Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura ♡
O gatinho prateado fez uma reverência, ainda de pé sob as patas traseiras, e falou:
—Agradeço a ajuda.
Miya, Lua e Sam tombaram para trás, com os olhos arregalados.
—Não p-precisa... a-agradecer. - Miya gaguejou.
—Meu nome é Purga. Vocês salvaram minha vida e eu gostaria de retribuir.
—Estamos felizes por você estar bem. Não precisa agradecer. - Lua falou, olhando em volta a procura de câmeras, se perguntando se era algum tipo de pegadinha.
Purga se aproximou de Lua, parecendo esperançoso:
—Vocês são corajosos. Vim para este reino à procura de guerreiros.
—Guerreiros? - Sam perguntou.
—Sim. - Purga pegou o laço branco que envolvia seu pescoço e, usando suas unhas, o cortou em três pedaços. - Sei que é pedir de mais, após terem acabado de salvar minha vida, mas peço para que venham comigo.
—Para onde? - Miya perguntou.
—Para o reino de onde vim, é claro. - Purga entregou um pedacinho de fita para Sam.
—Um reino de gatos? - Lua perguntou, animada, lembrando de um filme que assistiu uma vez.
—Mais ou menos. - Purga entregou as outras duas partes de fita para as meninas.
Ele fez um sinal com a cabeça para que o seguissem e correu.
Os três se puseram de pé, guardaram as fitas em seus bolsos e partiram atrás do gato.
—Para onde estamos indo? - Miya perguntou, correndo desajeitada, e já sem fôlego.
—Eu não sei. - Lua respondeu, com um sorriso nos lábios. - Mas estou ansiosa para descobrir.
Sam olhava constantemente para trás, preocupado se Lucas conseguiria encontrá-los.
Purga havia deixado o jardim, e parou quando chegou nos muros que cercavam os fundos do colégio.
Ele subiu com facilidade uma árvore e, andando por um galho que passava por cima do muro, o atravessou.
—Eu não vou conseguir... - Miya olhou para a estrutura de tijolos que tinha três ou quatro vezes o seu tamanho.
—O problema é seu. - Lua já estava agarrada no tronco da árvore.
Sam olhou para o muro, para a árvore, e novamente para o muro:
—Isso é fácil para você que se aventura escalando montanhas desde que tinha a altura da Miya.
—HEY! Nós somos quase do mesmo tamanho. - Miya protestou.
Lua já estava atravessando o muro pelo galho que Purga usou, enquanto Sam continuava a reclamar:
—Eu não subo em árvores.
—Cala a boca, Sam. Purga está lá embaixo com uma corda. Vou pular o muro, jogo uma ponta para vocês e vocês dão um jeito de subir. - Lua falou já do outro lado daquele paredão.
Miya foi a primeira a subir o muro com a ajuda de Lua, que fez a maior parte do trabalho a puxando.
—Nossa, Miya. Quantos quilos a sua bunda pesa? Caramba! - Lua gritou. - Pula logo pra esse lado e me ajuda a puxar o Sam.
Miya olhou para Lua, de cima do muro e sussurrou algo.
—Fala mais alto, eu não consigo te escutar! - Lua gritou.
—Eu tenho medo de altura! Não consigo pular. - Miya gritou, tremendo.
Lua a xingou, deixando Sam de queixo caído:
—Mas que boca suja.
—Sam! Eu vou te jogar a corda! Você sobe o muro e empurra essa peso morto aqui pra baixo! - Lua gritou, jogando uma ponta da corda para Sam.
—Eu não subo em cordas.
—Sam! Sobe logo! Ou usarei essa corda pra te enforcar, atraso de vida!
Sam encarou a corda, o muro, a menina nova sentada lá em cima e respirou fundo.
Ele segurou a corda com firmeza e, com a ajuda de Lua, subiu no muro em menos tempo que Miya.
Sam se sentou ao lado dela e perguntou:
—Você está bem?
Era possível ver o suor em sua testa. Ela respirava rápido e tremia.
—Empurra ela! - Lua gritou, impaciente.
Sam a ignorou.
—Eu sei que é alto. - Sam falou para Miya. - Mas não tenha medo. A Lua tá lá em baixo e a proporção do corpo dela dará um ótimo colchão que amortecerá a queda.
Miya riu com o comentário.
—Você não tem medo? - ela perguntou, sentindo suas mãos pararem lentamente de tremer.
—Não de altura.
—Caramba! Pula logo! Do chão vocês não passam! - Lua continuava a gritar.
—Eu vou pular com você, okay? - Sam falou.
—Posso segurar sua mão? - Miya perguntou.
Sam tirou de seu bolso o álcool que usava para manter suas mãos limpas e borrifou nas mãos da colega, e depois nas suas:
—Agora pode.
Os dois deram as mãos e Miya fechou os olhos.
—Pronta? - ele perguntou.
Miya balançou a cabeça afirmativamente.
—No 3. 1... 2... 3!
Os dois deram impulso e tocaram o chão com os pés ao mesmo tempo.
Miya, perdendo o equilíbrio, caiu de bunda na grama.
—Até que enfim! - Lua gritou.
—Estou do seu lado, e minha audição é ótima. Não precisa gritar. Obrigado. De nada. - Sam disse, enquanto limpava suas mãos com álcool novamente.
—Você não sabe correr, não sabe escalar, e tem medo de altura. Não acho que seja uma boa escolha levá-la. - Lua falou, encarando a colega, que ainda estava sentada no chão.
Purga se aproximou de Miya, e tocou seu braço:
—Todos temos fraquezas. É necessário muita coragem para encarar seus medos.
Miya sorriu para Purga e se pôs de pé.
—Obrigada, Sam. - ela agradeceu. - Pela ajuda.
—Vocês sabem que fui eu que fiz o trabalho duro, né?! - Lua exclamou.
—Não precisa agradecer, Miya. Se você não tivesse pulado, eu teria te empurrado de qualquer maneira. - Sam deu de ombros. - E Lua. Fica quieta.
—Eu devia ter te enforcado com aquela corda. Não, pera! A corda tá aqui comigo ainda.
—Você não sabe nem amarrar o seu cadarço, Lua. Pra colocar essa corda em volta do meu pescoço, precisará de um mapa.
Miya riu baixinho.
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