Pequenos Contos escrita por Tah Madeira


Capítulo 10
Memória (parte 7)


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais uma parte desse conto...

Desculpem pela demora, para compensar esta um pouco grande esse capítulo.



Boa leitura



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(Por Julieta)

Dizem que com um novo dia renasce as esperanças, posso dizer que sim, que venho acreditando nisso, após a conversa com Aurélio, fui para o quarto não com o coração mais leve, mas com novas perspectivas e acordei com um projeto em mente, quero fazer um passeio, apenas nos dois, queria mostrar pontos da cidade que ele talvez venha conhecer e que devem ter mudado nos últimos dez anos, assim seria um passo a um novo começo, com essas as ideias levanto e desço animada  para o café.

— Bom dia Ema — a moça é a única sentada tomando o seu desjejum, um pouco alheia, seus pensamentos parecem longe.

— Olá dona Julieta— seu sorriso parece incerto, voltando a sua atenção a xícara a sua, mal olhando para mim, o silêncio só não é total pelo barulho da louça sobre a mesa, mas me canso daquilo.

— O que há Ema? Você nunca é tão quieta — a indago e a vejo  suspirar aliviada.

— Ainda bem que  a senhora perguntou, não aguento mais de curiosidade — sorri para mim, eu apenas balanço a cabeça, ela podia ser uma mulher prestes a se casar, mas em momentos como esse ainda era uma menina travessa — Conta como foi a conversa com papai, dormi receosa que não tenha ido por um bom caminho, mas visto o seu semblante mais leve  e que papai ainda dorme serenamente, eu mesma fui ver logo que acordei, bom eu mal consegui dormir, quase perco a hora, Ludmila coitada,  se não fossemos sócias já tinha me posto para fora da loja, mas ande dona Julieta, conte.— ela desatou a falar, não só com a boca, mas com as mãos, me deixando tonta e com vontade de tirar a minha pergunta sobre o porquê de estar tão calada.

— Bom agora que você se calou, talvez eu possa— as duas não deixam de sorrir, ah essa menina, não sei como era a mãe dela, mas tem tanto de Aurélio ali.— Nossa conversa foi bem,  ou posso tirar coisas boas dela, enfim contei a ele que estamos noivos.— ouço palmas, e uma risada que pensei jamais esquecer.

— Ora, ora  vejam só Julieta Bittencourt  vai ser Julieta Cavalcante— virei sem sair da cadeira e Susana estava parada no batente da porta, com a cara mais debochada do mundo, um decote que quase chega ao umbigo, e maquiagem demais para aquela hora do dia— Aurélio vai conseguir sair da miséria dando esse golpe de sorte e você finalmente terá  um homem em sua cama entre as suas pernas— salto da cadeira, deixando ela ir ao chão, fui tão rápida que nem Ema foi capaz de prever o que aconteceria, e se assusta com o estalo que o tapa faz na cara de Susana, que só não foi ao chão pois a parede impediu, se ela pensou em revidar foi em vão, pois mãos à impedem antes que possa avançar sobre mim, Aurélio está atrás dela segurando seus braços.

(Por Aurélio)

— O que está acontecendo aqui? — foi sorte ter chegado a tempo e ver o fim da frase da mulher que nem conheço e já não simpatizei, e presenciar a reação rápida  de Julieta onde só o barulho da bofetada denunciou o que acabou de acontecer, a olho está com o rosto vermelho, como em alguns momentos de embaraço, mas ali era de pura raiva, seu peito infla, minha filha  se põe ao lado dela e segurou gentilmente sua mão, Julieta nem parece registrar o ato pois parece tomada pela ira.

— Você já foi mais civilizada Julieta, minha cara — a mulher em meus braços mesmo com o rosto vermelho pelo tapa que levou, não perde a pose.— Me solte seu caipira— seu corpo se move.— continuo a olhar para Julieta que faz um sinal para eu soltar a mulher raivosa, assim eu faço.

— O que quer em minha casa Susana ou devo dizer Genésia? Não lembro de a convidar.— Julieta enfim aperta a mão de Ema, como quem diz estar bem.

— Vim falar com Darcy—  caminho para até Julieta, ficando ao seu lado — Desculpas não quis atrapalhar o momento em família—diz sarcástica,  percebo Julieta dar um passo à frente, minha mão involuntariamente  segura em sua cintura, o que a faz frear qualquer outro movimento dela.

— Darcy não está, e ele não sabia de sua vinda, se soubesse tinha pedido permissão, no mínimo avisado desse desagradável momento.— sinto a respiração dela se acalmar aos poucos.

— Ele não sabe mesmo que eu vinha, estou a serviço de Lady Margareth.

— O que é pior, avisarei a Darcy da sua  lastimável presença, e pedirei a ele que impeça as suas visitas a minha casa, agora sai.

— Farei isso sim, não porque me pede, mas porque quem eu quero não está aqui— A mulher da um passo atrás, mas volta seu rosto para nós— Esse tapa vai ter troco, assim como as palavras que disse  a mim hoje e no dia que me expulsou daqui.— Julieta não deixa por menos, e se aproxima com calma da mulher.

— Pois saiba que foi pouco e não tenho medo de suas palavras, adeus Genésia.— a mulher caminha lentamente até a porta e quando lá chega finaliza novamente nos olhando.

— Parabéns pelo noivado, aposto que esse não vai te obrigar a ir para cama como o falecido, pois sei que  seu...— a frase não é concluída pois um vaso voou naquela direção, esse arremessado por Ema, pois Julieta ficou imóvel.

— Ema  — eu chamo a sua atenção.

—Não joguei para acertar, só queria que ela se calasse e consegui, como pode dizer tais sandices e sair impune— e minha filha desata a falar, sei que é uma característica de quando está nervosa — Sinto muito pelo vaso Dona Julieta, prometo recompensar a senhora— enfim olhamos a mulher que pisca algumas vezes, ao mesmo tempo em que tenta normalizar a respiração.

— Tudo bem pelo vaso Ema, era sem valor, e se você não tivesse agido eu teria feito algo pior, obrigada— ela tenta sorrir, seus olhos denunciam o quanto não só aquela visita a abalou mas as palavras ditas por aquela mulher que transpirava vulgaridade, então se afasta de nós— Desculpem por essa cena, não precisavam ver isso, vou pedir para darem um jeito nisso.— mas de  vez ir para a cozinha, sai pela porta que dá para o jardim.

— Eu vou ver como ela está— Ema se mexe, porém seguro em seu pulso, fazendo olhar para mim.

— Deixa que eu vou, veja alguém para arrumar aqui antes que uma pessoa se machuque.— a deixei ali e sigo atrás da dona da casa.

A vejo sentada em um banco, olhando longe, mas posso apostar que nem está prestando atenção em nada, a vendo assim  penso na conversa da noite anterior e lembro do que ela disse, somos noivos, estamos juntos, desde então tudo ficou claro demais, por isso eu estava morando naquela casa, e acordei na casa dela no Vale, por isso aqueles olhares furtivos que ela lançava, aquela sensação de ter algo mais, e saber que estavam em um relacionamento abrandava seu coração, olhando-a de perfil conseguia ver os traços marcantes, suave, aquela mecha branca nos cabelos dava um charme que atribuia a personalidade dela, a veste preta, apesar de significar luto e tristeza, ele não via desse modo, via mistério, poderia ser estranho achar que já tinha sentimentos por aquela mulher, mas lembra que perdeu a memória sendo assim aquele afeto ainda estava lá querendo emergir, quando a via, ouvia sua voz, não podia negar  a si mesmo havia uma ligação entre os dois, e queria desvendar os mistérios daquela mulher, novamente diga-se de passagem. Quando a vê levar as mãos ao rosto decide se aproximar, pegando uma pequena rosa que caiu da roseira, ainda permanecia intacta, esconde a flor atrás de si enquanto caminha até Julieta.

— Atrapalho? — pergunto, demora um pouco que ela erga a cabeça e me olhe, seus olhos estão um pouco vermelhos, assim como a ponta do nariz.

— Não atrapalha em  nada, por favor— Julieta se afasta um pouco abrindo espaço para mim sentar, por ser um banco pequeno ficamos próximos. — Peço mais uma vez desculpas pela cena que assistiu, deve estar achando estranho tudo o que presenciou.

— Mais uma dentre tantas as coisas que venho vivendo nos últimos dias  — ela dá um sorriso fraco, o que vem acompanhado de uma fungada, mais uma evidência que chorou, sem prestar atenção no que faço, seguro em sua mão, tão pequena, tão perfeita dentro da minha, vejo que seu olhar segue meu gesto, mas não recua, respira aliviada —Não se preocupe comigo, devo saber quem era aquela mulher, mas nem faço questão de lembrar quem ela é, não simpatizei e acho que não vou simpatizar.

— Você nunca gostou mesmo dela.— sua mão segura a minha com mais força, por fim mostrei o que trazia na outra mão, seu sorriso foi maior e mais sincero, seus olhos brilharam um pouco mais ao ver a rosa estendia para ela, que a buscou com a mão livre, acho que não queria desfazer o nosso contato, — Que linda, muito obrigada.

— Você tem rosas mais bonitas nesse jardim.— falo apontando para aquele espaço cheio de rosas e plantas.

— Eu sei tenho um bom jardineiro, pena que anda um pouco sem memória — demorei a assimilar um pouco o que ela disse.

— Está querendo dizer que cuido das suas flores também? — porque isso não me espanta, sempre gostei de plantas, flores e animais.

— Sim, não cuida tanto como antes, logo que viemos para São Paulo, o jardim estava bem descuidado, você cuidou dele e ensinou um menino que vem e faz todas as coisas que ensinou, pelo visto é um bom professor— a rosa vai até o seu rosto e ela aspira fechando os olhos— Sei que não é a rosa mais bonita daqui, mas é a primeira que me dá em dias— seu sorriso foi maior agora, seus dedos soltam de minha mão e vão em direção ao meu rosto, aqueles dedos delicados, me tocam tão suavemente— Obrigada, eu tinha planejado um passeio para nós, o que acha?

— Que é uma ótima ideia

(Por Julieta)

O passeio pela cidade não podia ter melhor efeito, achei que após a visita de Susana eu não teria ânimo para sair de casa, mas Aurélio ir atrás de mim no jardim, conversar comigo, segurar em minha mão, como antes, como sei que sempre faria, e o principal, em um gesto tão espontâneo e tão dele a rosa estendida em minha direção, quando fui ao jardim ainda desnorteada com  a insuportável presença de Susana e suas palavras ácidas, bem típico do que ela sempre foi e nunca notei, vi aquela pequena rosa caída no chão, nem dei importância, agora com ela ali em mão admirando a lua da janela do quarto consigo ter o mesmo sorriso de quando Aurélio entregou-me ela. Caminho até a penteadeira e sento, pensado no dia que tive.

(Início das lembranças)

O passeio começou pelo caminho onde o carro passava por lugares que ele desconhecia, ou que tinha mudado ao longo dos anos paramos em uma livraria, Aurélio falou de seus livros favoritos, eu  citei os meus, ele percebeu que fora livros de botânica, tínhamos quase os mesmo gosto, fato esse que eu já sabia, mas era divertido vê-lo fazer essas "novas" descobertas, então ele me surpreende:
 

— O que acha de fazermos uma leitura em conjunto de um livro?
 

— Acho uma bela ideia— mal sabia ele que já estávamos fazendo isso— Pois então escolha o  livro e vamos ler juntos.— Aurélio olha aquele mar de livros a sua frente, fica indeciso sobre qual levar, por fim pega um de Castro Alves, saímos da livraria animados, caminhamos até um praça, sentamos em um banco em damos inicio a leitura, o livro fica nas mãos de Aurélio e preciso ficar com o corpo bem próxima ao dele, vez ou outra sinto sua respiração meu rosto.
 

— Você quer segurar um pouco o livro, a posição deve estar incômoda para você.
 

— Não, está tudo bem— fico mais perto ainda, vejo um poema que lembro quase de cor, os dedos dele percorrem as linhas, lê a primeira estrofe em silêncio, mas no início da parte seguinte sua voz soa alto:
 

— Vou ler essa parte, tudo bem ?— ele pergunta e apenas  faço que sim e encosto a minha cabeça em seu ombro fecho meus olhos e me permito apenas contemplar aquele momento e não pensar em mais nada apenas nas palavras dele, então Aurélio recitou:

"Meu coração desmaia pensativo,
             Cismando em tua rosa predileta.

Sou teu pálido amante vaporoso,
          Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!... 

Sonho-te às vezes virgem... seminua...

Roubo-te um casto beijo à luz da lua…

— E tu és Julieta" (poema Os Três Amores)


 

O silêncio volta a ficar entre nós, não volto a abrir os olhos, ainda não quero voltar a realidade, fico com as palavras escrita por outro, mas perfeita na  voz dele, Aurélio segura em minha mão, acho que o livro perdeu um pouco o sentido.


( Fim das lembranças)


 

Termino de pentear os cabelos e caminho até a cama, e aquela sensação de faltar algo se abate novamente, percebo que não tem a água que sempre repousa perto da cama, então sem se importar com a camisola  que estou vestindo, ciente que pelo adiantado da hora todos devem estar em seus quartos, o corredor é um silêncio só, passo pela porta de Aurélio e vejo uma fresta de luz por baixo da porta, sinal que deve estar  acordado, freio o impulso de bater na porta, de certo ele está lendo,  tinha ido até o escritório e buscando algo para ler, pelo menos foi o que disse, pois após voltarmos do passeio meu advogado me esperava e tive uma exaustiva reunião com ele, e mesmo após a saída dele permaneci enrolada em papéis que precisavam ser revisto   após a expulsão de Susana, então tive pouco tempo com Aurélio, acho que foi por isso que ele foi ao escritório para me  ver.
 

Por fim desço as escadas e vou para a cozinha e tomo um susto, com tudo apagado mas consigo ver nitidamente quem estava ali.

— Aurélio — ele tomava água e se assustou ou me ouvir, fazendo o copo escorregar de sua mão e espatifar dentro da pia.— Desculpa não queria assustá-lo.
— Tudo b… — a frase ficou incompleto pois ele se vira e foca seus olhos sobre mim e paralisa.

(Por Aurélio)

—Aurélio — tomei um susto grande ao ouvir meu nome, também quem mandou eu não ligar as luzes, o copo ficou em muitos pedaços dentro da pia quando ele caiu da minha mão — Desculpa não queria assustá-lo —já sei a quem pertence aquela voz.

—Tudo b… — eu começo a dizer, mas esqueço as palavras, virei e dei de cara com a coisa mais linda que eu poderia ver, Julieta de uma forma totalmente diferente, um camisola negra, como as vestes que usa, com um leve decote o tecido moldou bem aquele corpo, as mangas longas dão um charme a mais, os cabelos sem aquele penteado austero, estavam soltos, ondulados nas pontas, moldando o seu rosto e completando aquela linda visão, a minha boca fica seca, meu coração acelera rápido, tenho a sensação de já a ter a visto assim, com certeza sim, como posso ter esquecido dessa imagem.

— O que houve? — ela perguntou ao me ver inerte, ela se aproxima mais, vejo seu peito subir e descer, em segundos o cheiro dela se instala na cozinha, será se já passamos por situação semelhante ou fomos além? O que estava pensando, de certo ela não era aquele tipo de mulher .

— Nada — volto a encarar a pia e a bagunça que fiz —Deixa eu arrumar isso —começo a juntar os cacos, mas nervoso com a situação meu dedo espeta um dos vidros afiados e o sangue começa a escorrer um aí escapa de mais lábios.

—Aurélio do céu —rapidamente Julieta se aproxima e segura o dedo ferido, colocando embaixo baixo da água.

—Você pode se machucar.

—Não caiu nada no chão e quem se machucou foi você— ela tira o dedo da água e vê que ainda escorre sangue, volta a molhar  o local, parece bem concentrada na missão, aquilo dura uns poucos minutos, por fim satisfeita retira o dedo e ordena, sim por que não pede, — Vamos ao escritório e fazer um curativo, espero que tenha sido algo simples. — chegando lá ela praticamente me jogou no sofá —Fica segurando o dedo forte, já volto.— dizendo isso sai e volta o muito rápido, deve ter corrido— Voltei, sempre mantenho essa caixa por perto, Camilo vivia se machucando, eu também quando lidava com o jardim— sentou ao meu lado e desatou a falar enquanto enrola o dedo em um pedaço de pano limpo e o protege com uma fita, quanto a mim pouco me importa o ferimento, não é ele quem está em meus pensamentos e sim a presença dela tão perto, tão cuidadosa, naqueles trajes onde deixa muito para a minha imaginação — Pronto, assim está bom— diz orgulhosa de seu pequeno trabalho.
 

— Obrigada, sou um desastrado mesmo— falei, ela me olha, passa os dedos em meus rosto— Julieta— apenas sussurro, minha mão ganha vida própria e faz o que eu queria desde o começo, toco em seus cabelos, tão macios, coloco para trás e tenho uma visão melhor do seu rosto, acaricei a bochecha dela, que fecha os olhos ao meu toque, sentei mais perto, seu rosto mais perto do meu, sua respiração se mistura com a minha— O que você está fazendo comigo— sussurrei com os meus lábios próximo ao dela.
 

— O que você está fazendo comigo, sabe o quanto eu espero por seu toque— puxou a minha outra mão para o seu rosto— Sabe o quanto o seu cheiro me faz perder o sentindo— ela encosta o nariz em meus pescoço e aspira — Sabe o quanto desejo os seus lábios junto ao meu— seus dedos tocam minha boca, indo de um lado a outro devagar e suavemente— Olha o que fez comigo, que estou aqui dizendo tudo isso a você— não resisti mais e a beijei, era isso o que eu precisava.


 

Sentir o gosto dela, e a saudade que nem sei que senti sossegou, meus dedos se enrolaram naqueles cabelos, a sua mão aperta meu ombro, como quem pede mais, o beijo suave passa a ter anseios e desejos e sou retribuído ao beijar seu pescoço e ouvir um  delicado gemido, tão baixo mais que deu a certeza que Julieta queria mais, sua mãos erguem minha cabeça e sua boca busca a minha, sinto sua mão em minha nuca me puxando e Julieta vai deitando no sofá levando meu corpo junto, quase já não tenho mais domínio sobre meu corpo, ainda mais que percebo dedos nervosos abrindo os primeiros botões de minha camisa, comecei a beijar seu colo, um gemido mais alto sai daquela boca, seus dedos bagunçam os meus cabelos, quando vou me ajeitar melhor em sua pernas, com a boca colada a dela, eu paro, ela arfa  frustrada, deixo minha testa em seu queixo.


 

— Isso não está certo, sinto que não deve ser assim desse modo— seus dedos tentam erguer minha cabeça, não permito.
 

— Aurélio...— ela começa a falar mas a corto, por fim levanto e ao olho, ainda mantenho o meu corpo sob o dela, toquei em seu rosto traçando linhas.
 

—Você merece mais que isso, não sei porque, mas sinto que sim, que esse momento deve ser especial, e acima de tudo você merece que eu esteja completo, não apenas metade de mim.— com um movimento saio de cima dela beijo a sua testa, de rosto colado me desculpei— Sinto muito por isso tudo. — e deixo o escritório sem ousar olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

E aí estão gostando?