What Lies Within escrita por Nightshade


Capítulo 2
Expresso de Hogwarts




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Quando cheguei em Hogwarts pela primeira vez, não pude evitar me surpreender, apesar de já te visto algumas fotos que ficavam em exposição no escritório de meu pai. Era um lugar incrível, e eu passei a compreender porque meus pais falavam de lá com tanta saudade e tanto carinho. Quando chegou em minha vez de ser selecionada, e o Chapéu Seletor foi posto em minha cabeça, afundando até meus olhos, ele disse claramente para quais casas eu poderia ir. Segundo ele, eu tinha a lealdade muito grande e era paciente, poderia ir para Lufa-Lufa e lá estaria confortável. Possuía grande astúcia, e também certa cede de poder, o que faria a Sonserina ter a necessidade de me moldar. Mas, não pertenceria àquele lugar, já que não estava disposta a "usar quaisquer meios para atingir o fim que quero". Sobrou a Corvinal, e lá, dissera o Chapéu, era meu verdadeiro lugar. Eu era inteligente, mas sabia diferenciar a inteligência de sabedoria; também era criativa e - embora eu tente muito negar - era excêntrica.

Não sei muito bem porque estava pensando sobre isso, mas talvez fosse pelo fato de ter estado em um compartimento junto com os monitores das outras três Casas por mais de quarenta minutos. Geralmente, Corvinais tendiam a serem mais reservados; mas, hey, minha melhor amiga era da Sonserina. Ainda assim, não costumava ter tanto contato com o pessoal de outras Casas.

Quando a reunião da monitoria terminou, esperei que os novos monitores do quinto ano saíssem primeiro - juntamente com Anastácia, que não suportava essas reuniões. Tom Riddle, o garoto de ouro de Hogwarts, também havia ficado para trás, e com um sorriso charmoso sinalizou que eu poderia sair em sua frente.

— As damas primeiro. - disse.

— Obrigada. - retribuí seu sorriso.

Algumas vezes, não consigo compreender a razão de Anastácia não gostar de Tom. Claro, ele era uma bajulador de professores, bom em tudo o que fazia e perfeito demais para ser verdadeiro o que fazia com que nós nos sentíssemos meros mortais perante uma divindade. Mas, por outro lado, ele aparentava ser um garoto gentil, educado, inteligente e extremamente bonito. Em especial seus olhos. Sempre gostei muito de azul, e me lembro que em meu primeiro ano, quando dividíamos a mesma mesa em Transfiguração, mal conseguia parar de encarar os olhos cor de safiras. Quando cheguei ao compartimento que dividia com Anastácia, falei para ela tudo o que pensei.

Sua resposta foi:

— Você pode ir parando por aí, Cromwell. De cegos, Hogwarts já está cheia, até mesmo os professores entram na contagem. Não preciso de uma amiga lambendo o chão que Riddle passa também não. - seu rosto delicado se tornou uma carranca rancorosa - A última coisa que eu quero é que você se junte ao Clube das Desesperadas de Hogwarts, cuja a ocupação é correr atrás daquela víbora venenosa.

Víbora venenosa era um dos vários apelidos que Ana usava para se referir ao sonserino. Esse, inclusive, era um dos menos ofensivos.

— Não se preocupe, eu não tenho nenhuma paixonite louca pelo Riddle. - me defendi - Só queria saber por que você o detesta tanto...

— Primeiro, porque tenho inveja dele. - ela respondeu, sem ao menos pensar - Segundo, porque tudo nele exala falsidade, se você estivesse na Sonserina, iria entender. E terceiro, porque ele é perfeito demais.

— Só por causa disso?

— Devo ter mais motivos, mas deixei a lista em casa, então não tenho como citar corretamente. - disse pensativa.

Anastácia Van Der Waals era a única pessoa que eu conhecia que literalmente tinha um caderno do rancor.

— E Arthur? - ela voltou a falar - Ele decidiu explorar o Expresso sozinho ao invés de ficar com a gente?

— Sim. - respondi - Ele demonstrou uma coragem digna da Grifinória quando me falou que queria conhecer os outros primeiranistas sozinho. Me pergunto para que Casa ele irá...

— Ele vai para a Sonserina. - Ana falou com tanta convicção que eu quase acreditei.

— Você não tem como saber. - retruquei - Somente o Chapéu sabe.

— Ora, Rory, parece até que você não conhece seu próprio irmão! - ela prendeu o cabelo com um elástico enquanto procurava algo em sua bolsa - Lufa-Lufa ele não vai, Art não é paciente. Corvinal está fora de questão; ele parece inteligente, mas não é como você, no fundo ele não valoriza isso. Grifinória talvez seja uma possibilidade. Mas a Sonserina... ele é perfeito para a Sonserina. Astucioso, com uma enorme vontade de se provar digno...

Não a respondi, mordendo a língua atrás dos dentes. No fundo, sabia que ela estava certa.

— Não significa grande coisa. - murmurei, por fim.

— Aham. - Ana nem se dignou a me encarar - Durante a seleção mais tarde, você saberá que estou certa. Serei a primeira a dar as boas vindas à Arthur.

— Ele disse que queria ir para a Corvinal. - revelei.

— Querer não é poder, Rory, ele vai para Sonserina. - ela retrucou.

— Você está estranhamente mordaz hoje, Van Der Waals. - falei, franzindo o cenho - Mais do que o comum. O que aconteceu?

— Acabei de passar cinquenta minutos no mesmo ambiente que aquela serpente de olhos azuis. - respondeu - Preciso de um tempo para espairecer.

Não consegui me conter, e ri. Era bom estar de volta a Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

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