A Cidade de Prata escrita por Matheus Braga


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Hello, everybody!! :)

Bora começar mais uma fic de vez!! :D
Peço perdão pelo atraso deste capítulo, mas tirei os últimos dias para cuidar da revisão e impressão da fic O Landau Vermelho para correr atrás de mandá-la para a editora. #FingersCrossed

Espero que instigue a sua curiosidade. Vejo vocês nos comentários. ;)



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Belo Horizonte, Minas Gerais

 

A palestra já se encontrava no fim, mas o auditório da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais permanecia lotado. A forma simples e dinâmica com que Daniel conduzia o assunto exposto prendia o interesse dos presentes, apesar do horário avançado.

Ele vinha concluindo:

— Por esta razão, com base em nossos últimos achados espeleo-arqueológicos em Lagoa Santa e na Serra da Calçada, podemos afirmar que as características morfológicas dos primeiros habitantes do que hoje é a região metropolitana de Belo Horizonte são bem diferentes das dos índios brasileiros atuais e se assemelham mais às dos povos africanos. — Ele caminhou para a frente do tablado e cruzou os braços diante do corpo, com os holofotes inferiores lhe conferindo um ar quase magnânimo — A hipótese que levantamos é de que uma primeira corrente migratória vinda do norte da África ou do sudoeste da Ásia cruzou o estreito de Bering em direção ao continente americano há cerca de 14 mil anos e rumou para o que hoje é a América do Sul, enquanto uma segunda migração, provavelmente vinda do nordeste asiático e com traços mais próximos aos dos ameríndios, chegou por aqui por volta de 12 mil anos atrás.

Daniel fez um gesto discreto com a mão esquerda e o projetista trocou o slide exibido no telão, finalizando sua apresentação.

— Nossa expectativa, agora, é de que a leitura do DNA extraído dos esqueletos encontrados e o estudo sobre os hábitos desses antigos povos nos deem uma resposta definitiva sobre essa hipótese. E para isso, é claro, vamos continuar pedindo e contando com o seu apoio. — Ele abriu os braços diante do corpo — Muito obrigado a todos. Boa noite.

Houve uma salva de palmas fervorosa, ao que o arqueólogo retribuiu com um sorriso discreto e um ligeiro acenar de cabeça. Um dos reitores presentes subiu ao tablado e tomou a palavra.

— Muito obrigado por sua excelente preleção, mestre Ventura. Como sempre, nos trazendo muito conhecimento novo sobre nossa história.

Daniel apenas uniu as mãos diante do corpo e assentiu num gesto de agradecimento. E enquanto o reitor ocupava-se em finalizar a programação da noite, ele se retirou. Desceu pela lateral do tablado, despediu-se dos professores da bancada e subiu pelo acesso lateral do auditório, deixando o local. Não demorou para que Lucas o interpelasse no corredor e o acompanhasse para fora do prédio.

— “A morfologia dos belo-horizontinos pré-cabralinos”, por Daniel Ventura. — Ele segurava um folheto contendo a programação do evento de que haviam participado — Quem diria que uma palestra com um título tão aleatório seria tão boa?

Daniel apenas riu.

— Boa noite pra você também, Lucas.

O outro devolveu o riso, ajeitando o folheto entre os livros que trazia debaixo do braço e sacando uma barra de chocolate do bolso de seu colete.

— Onde você estava? Não te vi durante a palestra. — Daniel indagou, curioso.

— Fiquei no fundo. — Lucas respondeu rápido, tentando ajeitar seus óculos — Se o assunto fosse uma chatice e a galera começasse a te tacar tomates, eu sairia de fininho sem ninguém ver. Não ia querer que ninguém me reconhecesse como seu assistente.

— Idiota. — Ele deu um tapa na nuca do outro, bem-humorado — O que você vai fazer agora?

— Nada, por quê?

— Estou desde cedo trabalhando nesta apresentação, e estou morrendo de fome. Quer sair para comer alguma coisa?

— Quero, sim. Por sua conta, né?

Outro tapa na nuca de Lucas.

Ai, demônio! — Ele protestou — Você fica cansado e eu é que apanho?

Daniel fingiu não ouvir, mudando de assunto:

— Mas e aí, e as notícias? O que aconteceu no mundo hoje? Me atualize, por favor.

O outro conseguiu abrir seu chocolate e partiu-o ao meio, dando uma das partes para o amigo.

— Nada demais. A política continua uma merda, a economia continua uma merda, a cultura continua uma merda. — Ele respondeu — Ah, mas saiu no jornal Estado de Minas que encontraram o esconderijo do assassino do “Landau vermelho” há alguns dias, só que aparentemente não prenderam ninguém.

— Sério?

— Normal, se tratando de Brasil. — Lucas deu de ombros, enfiando um pedaço de seu chocolate na boca.

— E seu encontro com a Carol? — Daniel se lembrou — Como foi?

— Horrível. — O outro respondeu de boca cheia, franzindo o semblante — Numa escala de zero a dez, eu daria um dez negativo.

— Tão ruim assim?

Pior. — Lucas engoliu o chocolate — No início estava tudo bem. Saímos, fomos para uma hamburgueria bacana no Sion e conversamos sobre um monte de coisas. Rimos muito, bebemos algumas cervejas e ela sugeriu que fôssemos para aquele mirante depois do Parque das Mangabeiras para... você sabe.

— Sei. — Daniel assentiu, abrindo um sorriso malicioso — E aí?

— E aí que foi onde tudo desgraçou. Parei meu carro no alto do mirante, começamos a nos beijar e fomos descendo as mãos, até que ela me perguntou se eu tinha camisinha. — Ele mordeu outro pedaço de chocolate — Eu disse que tinha no porta-luvas e pedi pra ela pegar.

— E...? — O outro, curioso.

— Aquela bisca arregou quando viu que era tamanho extragrande.

Daniel gargalhou alto, passando o braço esquerdo pelos ombros do amigo.

— Quem disse que ser bem-dotado é uma benção, não é? — Ele continuou rindo — Já é a terceira que você perde por esse motivo. Mas e aí, não rolou nada?

— Não. Nem um carinho, se é que você me entende. — Lucas empertigou-se — Enfim, prefiro acreditar que quem saiu perdendo foi ela. Um dia vou achar alguém que me valorize pelo que eu tenho.

— Boa sorte, brother. Boa sorte. — Daniel finalizou, controlando o riso e comendo o resto do chocolate que estava segurando.

Estavam descendo em direção ao prédio onde ficava o laboratório de arqueologia e logo viram Laura subindo na direção deles. Ela era uma aluna do quarto período que trabalhava como assistente da coordenação de curso.

— Boa noite, meninos! — Ela os cumprimentou quando chegou mais perto.

— Oi, lindeza. — Daniel retribuiu, abraçando-a e cheirando-lhe o pescoço de leve — Você está cheirosa.

Ela deu uma risadinha, corando um pouco.

— Ai, Daniel, para! Você me deixa sem graça. — Ela se afastou um pouco — Oi, Lucas.

Ele apenas fez um sinal de V com os dedos, pois estava com a boca cheia. Laura entendeu e se virou de novo para Daniel.

— Tem um homem lá no laboratório querendo falar com você.

— No laboratório? — Ele não entendeu bem.

— Sim. Eu já estava de saída, mas ele insistiu em falar com você. Pedi a ele que aguardasse um pouco.

Daniel e Lucas trocaram um olhar inquisitivo.

— Quem é o sujeito? — O primeiro perguntou.

— Ele se identificou apenas como “senhor Orleans” e disse que vocês saberiam de quem se trata. — Ela fez as aspas com os dedos.

Os dois amigos se entreolharam de novo. Daniel se empertigou enquanto Lucas ajeitava os óculos outra vez.

— Você não acha que...?

— Não, não pode ser.

— Será?

— Ei! — Laura estalou os dedos, chamando a atenção deles — Depois vocês conversam em código entre si. Vão lá atendê-lo, pois eu já estou indo embora.

— Tudo bem, Laura, pode ir. — O arqueólogo finalizou — Obrigado.

— Até amanhã. Tchau, Lucas. — Ela acenou, afastando-se.

Os dois se viraram e continuaram descendo na direção do laboratório de arqueologia. Quando Laura já estava longe, continuaram a conversa.

— Você não acha que é o “senhor Orleans” que estamos pensando, não é? — Daniel indagou, a meia voz.

— Não, não acho. — Lucas confirmou — O cara viaja o mundo inteiro dando palestras sobre as pesquisas da fundação dele. Ele não ia simplesmente dar uma passadinha por aqui sem que fôssemos avisados.

O outro franziu a boca, pensativo, e preferiu não criar suposições. Chegaram ao laboratório e encontraram o local com todas as luzes acesas. Contornaram as bancadas e logo o viram de pé no fundo do recinto, lendo um banner sobre um estudo acerca de alguns achados recentes no Egito que remetiam ao reinado de Tutmosis III.

Daniel pigarreou e se manifestou.

— Boa noite, senhor.

O outro se virou e logo abriu um sorriso estreito, num semblante amistoso.

— Professor Ventura! É um prazer finalmente conhecê-lo. — Ele se aproximou e apertou a mão de Daniel, apresentando-se — Eu sou Rômulo Orleans.

Daniel e Lucas tiveram um ligeiro momento de sobressalto. Haviam ouvido falar de Rômulo incontáveis vezes nos anos anteriores, desde que ainda eram alunos da faculdade, mas nunca havia passado pela mente deles que ele fosse tão jovem, talvez apenas 7 ou 8 anos mais velho que eles. Devia ter seus trinta e tantos anos de idade e tinha pouco mais de um metro e setenta de altura. Ele usava um terno azul-marinho transpassado que parecia saído diretamente de algum filme europeu e seus cabelos louro-escuros estavam penteados de lado de uma forma um tanto clássica.

Rômulo era empresário do ramo imobiliário e um grande filantropo na área da arqueologia. A Fundação Orleans, fundada algumas décadas antes por seu pai, patrocinava pesquisas e explorações não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Os estudantes e formandos de arqueologia sonhavam com a oportunidade de tentar um patrocínio para suas próprias pesquisas.

— Daniel Ventura. — O arqueólogo respondeu, ainda um tanto surpreso.

— Sou um grande admirador do seu trabalho, professor. Seu artigo sobre os últimos achados em Tel Dan, em Israel, foi sensacional. Eu queria ter chegado a tempo de ver sua palestra de hoje, mas meu vôo atrasou. – Rômulo resmungou.

— É uma honra para mim, senhor. — Daniel abriu um sorriso satisfeito.

— E eu sou o Lucas, senhor. Muito prazer. — O outro se anunciou por trás de Daniel.

Rômulo foi gentil e cumprimentou-o também.

— Por favor, senhores, sem formalidades. Me chamem apenas de Rômulo, ok?

Os dois assentiram.

— Tudo bem. — Daniel concordou — E a propósito, eu ainda não sou professor. Sou apenas arqueólogo.

Rômulo manteve o sorrisinho no rosto, numa atitude amistosa.

— Tudo bem. Vou chamá-lo apenas de Daniel, então. — Ele pontuou, unindo as mãos diante do corpo como um animador de auditório e alternando seu olhar entre Lucas e Daniel — Senhores, eu tenho um assunto que gostaria de discutir. Será que poderiam me ceder alguns minutos de seu tempo?

Os dois amigos trocaram um olhar rápido e Daniel respondeu:

— Senhor Orle... — Ele viu o olhar reprovador do outro e logo corrigiu — Rômulo. Nós já estávamos de saída. Iríamos apenas fechar o laboratório e pegar nossos...

— Não, tudo bem. Não precisa ser aqui. — Rômulo cortou-o — Eu poderia lhes pagar um jantar? Eu prometo que será algo de bastante interesse a vocês dois.

Daniel e Lucas se entreolharam outra vez, e o assistente deu de ombros.

— Tudo bem, então. — O arqueólogo concordou — Nos dê apenas alguns minutos.

Rômulo ergueu as mãos no ar num gesto de “fique à vontade” e os dois passaram por ele e se dirigiram a uma sala fechada no fundo do laboratório que servia como “escritório” de Daniel. O recinto possuía apenas uma mesa comum onde o arqueólogo deixava seu notebook e uma estante ao lado. Também havia prateleiras em todas as paredes, abarrotadas dos mais diversos cacarecos.

Você também ficou...? — Lucas perguntou num sussurro, com uma expressão de admiração forçada no rosto enquanto depunha seus livros sobre a estante.

Sim. — Daniel concordou, também sussurrando, pegando sua mochila num canto — Eu achei que ele fosse bem mais velho.

O assistente ia concordar, mas viu Rômulo aparecer na porta da sala e calou-se, fingindo estar amarrando os cadarços de suas botas. O outro se aproximou de uma prateleira e pôs-se a observar atenciosamente os diferentes itens depostos ali. Ele apontou para um pequeno objeto dourado numa caixinha de vidro.

— Muito bonito. — Ele comentou — É algum tipo de peixe?

— Não. — Daniel havia acabado de colocar sua mochila às costas — É um vimana em ouro 18 quilates. Foi achado durante uma expedição na Índia no início do século passado. Ganhei do meu orientador quando apresentei minha dissertação de mestrado sobre...

— Sobre os achados persa-helenísticos no deserto do Sinai. — Rômulo completou — Eu li sua dissertação. Muito boa, por sinal. E isto aqui? — Ele apontou o que parecia uma pequena rocha negra sobre um pedestal de cobre.

— É um pedaço de carvão mineral retirado dos escombros do Titanic em 1994. — O arqueólogo emendou.

            O outro aquiesceu com um gesto de cabeça, dando mais uma olhada rápida pela prateleira e fixando os olhos num dinossauro de plástico que parecia rugir para ele.

            — E esse...

            — É só um Tiranossauro de Lego. — Foi Lucas quem respondeu, também passando sua própria mochila pelos ombros — Não tem nenhum significado especial. O Daniel adora dinossauros.

            Rômulo se virou.

            — Vocês são bastante ecléticos, eu devo dizer.

            Daniel apenas deu de ombros e riu, mas logo tratou de mudar de assunto e se adiantar.

            — Já estamos prontos. Podemos ir?

            Rômulo assentiu e se virou, seguindo para fora do laboratório, no que foi prontamente seguido pelos dois amigos, que trataram de fechar o local. E enquanto desciam em direção à portaria principal da universidade conversando sobre escavações recentes na cidade de Pompéia, o empresário tirou seu celular do bolso e digitou algo no Whatsapp, guardando o aparelho em seguida. Quando chegaram à portaria, um elegante e comprido sedã Mercedes-Benz preto os aguardava. O motorista abriu a porta traseira para que Daniel e Lucas entrassem, enquanto Rômulo contornava o veículo e se sentava no banco dianteiro.

            Seguiram para o restaurante Vecchio Sogno, no bairro Santo Agostinho. O ambiente era fino e requintado, e Daniel por um instante se sentiu mal vestido. Foram recebidos pelo maître e logo foram conduzidos a uma mesa mais afastada a pedido de Rômulo. Após se sentarem, o empresário pediu mussarela bufalina com tomate caqui grelhado e manga laminada como entrada. O maître se retirou e logo voltou com uma garrafa de vinho sauvignon blanc, servindo-os e informando que a comida não demoraria a ser servida.

            Assim que o maître se retirou novamente, Rômulo puxou o assunto.

            — Como eu já disse, Daniel, sou um grande admirador do seu trabalho. — Ele uniu as mãos sobre a mesa — Infelizmente o interesse pelo trabalho arqueológico vem diminuindo consideravelmente em nosso país nos últimos anos, o que é uma pena. Tem se tornado difícil encontrar bons pesquisadores e exploradores, e não é exagero dizer que você é um dos melhores. Sua dedicação às pesquisas e seu espírito desbravador para os trabalhos de campo são realmente inspiradores.

            Daniel fez um movimento positivo de cabeça.

            — Muito obrigado.

            — É por esta razão que decidi vir conversar com você. — O empresário pegou sua taça e deu um gole no vinho — Tenho algo em mãos que gostaria muito de desenvolver.

            Daniel olhou de canto para Lucas, mas este apenas alteou as sobrancelhas. Parecia interessado no que Rômulo tinha a dizer. O arqueólogo se virou.

            — Estou ouvindo.

            O empresário o fitou com olhos estreitos.

            — Você está ocupado com alguma pesquisa atualmente?

            — Não. — O arqueólogo respondeu rápido — Apresentei os resultados do meu trabalho mais recente nesta palestra de hoje.

            — Ótimo, ótimo. — Rômulo assentiu, bebendo mais um pouco de vinho e depondo a taça sobre a mesa — Me diga, Daniel. O que você sabe a respeito do manuscrito 512?

            O arqueólogo se empertigou na cadeira enquanto uma expressão divertida se desenhava em seu rosto. Lucas baixou a cabeça e sorriu sozinho, ajeitando os óculos. Rômulo continuava sério, esperando por uma resposta. Daniel escolheu bem as palavras antes de responder.

            — Provavelmente é a maior fábula da arqueologia brasileira. — Ele colocou — Um relato sobre o descobrimento de uma cidade perdida no coração do nosso país.

            — Exatamente. Escrito em 1753 e descoberto por Manuel Ferreira Lagos em 1839 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. — O empresário concordou — Mas o que você pensa a respeito deste documento como arqueólogo?

            Daniel piscou. Não sabia exatamente como responder àquela pergunta, mas tentou.

            — Bom... Eu acredito se tratar apenas de uma crônica fantástica escrita por algum bandeirante a fim de fama e fortuna. — Ele percebeu uma expressão estranha no olhar de Rômulo — Desculpe, não quis parecer debochado. É que este assunto é motivo de piada em nosso ramo.

            O empresário permaneceu em silêncio, servindo-se de mais um pouco de vinho. Daniel se sentiu subitamente incomodado e olhou para Lucas, que fez um gesto vago e preferiu continuar em silêncio.

            — Por quê? — O arqueólogo arriscou.

            Rômulo deu um gole em sua bebida e permaneceu encarando a taça enquanto falava lentamente:

            — Porque eu tenho evidências, meu caro, de que não se trata apenas de uma fábula.


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