OMG! Meu Pai é um deus escrita por Sunny Spring


Capítulo 16
Capítulo XV - Mentirinhas


Notas iniciais do capítulo

Ooi, leitores! ♥

Como estão?
Muito obrigada Gislane Brito, Marcos FLuder e Read Writer por comentarem ♥
Mais um cap. Espero que gostem. Bjs *.*



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Evie

 

Thor foi embora logo assim que meu pai chegou em casa. Estava sentada no sofá, brincando de acender e apagar um isqueiro velho como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo. Mas, não estava pensando em nada específico. Minha mente estava completamente vazia.

— Você está bem? - Loki perguntou enquanto me observava. Apenas assenti com a cabeça. Não sabia exatamente o que estava sentindo. Uma mistura de medo e desconfiança. Sabia que, provavelmente, não pregaria os olhos aquela noite.  - Não parece bem… - Comentou se sentando em outro sofá.

— Eu estou bem. - Respondi por fim, e finalmente o encarei. Parecia tranquilo. Talvez fosse um bom momento para contar minhas desconfianças. Ele era a única pessoa que eu tinha certeza que acreditaria em mim, porque ninguém era capaz de mentir para ele. Bom, pelo menos eu achava que não.

— Tem algo pra me contar? - Perguntou com os olhos semicerrados. Assenti novamente com a cabeça.

— Acho que o professor Santiago está escondendo alguma coisa. - Comecei. Ele estava me ouvindo atentamente. - Acho que ele tem algo a ver com a ataque do museu! - Loki se ajeitou no sofá, arqueando uma sobrancelha. Contei a ele tudo que tinha visto, desde a escola até quando o segui no museu e ele desapareceu. Loki permaneceu calado o tempo inteiro, ouvindo cada palavra com muita atenção.

— Contou isso a mais alguém? - Perguntou por fim.

— Contei sobre como o professor reagiu quando vi suas pesquisas para Peter e Ned. - Respondi calmamente. - Mas, eles acham que isso é coisa da minha cabeça! - Suspirei.

— Peter? - Perguntou arqueando uma sobrancelha. - O garoto inseto? - Perguntou tentando esconder certo desdém em sua voz. Não entendia o porquê de tanto desprezo.

— Sim. Peter e Ned são meus amigos!

— Certo. - Respondeu calmamente. - Só não conte a mais ninguém. Não pode sair contando para todo mundo quando desconfia de alguém…- Completou.

— Nem para o meu tio?

— Não conte ao Thor! - Respondeu rápido de mais.

— Por que não? - Perguntei desconfiada. - Ele é de confiança, não é?

— É que meu irmão é meio turrão, às vezes… - Respondeu perdido em pensamentos. - Burro até, eu diria. Não vai entender.

— Tudo bem, então. - Dei de ombros. - Sabe, o Sr. Stark desconfia de você! - Ele me encarou. Parei por um momento antes de falar. - Não está envolvido nesses novos ataques, não é? - Perguntei. Queria ouvir dele mesmo que não tinha nada a ver com aquilo.

— Não. - Respondeu por fim. Ele desviou o olhar, encarando o nada.

— Você promete? - Insisti. Ele hesitou por um momento.

— Prometo! - Dei um suspiro aliviado. Ele parecia estar sendo realmente sincero.

  ***

Eu corria pelo corredor escuro do Museu de História Natural. Estava sozinha e com medo. Senti minhas pernas bambearem e eu acabei tropeçando, caindo com tudo no chão. Uma sombra preta veio em minha direção para me atacar, mas sumiu antes de me atingir. Suspirei aliviada.

— Olá! - Disse uma voz rouca e grave vinda atrás de mim. Me virei e o vi. Era a mesma criatura de preto. Tentei me levantar e correr, mas não consegui. - Não vai escapar desta vez! - Ele deu um sorriso assustador e agarrou meu pescoço. Tentei gritar, mas nenhum som escapou de minha boca. - Vou acabar com você! - Ele apertou mais ainda meu pescoço. Não conseguia mais respirar e minha visão estava turva.

— Ah! - Um grito estridente saiu de minha garganta. Sequei uma gota de suor que se formava em minha testa. Estava em casa. No meu quarto. Segura. Aquilo tinha sido apenas um pesadelo. Respirei fundo algumas vezes, para tentar me acalmar. Acendi o abajur ao lado da minha cama para iluminar um pouco mais o quarto e Fish se mexeu do meu lado. O relógio marcava 5 da manhã. Meu sono já tinha desaparecido completamente, então, resolvi me levantar.

Me arrastei até a cozinha, acendendo todas as luzes da casa. Estava com medo o suficiente e não queria dar de cara com nenhum fantasma ou coisa parecida. Enchi um copo d’água para beber e me sentei na mesa da cozinha.

— É costume dos humanos acordar tão cedo assim? - Perguntou Loki ao entrar na cozinha. Às vezes tinha a sensação de que ele nunca dormia. Beberiquei um pouco da água, mesmo não estando com muita sede. - Teve um pesadelo? - Apenas assenti com a cabeça. Tive a ligeira impressão de tê-lo ouvido murmurar algo como “maldito”, mas não tinha certeza e também não perguntei.

—  Foi perturbador. - Comentei logo após me forçar beber toda a água do copo. Loki deu um longo suspiro e me encarou. Eu sabia o que ele estava fazendo. Estava na minha mente, voltando tudo o que tinha acontecido no museu até o meu pesadelo. Senti medo ao lembrar de tudo, no início. Mas, depois, o medo foi embora, deixando apenas as lembranças, como se tudo fosse apenas cenas de um filme muito ruim. Como se um muro tivesse sido construído dentro da minha mente e não me deixasse mais ter medo daquilo.

— Pronto! - Disse logo após sair de minha mente. Não gostava quando ele fazia isso, mas não pude conter um sorriso aliviado por não sentir mais pavor sempre que me lembrasse do que tinha acontecido.

— Obrigada. - Agradeci, sabendo que não teria mais pesadelos como aquele.

— Tudo bem. - Deu de ombros. - Por que não aproveita o dia para descansar? - Sugeriu. - Ontem foi um longo dia. - Acrescentou. Ele tinha razão. Até porque, um dia a mais ou a menos de aula perdida não iria fazer muita diferença para alguém que já vivia enrolada com as matérias. - Eu vou para uma reunião com os Vingadores! - Avisou.

Eles provavelmente iriam falar sobre o ataque ao museu. Eu queria participar da reunião pois eu sentia que poderia ajudar. Eu era a única dos que tinham sido atacados que tinha ficado para trás e devia ter algum motivo para isso. Um motivo que eu poderia ajudar a descobrir.

— Posso ir com você? - Pedi. Ele me encarou por alguns instantes.

— Não! - Respondeu por fim. - Isso não é assunto para crianças!

— Eu não sou mais criança! - Cruzei os braços e ele revirou os olhos, entediado. - Talvez eu possa ajudar a…

— Já disse que não! - Me interrompeu, seco. Eu ia abrir a boca para falar, mas ele me interrompeu de novo. - Tem noção de que você quase MORREU ontem? - Perguntou por fim. Desviei o olhar, emburrada. Sim. Eu sabia que tinha passado um grande risco, mas eu tinha sobrevivido. E, por isso, me sentia na obrigação de ajudar. - Evie Stwart Laufeyson! - Ele repetiu meu nome todo e eu fiz uma careta. - Não se atreva a me desobedecer!

— Está bem! - Respondi por fim, nem um pouco convencida a não ir. Ele semicerrou os olhos, me fitando.

— Eu vou sair! - Disse calmamente. - Mas, ficarei de olho em você. - Foram as últimas palavras que ele disse antes de sair. Bufei. Não ia ficar parada. Não mesmo.

***

 

Estava diante do notebook, pesquisando todas informações possíveis. Desde notícias sobre o que tinha acontecido no museu, até onde poderia ser o próximo encontro dos Vingadores. Eu não tinha descobrido quase nada, no entanto. Tudo o que a mídia sabia era que pessoas tinham desaparecido misteriosamente. Eles também ligavam o desaparecimento de pessoas no hospital de Mary aos acontecimentos no museu. Pesquisei o nome do professor - Enrico Santiago, para ver o que encontrava. Descobri que era formado em Harvard em astrofísica e que tinha doutorado em Oxford. Era solteiro e não tinha nenhum filho. Seu currículo era perfeito e não tinha nenhuma passagem pela polícia. Era um amante da genética, apesar de nunca ter estudado isso. Também era cientista responsável por uma famosa teoria que afirmava que existia vida inteligente, poderosa e dominável fora da Terra, mas, segundo o site onde eu estava, nenhum outro cientista concordava com sua teoria e a chamavam de “fantasiosa” e “desrespeitosa”.

O professor Santiago não estava tão errado, no entanto. Existia vida fora da Terra, e Loki e Thor eram as provas vivas disso.  

Tomei um susto quando escutei meu celular tocando e vi que era um número desconhecido. Relutei um pouco antes de finalmente atender.

— Alô!— Falei um pouco receosa.

— Ah, oi, Evie!— Uma voz conhecida do outro lado da linha respondeu. — Sou eu, Peter!— Completou.

— Ah, oi, Peter!— Respondi por fim. — Como sabe meu número?

— Você ligou para o Ned ontem, então eu peguei seu número com ele.— Explicou. Me lembrei, então, da minha tentativa de falar com Ned no meio da confusão. — Você está bem?— Perguntou calmamente.

— Acho que sim. Obrigada.— Agradeci. - E você?— Perguntei. Quando acordei na S.H.I.E.L.D, eu o vi e ele parecia estar machucado. Mas, estava tudo estava tão confuso, que acabei não tendo tempo de falar com ele.

— Estou bem!— Respondeu calmo. — Eu resolvi ligar porque imaginei que você não fosse à escola hoje…— Tagarelou. — Eu também não vou por causa da reunião com os Vinga…— Ele parou de falar, parecendo ter se arrependido do que tinha dito.

— O que? Você vai na reunião?— Perguntei por fim. — Peter, precisa me dizer aonde é…

— Reunião? Que reunião? Não sei de reunião nenhuma…— Ele tentou disfarçar, mas era um péssimo mentiroso.

— Peter, me fale onde é, por favor!— Insisti. Escutei ele dar um longo suspiro do outro lado.

— Não posso.— Respondeu por fim. — É confidencial…

— PETER PARKER!— Eu praticamente gritei. — Se não me disser, vou contar pra todo mundo que você é o Homem-Aranha!— Ameacei. Ele hesitou antes de responder.

— Naaah, ninguém vai acreditar em você…— Respondeu com segurança. - E você não tem como provar!— Completou. Bufei. Por que ele tinha que complicar as coisas?

— Então, eu vou aparecer na sua casa e vou usar meus poderes até você contar…— Tentei permanecer com a voz firme. Não era muito boa com ameaças. Muito menos as falsas.

— Hmm…— Ouvi Peter resmungar. Ele não parecia estar acreditando.

— Sabe, existe muitas formas de tortura com gelo…— Continuei. Peter soltou uma gargalhada alta. — Do que está rindo?

— Isso soa tão estranho!— Disse ainda rindo. - De qualquer forma, você nem sabe onde eu moro.

— Ou então, eu posso usar Feitiçaria Asgardiana…— Disse. Como se eu realmente soubesse alguma coisa sobre isso. Peter parou de rir. — Não preciso ir até aí para te rogar um feitiço que vai fazer todos os ossos do seu corpo partirem como madeira podre.— Sussurrei, tentando ser o mais convincente possível. Peter permaneceu mudo. Dava para sentir sua respiração pesada. - Lecalde perintre…— Comecei a inventar palavras como se estivesse falando algum feitiço na língua de Asgard.

— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!— Pediu desesperado. Sorri comigo mesma, imaginando a cara dele, e quase me senti culpada. — Por favor, não!

— Então, me conte.— Pedi calmamente.

— Evie, isso é loucura…— Disse nervoso. — Você não vai conseguir burlar a segurança da Torre Stark…

— Então é na Torre Stark?— Interrompi. Peter soltou um “droga” , baixinho.

— É!— Suspirou.

— Obrigada, Peter!— Agradeci antes de me despedir e desligar o celular.

Peguei meu celular e uma bolsa pequena. Eu sabia onde era a reunião. E, eu já tinha uma ideia de como entrar na Torre Stark.

—_______________________________________________________

Torre Stark, Nova York

 

Loki e Thor foram os últimos a chegarem na Torre Stark, nem um pouco pontuais. Os Vingadores e Peter estavam reunidos lá para tratar do assunto assustador da semana - os ataques ao hospital e ao museu. Ninguém entendia ou imaginava o responsável por tais atrocidades, já que nenhum rastro havia sido deixado.

— As princesas chegaram! Podemos começar agora. - Disse Natasha com a voz áspera, arrancando uma careta dos dois, que se sentaram à mesa junto com os outros. A sala era espaçosa e iluminada, e tinha algumas guloseimas, que, ninguém teve coragem de tocar. O clima estava pesado de mais para isso.

— Que ótimo! - Steve respondeu por fim e se levantou para falar, junto com Tony.

— Dois ataques em menos de vinte e quatro horas. - Stark deu um longo suspiro. - E não sabemos nada sobre o caso! - Completou. Tony se sentia impotente por não saber nada sobre o caso ainda, e isso o deixava irritado.

— Ataque terrorista? - Sugeriu Sam e Steve negou com a cabeça.

— Não! - Natasha tomou a palavra. - Mas, com certeza, são os mesmos responsáveis pelos ataques em Viena. - Completou.

— Temos o número de desaparecidos? - Perguntou Steve com a voz monótona.

— Trezentas pessoas do hospital e duzentas do museu. - Respondeu Bruce sem tirar os olhos da lista de desaparecidos que estava em sua mão. Peter se encolheu na cadeira. Se sentia um pouco culpado por não ter conseguido salvar mais pessoas no museu, por mais que soubesse que não estava ao seu alcance.

— Como quinhentas pessoas podem desaparecer assim? Sem deixar rastros… - Perguntou Tony mais para si mesmo do que para os outros.

— Enquanto eu lutava com eles, eles desapareciam e apareciam do nada, Sr. Stark. - Disse Peter pela primeira vez se referindo ao seres misteriosos e todos o encararam. - E, eu acho que tem algo a ver com aquele bastão dourado… - Completou, perdido em pensamentos.

— Um artefato mágico? - Loki encarou o garoto tão intensamente, que o mesmo desviou o olhar, com receio do que pudesse acontecer se continuasse o encarando. Loki sabia do que Peter estava falando.

— Pode ser, meu irmão. - Respondeu Thor, sério. - Mas, um humano comum não tem acesso a esse tipo de coisa. - Concluiu.

— Exato. - Respondeu Tony por fim. - O que me leva a acreditar que alguém não humano está por trás disso tudo… - Ele encarou Loki, que fechou a cara numa carranca.

— Acha que eu atacaria minha própria filha? - Perguntou Loki entre dentes. Tony deu de ombros. Acreditava que o deus poderia fazer qualquer coisa para ter o que queria.

— Eu não duvidaria de nada, grandalhão! - Respondeu Tony com desdém.

— Devia ter lhe matado quando tive a chance, sardinha enlatada! - Loki respondeu irritado. Quando Tony ia revidar, foi interrompido por Natasha.

— Se continuarem com essa briga estúpida, vou arremessar os dois pela janela! - Ameaçou. Loki abriu a boca, indignado, para contestar, mas a ruiva o interrompeu novamente. - Vai querer pagar pra ver? - O encarou. Loki fechou a cara e se calou, sendo acompanhado por Tony.

— Natasha é brava como uma valkiria! - Comentou Thor rindo como um idiota.

— Cale a boca, Thor! - Loki revirou os olhos, impaciente.

— Voltando ao assunto… - Disse Clint sério. - Já sabem como vamos resolver isso? - Perguntou calmamente.

— Precisamos ficar de olho em qualquer movimentação estranha na na cidade… - Steve respondeu. - Quem quer que seja que está atacando, vai fazer de novo! - Acrescentou. Todos concordaram com Rogers. Todos sabiam que algo muito pior estava por vir.

— Sim. Também precisamos ficar de olho em eventos com muita gente. - Disse Bruce. - Essa são ótimas oportunidades para atacar.

Então, Steve reparou um barulho baixinho, que ninguém mais na sala parecia ter ouvido. Vinha do do frigobar, ele tinha certeza. Sem dizer nem uma palavra, ele foi tranquilamente até lá. Ele abriu a porta com tudo, revelando uma jovem menina que estava escondida.

Todos a encararam, pasmos, e Peter escondeu o rosto com as mãos.

— Oi. - Disse Evie, forçando um sorriso. Seus olhos percorreram todos na sala, até pararem em Loki, que a fitava, com os olhos semicerrados e de braços cruzados.

— Evie! - Disse o deus quase entre dentes. Evie deu um sorriso sem graça, tendo a certeza de que estava muito ferrada.


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