OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 23
Capítulo XXII - Altas aventuras


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!

Muito obrigada Letícia por favoritar ♥ ♥

Obrigada também Dru Anderson, Thay Paixão, Bubsbispo e Letícia Paixão por comentarem ♥

Chegamos a uma parte muito importante da história, e no próximo capítulo coisas mais importantes ainda vão acontecer.

Espero que gostem. Bjs *.*



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Laboratório Voom Don

Enrico entrou no laboratório apressado, suava frio e suas mãos tremiam. Se apoiou em uma bancada, pois mal conseguia parar em pé. Natasha viu o professor e se aproximou em passos lentos.

— Sr. Santiago! - Ela disse calmamente, seu olhar era vazio.

—Natasha! - Ele arfou. - Natasha, preciso que me ajude! - Continuou. Sua voz saiu trêmula. - Preciso que me tranque aqui! Não posso sair daqui!

— Não entendo! - Arqueou uma sobrancelha.

—O Venom está descontrolado! - Falou mais para si mesmo. - Ele quer a filha do Loki! - Acrescentou. - Ele quer a Evie, viva ou morta! Para ser hospedeira ou o lanchinho da tarde! Não posso deixar… Natasha me tranque! Esse é o meu comando! - A ruiva, completamente sem expressão, se aproximou de Enrico pronta para acatar a ordem.

—Senhorita Romanoff! - Interrompeu Mary. A morena se aproximou dos dois, desconfiada. - Precisamos ter uma palavrinha! - Ela encarou a ruiva.

Evie

Happy conduziu Peter e eu até o carro. O caminho até a Torre Stark foi silencioso. Me concentrei na paisagem de Nova York, do lado de fora da janela fechada daquele carro. Os arranha-céus cobriam todo o percurso. O clima estava ensolarado, apesar de ser outono. Happy não deu nem uma palavra. O silêncio parecia o agradar. Tive uma ligeira impressão de ver Peter se controlando para não começar a tagarelar. Mas, ele não falou nada. Também não queria falar, eu estava brava sem nem saber por que. O trânsito não estava tão ruim, o que era um milagre, é nós não demoramos para chegar. Subimos direto para o apartamento do Sr. Stark, ele já estava esperando por nós.

—Que bom que chegaram! - Uma moça de cabelos ruivos nos recebeu. - Ah, eu sou a Peppy! - Sorriu. Eu sabia quem era ela, apesar de nunca tê-la visto pessoalmente. Ela era administradora das Indústrias Stark e também namorada do mesmo. Ela olhou para mim, seus olhos pararam em meu braço enfaixado. - Vejo que foi grave! - Apenas assenti com a cabeça.

—Vocês dois! Por favor, venham aqui! - Pediu o Sr. Stark sem tirar os olhos do holograma que estava projetado no meio da sala. Uma das tecnologias de seu apartamento super equipado e moderno. Nos aproximamos dele. - Preciso que me contem exatamente o que aconteceu naquele cinema! - Ele finalmente nos encarou.

—Uma criatura assustadora nos atacou! E Ned está no hospital! - Respondeu Peter.

—Seu nome é Venom! - Acrescentei. - Ele é bem poderoso! - Suspirei. O Sr. Stark encarou meu braço.

— Você lutou com ele? O que ele disse? - Perguntou. Coisas terríveis, eu iria dizer. Mas, decidi resumir.  

— Disse que iria me matar! - Respondi por fim. Peppy me olhou penalizada.

—Me mostre as imagens da câmera de segurança do cinema que você recebeu! - Ele disse para o seu assistente virtual.

Estas são todas as imagens, senhor” , o programa respondeu, exibindo no holograma imagens da câmera de segurança. As imagens foram passando rapidamente até que pararam no momento em que Ned tinha entrado no banheiro. Ele entrou apressado e estava sozinho. Poucos minutos depois, uma pessoa entrou atrás. Parecia perturbado. Era ele. O professor Santiago. Ele era o Venom. Senti um frio na barriga. Devia ser isso que Ned tinha descoberto, então, e por isso a mensagem. Logo depois entraram eu e o Peter. Nas imagens seguintes eu já não me concentrei. Peter arrastando Ned para fora do banheiro, tudo aquilo era assustador e terrível demais.

—O professor Santiago! - Peter quase gritou. -É ele! - Completou.

—Conhecem ele? - Sr. Stark nos encarou.

—Sim! Ele é nosso professor de física! - Peter estava pasmo, assim como eu. - Evie, você estava certa quando suspeitou dele, devia ter acreditado em você! - Me olhou.

—Espera, você desconfiava dele? - Perguntou Tony para mim, extremamente sério. Meu silêncio constrangedor serviu como resposta. - Se tem alguma coisa para nos contar, é melhor contar agora!

— Eu… Eu…- Hesitei. Eu tinha que contar, não havia saída. As coisas estavam tomando rumos perigosos e eu não podia mais omitir o que eu sabia por medo.  - Eu andei investigando o professor por contra própria e descobri algumas pesquisas sobre a lança do destino, o soro Extremis e Genética Humana! E, no ataque ao museu, ele agiu de forma muito suspeita, e eu fui atrás dele e ele simplesmente sumiu. - Falei de uma vez só.

—Está me dizendo que esse tempo todo você tinha uma pista do culpado por todos esses crimes e não falou nada? - Perguntou irritado. Peppy tocou seu ombro, como se quisesse fazer com que ele se acalmasse. Ele respirou fundo. - De agora em diante, nenhum dos dois vão sair sozinhos. Happy vai acompanhá-los em todos os lugares. Se esse tal Venom é o professor de vocês, vai atacá-los novamente.  - Happy apenas concordou com a cabeça. - Você, Peter, além daquela missão que eu lhe pedi, não vai mais se envolver neste caso! - Completou.

— O que? Mas sr. Stark, eu…

— Falaremos disso depois! - Interrompeu seco. - Tem ideia de quão irresponsável você foi por não ter contado sobre isso antes? - Me encarou. Apenas encolhi os ombros. Ele estava certo. Porém, eu não poderia imaginar que coisas assim iriam acontecer. - Sabe quanta coisa poderia ter sido evitada se tivesse contado? Por exemplo, a Nat estaria aqui! - Completou. “E o Ned não estaria numa CTI”  , acrescentei mentalmente.

— Tony! - Peppy o repreendeu.

— Não vou deixar que culpe a Evie por sua incompetência, Homem de Lata! - Loki adentrou a sala em passos largos e se aproximou de nós.

— Incompetência? - Perguntou sr. Stark entre dentes.

—Sim! Está irritado porque não conseguiu resolver o caso!

— Me diga, Feiticeiro das Trevas, você está envolvido nisso, não está? - Perguntou. Meu pai fechou a cara numa carranca. - Proibiu ela de contar, não foi?

— Não! - Menti quase involuntariamente, chamando a atenção de todos. - Ninguém sabia disso! - Loki me encarou, surpreso. - Eu fiquei com medo que não acreditassem! - Confessei. Esse ponto era verdade.

— Ninguém tem culpa aqui! Coisas ruins acontecem, e não podemos evitar! - Disse Peppy com a voz tranquila. - O que podemos fazer agora é tentar reverter essa situação! - Acrescentou. Loki estava fuzilando Tony com os olhos.

— Vamos, Evie! - Disse passando um braço por cima do meu ombro, o que me surpreendeu. Seguimos em direção à porta.

— Loki! - Tony chamou. - Se eu descobrir que está envolvendo a menina em seus negócios sujos, serei o primeiro a fazer com que você perca a guarda dela! - Ameaçou. Tremi. Meu pai ignorou a ameaça de Tony e deixamos a Torre Stark em silêncio. No caminho, ele falou pela primeira vez.

—Por que mentiu? Por que não contou a ele que eu sabia de suas desconfianças?

—Porque ele ficaria mais desconfiado ainda de você! - Respondi calmamente. - Você disse que não está envolvido e eu acredito em você! - Dei um sorriso fraco. Ele deu um breve sorriso e depois desviou o olhar.

— Não devia acreditar tanto assim em mim, pode se decepcionar. - Suspirou, perdido em pensamentos. Franzi o cenho.

— Por que eu me decepcionaria?

— Nada com que deva se preocupar! - Sorriu, cortando completamente o assunto. Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas caminhando.

— Você sabe o que é o Venom?

—O Venom é um parasita. - Explicou calmamente. - Ele tem controle sobre o hospedeiro, que no caso é o professor Santiago!

—Então o professor não tem controle? - Ele apenas negou com a cabeça. Tentei imaginar ser controlado por alguém e lembrei do dia que Loki entrou em minha mente para me ajudar. Não tinha sido uma boa sensação mesmo ele não estando fazendo nada contra mim. Não conseguia imaginar ser forçada a fazer algo que não queria, não tendo domínio sobre meu próprio corpo.

— Não tenha pena! Ele tem consciência plena de seus atos, ele poderia resistir se realmente quisesse. - Ele parecia estar imaginando meus pensamentos.

— Então, ele atacou o Ned porque quis? - Perguntei.

— Não tenho certeza! - Respondeu por fim. - Não se culpe pelo o que aconteceu, Evie! Não foi culpa sua! - Me fitou. Apenas assenti com a cabeça, tentando dispersar os pensamentos ruins.

***

Happy chegou antes de eu estar pronta. Tive que me apressar, é mal tive tempo de comer alguma coisa. Não gostava da ideia de ter que ser seguida e vigiada o tempo inteiro, mas meu pai também tinha concordado, para o meu azar. Me despedi de Loki e corri. Entrei no carro e dei um “bom dia” para Happy, mas ele não respondeu. Peter estava de braços cruzados, impaciente.

—Está atrasada! - Disse emburrado. Revirei os olhos.

— Bom dia para você também, Inseto Parker! - Respondi áspera. Ele fez uma careta por causa do apelido. Happy deu partida no carro e ficamos em completo silêncio. O trânsito estava terrível como de costume, então Happy pareceu entrar por outra rua, um pouco fora do caminho. Se fosse caminhando, provavelmente chegaria mais rápido, já que a escola não era tão longe assim. Não pude deixar de reparar como Happy me encarava pelo retrovisor. Estava esquisito.

—Crianças, por que não conversam? - Ele perguntou. Não. Aquele não era o Happy que eu conhecia. Também não era Loki se passando por ele, o que me deixou aflita. Estávamos em perigo. Discretamente, apertei um botão, e uma janela subiu, nos isolando do motorista. Peter me encarou com o cenho franzido, visivelmente confuso. Escorreguei no banco, me aproximando dele.

—O que houve? - Sussurrou. Quando ia responder a janela desceu lentamente.

—Está tudo bem crianças? - Perguntou o falso Happy, com um sorriso nos lábios. Aquele sorriso sombrio, muito similar ao que eu tinha visto no Venom. Senti meu estômago se agitar. Era ele. Era o Venom.  Eu não sabia como eu sabia. Eu simplesmente sabia. Eu só conseguia pensar, onde estava o Happy verdadeiro?

—Claro! - Forcei um sorriso tentando não transpassar o medo que estava se formando. Pressionei o botão novamente e a janela subiu.

—O que tá acontecendo? - Peter cochichou.

— Ele não é o Happy! - Respondi no mesmo tom. Sua expressão era de pura confusão.

—O que? - Perguntou pasmo. A janela desceu de novo.

—Vocês estão bem? - O falso Happy perguntou de novo.

—Sim! - Respondemos em coro. Apertei o botão afoita e a janela se levantou mais uma vez. Aquilo estava se tornando repetitivo.

—Disfarce. Ele não é o Happy, é o Venom! - Sussurrei. - Precisamos sair daqui!

—O que? Como você sabe? - Quando vi a janela descendo mais uma vez, passei o braço dele por cima do meu ombro, e ele pareceu mais nervoso ainda.

—O dia está maravilhoso, não acham? - Disse Happy sorrindo. - Vamos conversar! - Engoli seco.

Venom virou em outra rua desconhecida, estávamos nos afastando do centro da cidade. Precisávamos fugir dali. Um plano estava se formando em minha mente. Tínhamos que pular do carro. Mas, como eu iria me comunicar com Peter sem que o falso Happy percebesse?

Então, algo me veio à mente. Em um dos treinos que tive na S.H.I.E.L.D eu havia encontrado a Nat. E, ela havia me ensinado alguns códigos secretos usados pela S.H.I.E.LD e pela H.Y.D.R.A. Eu só tinha que lembrar qual era o código para pular do carro e torcer para que Peter fosse esperto o suficiente para perceber. Me forcei a lembrar do dia. Nat havia me ensinado mais ou menos dez códigos, “para caso um dia eu estivesse em perigo”, ela disse. Parecia estar adivinhando o que eu iria passar.

Me concentrei, repassando os códigos em minha mente. Não era boa em fórmulas e física, mas tinha prestado bastante atenção nas explicações de Natasha. Não demorou, e eu consegui lembrar. Cocei o nariz discretamente duas vezes - isso significava para ficar em alerta. Senti Peter respirar fundo. Ele tinha percebido. Dei três batidinhas de leve em meu joelho esquerdo - significava que tínhamos que pular do carro. Peter enrijeceu a coluna, sem tirar os olhos do Venom, que parecia não ter percebido que já sabíamos. Finalmente, toquei minha orelha direita lentamente, que significava correr. Contei três segundos em minha mente e Peter abriu a porta do carro de uma vez só. Nos jogamos para fora e eu caí de barriga para baixo.  Me levantei rapidamente e comecei a correr na direção oposta do carro, que tinha acabado de frear bruscamente.

— Corre, Peter! - Gritei, enquanto ele se levantava cambaleante, tentando correr na minha direção.

— Eu não entendo todos os códigos corporais da S.H.I.E.L.D! Eu não sou um agente! - Respondeu já me alcançando. Ele corria bem mais rápido do que eu. Olhei para trás rapidamente e vi Venom, ainda na forma de Happy, sair do carro e vir em nossa direção apressado.

—Droga! - Resmunguei.

Continuamos a correr em direção à um ferro velho, que parecia abandonado. Não havia nem uma alma sequer naquela rua deserta. Estávamos numa emboscada. Conseguimos pular a cerca do lugar e continuamos a correr sem parar. O falso Happy ainda nos seguia. Corremos até uma cabine de metal, enferrujada, e entramos. A porta estava amassada e não dava para fechar direito. Da fresta aberta, dava pra ver o que estava do lado de fora.

— Acha que ele nos viu? - Perguntou com a respiração ofegante. Meu coração parecia que ia saltar pela boca.

— Não sei! - Arfei. Ficamos em silêncio.

— Crianças! - Ouvimos a voz de Venom se aproximando. - Não tenham medo! - Sua última frase soou como a criatura que eu tinha enfrentado no banheiro. - Onde vocês estão? - Ele passou bem perto de onde estávamos. Nós o vimos pela frecha aberta e Peter quase gritou. Por um momento, prendi a respiração, com medo de que ele sentisse. Ele rodeou o lugar por alguns momentos, e se afastou. Soltei a respiração.

— Eu vou sair pra ver se ele já foi! - Peter sussurrou pouco tempo depois. - Você fica aqui! - Pediu.

— O que? - Perguntei incrédula. - Você não me diz o que fazer! Eu vou com você! - Cruzei os braços.

— Por favor, Evie! - Implorou. - Você o enfrentou e venceu! Ele deve estar furioso com você! Já basta o Ned! - Seus olhos estavam tristes. - Sem contar que eu estou zelando pela sua vida e pela minha! Se alguma coisa grave acontecer com você enquanto está comigo, o Loki me mata na certa! - Parecia desesperado. Dei um longo suspiro.

— Tudo bem!

— Por favor, fique aqui! - Ele saiu devagar e deixou a porta fechada como estava. Contei sessenta segundo em minha mente e nada dele voltar. Estava começando a ficar impaciente. Estalando os dedos por causa do nervosismo, estava quase indo atrás dele quando ouvi ele chamar do lado de fora.

— Ele se foi! - Saí da cabine cautelosamente e avistei Peter. - Ele já foi embora! - Sorriu. Arqueei uma sobrancelha. Me aproximei dele e agarrei seu pescoço com certa força, uma camada de gelo se formando em minha mão. - Evie, o que tá fazendo? - Perguntou quase sufocado, tentando se livrar de minha mão.

— Você é mesmo o Peter? - Perguntei entre dentes.

— Sou eu, Peter! - Respondeu apavorado. O encarei. O gelo estava começando a aumentar em minha mão. - Por favor, Elsa, não me congela! - Dei um suspiro aliviado e o soltei. Era ele mesmo.

— Foi mal, achei que fosse o Venom! - Respondi sem graça. - Mas só você mesmo pra falar uma asneira dessas! - Ele massageou seu pescoço, pasmo.

— Você quase me estrangulou! - Resmungou. - Me senti no exorcismo de Emily Rose! - Revirei os olhos. Olhei ao redor. - Pra onde vamos agora?

— Sei lá! Tava pensando em ir a Disneylândia, tomar chá com o Mickey Mouse! - Ironizei. Ele fez uma cara feia. - Vamos pra casa! - Ele olhou ao redor. - Onde está seu celular? - Perguntei. Ele passou as mãos nos bolsos da calça, e espraguejou alguma coisa.

— Deve ter caído quando a gente pulou! - Respondeu por fim. Suspirei. Abri minha mochila e peguei meu celular. Tínhamos que avisar alguém sobre o que tinha ocorrido. Meu celular estava completamente sem sinal.

—Sem sinal! - Bufei.

— Vamos então! - Ele foi em direção à saída.

— Onde você vai, cabeça de teia? - Ele se virou para mim. - Vai pra casa à pé? Estamos à quilômetros de distância!

— Você tem uma ideia melhor, Elsa? - Perguntou. Olhei ao redor. Estávamos cercados de carros velhos e peças de motor. Um pouco mais a frente, havia uma fileira de carros semi-novos para venda. Eu não considerava roubar certo. No entanto, considerando a situação em que estávamos, aquilo não era tão errado. Bom, era isso que eu estava tentando me convencer. Dei um sorrisinho. Peter percebeu o que eu estava pensando. - Não! - Ele quase gritou. - Eu morro, mas eu não vou roubar um carro! Vamos ser presos, eu vou ficar com a ficha suja e nenhuma universidade vai me aceitar! - Disse de uma vez só. Me aproximei de um dos carros e ele me seguiu. - Não vou fazer isso!

— Peter - Me aproximei dele, segurando seus ombros. - Nenhuma Universidade vai te aceitar se você estiver morto! E é isso que vai acontecer se ficarmos aqui, Venom vai voltar a qualquer momento! - Ele fechou os olhos, pensativo e deu um longo suspiro.

—E como pretende entrar num carro desses? Isso com certeza tem alarme e…- Usei magia e destranquei a porta de um carro preto rapidamente. Peter me olhou, pasmo. - Não sei porque eu pergunto! - Suspirou. Entrei no carro e sentei no banco do motorista. Peter ficou do lado de fora, apenas me observando.

— Não vai entrar?

—Tudo bem! - Respondeu um pouco relutante, mas finalmente entrou no carro, sentando-se no banco do carona ao meu lado. Ele prendeu o cinto de segurança. - Não acredito que me convenceu a roubar um carro!

— Não estamos roubando! Isso é apenas um empréstimo! - Rebati.

— Pera, você sabe dirigir? - Franziu o cenho. Obviamente não. Eu tinha esquecido daquele pequeno detalhe. Estava tão acostumada a ver filmes de ação onde os mocinhos roubavam um carro que nem me liguei que eu não sabia dirigir. Mas o meu desespero para sair dali estava falando mais alto.

—Não! - Forcei um sorrisinho. Coloquei o cinto de segurança e segurei o volante.

— Tá bom! Tá bom! - Respondeu nervoso. - Precisamos fazer uma ligação direta, tomando cuidado para não danificar o cilindro de ignição, caso contrário sofreremos uma descarga elétrica de uma voltagem um tanto complicada! - Acrescentou. Eu o encarei, confusa.

—Será que você pode traduzir?

— Precisamos ligar o carro, mas não temos a chave! - Explicou.

—Ok! - Respirei fundo. Me concentrei e atingi o carro com magia, senti como se tivesse o energizado. Um barulho de motor se espalhou pelo veículo. Estava ligado.

—Isso foi incrível! - Sorriu bobo. - Insano, mas ainda sim incrível!

—Obrigada! - Agradeci. Pisei com tudo no acelerador e o carro deu um solavanco para trás e bateu num pedaço de lata. Não pude conter um grito.

—Estamos ferrados! - Resmungou.

***

—Diminui a velocidade desse carro! - Peter gritou logo assim que eu avancei um sinal. Mal conseguia manter o veículo em linha reta e os gritos de Peter não estavam ajudando em nada. - Cuidado com o cachorro! - Por sorte consegui desviar do cãozinho que atravessava a rua.

—Dá pra você parar de gritar? Está me deixando nervosa! - Eu apertava tanto  o volante que minhas mãos estavam começando a ficar doloridas.

—Vire à direita! - Gritou. Virei na rua à direita, quase invadindo a calçada. Gritamos quando o carro perdeu o controle e acertou uma lata de lixo. - Evie, freia esse carro! - Já tínhamos passado de 80km/h. Peter tentou pisar no freio, desesperadamente enquanto eu desviava de um poste. - Droga! - Exclamou. Vi uma peça no chão. Ele tinha acabado de quebrar o pedal do freio e estávamos oficialmente desgovernados.

— PETER! - Vociferei. - Se a gente morrer, eu te mato!

— Eu vou consertar! - Ele soltou seu cinto e se abaixou para tentar consertar o pedal. Estava me aproximando do semáforo quando o carro atingiu a velocidade de 90km/h. O sinal fechou, mas o carro avançou e eu soltei um grito histérico.

— Peter, conserte isso logo! - Gritei.

— Eu tô tentando! - Respondeu. Passamos em frente à um carro de polícia.

—Droga! - Espraguejei e Peter se sentou de novo, com o pedal na mão. Um barulho de sirene alto estava atrás de nós. Estávamos sendo seguidos pela polícia.

—Ai meu Deus! A gente vai pra cadeia! - Disse histérico, ao olhar pra trás. - Vamos ser condenados…

— Não vamos! - O carro seguiu desgovernado. Já haviam quatro carros de polícia na nossa cola. Invadindo o estacionamento de um shopping, desviei de alguns carros, e acabei subindo a rampa que levava para o térreo do shopping.

— AH! - Gritamos quando invadi o espaço que era rodeado de lojas. Algumas pessoas desviaram para não serem atropeladas. Batemos numa piscina de bolinhas e uma centena de bolinhas voou para todos os lados. O carro seguiu desgovernado em direção a uma janela de vidro.

— Ai meu Deus! - Peter gritou.

Atravessamos a vidraça que se partiu por completo. Deixamos o shopping e voltamos às ruas, ainda numa velocidade muito alta. Peter já tinha desistido de consertar o freio. Ele estava em estado de choque. Mais carros de polícia voltaram a nos seguir.

—Atenção! Pare o carro agora! - Uma voz no auto falante disse. Era um dos policiais.

— Evie… - Peter choramingou.

— Estamos chegando na Torre Stark! - Avisei logo que vi o prédio alto. Estávamos cada vez mais próximos de ir de encontro à vidrada do edifício quando Peter gritou.  

— EVIE! NÃO! NÃO! NÃO! - Já era tarde demais e o carro atravessou a porta principal da torre, que estava fechada, estraçalhando todo o vidro e arrastando mesas e cadeiras que vinham pela frente. O carro bateu na parede e parou. O motor tinha acabado de morrer. A porta do meu lado caiu, completamente amassada e a buzina do carro disparou. Eu me arrastei para fora do que tinha sido um carro um dia e Peter me seguiu, quase caindo. Minhas pernas estavam bambas por causa da adrenalina.

— Mas o que está acontecendo aqui? - Apareceu sr. Stark acompanhado de Steve, Dr. Banner, Sam, meu tio e meu pai. Forcei um sorriso sem graça.

— Oi! - Respondi ofegante. Loki me encarou, com uma ruga de preocupação aparente.

— Mãos pra cima, todo mundo! - Um policial entrou correndo , com uma arma apontada para nós. Estava acompanhado por outros cinco policiais. Levantei minhas mãos pra cima.


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