OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 19
Capítulo XVIII - Novo poder


Notas iniciais do capítulo

Ooi ,gente! ♥

Primeiramente, eu gostaria de agradecer a Gislane Brito por recomendar (eu já agradeci, mas muito obrigada de novo ♥ ).

Muito obrigada também Read Writer, Jane Jane, Peh M Barton, Uchiha Zacky, Marcos FLuder, Ana Luisa, Gislane Brito, Tharine Lillena e Tia do café por comentarem ♥ ♥

Espero que gostem. Boa leitura. Bjs *.*

P.S.: Quarta- feira: Capítulo especial de Halloween...



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Laboratório Voom Don

 

Enrico estava sozinho em uma sala do laboratório. Com as mãos trêmulas e à beira de um colapso, ele manejava um frasco com muito cuidado. Ali, havia um novo vírus. Algo que ele vinha trabalhando em segredo. Acreditava que aquilo poderia ser a solução para se livrar do parasita alienígena que estava alojado dentro de si. Ele não aguentava mais não ter controle sobre o próprio corpo. O professor guardou o pequeno frasco com cuidado em sua maleta, e a trancou. Não queria que ninguém visse aquilo.

Não demorou muito tempo para seu momento só acabar. Loki apareceu na sala de forma sombria, causando espanto em Santiago.

— O-ol-á! - Ele gaguejou. Tinha dificuldade em esconder seu medo, e sabia que mentir para o deus seria impossível. - Imagino que queira falar da Evie, não é? - Santiago evitou encará-lo. Loki não respondeu. - Ela anda me investigando, não é?

— Sim. - Respondeu. Não estava irritado, no entanto, e sim, preocupado. - Mas, ela não vai contar a ninguém.

— Ela vai acabar descobrindo que você… - Enrico não precisou completar a frase para Loki entender o que ele queria dizer.

— Tome mais cuidado, professor! - Respondeu ríspido.

— Loki, por que está nessa? - Enrico perguntou tão diretamente que quase deixou Loki surpreso. - Tem sua filha…

— Isso não lhe diz respeito! - Interrompeu seco, mas logo depois esboçou um sorriso. - Não deixe que os outros saibam que trabalha numa fórmula contra o Venom… - Sussurrou, não contendo um sorriso. - Ou podem achar que você é um traidor! - Enrico tremeu.

 

***

Mary estava junto de Victor e Jöhann na sala de treinamento do laboratório. Dezenas de pessoas treinando suas novas habilidades. Não tinham escolha. Os que se recusassem a lutar do lado deles sofreriam as consequências. Uma jovem garota deu um golpe no rosto de seu parceiro de treino.

— Estão evoluindo muito bem! - Victor sorriu ao observar todos. Um homem de meia idade parou para observar os outros. Estava insatisfeito e furioso. Queria sua vida de volta. Queria vingança. Ele correu, em um ato quase involuntário, voou no pescoço de Victor, o apertando com toda a sua força. Força que tinha adquirido devido a sua mutação. Victor conseguiu o empurrar, com certa dificuldade, e Jöhann o segurou. Apesar de forte, o homem não tinha técnica de como usá-la, e isso, o prejudicou.

— Devo pegar os chips? - Sussurrou Mary, enquanto todos na sala observavam a confusão.

— Não! - Respondeu Victor, ríspido, e encarou a garota. - Mate-o! - Ordenou. Victor queria usar o homem rebelde como exemplo para os outros. Para mostrar que se rebelassem, pagariam caro. Ela abriu a boca algumas vezes, sem ter o que dizer.

— O que? - Perguntou Mary, tentando esconder o pavor em sua voz.

— Quero que o mate! - Ele esboçou um sorriso. - Se está conosco, terá que se acostumar com a ideia de matar, Mary! - Ela encolheu os ombros. Não era um assassina. Não queria matar, mas estava encurralada. Era a vida dela ou daquele homem desconhecido. Ela não se considerava má, mas não era nobre o suficiente para dar a vida por um desconhecido. Com as mãos trêmulas, ela encarou o homem, que tinha um olhar suplicante. A eletricidade se agitou em suas veias. Rápida como um raio, ela segurou o homem no pescoço, deixando que a eletricidade de seu corpo se espalhasse e tomasse conta do homem, que caiu. Já não respirava mais. Mary piscou algumas vezes, evitando que lágrimas caíssem. Estava feito. Não tinha volta.  Ela era uma assassina, e nada poderia apagar isso de sua memória.


Evie

O copo flutuava no ar. Eu o acompanhava lentamente, com as mãos posicionadas a certa distância, com cuidado para que ele não caísse e se espatifasse no chão. Um de meus novos poderes - controlar coisas com a mente, como objetos. Muito útil para uma pessoa preguiçosa como eu. Me concentrei e fiz o copo se chocar contra a parede da cozinha, o quebrando em milhares de caquinhos. Este já era o quarto. Olhei para a bancada e fiz mais um copo levitar vagarosamente no ar.

— Sabe, desse jeito, vai acabar com todos os copos da casa. - Loki disse ao aparecer na porta da cozinha, de braços cruzados. Não havia nenhum sinal de irritação em sua voz. Bem diferente da noite anterior, em que ele tinha praticamente me colocado de castigo só por ter contado o que tinha descoberto do professor Santiago.

— Ah, oi! - Dei um sorriso ao vê-lo. - Não vou quebrar mais nenhum. - Respondi por fim. Um segundo depois, o copo que estava no ar despencou com tudo no chão. Loki me encarou. Dava para ler sua expressão de “eu avisei”. — Foi mal! - Forcei um sorrisinho.

— Eu não ligo. - Deu de ombros. - Não sou eu quem vai pagar, e sim o Stark. - Ele esboçou um sorriso, perdido em pensamentos. - Pensando melhor, pode quebrar os copos à vontade! - Completou. Ele pegou uma maçã na fruteira e a jogou para cima, a pegando logo depois.

— Você vai sair? - Perguntei por fim.

— Reunião com os Vingadores. - Respondeu pacientemente.

— Posso ir? - Perguntei com cautela, observando a reação dele. Ele me encarou por alguns segundos.

— Está bem. - Suspirou.

— Obrigada. - Respondi não contendo a animação. Peguei a bolsa que estava escondida na cadeira. Já estava pronta.

— Espera aí… - Loki disse ao reparar em minha bolsa e que eu já estava arrumada. - Estava pronta antes de eu dizer que você podia ir! - Concluiu. Forcei um sorriso sem graça. - Isso quer dizer que você iria mesmo que eu dissesse não…- Ele colocou uma mão na cintura, indignado. Sim. Eu estava disposta a não perder mais nenhuma reunião dos Vingadores, pois isso poderia me ajudar a descobrir mais informações sobre os desaparecimentos.

— Vamos, não vai querer chegar atrasado! - Passei por ele rapidamente, indo em direção a porta, antes que viesse outro sermão ou uma bronca daquelas. Deixei minha casa sem nem olhar para trás, antes que meu pai mudasse de ideia.

— Evie! - Reclamou vindo atrás de mim, e eu parei, esperando ele me alcançar. -  Como pode ser tão desobediente? - Perguntou mais para si mesmo do que para mim.

— Tive a quem puxar! - Murmurei e ele semicerrou os olhos. - Mas, vamos! - O apressei.

Seguimos caminhando pelas calçadas do bairro. Loki tinha passos largos e era praticamente impossível o alcançar sem ter que dar umas pequenas corridinhas de vez em quando, já que ele não fazia o menor esforço para me esperar. Ele também chamava bastante atenção na rua, e não parecia nem um pouco incomodado com várias pessoas o encarando. Nos encarando. Mas, como um ser de quase dois metros de altura, vestido em roupas pretas asgardianas, sendo seguido por uma pirralha em plenas ruas de Nova York não chamaria a atenção?

— Isso é legal! - Falei cortando o silêncio, enquanto ainda tentava o acompanhar.

— O que é legal? - Perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Isso é tipo um trabalho normal, em que os pais levam seus filhos para visitar um dia… - Respondi por fim. Ele franziu o cenho. - Só que a maioria dos trabalhos normais são chatos, diferente desse. - Acrescentei.

— Hmm… - Sibilou. Um silêncio se fez novamente.

— Fala alguma coisa! - Pedi.

— O que quer que eu fale? - Perguntou calmamente.

— Sei lá… - Dei de ombros. - Você nunca me falou como era sua vida em Asgard.

— Porque não é não sua conta! - Respondeu esboçando um sorriso. Cruzei os braços. - Você pergunta de mais! - Me encarou. - Igual Melina. - Completou. Dei um sorriso fraco. Minha mãe era o tipo de pessoa que preenchia o ambiente. Sempre gostou de falar e era extremamente extrovertida. O oposto de mim, que sempre fui um pouco mais introvertida, principalmente na escola. Sentia falta dos nossos momentos juntas. Até o seu último momento de vida, ela não parou de sorrir, e nem perdeu seu bom-humor.

— Sinto falta dela. - Dei um longo suspiro.

— Eu sei. - Respondeu me fitando, até que desviou o olhar.

— Você a amou um dia? - Perguntei por fim. Apesar de não estar comendo, Loki quase engasgou com a pergunta. Eu tinha o pego de surpresa, era evidente. Ele ficou em silêncio. Parecia estar processando a informação como um computador velho. Já tinha perdido as esperanças de ter uma resposta, quando ele respondeu, sem nem me encarar:

— Sim!

Voltamos a caminhar em silêncio absoluto. Falar sobre minha mãe, pelo visto, era algo que o deixava um pouco encabulado. Eu nunca tinha entendido muito bem como tinha sido a relação dos dois. Minha mãe nunca tinha falado dele, e ele nunca falava sobre ela. Isso era algo tão misterioso quanto o caso que os Vingadores estavam investigando. Já estava distraída com minha imaginação e quase nem percebi que o Loki estava praticamente atravessando a rua com o sinal aberto.

— Espera! - Gritei o seguindo pelo meio da rua. Um carro passou a centímetros a frente e por pouco não nos atropelou, enquanto tentava desviar de dezenas de outros carros, motos e ônibus. - Tem que esperar o sinal fechar…

— O que? - Ele soltou uma risada gutural. - Eu sou um deus! Eles que tem que parar para eu passar! - Completou em seu tom presunçoso. Uma moto passou atrás de nós buzinando.

— Não é bem assim que as coisas funcionam… - Gritei tentando o acompanhar. - Estamos em NOVA YORK! - Estava à beira de um ataque de histeria. Poderíamos ser atropelados a qualquer momento.

— Sai do meio da rua, retardado! - Gritou um motorista de táxi depois de quase atropelar meu pai.

— Do que me chamou, criatura insolente? - Perguntou Loki, visivelmente irritado. Droga. A confusão era certa. Loki não iria deixar aquela ofensa passar batida. - Vai sofrer as consequências… - Ele estendeu a mão na direção do homem que o olhava confuso. Me coloquei na frente antes que ele matasse o motorista com magia ou sei lá o que.

—Vamos, vamos! - Tentei puxá-lo pelo meio da rua, mesmo contra a sua vontade. Desviando de mais carros, finalmente chegamos do outro lado. Loki estava emburrado.

—Midgardiano insolente! - Espraguejou. - Devia ter me deixado dar uma lição naquela criatura subdesenvolvida, praga midgardiana… Ele vai pagar por tamanha afronta! - Completou sem tirar os olhos da rua. Revirei os olhos.

—Vamos para a reunião! - Chamei sua atenção.

***

Chegamos na Torre Stark vivos, para o meu alívio. Sair com meu pai pelas ruas de Nova York era quase um atentado a minha própria vida, e também à vida dos outros. Só sabia que valeria a pena pela reunião. Avistei Natasha e alguns outros Vingadores de longe. Estavam conversando, distraídos. Thor se aproximou de nós com um sorriso largo no rosto, logo assim que nos viu.

—Sobrinha! - Disse apertando minhas bochechas. Ele não perdia a mania de me tratar como se eu tivesse sete anos de idade.  - Loki! - Ele deu dois tapas nas costas de meu pai, que murmurou um palavrão.

—Thor! - Loki respondeu desanimado.

—Fico feliz que tenha trazido minha sobrinha, Loki. - Comentou sorrindo. - Estava com saudade. Toca aqui? - Ele estendeu a mão para que eu o cumprimentasse com um soquinho, e eu fiz para não o deixar no vácuo.

—Por Odin, Thor, ela nem é sua sobrinha de verdade. Não seja ridículo! - Respondeu meu pai não escondendo o rancor na voz. - Eu sou adotado! - Thor o encarou com uma carranca.

— Ora, isso não faz diferença! - Respondeu Thor quase ofendido. Meu pai revirou os olhos, impaciente. - Está irritado só porque eu e Evie nos damos bem! - Acrescentou.

— Para a minha decepção… - Murmurou. O Sr. Stark adentrou na sala, chamando a atenção de todos que estavam presentes. Junto dele, estavam Peter e Dr. Banner.

— Desculpem o atraso, mas foi por uma boa causa. - Disse sr. Stark. Seus olhos pararam em mim quando percebeu minha presença. - Espero que tenha uma explicação aceitável para ela estar aqui, Loki! - Ele encarou meu pai.

— É simples. - Respondeu Loki pacientemente. - Se eu não a trouxesse, ela viria de qualquer jeito, como da última vez. - Sr. Stark soltou uma risada sem humor.

— Sendo filha de quem é, me admira o fato dela ainda não ter se aliado a uma raça alienígena para destruir o planeta! - Comentou ríspido. Loki estreitou os olhos.

— Tá bem, vamos começar! - O Capitão interrompeu uma possível discussão, antes mesmo dela começar. Todos nos sentamos à mesa, menos Dr. Banner que ficou de pé. Peter deu uma olhada rápida para mim, com um sorriso fraco, mas desviou o olhar quando Loki o encarou. Peter tinha tanto medo de Loki, que tinha a sensação de que se meu pai desse um grito com ele, ele sairia correndo.

— Temos novas informações sobre o caso. - Iniciou Dr. Banner tranquilamente. - No local do último ataque, encontramos algumas pequenas cápsulas vazias e resolvemos analisá-las. - Continuou. - Haviam resquícios de uma substância derivada do Soro Extremis, que é uma tentativa de recriar o  soro do super soldado. O soro do Capitão América. - Ele encarou o Capitão, que permaneceu sério. Soro Extremis. Eu conhecia esse nome. Tentei lembrar onde tinha visto esse nome e minha memória me levou até as pesquisas do professor Santiago. Era lá que eu tinha visto algo sobre isso.

— Soro Extremis! - Falei baixinho para mim mesma, mas os outros perceberam. Sim. Era isso. O professor realmente estava envolvido. Essa era a última prova.

— Você conhece esse soro? - Perguntou sr. Stark arqueando uma sobrancelha. Aquele ainda não era o momento de contar.

— Não. - Menti, dando um sorriso fraco. Todos pareceram acreditar em mim, menos meu pai. Ele sabia que eu estava mentindo.

— É o mesmo soro que foi aplicado em mim? - Perguntou Steve calmamente.

— Não. - Respondeu Dr. Banner. - Ele é diferente. Tem algumas alterações, e é mais forte que o Soro Extremis. O vírus é mais forte e pelo que podemos perceber, pode reagir de forma diferente em cada um. - Completou.

— Isso significa? - Sam franziu o cenho.

— Isso significa… - Sr. Stark hesitou. - Que estão montando um exército de super soldados. Pessoas geneticamente modificadas. - Suspirou. - Mutantes.

— Mas, para que? - Perguntou meu tio, com um vinco de preocupação.

— Não sei, talvez dominar o planeta, ou alguma represália! - Respondeu sr. Stark. - Ainda não sabemos! - Tentei pensar em algum motivo pelo qual o professor Santiago estaria montando um exército de mutantes, porém nada me veio à mente naquele momento. Senti uma sensação ruim de que algo realmente terrível iria acontecer, apesar de não saber o que exatamente.

***

Natasha me ensinou a dar um soco certeiro, além de  dois golpes mortais. Estava esperando Loki para ir embora, mas ele estava conversando com o irmão e o Capitão.

—Muito bem! - Ela disse sorrindo quando acertei sua mão com um golpe, assim como ela tinha me ensinado. - Você aprende rápido. Se tiver aulas frequentes poderá se tornar uma agente logo, logo! - Brincou. Dei um breve sorriso. Natasha me inspirava confiança mais do que qualquer outro Vingador. Sentia que talvez ela pudesse me ajudar. - Tem algo para dizer? Percebi que você ficou um pouco distraída na reunião! - Sua voz era tranquila. Será que eu poderia confiar nela para contar minhas suspeitas? Quando ia responder, Loki interrompeu.

—Evie, vamos?

— Ah, vamos! - Respondi. Ele parecia ter sentido que eu ia contar para Natasha, ou talvez fosse apenas impressão minha. - Tchau, Natasha! - Dei um sorriso antes de acompanhar meu pai. Natasha deu um breve aceno.

— Tchau! - Respondeu por fim.


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