Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 11
Boa Noite


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763805/chapter/11

Após os banhos quentes que foram preparados para cada um, os três se encontraram no quarto de Lua.

—Do que a Rainha estava falando, Miya? O que há nesse livro? - Lua perguntou.

—É a história de Litari. - Miya respondeu, passando a mão pela capa de veludo.

—E o que você descobriu até agora?

—Anos atrás, alguns viajantes encontraram essas terras e resolveram criar moradia. Construíram casas pequenas, fizeram uma horta. Pescavam onde hoje há o porto, caçavam pequenos animais e aves no bosque. Formaram famílias, crianças nasceram. A população cresceu e precisavam de um líder. Coroaram o primeiro Rei e Rainha, e nomearam o pequeno reino de Litari, em homenagem a primeira princesa da família real. Porém ninguém sabia que essas terras tinham dono. Uma voz furiosa ecoou pelo reino, dizendo que mataria todos se não fossem embora. O Rei tentou um acordo com a fera que morava na floresta: pagaria pelas terras. Mas a fera não queria ouro ou prata, não queria pão ou vinho. A fera queria três habitantes e três habitantes adentraram a floresta e nunca mais voltaram.

—E esse pagamento continua até hoje? - Sam perguntou.

—Sim. Todos os anos. Até que três guerreiros vindos de longe aceitem o convite à Litari. Os três guerreiros chegarão ao reino e, independente de onde eles estejam, as flechas os encontrarão.

—Exatamente o que aconteceu essa noite. - Lua murmurou.

—Sim... - Miya continuou. - E os três guerreiros devem ir à floresta ao leste, e seguir em frente pela trilha de pedras.

—E depois? - Sam perguntou.

—Encarar o monstro que vive ali.

—Só isso? - Lua estava pasma. - Só isso que havia no livro? Nada sobre como matar o monstro? Ou sobre como vamos fazer para voltarmos vivos para a nossa dimensão?

Miya abaixou a cabeça:

—Eu ainda não li tudo... Passarei a noite em claro para terminar de ler as páginas que faltam.

Sam foi até a porta e, segurando a maçaneta, disse:

—É melhor dormirmos. Boa noite, meninas.

E saiu.

Miya também deu boa noite a Lua, e deixou o quarto.

Lua deu uma volta pelo aposento, nervosa, e depois se jogou na cama macia. Ela fechou os olhos por breves segundos, até que escutou uns arranhões na porta.

Ela se levantou rapidamente e, segurando uma vela, foi até a porta. Ao abri-la, viu um pequeno papel dobrado no chão.

Ela pegou o bilhete e olhou em volta. Pôde ver na escuridão do corredor uma cauda tortinha e contorcida.

—Boa noite. - Lua sorriu e fechou a porta, voltando para a cama.

Abriu o papel sob a luz da vela e leu:

—Serei eternamente grato. Volte em segurança. Symba.

 

• • •

 

Sam estava sentado em sua cama quando o sol nasceu. Ele segurava seu caderno de composições, que sempre carregava consigo, e relia a mensagem que escreveu na noite anterior.

Ele não tinha certeza do que iria acontecer nas próximas horas, mas tinha certeza sobre seus sentimentos e queria que Lucas soubesse disso.

Houve uma batida na porta, e Shanya avisou Sam que o café da manhã estava pronto.

Ele terminou de vestir as roupas típicas de pano de Litari, uma calça verde escura e uma camisa de botões, e desceu para encontrar Lua e Miya, que já estavam sentadas à mesa.

Lua estava usando uma calça azul escura, uma camisa branca de manga comprida e botas.

Miya havia feito uma trança comprida nos cabelos, e vestia uma calça preta, uma camisa igual a de Lua e botas.

—Bom dia. - Miya disse ao ver Sam.

—Bom dia. - ele respondeu, vendo as olheiras no rosto da colega. - Não conseguiu dormir?

—Fiquei lendo.

E ficaram em silêncio, nem tocaram na comida.

Purga e Symba chegaram depois de um tempo, avisando que os cavalos estavam prontos.

Os três se levantaram e vestiram mantos com o brasão de Litari nas costas. Foram até os estábulos do palácio e arrumaram suas coisas.

Symba estava explicando a Lua e Miya o caminho até a floresta, enquanto Purga mostrava a espada e as três flechas que guardou entre os pertences de Sam.

—Purga, gostaria de te pedir um favor. - Sam falou.

—Claro, qualquer coisa. - Purga respondeu.

Sam lhe entregou seu caderno, com as mãos trêmulas:

—Entregue isto ao Lucas, se eu não voltar.

Purga segurou o caderno com força e disse:

—Não precisarei entregar, porque vocês vão voltar.

—Por favor, Purga. Prometa que se eu não voltar, você irá até o reino de onde vim, e vai entregar isto a ele.

Os olhos de Sam estavam marejados.

Purga balançou a cabeça afirmativamente e abraçou Sam:

—Eu prometo.

Sam retribuiu o abraço, e subiu em seu cavalo. As meninas também já estavam prontas.

Miya carregava um arco e flechas nas costas, sua bolsa com mantimentos, e um punhal em sua bota direita.

Lua também estava com um arco e flechas, sua bolsa, e uma espada na cintura.

Os três se despediram de Purga e Symba, e foram em direção aos portões.

Eles deram uma última olhada para o palácio, e puderam ver a Rainha acenando da janela de seu quarto.

Acenaram de volta e partiram. Passaram pela ponte e seguiram ao leste. A floresta ficava a meia hora dali.

—Quem diria? - Lua sorriu para Sam.

—Quem diria o quê? - Sam perguntou.

—Que você era capaz de abraçar.

O rosto de Sam ficou vermelho, ele arregalou os olhos e colocou a mão dentro do bolso da calça, assustado.

—Precisamos voltar! - ele exclamou.

—Por quê? - Miya perguntou, preocupada.

—Eu esqueci meu álcool.

As meninas riram.

—Do que estão rindo? - Sam perguntou, franzindo a testa e parando seu cavalo. - Precisamos voltar.

Lua ergueu a mão e mostrou o frasquinho de álcool entre seus dedos:

—Você estava tão avoado que esqueceu na mesa do café da manhã.

Sam se apressou, foi até Lua e pegou o frasquinho de suas mãos:

—Obrigado!

—Que evolução! - Lua ria. - Aprendeu a abraçar e agora a agradecer.

—E quando será que você vai aprender a parar de implicar comigo?

—Eu implicando com você? Você é que implica comigo. Implicante!

—Implicante.

—Você que é implicante!

—Estou do seu lado, não precisa gritar. Implicante!

—Você deveria estar no lugar do cavalo, isso sim!

Miya olhou para os colegas e riu, grata por não estarem assustados e nervosos como ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou do capítulo?
Deixe um comentário com a sua opinião ♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.