Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 13
Déjà Vu


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Sam abriu os olhos devagar, sentindo alguém tocar seu rosto.

—Sam! Acorda! Eu demorei tanto assim, pra você chegar a cochilar? - Lucas perguntou. Ele se sentou ao lado de Sam, que estava deitado sob sua toalha estendida na grama.

—O que aconteceu? - Sam perguntou, confuso.

—Fui buscar sua água. Você não disse que estava com sede?

—Estava... - Sam olhou em volta. Ele estava no jardim do colégio. Mas... como era possível?

—Onde você conseguiu essa água? - Sam perguntou, quando Lucas lhe entregou a garrafa de água.

—Da sala dos professores. Eu sei que você não ia beber água se eu tivesse comprado na máquina. - Lucas respondeu, rindo.

—Isso não está certo... - Sam murmurou.

—Eu pedi permissão. Não roubei a água, Sam. Relaxa.

—Não... Não é isso... A menina nova...

—Do que você está falando? Que menina nova?

Sam se levantou e correu até a fonte, ele tinha certeza que encontraria Miya ali.

Lucas, preocupado, corria atrás de Sam:

—Sam! Onde você está indo?

Sem dar ouvidos para Lucas, ele chegou na máquina de sucos, mas não havia ninguém ali.

—Eles deviam estar aqui... - Sam falou para si mesmo.

—Sam? - Lucas perguntou. - O que houve?

—Eu não sei, Lucas...

Lucas riu:

—Você está bem?

—Eu já estive aqui com você.

—Já. Você me deu um sermão por te comprar água engarrafada dessa máquina, aqui mesmo, semana passada.

—Não! Eu estive aqui com você, com a Lua... E a menina nova estava cercada pelos valentões do colégio vizinho. Bem ali. - Sam apontou para a fonte. - Havia um gato em um saco...

—Você teve um sonho bem doido, heim?! - Lucas continuava a rir, sem entender realmente o que Sam tentava explicar.

"Não foi um sonho...", Sam pensou, olhando em volta.

Depois de alguns minutos em silêncio, os dois garotos caminharam de volta para onde estavam sentados anteriormente.

Lucas se deitou na toalha de Sam e fechou os olhos:

—Deve ser o stress, Sam. As provas, o baile de outono, a sua ida para o Japão depois da formatura, etc etc.

Sam, ainda de pé, observava o jardim. Conseguia ouvir os risos de Carla dali.

—Eu já volto. - Sam disse para Lucas, e se virou. Precisava falar com Lua.

—Onde você vai? - Lucas perguntou, abrindo os olhos, mas Sam já estava longe.

Lua estava de pé, de braços cruzados, enquanto Carla se contorcia de tanto rir no banco onde estava sentada.

—É sério! - Lua disse, franzindo o cenho. - Estou te falando!

—Lua, eu sou acostumada com as suas paranóias. Mas você está se superando. - Carla ria alto. - Você cochilou no meu ombro por cinco minutos, e teve o sonho mais maluco que já me contou.

—Não foi um sonho! Eu estive mesmo num universo paralelo onde as pessoas se transformavam em gatos!

Carla ria tanto, que Lua já estava ficando brava.

—Lua! - Sam a chamou, se aproximando.

—Viu?! - Lua disse para Carla. - Eu falei que Sam ia aparecer e me chamar!

—Foi só um déjà vu, Lua. - Carla deu de ombros, segurando a risada.

—Pega esse déjà vu e enfia no seu...

—Lua! - Sam a chamou mais uma vez, agora bem perto da colega. - Preciso falar com você.

—Os garotos do Falcon, certo? Vamos lá! Dessa vez, terão uma passagem só de ida pro hospital! - Lua disse, arregaçando as mangas do uniforme.

—Não é isso. - Sam cochichou. - Será que podemos conversar a sós?

Lua, olhou confusa para Sam e balançou a cabeça, afirmativamente.

—Desde quando vocês são amiguinhos? - Carla perguntou.

—Eu já volto, Carla. - Lua falou para a amiga, e seguiu Sam para dentro do colégio.

Os dois entraram em uma sala de aula vazia e fecharam a porta.

Lua se sentou em uma das carteiras, e Sam se aproximou da janela.

—E então, o que aconteceu depois que abri aquela porta? - Lua perguntou.

—Lembro do clarão. - Sam respondeu. - Depois ficou tudo escuro, e eu acordei no jardim.

—Comigo também foi assim.

—Eu pensei que íamos de encontro com "A Coisa" que mora na floresta, mas...

—A Coisa?! - Lua riu alto.

—É. A Coisa. A gente não sabe se é uma fera, um monstro, um bicho. Então, é A Coisa.

Lua, segurando o riso, perguntou:

—E afinal, o que está acontecendo? Como nós voltamos pra cá?

—Creio que A Coisa da floresta de Litari não nos queria ali. - Sam respondeu, pensativo.

—E invés de lutar conosco, ele nos enviou de volta... Abrindo outra fenda entre os reinos.

—Foi o que pensei. Mas tem algo estranho: A Miya sumiu.

—Talvez A Coisa tenha comido ela. - Lua riu.

—Ela não foi transferida para esse colégio?

—Carla não sabia de quem eu estava falando quando mencionei o nome dela.

—Nem o Lucas...

Os dois ficaram em silêncio. Sam começou a andar de um lado para o outro.

—Se ela não voltou para cá conosco... Para onde ela foi? - Sam perguntou, respirando fundo.

—Nossa, que menina que dá trabalho. - Lua virou os olhos, rindo.

—Eu sinto que precisamos encontrá-la... Mas eu não tenho e-mail ou número de telefone.

—Eu também não... Ela ficou se exibindo na aula de artes, dizendo que tem pinturas expostas num museu em Tóquio. Talvez possamos começar a procurar daí.

Os dois saíram e seguiram pelo corredor, em direção à sala de informática.

—Ela comentou mais alguma coisa? Talvez o nome do museu? - Sam perguntou.

—Acho que não. Eu não estava prestando atenção. - Lua respondeu.

—Por que tanta antipatia? O que ela fez?

—Nasceu errada aquela menina. - Lua falou, rindo novamente.

Os dois chegaram na sala de informática, que também estava vazia, em poucos minutos.

Lua se sentou em frente a um dos computadores, Sam permaneceu de pé atrás dela.

—Você não vai se sentar? - Lua perguntou, ligando o computador.

—Não estou com meus lenços umedecidos. - Sam respondeu.

—Na floresta você pegou duas pedras do chão, atiçou fogo em uma tocha e segurou ela, que estava bem suja, e você nem reclamou.

O rosto de Sam ficou vermelho, ele pegou o álcool do bolso e limpou as mãos várias vezes.

Lua riu:

—Nesse universo suas mãos estão brilhando, Sam. Quieta o facho.


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Notas finais do capítulo

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