OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 18
Capítulo XVII - Outono


Notas iniciais do capítulo

Ooi!

Primeiramente, muito, muito obrigada Dru Anderson por recomendar ♥ ♥ (sem palavras para expressar o quanto isso me deixou feliz e fez minha semana inteira ♥).

Muito obrigada também NikelyKun por favoritar e Read Writer, Dru Anderson, MarcosFLuder, Tia do Café, Gislane Brito e Arry Nothman por comentarem ♥

Mais um cap. Espero que gostem. Boa leitura.

Bjs *.*



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Os dias passavam rápido na cidade de Nova York e o outono já se aproximava, fazendo as folhas das árvores da cidade caírem, deixando o ambiente mais nublado e agradável. Evie melhorou suas habilidades em mais alguns treinamentos na S.H.I.E.L.D, com ajuda de Loki, que sempre aparecia lá em forma de algum funcionário, e já era capaz de controlar a maior parte de seus poderes. Ela, Peter e Ned também conseguiram adiantar boa parte de seu projeto para a feira de ciências, e o purificador em grande escala, graças ao financiamento de Tony Stark, estava quase pronto.

Peter, no entanto, mal conseguia parar em pé. Não dormia direito à dias, tentando conciliar a escola, seu trabalho como homem-aranha e ainda ter que vigiar a Evie, mesmo que contra sua vontade. Na Torre Stark, com a ajuda dele, Tony e Bruce já estavam próximos de conseguir concluir a máquina para destruir o Cristal. Mais alguns pequenos ajustes e tudo estaria pronto, para o azar de Loki, que cada dia se sentia mais irritado por não conseguir roubar o objeto poderoso. O deus se sentia encurralado, e sabia que, mesmo contra sua vontade, teria que pedir a sua filha para que o ajudasse.

No laboratório Voom Don, tudo corria bem. A maioria dos humanos haviam reagido bem à substância química responsável pelas mutações, se transformando em seres poderosos e com habilidades especiais. Dentre eles, a que mais se destacava era Mary - a jovem tinha desenvolvido habilidades diferentes dos outros, capaz de controlar a eletricidade de seu corpo, ela era a mais poderosa de todos os humanos mutados. Porém, as sequelas eram evidentes, seus ossos doíam e não pregava os olhos à noite. O medo estava a consumindo, mas mesmo assim, se sentia pronta para a guerra que estava por vir e para se juntar aos outros como uma sócia.

Victor também estava satisfeito. Sentia que tudo estava caminhando em seu favor, e que logo, seu plano finalmente estaria concretizado. Depois de mais dois ataques bem-sucedidos, ele não tinha dúvida alguma de que tudo daria certo. Estava observando seu laboratório, se sentindo quase realizado. Loki adentrou no laboratório calmamente.

— Sabia que viria. - Victor esboçou um sorriso. - Professor Santiago? - Ele o chamou. Enrico entrou na sala onde estavam, sorrindo.

— Tenho uma notícia boa e outra ruim. - Anunciou.

— Comece pela boa. - Loki pediu com a voz monótona.

— Bom, o chips de controle mental estão prontos. - Respondeu calmamente. - A notícia ruim é que não teremos chips para a população mundial inteira.

— Ah, isso já sabíamos. Para isso temos a Lança do destino. - Victor deu de ombros, entediado. - Mas, de qualquer forma, isso é uma boa notícia. Já poderemos controlar os Vingadores! - Completou. Loki apenas assentiu com a cabeça.

Jöhann entrou na sala, acompanhado de Mary, que vestia um macacão preto especial. Seu cabelo preso em um rabo de cavalo bem puxado e fazia parecer mais madura do que realmente era. Estava séria e um pouco amedrontada. Não podia imaginar que mudaria a forma de pensar em tão pouco tempo. Já não se escondia mais atrás de tanta futilidade como antigamente. Não tinha mais como fugir de suas mágoas e isso a fazia questionar se tinha agido certo no passado ou não.

— Apresento nossa mais nova sócia. - Jöhann  chamou a atenção dos outros para a garota, que já estava acostumada a estar no centro das atenções. Quando seus olhos pararam em Loki, ela cerrou os punhos, com raiva.

— O que esse monstro está fazendo aqui? - Perguntou entre dentes. Loki franziu o cenho.

— Ora, ora, mas que criança humana insolente! - Respondeu Loki, inconformado. Mas, não estava irritado, apesar da ofensa.

— Loki está com a gente nessa. - Victor respondeu encarando a jovem. - Vocês se conhecem? - Perguntou por fim.

— Não que eu saiba. - Loki arqueou uma sobrancelha. - Espera, você é aquela garota, Mary, que aprontou com a Evie… - Ele disse com certo desprezo.

— Por sua culpa meu irmãozinho morreu! - A garota acusou com os dentes trincados, mal contendo um grito de raiva e tristeza. Loki se calou, sem esboçar qualquer reação de culpa ou tristeza. Ou ódio, tampouco. - Por culpa do seu ataque à Nova York, meu pequeno irmão de dois anos morreu! - Acrescentou. Ela respirou fundo, espantando as tristes lembranças de sua mente. O silêncio permaneceu até que Loki falou:

— Descontar sua raiva de mim na Evie, que é inocente e não tem nada a ver com isso, faz de você alguém tão desprezível quanto eu! - Mary fechou a cara, sem ter o que dizer. Nunca tinha visto por este lado. E odiava ter sido comparada àquele que ela mais odiava: Loki.

— Espero que deixe suas desavenças de lado, Mary. - Disse Victor sério. - Se realmente quiser ser uma de nós! - Mary apenas assentiu com a cabeça. Engolindo suas palavras e seu choro. Teria de esquecer o passado. Querendo ou não.

Evie

 

Eu cheguei na escola muito mais cedo que de costume. Estava disposta a investigar o Professor Santiago. Minhas desconfianças com ele só aumentavam, e eu tinha um pressentimento de que ele tinha algo com o atentado ao museu. Eu eu daria um jeito de provar isso. Entrei na escola rapidamente, tentando ser o mais invisível possível. Apertei os passos, olhando para os lados para ter certeza que ninguém estava me vendo, e entrei na sala dos professores, que por sorte estava vazia. A sala era ampla e confortável. Tinha uma grande mesa no centro, com algumas guloseimas, algumas poltronas, cadeiras e pequenas mesas ao redor. Além, de uma parede de armários dos professores.

— Onde você guarda as suas coisas, professor? - Perguntei para mim mesma, enquanto revirava alguns armários na sala. Encontrei um armário com o nome “Professor Enrico Santiago - Física”. Estava trancado. Me concentrei e um fiozinho de magia, na cor roxa, saiu pelo meu dedo e estourou a pequena tranca. Contive um sorrisinho. Que espécie de criminosa arrombadora de fechaduras eu estava me tornando?

Revirei o pequeno armário. Não haviam muitas coisas lá, apenas provas corrigidas e livros de física. Mas, algo no fundo do armário me chamou a atenção - um fundo falso. Deslizei o fundo falso, revelando um pequeno vão onde estava guardada uma pasta. Eu estava correndo o risco de ser pega por algum professor, mas não hesitei em pegar a pasta e começar a mexer no que estava dentro. Haviam pesquisas sobre Genética Humana e uma possível fórmula de um tal soro chamado “Extremis”. Eu nunca tinha ouvido falar de tal coisa. Também haviam pesquisas sobre vida controlável fora da Terra. A mesma teoria que o professor tinha criado. Teoria que tinha sido ignorada pelos outros cientistas, mas que pelo visto, ele insistia em defender. Por fim, haviam alguns escritos antigos em uma língua que eu não conhecia. Peguei meu celular rapidamente e tirei foto de tudo, antes de colocar a pasta no lugar onde estava.

“Está quase tudo pronto para a feira”  , ouvi uma voz feminina se aproximando.

—Droga! - Resmunguei baixinho. Encostei a porta do armário, tentando disfarçar a fechadura quebrada. Eu devia ter tido mais cuidado. Improvisei uma engenhoca mal feita na fechadura. Se eu desse sorte, poderiam pensar que aquilo tinha se quebrado sozinho.

“Tenho uma lista da programação do dia” , respondeu uma voz masculina. Passos se aproximando da porta. Deixei a porta do armário para lá e corri para me esconder embaixo de uma mesa. Poucos segundos depois, dois professores adentraram a sala, conversando animadamente. Essa tinha sido por muito pouco.

 

***

—Então, o herói deu uma surra no vilão, deu uma chave de braço nele… - Ned continuou contando sobre o filme que tinha visto. Ele estava animado. Estávamos esperando o Professor Santiago entrar na sala, mas ele estava atrasado. Torcia mentalmente para que ele não reparasse na fechadura de seu armário, mesmo sabendo que até um cego poderia perceber que alguém tinha mexido naquele armário. - Mas, daí ele levou um tiro… - Estava perdida em pensamentos e já nem prestava a atenção no que Ned estava contando. Peter não estava muito atento também. Com uma mão escorando a cabeça e cara amarrotada, ele mal mantinha os olhos abertos. - Vocês dois estão me ouvindo? - Só então percebi que Ned estava passando uma mão em frente aos meus olhos, para chamar minha atenção.

—Aham…- Peter respondeu em meio a um bocejo e abaixou a cabeça na carteira, apagando completamente.

—Desculpa, Ned. - Pedi. - Eu estava distraída! - Completei. - O que deu nele? - Perguntei apontando para Peter.

— Problemas de homem-aranha. - Ned sussurrou para que ninguém mais escutasse.

— Ah! - Dei um sorriso.

Meus pensamentos voaram para longe dali. Peguei meu celular e comecei a ler as fotos que eu tinha tirado dos papéis do professor Santiago, parando na foto com escritos em outra língua. No topo da página estava escrito “Hastam numine Parcae” em itálico. Joguei a frase no Google e a primeira tradução que apareceu foi do latim, e o nome era bem específico - Lança do Destino. Eu conhecia esse nome. Era a famosa lança que tinha sido roubada do museu de Hofburg. Meu coração quase falhou quando eu traduzi outras frases. Eram instruções com magia profunda, ou algo do tipo. Para mim, isso só significava uma coisa - o professor estava envolvido no roubo da lança e, provavelmente, em todo o resto.

—É isso! - Gritei, involuntariamente, fazendo Peter dar um pulo da cadeira e gritar:

—Sim, lavei a louça, tia May! - Ned e eu o encaramos, confusos. - Espera, onde eu estou? - Perguntou com a voz fraca, esfregando os olhos.

—Na escola é que não deve ser! - Respondeu Ned rindo. - Por que você gritou, afinal? - Me encarou. Quando ia inventar uma desculpa, o professor entrou na sala, cortando minha fala.

—Me desculpem o atraso. - Pediu enquanto organizava as coisas em sua mesa. - Tive alguns problemas… - Evitei o contato visual. Se ele era mesmo o responsável por tudo, ele era perigoso. - Por favor, peguem seus livros! - Pediu calmamente. Mas, quem poderia imaginar que ele era um criminoso? Parecia ser tão calmo e generoso. Seus olhos cruzaram com os meus por um breve momento e eu desviei rapidamente.

Ele começou a aula explicando sobre eletricidade. Mas, àquela altura eu já não conseguia prestar mais atenção em nada. Ele era culpado, eu tinha certeza. Mas, ele não estava agindo sozinho. No dia do ataque ao museu haviam outras pessoas com ele. Ele tinha um grupo. Mas, qual seria sua motivação? E por que tanta insistência naquela teoria? Será que o medo dele pelo Loki era verdadeiro e por isso ele tinha me deixado para trás?

—Alguma dúvida? - Ouvi o professor perguntar. Sim. Muitas. Não sobre a matéria, no entanto. Levantei minha mão e todos me encararam surpresos, já que eu nunca perguntava nada. -Srta. Stwart? - Perguntou surpreso. Ele fez um sinal para que eu perguntasse.

—O senhor acha que existe vida controlável fora da Terra? - Perguntei de uma vez só. Ele me encarou confuso, e parecia não saber o que responder.

—Não! - Respondeu por fim. Mentira. Não era isso que ele acreditava. - Não existe vida fora da Terra! - Acrescentou rapidamente. - Voltando a aula...

—Mas, sr. Santiago… - Interrompi. Os alunos estavam em completo silêncio, observando. - O meu pai e o meu tio não são da Terra. São de Asgard! - Continuei. O professor franziu o cenho.

—Hmm… Mistérios do universo! - Sorriu. Mas aquele sorriso não parecia natural. Parecia um sorriso de alguém que estava se sentindo ameaçado. - Mas, isso não é assunto para a aula, srta. Laufeyson! - Disse por fim, dando ênfase em meu sobrenome. - Mas, terei o prazer de ajudar a todos que quiserem saber mais sobre o assunto depois da aula. - Ele me encarou, mas desta vez eu sustentei o olhar. Ele sabia que eu sabia.

***

Peguei meu último  livro e fechei o armário. Ned e Peter me observavam sem falar nada.

—Tá bom. - Ned cortou o silêncio. - Quem é você e o que fez com a Evie? - Perguntou. Arqueei uma sobrancelha.

—Por que? - Perguntei por fim.

—Você fez perguntas sobre física… - Respondeu Peter incrédulo. - para o professor de física, na aula de física! - Ele estava pasmo.

—Qual o problema? - Os encarei. - Estou me transformando numa aluna aplicada. - Menti. Eles se entreolharam, até que soltaram uma gargalhada.

—Conta outra, Evie! Você odeia física! - Respondeu Peter ainda rindo.

—É verdade! - Concordou Ned. - É mais fácil o Loki virar padre…- Revirei os olhos.

—O que tá rolando, Evie? - Peter me encarou, sério.

—Nada! - Dei de ombros. - Vejo vocês amanhã! - Dei um beijo rápido na bochecha de cada um e me afastei.

Apertei os passos o mais rápido que pude, sempre olhando para os lados. Estar investigando alguém me fazia ter a sensação de que alguma coisa ruim ruim iria acontecer a qualquer momento. Talvez, isso fosse o resultado de muitos filmes de suspense. Corri um pouco, para encurtar o tempo. Queria chegar o quanto antes em casa. Queria contar tudo que eu tinha descoberto. Quando cheguei, entrei em casa correndo. Estava ansiosa de mais.

—Loki! - Gritei indo até a cozinha, mas ele não estava lá. - Loki! - Joguei minhas coisas na mesa. Ele apareceu atrás de mim, em passos preguiçosos.

—O que foi, criança tola? - Perguntou arqueando uma sobrancelha. - Por que o escândalo?

—Eu descobri! - Respondi eufórica de mais. - O professor Santiago! Ele é o responsável pelos ataques! - Sua expressão ficou séria.

—Como pode ter certeza? - Franziu o cenho.

—Certeza, certeza, eu não tenho. Mas, eu revirei as coisas dele e achei coisas. - Respondi por fim. Loki virou as costas e caminhou até a bancada. Parecia preocupado. - E, eu achei um papel com escritos em latim, eu usei o Google Tradutor e…

—Usou o que? - Loki se virou e me encarou confuso.

—Um tradutor online e lá falava sobre a Lança do Destino…E eu acho que se eu investigar mais um pouquinho, eu…

—Chega! - Loki me interrompeu, sério. -Não quero que se envolva nisso! - Disse seco. - Não quero que investigue nada!

—Por que não? Eu sei que posso…

—Não! - Ele quase gritou. - Isso é… - Hesitou. Estava procurando palavras para descrever. -  Perigoso!

—Mas… - Tentei explicar.

—Já chega, Evie! - Gritou. Dei um passo para trás por causa do grito. Eu nunca o tinha visto gritar antes. Pelo menos, não comigo. - Será que é tão difícil assim me obedecer? - Perguntou e se virou de novo. - Vá para o seu quarto. - Pediu.

—Eu só…

—Vá, Evie! - Dei as costas e fui para o meu quarto, batendo a porta com tanta força que por pouco não se partiu. Me sentei no chão, atrás da porta, com os braços cruzados. Estava inconformada de mais para não ficar emburrada. Por mais irresponsável que eu tivesse sido, Loki não precisava ter agido daquele jeito. Isso era injusto, principalmente depois do que eu tinha descoberto. Eu sabia que podia ajudar.

 

***

Estava tão irritada que acabei pegando no sono ali mesmo, no chão, atrás da porta, encolhida como um gato. Quando acordei já estava escuro, mas não era muito tarde. Levantei cambaleante e abri um pouco a porta antes de me sentar na cama, observando a foto de minha mãe e eu, no meu criado mudo. Me lembrava do dia exato daquela foto, eu tinha acabado de completar seis anos. Estava fantasiada de fada e tinha uma varinha em uma das mãos. Não pude conter um sorriso. Lembrar de minha mãe sempre me fazia sentir um aperto no peito, por causa da saudade, e eu tentava não pensar muito nisso, por mais que fosse impossível.

Fish entrou vagarosamente pelo quarto, com um andar elegante, e pulou na beirada da cama, mantendo certa distância. Aquele bichano definitivamente não era o meu gato.

— Boa tentativa. Eu sei que é você! - Falei quase baixo de mais, evitando olhá-lo. Loki se transformou, de sua tentativa de se passar pelo Fish, para a sua aparência humana de costume. Um prato com um sanduíche apareceu em sua mão.

— Você não comeu. - Disse me entregando o prato. Era um sanduíche de presunto.

— Obrigada. - Respondi por fim. Um silêncio mortal se fez enquanto eu dava uma mordida no pão.

— Desculpa ter gritado. - Ele falou tão baixo que quase não fui capaz de ouvir. Não estava me encarando, e por um momento, pensei ter imaginado aquilo. Não respondi. - Só não quero que se machuque. - Falou calmamente e finalmente me encarou.

— Não vou me machucar. - Respondi.

— Nem me obedecer, não é? - Ele esboçou um sorriso. Abaixei a cabeça mordendo o lábio inferior. - Me dê sua mão! - Pediu. Estiquei uma mão, um pouco curiosa. Ele a segurou, passando uma corrente de energia por ela, até que a soltou.

— O que você fez? - Perguntei por fim. Ele esboçou um sorriso e se levantou.

— Concedi alguns poderes extras. - Deu de ombros. - Para caso você precise. - Acrescentou. - Aproveite! Não faço isso sempre. - Completou. Sorri. Então, ele saiu e fechou a porta, me deixando sozinha, com os meus novos poderes.


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