Pequenos Contos escrita por Tah Madeira


Capítulo 22
Sensibilidade-Um Recomeço (Parte 3)


Notas iniciais do capítulo

Olá... Olá... Voltei mega rápido.

Vamos lá as explicações desse capítulo (chato, sei, mas preciso)

Esse conto era para ter 3 pequenas partes, mas nem sempre acontece como planejado. E eu tinha duas opções ou deixava esse capítulo enorme ou dividia ele, e foi o que fiz... Mas calma.. Ele está tão fofo que vocês nem vão querer me matar (pelo menos não dessa vez).

Bom então é isso, trago refrescos!!!

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764263/chapter/22

 

 

(Por Julieta)

— Deixa eu pegar ela, só por um pouquinho— peço, mas sem esperar resposta peguei aquele

corpo pequenino,  que nem teve a chance de conhecer a vida, encosto  aquele ser tão frágil em meu lado esquerdo e permito mais uma vez chorar por sentir escapar por meus dedos algo que eu não tinha tanta a certeza de querer até a segurar em meus braços, fechos meus olhos e embalo aquele corpo sem vida, rezei silenciosamente pedindo uma chance, querendo mais que tudo, então sinto braços que já conheço embalando o meu corpo, não preciso abrir os olhos para saber quem é, desde quando Aurélio estava ali? Não sabia, tinha perdido a noção das pessoas a sua volta ao ver Rômulo sair pela porta com a bebê no colo, eu não sabia precisar tanto dele ao sentir o seu abraço forte, o seu calor nos envolve, ouço vagamente Aurélio.

—Sinto muito meu amor— um beijo em minha testa, sua mão em minhas costas, a outra em minha nuca, levando minha cabeça de encontro ao seu peito, acabei chorando mais, aquele ser pequeno entre nós dois no meio daquele abraço, ele chora assim como eu— Mas nós precisamos deixar ela ir.— sei a que ele se refere, mas não estou pronta para soltar ela, ele sussurra um “só mais um minuto” deve ser a enfermeira, ouço também a porta bater, pelo visto nos deixou sozinhos, permanecemos em silêncio,  apenas soluços contidos, um pesar, segundos passam, e eu sinto antes mesmo de ver um breve movimento chama a minha atenção, abro os olhos e nada, quando vou fechar novamente o movimento se repete, baixo meus olhos e o corpo pálido não está mais ali e sim um bebê de pele rosada que luta por um pouco mais de espaço entre os dois corpos que a apertam.

— Aurélio!!— digo baixo, ele parece não não ouvir — Aurélio— afasto por instantes minha mão do bebê, para tocar no rosto dele assim chamar sua atenção..

— Está tudo bem, meu amor— ele fala sem perceber, a pequena chora,  agitando mais o seu corpo, ele para de balançar então parece perceber que está acontecendo algo e olha para mim, olha para ela, seus olhos estão tão surpresos quantos os meus— Mas como?

— Meu Deus! Ela está viva— ouço e da porta vem Rômulo  se aproxima de nós, eu não consigo articular as palavras certas, e menina chora mais quando ele tenta pegar ela de mim.

— Está tudo bem— falo trazendo ela mais para perto do meu corpo, acarinhando seu pequeno corpo, e ela se acalma pouco a pouco, cessando o choro.

— Dona Julieta, eu preciso examinar ela — Rômulo pede estendendo as mão para mim, virei de costas, meu lado irracional diz que ele desistiu dela a deixando ali, e que ele não merecia pegar ela de mim, continuo  a falar baixinho com o bebê que parece relaxar mais em meu peito ao som da minha voz.

— Meu amor, deixa Rômulo dar uma olhadinha nela— Aurélio se aproxima, tocando em meu ombro— Você sabe que ele precisa fazer isso, precisamos ver se a pequena está bem.— ele beija minha têmpora, sei que tem razão, mas porque não consigo desgrudar dela? Era um medo bobo de que se eu a soltasse ela deixaria de respirar de novo, , leva uns segundos para que eu me vire para os dois—Meu amor, por favor —olho para aquele homem que amo e a razão volta.

— Será rapidinho, eu prometo— ele fala e lentamente estiquei o bebê para ele, a pequena parece sentir a mudança de lugar e se mexe, ele a deita na cama novamente, ela chora quando ele tira o lençol que a envolve, coloquei um dedo em sua mãozinha  e ela agarra forte, fiquei atenta a todos os movimentos que o médico faz, ele não esconde a surpresa em vê-la não só viva, mas bem, Jonas aparece em seguida com a enfermeira atrás, de certo ela o chamou, os dois se juntam nos rápidos exames.

— Dona Julieta vou precisar de espaço para…

— Eu não vou sair daqui. — falei firme, Rômulo e Aurélio trocam olhares cúmplices, de certo querendo rir de mim. .

— Não adianta Jonas, nem a pequena quer  que ela sai— ele aponta para a mão dela agarrando forte meu dedo.

—Pelo visto ela já reconhece a mãe.— o outro médico diz, piscando para mim, então a palavra soa na minha cabeça “mãe” várias e várias vezes, e algo chama a minha atenção baixei meu olhar e encontro ela me olhando, pela primeira vez com olhinhos abertos, tão escuro, tão vidrados em mim, e não posso olhar para mais nada e ninguém apenas para a minha filha.

 

(Por Aurélio)

Vejo Rômulo saindo rápido da sala com o algo nos braços, Julieta sem perguntar apenas o segue, eu demoro um pouco para seguir eles não sabia se ia ou ficava, por fim decidi seguir minha esposa, chegando na sala no exato momento que ouço Rômulo.

— Eu a perdi— ele olha para Julieta, vejo a onda de dor chegar em sua cara, vejo que ela se controla, que está pensando — Sinto muito dona Julieta— ele sai e eu entro de vez no aposento.

Julieta pega o bebê sem vida, pálido, envolto em um fino lencol, beija sua cabecinha e fecha os olhos no momento que lágrimas caem do seu olhar, ela se fecha em um mundo só dela e da criança, a embalando calmamente, como se faz quando põe crianças para dormir, , vejo seus lábios se moverem, acho que ora, quando percebo a enfermeira querendo se aproximar das duas eu não permito, ousei e cheguei até elas, abraço Julieta, com a menina entre nós, tento falar com minha esposa, mas ela está fechada, perdida em algum lugar, peço um minuto a mais para mulher impaciente a nós olhar, ela deixa a sala, sou envolvido naquela paz que estranhamente há naquele contato entre nós três. Julieta parece regressar e me chamou uma duas, duas vezes, mas é o choro baixinho que me desperta, nem era um choro era mais um resmungo e olho para minha mulher e sigo o seu olhar, entre nós não há mais um corpinho pálido, e sim um que tem vida, ela mexe os bracinhos, e faz careta, estou surpreso por ver que a vida voltou a soprar naquele pequeno ser.

Rômulo como quem sentido o que acabou de acontecer fala por nós.

— Meu Deus! Ela está viva!— seus passos ecoam no ambiente, ele ergue a mão para pegar o bebê, e vejo a transformação diante dos meus olhos, Julieta aperta mais o bebê em seus braços, e se afasta, era tipicamente uma mãe protegendo a cria, sinto meu coração bater forte diante de tal cena, não achei que seria de pronto esse apego dela, mas não poderia ser diferente a criança voltou a vida em seus braços, Rômulo mais uma vez insiste e ela fecha mais os braços no bebê, virando de  costas, resolvi intervir.

— Meu amor, deixa Rômulo dar uma olhadinha nela—falei tocando em seu corpo, mas ela nem parece registrar— Você sabe que ele precisa fazer isso.— a beijo de lado, , ela parece voltar a si, mas demora uns segundos para que ela se vire de volta e lentamente entregar a criança, não sem antes uma promessa do médico que será rápido, mas ela não desiste e fica ao lado segurando aquela pequena mão, bem protetora, quando a mim não resta mais nada do que observar.

 

(Por Julieta)

 —Eu só posso chamar de milagre, nada mais.— Jonas diz sorrindo, ele diz olhando para nós duas, a pequena repousa serenamente em meu colo, enquanto estou sentada em uma poltrona.—Ela tem bom peso, bom tamanho, fora esse pequeno susto, tudo dentro do normal.

— Ela está bem?— digo tirando apenas alguns segundos os olhos dela.

— Sim, incrivelmente bem.

— Pronto aqui está— Rômulo entra com uma pequena mamadeira em mãos— Dona Ofélia mandou muito rápido, Tião foi buscar, pedi também essas roupinhas. —Aurélio vai até ele e pega o objeto, vem até nós e me alcança, senta no braço da poltrona,  ela sente o cheiro e funga quando encosto o bico em seus lábios, rejeita uma vez, duas, na terceira quando a gota de leite cai ela parece reconhecer o alimento abrindo a boca para ganhar mais, acabei sorrindo entre lágrimas quando vejo suas mãozinha segurar meu dedo, seus olhos se abrem mais uma vez e me olha, era como imã, me olha como se quisesse dizer algo, sinto a cabeça de Aurélio se apoiar em meu ombro, seu dedo segurou o do bebê, estávamos em uma conexão que nem percebemos que os médicos e enfermeiras saíram nos deixando sozinhos, o que eu mesma percebi quando a mamadeira acabou e dei para Aurélio.

— Eu ainda estou sem acreditar em tudo o que aconteceu— ele diz assim que volta a sentar perto de mim, trazendo as roupinhas, calmamente a visto, agradecendo por ter feito isso outras vezes em meu neto, retomar a prática de vestir um ser tão pequeno, o último antes dele tinha sido Camilo, agora estava ali vestindo sua filha.

— Eu também, estou sem palavras, surpresa é pouco, estou tão feliz. — digo ao terminar de vestir ela, tocando naquelas bochecha rosada, assim como acordou voltou a dormir rapidamente.

— Isso eu sei, essa é a maior frase que disse até agora.— ele diz sorrindo, o que acabo fazendo também, olhado para ele que me dá um beijo, deixo o  meu rosto junto ao dele, o beijando repetidas vezes.

—Aurélio, estou encantada por ela.

— Eu sei meu amor, também estou— olhamos juntos para a coisinha fofa em meu colo.—Mas temos coisas práticas a resolver.— ele toca o nariz dela—Parece o seu— sinto uma gotinha de tristeza  no meio daquele oceano de felicidade, mas foi passageiro, Aurélio como quem lendo meus pensamentos completa— Esse queixo aqui parece tanto com o de Ema quando pequena, uma verdadeira Sampaio Cavalcante  e quero ver quem diga o contrário.— olho em seu rosto a procura de indícios de que ele está dizendo apenas para me agradar, mas vejo a convicção em seu olhar, ele acreditava no que falava, encosto em seu rosto e logo encontro a sua boca, me perdendo um pouco em seus lábios, mas alguém se mexe chamando a nossa atenção, nos fazendo rir— E olha é uma estraga prazer tanto quanto o irmão.— ele passa os dedos pelo  bracinho dela a fim de cobrir, mas ela se agarra a ele.

—Você está certo precisamos resolver as coisas práticas e  a primeira é qual o nome que vamos dar a ela?— olho para meu esposo que nitidamente estava emocionado— O que sugere meu amor?

— Eu deixo totalmente a sua escolha— ele diz sem me olhar. Olho bem para a criança, um lado, o outro, penso  em vários nomes, nem um parece se encaixar com ela.

— Que tal uma ajuda?— falei, mas ele nem parecia me ouvir, mas ouço sua voz, um tanto quanto embargada,

— Ela é tão pequena, tão linda— seu olhar encontra o meu— Ela vai ser forte e determinada como a mãe—beija a minha testa, volta a olhar a bebê —Mas será doce como a irmã, terá coragem ou teimosia do irmão…

— E será gentil e bondosa como o pai— eu completo ganhando novamente a sua atenção e tendo sobre mim o seu olhar— Que tal Isabel?

— Isabel — ele parece testar o nome, olha para mim, olha para a filha — Isabel Sampaio Cavalcante, nossa filha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isabel Sampaio Cavalcante, gostaram??

Quero ver se vai ter alguém querendo me matar agora...

Deixem as opiniões do acharam, do que esperam...

Volto em breve



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pequenos Contos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.