agarrando meus cabelos com suas unhas.

—Ai, Fish! - Resmunguei  e ele pulou para fora da cama. Me arrastei até o banheiro e tomei um banho gelado para me despertar e me vesti. Encontrei Loki na sala. Ele parecia preocupado. Deu um sorriso fraco quando me viu. - Bom dia! - Me sentei no sofá.

— Bom dia! - Respondeu calmamente.

— Você andou mexendo nos meus sonhos? - Perguntei um pouco hesitante. Ele arqueou uma sobrancelha.

— Nunca mexi em seus sonhos! - Respondeu por fim. - Por que? Com o que tem sonhado?

— Nada específico. - Dei de ombros. Ele não acreditou, mas não falou nada.

— Você pensou? - Perguntou sem me encarar.

— Ainda não!

Tomei café-da-manhã em silêncio e meu pai não falou mais no assunto. Não demorou para o carro chegar para me levar para a escola. Happy levou Peter e eu para a escola e nos deixou lá. Antes que pudéssemos dar tchau, ele arrancou com o carro. Dei um longo suspiro ao olhar para a escola. Muitos alunos estavam do lado de fora, conversando e outros chegando em seus carros. Caminhamos lentamente em direção ao prédio, alguns alunos saíram do meu caminho rapidamente, como se tivessem medo de mim, outros comentaram coisas ruins. Não era uma boa sensação ser vista como um perigo. Peter encolheu os ombros por causa de tantos olhares em nossa direção e eu tentei ignorar nossos colegas ao máximo que eu pude. Do jeito que as coisas estavam caminhando, Peter não conseguiria esconder por muito mais tempo que era o homem-aranha. Até porque, por qual motivo um simples estagiário do Tony Stark teria que andar para cima e para baixo com Happy, um segurança?

— Você tem notícias do Ned? - Cortei o silêncio constrangedor enquanto íamos em direção aos armários.

— A mãe dele disse que ele ainda não acordou. - Respondeu baixo. - Só pode receber visitas rápidas uma vez por semana. Eu vou no hospital hoje para vê-lo. - Acrescentou. Dei um sorriso fraco. Sentia falta de Ned e esperava que ele se recuperasse logo. - Vejo você no almoço! - Peter pegou seu último livro e se afastou. Peguei meu último livro e segui para a aula de química. A professora pediu que abríssemos nossos livros e começou a sua explicação.

A hora parecia estar se arrastando. A voz da professora parecia apenas um som ambiente em minha cabeça.

— Se o átomo perder elétrons, ele fica com carga positiva e é chamado de cátion. - Ela dizia. Mas, eu não conseguia prestar a atenção em nada. As palavras de meu pai e os últimos acontecimentos não saíam da minha mente. O professor Santiago. O cristal. Tudo aquilo era de mais para a minha cabeça. Eu precisava sair dali. Levantei uma mão e a professora parou sua explicação.

— Sim, srta. Laufeyson?

— Não me sinto bem. Posso ir até a enfermaria? - Pedi. Ela me encarou por alguns segundos.

— Tudo bem! - Respondeu por fim.

Peguei minhas coisas e saí da sala, com a dúvida me consumindo. Eu deveria ou não fazer o que Loki tinha me pedido? No fundo, eu sabia que era errado, mas, alguma coisa em mim me dizia que meu pai estava certo. Era como uma intuição. Saí pelos corredores e parei em frente a sala de  Peter. Era aula de álgebra e o professor estava de costas, escrevendo fórmulas no quadro. Peguei um pedaço de papel em minha mochila e o amassei como uma bola. Fui até a janela da porta de trás da sala e mirei no Peter. A bolinha, no entanto, acertou o garoto que estava sentado do lado dele. Ele me olhou confuso.

“Eu?” , o garoto apontou para si mesmo. Balancei a cabeça em negação e apontei para Peter. “Ah” , ele o cutucou e apontou na minha direção.

Peter me olhou confuso e soltou um “o que houve?”

“Preciso falar com você” , sussurrei. Ele suspirou, parecendo decidir se ia me atender ou não.

— Senhor! - Ele levantou a mão, chamando a atenção do professor. - Posso ir ao banheiro?

— Claro! - O professor deu um meio sorriso. Peter saiu da sala discretamente.

— O que aconteceu dessa vez, Evie? - Perguntou logo que se aproximou. - Você devia estar na aula. Vai acabar reprovando desse jeito!

— Eu precisava falar com você!

—Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, um vinco de preocupação se formando em sua testa.

—Se alguém que você confia te pedisse para fazer uma coisa que parece errada, mas que você sente que pode ser o certo, mesmo que isso envolva alguém que você gosta e se essa pessoa descobrisse nunca te perdoaria, você faria mesmo assim? - Perguntei de uma vez só. Peter me encarava, boquiaberto.

—A-acho que sim. - Respondeu nervoso. Arqueei uma sobrancelha. Ele faria?

—Hey, Pinto Parker! - Uma voz irritante gritou e me fez quase dar um pulo de susto. Era Flash Thompson. Eu lembrava de tê-lo visto algumas vezes. Era implicante e chato. - Se não voltar pra sala vou ter que falar o professor! - Disse debochado.

—Apenas o ignore! - Peter sussurrou para mim, entre dentes. Tentei fazer o que ele disse, apesar das provocações de Flash estarem me irritando de forma sobrenatural.

—Então você faria? - O encarei. Ele suspirou, visivelmente perturbado.

— Evie, me desculpa, eu juro que eu não queria, mas o Sr. Stark me pediu…

—Do que você está falando, Peter? - Interrompi. - O que você está escondendo? - Ele abriu a boca para falar, mas Flash o interrompeu.

—PINTO BOBÃO PARKER! - Gritou. Revirei os olhos, impaciente. Senti meu sangue ferver.

—Cale a boca, Flash! - Gritei o encarando e dei um passo largo em sua direção. Flash permaneceu onde estava, com um sorriso debochado nos lábios. - Você se acha muito engraçado, não é? - Dei mais um passo. Peter veio atrás de mim como se fosse me segurar.

— Evie, não vale a pena! - Cochichou.

—Me acho não, eu sou! - Flash riu. - Por que? Algum problema, monstro de gelo? Vai me congelar como fez com a Mary? - Debochou. Respirei fundo, tentando me acalmar, mas não funcionou.

— Evie, não faça nada que vá se arrepender depois! - Peter cochichou.

—O que foi? Vai chamar o papaizinho, vai?

Nesse momento, senti a raiva tomar conta de mim como nunca tinha acontecido antes. Me aproximei tão rápido dele que não teve tempo de desviar de um soco certeiro que dei em seu queixo. Flash caiu no chão. O soco foi tão forte que senti os ossos da minha mão doerem. Me segurei para não gritar de dor. Flash continuou no chão, segurando o queixo enquanto me encarava, assustado.

—Sua vad...

— O que disse? - Perguntei de forma ameaçadora, mostrando o gelo que já se formava em minhas mãos.

—Nada, nada! Desculpa, eu tava brincando! - Ele se levantou rápido, se protegendo com os braços e saiu correndo, sumindo de nossas vistas. Respirei fundo. A raiva já indo embora. O que eu tinha feito? Quase senti culpa, mesmo sabendo que ele tinha merecido um pouco.

—Mas que droga! - Resmunguei enquanto segurava minha mão dolorida. - Não sabia que dar soco doía tanto! Culpa do Flash!

—Tecnicamente a culpa foi sua. Você deu o soco nele! - Respondeu Peter, sem jeito.

—A culpa é dele por ter o queixo tão duro! - Rebati. - Agora minha mão está doendo. - Choraminguei enquanto balançava a mão. - Eu tenho que ir! - Me virei indo em direção a porta no final do corredor, completamente confusa.

—Onde você vai? - Perguntou preocupado. - Espera, eu vou com você!

—Não. Volte para a aula. Eu preciso ficar sozinha.

— Você tem certeza? - Insistiu.

— Não se preocupe! Eu estou bem. Eu acho. - Dei um sorriso fraco.

***

Eu estava andando pelas ruas de Nova York, completamente sem rumo. Tentando pensar no que seria o certo e o melhor a se fazer. Parei em frente a uma lanchonete, fixando o nada. Simplesmente observando o movimento das pessoas no lado de dentro. Nem estava me preocupando mais em dar de cara com o Venom e torcia para que Peter não tivesse dado com a língua nos dentes para Happy.

— Evie? - Uma voz feminina familiar chamou minha atenção. - O que está fazendo aqui sozinha? - Natasha me encarou, preocupada. - Não devia estar na escola?

— É… - Dei um sorriso sem graça.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não estou me sentindo muito bem. - Respondi por fim.

— Vamos entrar! - Ela fez um sinal para que entrássemos na lanchonete. Apenas assenti com a cabeça e a seguí.

Nós sentamos à uma mesa perto da janela e Natasha pediu dois milkshakes de morango para nós duas antes de perguntar qualquer outra coisa. O garçom não demorou nada para nos servir.

— Muito bem! - Ela disse após dar uma bebericada em seu milkshake. - Você deveria estar na escola, mas eu não vou falar nada pra ninguém! - Sorriu.

— Obrigada! - Beberiquei o meu milkshake.

— Por que saiu?

— Estou me sentindo um pouco mal hoje. - Respondi calmamente. - Eu perdi o controle e dei um soco em um  garoto!

— Ah, eu já fiz isso várias vezes! - Ela riu, descontraída. - Às vezes isso é melhor que terapia! - Sorri. - Mas por que fez isso?

— Porque ele me irritou. Eu acho. - Respondi confusa. - Disse coisas ruins!

— Sobre você?

— Também! - Suspirei. - Mas não quero falar sobre o Flash!

— Tudo bem. - Respondeu calmamente. - Soube que o Ned está no hospital. Sinto muito!

— Sim! Espero que ele fique bom logo! Ele é um bom amigo!

— É impressão minha, ou você não tem muitos amigos? - Perguntou com cautela.

— É verdade. - Sorri. - Pra falar a verdade, acho que o Ned e o Peter são meus primeiros amigos de verdade. - Confessei. - Sempre estive sozinha, mas isso nunca me incomodou realmente! - Isso era verdade. Em toda a  minha vida não tinha tido muitas pessoas ao meu redor e, às vezes, preferia passar despercebida. Não era algo que me deixava triste. Por incrível que pudesse parecer.

— E sua mãe nunca estranhou isso? - Franziu o cenho.

— Não, porque eu sempre mentia. - Confessei. Natasha sorriu. Não queria preocupar a minha mãe com isso. Ela já tinha problemas demais, principalmente em seus últimos meses.

— Você se parece com ela?

— Não muito. - Respondi por fim, lembrando dos momentos e de como era a minha mãe. - Minha era bem extrovertida, na verdade. Todo mundo adorava ela. Era muito honesta. Odiava mentiras e trapaças. - Acrescentei. - Ela ficava muito brava quando eu mentia. - Sorri. Me lembrava de como minha mãe ficava furiosa quando eu não falava a verdade e inventava histórias. Suspirei. Falar dela me dava saudade, mas era inevitável.

— Como ela se envolveu com o maior mentiroso e trapaceiro do universo? - Perguntou curiosa. Não pude conter uma risada.

— Não sei. Minha mãe nunca falou sobre o Loki. Sempre que eu perguntava sobre o meu pai ela me dizia que era melhor eu não saber porque eu poderia me decepcionar.

— E você se decepcionou quando descobriu quem ele era?

— Não! - Dei uma bebericada no milkshake. - Eu tinha medo que ele me deixasse ir para um orfanato. Mas, ele não fez isso.

— Essa história é bem esquisita. - Respondeu perdida em pensamentos. - Nunca perguntou a ele sobre isso?

— Já! Mas não adianta. Ele não fala. - Sibilei e ela riu.

— Loki é como um iceberg. - Brincou. - E se derreter, vai causar tragédia. - Soltei uma gargalhada quase alta demais.

— Natasha, você sabe sobre o cristal? - Perguntei com cautela. Ela uniu suas sobrancelhas, desconfiada. - Acha que vai dar certo se for destruído?

— Para ser honesta - Ela deu um longo suspiro. - Não acho que vá ser tão fácil assim. Acho que coisas ruins vão acontecer. - Acrescentou, perdida em pensamentos. - Mas não deve ser preocupar com isso. Tudo vai se resolver! - Completou. Dei um sorriso como resposta.

Conversamos por mais algum tempo, sobre coisas diversas da vida. Nat me contou como era ser uma agente e coisas do tipo. Já era quase hora do almoço quando ela disse que precisava ir embora. Nos despedimos e fomos cada uma para um lado diferente. Conversar com ela tinha sido bom, apesar de continuar confusa sobre o que fazer sobre o cristal. Natasha também temia que algo pudesse acontecer se o tal cristal fosse destruído. Uma chuva forte ameaçava cair e as nuvens já começavam a se formar.

Atravessei a rua e decidi pegar um atalho para cada, passando por uma rua estreita e mais tranquila. Mas, algo me chamou a atenção. Um homem de estatura média e pele morena estava correndo afoito por ali. A aparência daquele homem não era familiar, porém, eu não demorei nada para perceber quem ele era de verdade – Venom. Ele corria em direção a um prédio abandonado naquela rua, e meu instinto me fez o seguir. Tomei cuidado para que ele não me visse, mas ele estava tão atordoado que não acreditava que ele fosse perceber a minha presença. O vi entrando no prédio e fui atrás dele. O lugar estava coberto de teia de aranhas e cheirava a mofo. Segurei um espirro. O homem tinha desaparecido por completo ali e eu segui direto até uma porta que estava fechada e entrei. O lugar que a porta escondia era surpreendentemente diferente do lado de fora. Era limpo e iluminado, coberto de aparelhos tecnológicos e me lembrava a Torre Stark. Quando me virei, me deparei com alguém que eu nunca  imaginei encontrar ali – Mary. Ela pareceu tão surpresa em me ver quanto eu ao vê-la.

— Mary? – Perguntei. Ela estava diferente. Vestia uma calça e blusa pretas e seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo alto. Sua expressão era séria e não havia mais nenhum resquício da Mary debochada que eu havia conhecido. Parecia mais madura.


— Evie? – Ela se aproximou de mim rapidamente. – O que está fazendo aqui? Não pode ficar aqui! – Sussurrou apressada. – Precisa sair daqui! – Ela tentou puxar meu braço, mas me soltou rapidamente.


— Você está viva? – Foi só o que consegui perguntar.


—Vai embora, Evie!


—O que está acontecendo aqui? – Uma voz rouca ecoou por toda a sala. Seu dono se aproximou em passos lentos. Eu quase dei um grito quando vi seu rosto. Era vermelho e parecia uma caveira. Uma caveira vermelha. – Quem é?


—Entrou por engano! – Mary respondeu antes que eu pudesse abrir a boca. – Já estava de saída!


— Sinto muito! Não vai poder sair. – O homem respondeu.  Senti uma sensação de perigo. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, usei a magia e o atingi no peito, o fazendo bater na parede. Ele se levantou bruscamente e praticamente voou na minha direção, agarrando meus braços com brutalidade. Estava furioso.


— Johann! O que pensa que está fazendo? Solte-a! – Um outro homem adentrou na sala, apressado. Eu conhecia ele de algum lugar. Aquela cicatriz prata no rosto. Mas, é claro! Eu o tinha encontrado na escola uma vez. Seu nome era Victor. Ele estava envolvido com o professor Santiago, era evidente. O dono do rosto cavernoso o encarou, confuso. – Não vai querer machucar a filha do Loki. – Sorriu. Ele me soltou rapidamente, como se minha pele tivesse dado um choque em suas mãos.


— Não me diga! – O tal Johann esboçou um sorriso. – É um prazer finalmente conhecê-la, alteza!— Disse para mim, parecendo um tanto áspero ao dizer a palavra alteza.


— Evie, não sabe como é bom vê-la aqui! – Victor deu um largo sorriso. Senti minhas pernas tremeram. Eles me conheciam? Eles sabiam de mim?


— Victor, eu não acredito que... – Uma voz familiar adentrou na sala e parou quando me viu. Eu paralisei. Completamente em choque. Loki. Ele me encarou, boquiaberto. Ele tinha dito Victor. Ele conhecia aquele homem. O que ele estava fazendo ali?  Então, na minha cabeça tudo pareceu se encaixar como um quebra-cabeça. As vezes que ele tinha me dito para não me envolver, para não falar para ninguém sobre as minhas suspeitas. Era porque ele estava envolvido. Por um momento, não quis acreditar. Mas, a reação dele o condenou. – Evie? – Perguntou surpreso. Eu não conseguia falar, nem respirar. Parecia que eu tinha levado um soco na boca do estômago. No entanto, a dor que eu estava sentindo era muito pior. Traição. Do meu próprio pai.

— Não contou a ela? – Victor franziu o cenho.


— De novo não. – Meu pai resmungou mais para si mesmo do que para os outros. – Evie, por favor! – Ele tentou se aproximar de mim com cautela. Dei um passo para trás. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas, eu não podia evitar. Por que ele tinha feito isso? Tudo o que eu tinha passado. O Ned. A Natasha. A Mary e tantos outros. Ele era cúmplice.


— Não se aproxime de mim! – Respondi sufocada, antes de sair correndo. Sem rumo. Sozinha. Perdida. Saí pelas ruas, desgovernada. A chuva caía forte e os trovões cortavam o céu. Mas, nada me importava mais. Não me importava que eu já estava encharcada. Eu só queria fugir. De tudo. E todos. Eu queria desaparecer. Para sempre.


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