Pequenos Contos escrita por Tah Madeira


Capítulo 18
Descobertas (Parte 5)


Notas iniciais do capítulo

Olá. Trago mais um capítulo, achei que seria o último mas terá mais um.

É mais um capítulo de passagem para o final, foi escrito apenas pela ótica de Julieta, há elementos que está encaminhado para o conto seguinte.

Confesso que demorei por conta do descanso das últimas cenas do casal na novela, isso afetou a imaginação...


Sem mais... Boa leitura. ❤️❤️



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(Por Julieta)

 

Uma tosse dele a despertou, seus braços ainda em volta do seu corpo, por certo ele dormia quando a abraçou e envolveu ela para a te perto dele, mas não podia negar a si mesmo o quando desejava e queria ter o sono calmo que os braços dele sempre proporcionaram, ficou uns poucos minutos sem se mexer, apenas curtindo o momento a respiração dele mais calma em sua nuca, os braços forte a apertando delicadamente, seus dedos seguram a mão dele, por fim girou o corpo dentro daquele aconchego e o olha, não está mais suando, encosta os lábios na testa dele, sem sinal de febre, o pior da gripe passou,  sua respiração ainda um pouco carregada, mas em vista das últimas horas, bem melhor, ouve o barulho da chuva, ainda estava cedo para levantar, tinha alguns minutos para dar a medicação para Aurélio, se aproxima mais do corpo dele encostando a testa em seu peito, fechando os olhos, sendo embalada pela som da chuva e a respiração do marido acaba por dormir de novo.

Acorda novamente muito tempo depois, sozinha na cama, levanta em um salto, Aurélio não estava ali, nem no banheiro, pega um robe e saiu do quarto, no corredor já pode ouvir vozes, mas não decifra de quem são. Na escadas consegue ver a cabeça de Aurélio sentado no sofá, o sobrinho do lado, Barão no outro lado da mesa.

—Aurélio — fala assustando os demais, ele estavam jogando cartas, tem os olhares voltados para si— O que faz aqui, deveria estar na cama, repousando.

— Eu falei, eu falei, ele é tão teimoso quanto o pai— Tenória entre na sala com uma bandeja, entrega uma xícara de café para o seu esposo e um chá para o pai— Vamos Aurélio diga a ela o mesmo que disse para mim.— sorri para o irmão que não corresponde ao sorriso, eu cruzo os braços sobre o peito, ele veste outro pijama, um cobertor sobre as pernas, olhei intensamente que demora um pouco para me encarar, finge saborear o café.

— Obrigado  minha irmã, eu apenas disse estar cansado de ficar no quarto  precisava esticar um pouco as pernas.

—Sei, mas ainda está em recuperação e tem mais, já passou da hora de tomar o remédio.

— Tenória me deu.

— Pode ficar despreocupada que dei sim Julieta, ele tomou e o alimentei também.

— Me sinto um bichinho de estimação— ele resmunga como o pai sempre fazia, fazendo o sobrinho ao lado cair na gargalhada, eu apenas o olho um pouco irritada.

— Julieta o almoço vai ser servido logo, se junta a nós? — sua cunhada pergunta.

— Não nesses trajes— o  Barão resmunga por cima das cartas do baralho, só então me dou conta da forma que estou vestida, Aurélio me metia em cada situação, principalmente com o sogro, claro que nem uma seria pior que  vez do escritório, sacode a cabeça para espantar aqueles pensamentos.

— Eu irei comer com vocês sim, só vou trocar de roupa  como meu sogro fez questão de observar.— caminho até Aurélio e encosto a mão em sua testa, não estava quente, sem sinal de febre, de certo estava  mesmo melhorando, sem uma palavra mais subo as escadas. Desço minutos depois já com outra roupa e com todos á mesa, o almoço foi tranquilo, Estilingue e o avô naquela brincadeira de sempre de quem sabe mais, agora era sobre conhecimentos de história e o Barão estava dando uma boa lição ao neto, Aurélio em seu canto, comendo pouco a pouco, eu conversava com Tenória, mas de olho nele, quase ao fim da refeição passos rápidos de aproximam de nós, é Olegário quem vem em nossa direção.—

—Dona Julieta, precisamos conversar— ele olha diretamente para mim— É urgente. — levanto e deixo todos com um olhar curioso sobre nós, enquanto vamos para o escritório.

 


×××

 

— Olegário vá preparar o carro enquanto pego a minha bolsa e um  casaco — digo minutos depois passando pela sala, onde Aurélio e Tenória estão.

— Vai sair Julieta?— Aurélio se levanta do sofá.

— Sim, preciso resolver uma coisa — apenas digo enquanto continuo meu caminhar com ele atrás de mim.

— Mas e  a chuva?

— Já não chove mais, vou de carro e volto logo — já estamos na porta do quarto.

— Julieta — sua mão segura em meu braço,  paro um pouco e o olho, sei bem o que ele quer. — Nós precisamos...

— Eu sei — volto um passo em sua direção, ficando a centímetros dele, sua respiração tão perto, eu podia beijá-lo, eu queria, mas não era o momento, não com as coisas para nós dois esclarecemos — Nós vamos— ele também dá um passo em minha direção, nossos corpos se atraindo, falo por sua mão descansando em minha cintura sem eu ao menos perceber seu movimento— Eu devo desculpas...

— Desculpa interromper, mas tia Julieta, Olegário está pronto — Estilingue aparece na porta, nos afastamos, pego a bolsa e um casaco.

— Eu volto logo, prometo — digo ao passar pela porta, aquela conversa iria ficar para mais tarde.

 

×××

 

Entro em casa e  a noite já cai, passa muito da hora do jantar,  mas com tudo o que vi e principalmente ouvi, não tenho fome.

— Olegário, não preciso dizer que esse assunto fica entre nós.

— Sim senhora.

— Vamos descansar, boa noite — digo e começo  subir as escadas enquanto ele some no corredor que dá acesso a cozinha, de certo Rute vai mimar ele, ela o tinha como um filho que nunca teve, e Olegário sempre foi uma boa pessoa para ela. O corredor em um silêncio total,  encontro o quarto vazio, mas antes de pensar em onde se encontra meu marido, vejo a porta do banheiro entreaberta, deixo a bolsa, em um canto qualquer, o sapato eu retiro no meio do caminho, entrei vagarosamente e o vejo, é instantânea a paz que eu tenho apenas de o visualizar, Aurélio está na banheira, cabeça descansando na borda, olhos fechados, como eu posso ter sido cruel com ele, eu ainda não sabia, ele não merecia, me encosto no batente da porta, fecho os meus olhos, deixando que os novos problemas ficassem para fora daquele aposento. Que pudesse no mínimo resolver o assunto pendente com o marido.

— Eu tinha preparado esse banho para você, mas demorou a chegar— sua voz me assusta, e seu gesto me surpreende, mesmo "brigados" ele ainda pensava em cuidar de mim,era do caráter dele ser sempre cuidadoso e amoroso isso pesa em meu coração por ter feito o que fiz, abro os meus olhos e me deparo com os seus olhos sobre mim, ficamos assim nos olhando, deve ter visto algo em mim pois estende a mão — Vem a água ainda está boa.— era uma proposta tentadora demais, e por Deus como ela precisava dele naquele momento, precisava da tranquilidade que os braços dele lhe davam.

— Aurélio  eu...— balanço a cabeça, negando e não querendo ir de encontro a ele, por mais que meu coração pedisse o contrário.

—Vem Julieta, conversamos depois — a mão permanece estendida em minha direção, parecia sentir a minha agonia, e não luto pelo desejo e a necessidade que estou, começo a tirar as minhas roupas, o ficar nua na frente dele vinha se tornando um hábito gostoso de usufruir, mas nem por isso deixava de ter uma certa timidez no começo, deixo apenas meus cabelos presos, e seguro na mão dele que me ajuda a entrar, abrindo espaço entre as suas pernas para que eu possa sentar, diferente como das outras vezes que nos encontramos nesta situação, não sinto seus braços em volta de mim, ou seus carinhos atrevidos por meu corpo, nem o seu puxar para que eu vá de encontro ao seu peito, ficamos parados, apenas esperando a reação do outro, como sei ter sido a causadora de todo aquele mal estar, dou o primeiro passo.

—Sabe, depois do nosso primeiro beijo, eu quebrei um espelho, eu sentia ...

— Raiva?— ele me corta, virei  e dou um sorriso tímido, envergonhado.

— Não, poderia parecer, mas não foi por raiva — olho em seu olhos e percebo sua atenção focada em mim— Eu quebrei porque vi uma mulher que nem sabia que existia em mim, alguém que mesmo sem merecer estava recebendo amor, vi uma mulher que julgava morta  desde o dia em que um monstro cruzou meu caminho, matando os sonhos e desejos daquela menina, eu quebrei o espelho e vi naqueles fragmentos dele o que um dia eu fui. — apoio minha mão em seu peito — Estou falando isso a você, porque foi você quem deu o primeiro passo para resgatar aquela menina, aquela mulher, você me trouxe a vida, deu cores novas a ela, me deu uma família, estou falando  tudo isso pois após eu dizer aquelas barbaridades para você, eu percebi o erro que cometi antes mesmo da porta bater eu percebi, que a crueldade que por muito tempo eu usei tinha escapulido por uma brecha e ferido uma das pessoas que eu mais amo. Naquele momento eu fui Osório..

—Julieta— ele me interrompe, mas não permito, balanço a cabeça e o calo com um dedo.

— Eu devo mais que um pedido de desculpas, devo pedir seu perdão, eu sei que você jamais faria algo para me ferir —  tiro meu dedo de seus lábios apenas para poder tocar em seu rosto— Acima de tudo quero pedir que não desista de mim.

— Eu jamais desistiria de você...meu amor — ele sorri, pois sabe o quanto gosto quando me chama assim— Não desisti após seu tapa, suas palavras mais cruéis, após tudo o que vivemos até esse momento — sua mão sobe com cautela até meu rosto o vejo vacilar e não me tocar, então seguro e lado da  minha face, pouco a pouco vou ajeitando meu corpo sobre ele, encosto meu rosto ao dele, beijei sua face, vou dando beijinhos até chegar em sua boca, que recebe a minha com paixão, roubando o meu ar, Aurélio prende meu corpo junto ao dele, minhas mão se perdem em seus cabelos.
 

— Diz que me perdoa?— peço assim que o beijo é finalizado, mas nossos rostos ainda estão próximos.

— Não tenho nada que te perdoar.

— Aurélio— afasto um pouco para poder vê-lo melhor— Eu o magoei.

— Eu também, ao ler coisas que não me diziam respeito — ele toca em meu rosto— Também devo um pedido de desculpas para você.

— Mas você não me ofendeu tanto quanto eu fiz com você.

— Que só o fez pois eu mexi em suas velhas feridas — seus dedos brincam com uma mecha solta do meu cabelo enquanto eu suspiro, vendo que estávamos entrando em um impasse.

— Diz que me perdoa, por favor?— acho que a súplica em meu olhar o faz pensar melhor, que me puxou para seus braços novamente, ficando com o rosto mais perto do meu

— Se te faz sentir melhor, eu te perdoo — o ouço falar antes de sua boca encontrar a minha, após o beijo aproveitei que seu peito está livre da água e deito a minha cabeça ali, seus braços apertam meu corpo e permito que meus olhos se fechem.

— Julieta, meu amor— o ouço chamar, devo ter cochilado— A água está começando a esfriar, vamos sair?

— Sim— é o que consigo dizer, Aurélio como sempre se levanta primeiro pegando as toalhas, fico em pé, ele me enrola no tecido e me ajuda a sair da banheira. Nós vestimos, e vamos para a cama, deitamos, mas alguma coisa mudou, não sei dizer o que era, deitei sobre o peito de Aurélio, seus braços demoram um pouco para estar no meu corpo, por mais que eu deseje que noite terminasse de outra forma, o banho, a conversa, eles terem se acertado, tem um efeito relaxante, estou um pouco mais cansada que o habitual,  em pouquíssimo tempo sinto o sono chegar, mas antes de me entregar a ele de vez, sei bem o que mudou, Aurélio estava mais contido, como se tivesse receio em me tocar.

 

×××

 

O dia amanheceu com um lindo sol, estou sozinha de novo na cama, sabia que ele iria sumir na primeira oportunidade. Desço encontro Tenória na mesa.

— Bom  dia — dou um beijo em sua cabeça, não deixando de refletir na primeira vez que fiz isso a mulher se assustou e quase derrubou a xícara que tinha na mão— Viu seu irmão por aí ?

—Bom dia Julieta— ela me serve um pouco de café— Sim, tomou café com papai e foi para os estábulos.

— E o Barão?

— Disse que o café tinha feito mal— ela sorri — Mas sei bem o porquê, comeu quase todo o bolo de fubá de Rute.— acabamos por rir, e assim tomamos o café.

 

×××

 

Avisto ele junto de Soberano dentro do estábulos, penteando o pelo do animal, pareciam ligados. Caminho lentamente até eles.

—Novamente me deixou sozinha no quarto.— digo, ele deixa a escova em um lugar qualquer e se vira para mim sorrindo.

— Bom dia, meu amor— deixa um   beijo em meus lábios, apoio às minhas mãos em seus ombros— Você dormia tão linda, que não me atrevi acordar você— dou passo, colando nossos corpos, só então ele se atreve a segurar em minha cintura. Beijo sua bochecha, ficando perto de seu ouvido

— Foi só isso mesmo? — volto a beijar ele, até chegar em sua boca, que termina o beijo rápido demais, quando pensa em se afastar de mim, segurei em sua nuca, o puxando de volta e selando novamente nossos lábios, sua boca não abre para receber  a minha, isso me incomoda e a dúvida de que apesar de ele me perdoar, ainda estava com receio de tocar em mim, cresce mais, mas não ia deixar assim, colo mais seu corpo ao meu, minha mão passeia por seus cabelos, os puxando de leve, sei o que isso provoca, pois sinto seu toque apertar mais a minha cintura, e enfim sua boca se abre e sua língua invade a minha, mordo de leve seu lábio, ouço um leve gemido, não maior que o meu ao sentir seus lábios em meu pescoço, mas foi rápido, aproveito e dou um passo atrás, sem afastar nossos corpos, ando devagar até sentir em minhas costas a parede, eu precisava me escorar se não iria ao chão, minha mão começa a desabotoar a camisa dele, nem quero pensar onde estamos, só que preciso, e precisava dele naquele momento, nem mesmo Aurélio segura o seu desejo, e o que eu achava de ele estar mais contido a querer me tocar já é um pensamento distante, pois ele segura em minha cintura me suspendendo do chão, colando mais os nossos corpos, não há apoio para mim que não colocar as pernas em volta da sua cintura, e assim eu faço, tendo uma de suas mão em minhas costas me dando apoio, sua boca se afasta da minha apenas para beijar meu colo até onde o decote permite, seguro sua cabeça ali onde mais gosto de ser beijada, mas seu ele está impaciente, suas mão descem em meu corpo chegando em minhas pernas e começando a subir meus vestido, quando sinto o toque de sua mão em minha pele exposta subindo lentamente por minha perna, chegando em minha coxa, um gemido escapa de meus lábios, ele para — Aurélio—  o chamo abrindo os olhos e encontro com o sorriso bobo na cara, olhando em seus olhos terminei de desabotoar sua camisa e deslizo minha mão por dentro de sua calça, sem tirar os olhos de mim ele geme, alto demais, fazendo com que Sobreano se assuste e Glorioso relinchar logo em seguida, o que nos faz perder o contato e o clima ao cairmos na gargalhada devido a nossa situação, paramos assim que ouvimos passos e voz de um dos empregados.

—  O que houve Glorioso?—  diz o moço, me assusto por estar prestes a ser pega naquela situação, repouso a minha cabeça em Aurélio.

—  Olha o que você faz eu fazer?—  digo baixinho em seu ouvido, ouço uma risada baixa, enquanto desço as minhas pernas de sua cintura.

—  Eu? você vem atrás de mim —  diz sussurrando também, enquanto o funcionário conversa com o cavalo, Aurélio começa a abotoar a camisa.

—  Eu não precisava vir se você não fugisse —  digo ao arrumar, ou tentar, a saia do meus vestido—  Como vamos sair dessa situação?—estou a ponto de sair.

—  Espera —  ele segurou em meu braço e vejo sua mão se aproximar de mim, suspiro ao sentir seus dedos no meu decote, ajeitando  subindo o tecido, suas mão demoram mais que o necessário.

—  Aurélio, se demorar mais um pouco eu....—  não termino a frase pois sou surpreendida por seu tom alto demais.

—  Mais tarde conversamos Julieta, com você assim não dá —  abro os olhos e o vejo na porta da baia— Oi Fernando, desculpas não o vi aqui— ele se dirige para o funcionário que nada  entende, assim como eu — Em casa falamos disso — vejo uma piscada de olho ao deixar o local, então percebo o seu truque, coloco a minha máscara de rainha do café e entro no jogo dele.

—  Aurélio Cavalcante, volte aqui —  vou atrás dele desviando do olhar assustado do moço, encontro meu esposo do lado de fora, sorrindo largamente, fiquei a centímetros dele e apontei o dedo indicador, quem vê de longe acha que de fato se trata de uma discussão de casal—  Isso não vai ficar assim, você me paga.


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Notas finais do capítulo

Quero deixar meus agradecimentos a todos que acompanham a história.

Até logo



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