Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 15
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Em pouco tempo já estavam mergulhados entre beijos e carícias, mas Harry sabia que não poderiam seguir em frente, na verdade havia ido longe demais, seu papel ali naquele momento não era aquele, ele precisava se forcar em sua missão. E principalmente nesse momento, pois afinal, estavam perdidos em um lugar desconhecido e ainda por cima sem sinal no celular.

Afastou-se um pouco da garota que estava deitada em baixo de si, com os cabelos desgrenhados, os lábios um pouco inchados dos beijos lascivos que haviam compartilhado, sua respiração estava ofegante e os olhos demostravam o que ambos que queriam naquele momento, mas não podiam.

Harry tirou a mão que estava em baixo de sua blusa ainda úmida antes de manifestar-se:

— Desculpe. – quase murmurou. – Eu acabei me excedendo.

Levantou-se rápido, pegando seu casaco, vestindo-o mesmo estando com as mangas úmidas, pegou os gravetos arrumou-os, ascendeu a fogueira com um isqueiro que sempre carregava em sua mochila, ao redor da fogueira colocou algumas pedras. Depois de pronto, coçou a nuca e disse:

— Vou buscar mais lenha, já volto.

Charlotte nada disse, continuava deitada no chão em silêncio, tentando entender o que havia acontecido ali e porque ele parou... Bufou frustrada, seus pensamentos borbulhavam sem resposta.

Sentou-se, olhou para a fogueira recém acesa, observando o queimar dos gravetos, desviou o olhar para a camiseta meio estendida no chão com alguma frutas, comeu algumas. De fato eram saborosas e não lembrou-se de já haver comido algo parecido.

Harry havia saído já fazia um bom tempo, não era possível que estaria pegando gravetos todo esse tempo. Aproximou-se um pouco da fogueira, sentindo o calor penetrar em seu corpo, olhou ao redor e enxergou aquele maldito pacotinho no chão perto da árvore. O pegou, colocando dentro da mochila em um dos bolsos grandes, neste momento enxergou o que ela tanto procurava antes de parar neste lugar desconhecido. Ali estava o livro que havia sumido da gaveta da escrivania de seu avô.

— Não pode ser. – sentiu-se perplexa.

Retirou o livro de dentro e colocou a mochila ao seu lado no chão, ao abrir o livro encontrou duas cartas, mas apenas uma delas estava selada.

Movida pela curiosidade abriu a que estava com o selo intacto:

Charlotte, minha querida,

Assim que leu a as primeira palavras, sentiu como se tivesse levado um soco, a letra era a de seu avô. Mas como? Por quê? Pensou atordoada! Mas continuou a leitura...

Pensei que teria tempo para lhe contar tudo, que teria tempo de te explicar, que teria tempo de te ajudar, que teria tempo de ir junto contigo para te proteger... Mas a vida é traiçoeira! Charlotte, minha pequena seja forte, acredito que tu és capaz de conseguir reverter este mal que vem assombrando nossa família por séculos.

— Mas o quê? O que... – disse a si mesma. – O que é isso? – sentia-se confusa.

Talvez seja confuso para você, não seria para menos, uma notícia dessas abala qualquer um! Não posso negar que quando soube que seria avô torci até seu nascimento para que fosse menino. Não me leve a mal, mas não queria te perder! No fim o que mais temia aconteceu, nasceu uma linda menina, fiquei muito feliz com a sua chegada, mas sabia que seus dias estavam contados mesmo sendo tão pequenina e com uma vida inteira pela frente!

Confesso que queria poder estar do seu lado, quando se formasse, falta tão pouco não é mesmo minha pequena!? Queria poder estar contigo no dia do seu casamento, quando vierem os meus bisnetos,queria tanta coisa, mas agora vejo que ficaram apenas no querer!

Charlotte estava com os olhos cheios d'água, pois queria que seu avô estivesse ali com ela!

Minha pequena, preciso que saiba que Harry foi quem escolhi para lhe ajudar nesta missão, para continuar o que não consegui... Ele me parece ser um bom rapaz, tive o prazer de conviver com ele, sempre disposto a ajudar... Na verdade o considero mais que um simples empregado, o considero como um filho!

Te amo, minha pequena!

Joseph

— Ah! Vovô. – fungou. – Porque teve que partir, por quê? – sua voz morreu aos poucos e as lágrimas desceram escorregando por suas bochechas.

Ficou com os olhos nublados em meio as lágrimas que desciam descontroladamente, pensou em tudo que leu, mas não entendia o que seu avô quis dizer com ter escolhido Harry para ajudá-la.

Ficou cabisbaixa e com os pensamentos fervilhando, procurava as respostas, mas não as encontrava.

Estava tão absorta em suas perguntas sem respostas que nem tinha notado que Harry estava parado em sua frente com os braços cheios de gravetos. O rapaz, se demorou de propósito, mas não imaginava que Charlotte iria descobrir exatamente o que ele estava adiando para contar-lhe.

Harry largou os gravetos, sem ao menos se dar ao trabalho de se agachar, queria fazer barulho para chamar sua atenção para si. E o resultado foi conforme o esperado, a garota o encarou com os olhos avermelhados, era visível que esteve chorando. O rapaz não sabia o que fazer, pensou em falar alguma coisa, mas achou melhor não, pensou em ir até ela e dar-lhe um abraço, mas não sabia qual seria sua reação.


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