Sorri fraco para ela uma última vez, encolhi meus ombro rindo baixo e cumprimentado as demais pessoas naquele almoço. Alguns que eu já conhecia e outros só por educação qual eu nem queria estar ali. 

As mesas de madeira próximas a sala de jantar e escada, a zona budista onde os pais do meu amigo costumavam meditar. O que diabos eu estava fazendo ali? Eu deveria ir embora, eu não queria olhar em seus olhos novamente, mas eu preciso manter presença. Meu coração saia do normal acompanhado meus olhos que passeavam pela decoração do lugar, ela era tão linda, sempre foi.

Seu corpo se encaixava perfeitamente naquele vestido branco enquanto brigava com o seu “esposo” sobre ter filhos ou não na frente da família deles, o que é claro, ele só quer impressionar todos fingindo que seria um excelente pai quando na verdade é só mais um babaca. Eu me encontrava do outro lado da casa assistindo de longe junto há algumas pessoas mais velhas, qual elogiavam o rapaz, o que eu poderia fazer afinal? 

Terminei de comer o meu pedaço de bolo, esperei alguns minutos antes de levantar e anunciar que iria embora para a área onde estava, respirei fundo aproveitando que não havia ninguém do lado de dentro e subi as escadas em direção ao banheiro.

Encostei a porta abrindo a torneira devagar e lavando meu rosto, em seguida, o enxugando. Meu corpo estava um pouco dolorido do meu dia, que estava sendo corrido, limpei minha garganta e abri a porta me deparando com a garota do lado de fora.

— Você não vai lá fora um pouco? Beber algo ou jogar conversa fora?

Meu coração estava um pouco dolorido por ter de estar lá e fingir por tantos anos.

— Não, eu já estou de saída... você tem uma família para dar atenção e eu tenho trabalho para resolver.

Disse de uma forma um pouco seca, eu acho que a garota notou.

— Mas, você sempre foi uma das minhas melhores amigas. Eu sei que faz alguns anos que nós não conversamos, desde...

Ela parou por um minuto mas continuou para não cortar o clima.

— Você não pode ficar? Não irá incomodar.

Se você tivesse uma boa lógica e preparo, não fosse um burro, você perceberia que os machucados através da flanela de seu vestido branco não eram comuns. Alguém havia feito aquilo, o que me deixava mais triste é que eu sabia toda a verdade. 

— Sinto muito, eu tenho muito trabalho, vou voltar para casa. 

Dei um passo à frente deixando a garota alta para trás, peguei as chaves de meu carro descendo os degraus para me despedir do resto das pessoas. Assim feito, cursei o mesmo caminho de antes até a porta principal, deixando tudo aquilo para trás.