Barriga de Aluguel escrita por Thatty


Capítulo 7
Capitulo 7 - Coisas inesperadas acontecem


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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 -Bel eu acho que isso ta indo longe demais – Jonathan resmungou enquanto dirigia. Ele estava me levando pra faculdade hoje, era meu ultimo dia de prova e acabou a gasolina do meu carro. – Você esta me trocando por ele! – disse enciumado.

—Você é meu irmão Jonathan! – eu disse irritada com esse ciúme idiota dele. – Eu só disse que ele esta demorando demais pra voltar...

—Você esta reclamando desde o dia que ele foi viajar. Fazem apenas 4 dias.

—É. E também faltam mais 4 dias pra ele voltar – eu resmunguei olhando pela janela.

 Jonathan parou no farol e ficou me encarando. Ele não parava de bufar.

—Eu estou começando a ficar realmente preocupado com você se apegando demais aquele cara...

—Jona...

—Fica quieta e escuta eu falar – ele disse irritado. – O Ethan é um cara legal, mas não se esqueça nunca de que ele só te procurou porque ele quer um filho, é só isso que ele quer. - ele disse apontando o dedo na minha cara como um pai descontrolado - Quando a pessoa tem muito dinheiro ela acha que pode ter tudo. Ele é arrogante e prepotente. E você mocinha... Já tem problemas demais pra se envolver com alguém como ele. Izobel ele não quer nada de você além de um filho, não se esqueça disso.

 Com isso eu me calei. Jonathan estava enganado, primeiro porque eu não estava me envolvendo com o Ethan, nos estávamos apenas convivendo muito e agora que ele se foi, eu acabei sentindo a sua falta, isso era apenas uma consequência da nossa rotina.

 Ele dormia na minha casa, quando ele não ia lá, eu ia ate a casa dele,  nos íamos juntos a orfanatos e lares de crianças perdidas, a clinicas de inseminação artificial e depois acabávamos em um shopping, no cinema assistindo um filme qualquer ou parávamos em um bar pra beber e reclamar de nossas vidas. E isso acontecia quase todos os dias. Desde que ele entrou na minha vida e ele se fez muito presente nela.

Eu só estava sentindo falta disso. E saber que ainda faltam mais quatro dias pra ele voltar me dava um nó na garganta. Eu estava assustada com tudo isso porque eu não esperava essa nossa aproximação. Ele me ligava todos os dias desde que foi pro Canada.

Hoje ele não me ligou ainda, e eu não paro de olhar o celular toda hora, agoniada.

Isso esta muito estranho eu sei. Mas Jonathan esta certo em partes.

 —Quer que eu te busque depois da prova? – ele perguntou estacionando na frente da faculdade.

—Não precisa, vou sair com o pessoal da faculdade pra beber. Hoje depois da prova estou livre.

—Por isso esta vestida assim? – ele perguntou sorrindo e eu sorri de volta. Estava com meu uniforme de piranha, não nego que amo uma roupa curta e vulgar. Eu queria comemorar minhas ferias com grande estilo. Peguei minha bolsa e quando estava saindo do carro Jonathan me puxou pelo braço e segurou minha mão. – Hey.

—O que? Não posso me atrasar.

—Sabe que eu só falei aquilo porque te amo e quero seu bem, não sabe?  - ele disse olhando no fundo dos meus olhos - Eu só estou preocupado  com você e jamais ia querer magoa-la, ou ver alguém te magoando outra vez. Você já sofreu com vários tipos de caras e eu sempre estive ao seu lado e sempre estarei. Mas acho que esta na hora de você ter algo sério, com alguém serio. Ou ficar sozinha por um tempo, sei lá. Entende onde eu quero chegar? - ele disse cauteloso e eu percebi que ele estava tomando cuidado com as palavras - Nada de problemas Izobel, você é a única que pode impedir as coisas ruins que acontecem com você a partir das suas escolhas. Eu te amo, não quero vê-la sofrer.

—Eu sei – disse engolindo em seco e o abraçando – Eu amo você também. Mas eu preciso ir agora.

 Eu odiava esse tipo de assunto, principalmente porque ele tinha razão.

—Tudo bem, vai lá e arrasa nessa prova!

[...]

Eu sai do carro do Jona um pouco pensativa, mas eu não podia me deixar levar por isso agora e nem pensar na nossa conversa. Era a minha ultima prova desse semestre e a mais difícil, eu precisava de concentração.

—Desliguem os celulares agora – pediu a professora.

 Eu peguei o meu celular e encarei a tela. Nenhuma ligação e nenhuma mensagem do maldito. Deixei um suspiro decepcionado escapar e deliguei meu celular.

Jonathan tem razão. Eu atraio problemas, tenho que aprender a me livrar deles e agir como a adulta que sou.

 Desliguei minha mente disso e puis o celular na bolsa. Quando a professora, pois a prova na minha mesa eu respirei fundo umas três vezes pra não entrar em pânico e depois desliguei minha mente de tudo que me distraia.

[...]

Meu Deus! Olha, eu já vi o diabo possuir pessoas, mas nunca uma folha de papel. Aquela prova estava um inferno. Eu levei 2 horas pra termina-la e sai de lá foragida.

 Realmente a única coisa que eu preciso agora é beber. Beber ate passar mal. Minhas férias finalmente chegaram. 

—Vamos Bel! – uma garota da minha sala saiu me arrastando pra fora da faculdade.

 O pessoal estava animado no campus. Era nosso ultimo ano aqui e agora faltavam apenas 6 meses pra nos formarmos. Eu não acreditava que eu estava tão perto daquilo que eu sempre quis.

 Então hoje eu aproveitaria como nunca, porque em breve essas pessoas não iriam ser mais minhas colegas de faculdade, e nem veteranos em jornalismo. Seremos formandos, cada um seguindo seu caminho.

Eram dez horas da noite quando entrei no Barfest. Esse lugar era o meu preferido daqui de Boston e da maioria da faculdade inteira.

—Vamos brindar com o que? – uma colega minha, chamada Hanna me perguntou. Ela era uma das poucas amigas que eu tinha na faculdade. 

—Margarita, só pra começar – eu disse.

 Sentamos à mesa do bar e o garçom trouxe uma rodada pra nos e pras outras pessoas da nossa sala que estavam com a gente.

Essa noite foi um borrão na minha mente porque eu realmente me deixei levar. A margarita foi a primeira, depois eu parti pras doses de tequila com limão. Não sei quantas doses eu bebi. Não satisfeita eu tomei também, vodca e muito Martini.

 Eu olhava pro teto e via ele rodar e rodar. Eu conversava com Hanna e ria, e nem me lembrava do que. Eu não sabia se ela estava tão bêbada quanto eu, mas só notei quando eu levantei pela primeira vez.

—Eu não quero passar a noite toda aqui sentada – ele disse elétrica. – Vem Bel, vamos dançar. Vamos!

 Ele agarrou meu braço e me puxou pro outro lado do lugar onde tocava musica alta. Aquelas luzes coloridas e piscantes me deixaram mais tonta do que eu já estava. Mas mesmo assim eu me joguei lá com ela e dancei como uma louca. Eu estava muito tonta, eu olhava pra baixo e tudo rodava.

Muitos caras deram em cima de mim, mas eu fingi nem ver. Não queria ficar com ninguém, só queria curtir e dançar, eu acho que merecia depois de ter ficado trancada em casa estudando durante um mês inteiro, sem ver a luz do dia. Tocou todas as minhas musicas preferidas e eu dançava como se não houvesse amanha.

O ruim é que o amanha iria chegar e eu sentia que meu pé ia doer demais.Depois de muito tempo em pé dançando eu já não estava aguentando mais de tão tonta.

—Hanna eu vou me sentar um pouco – eu avisei a ela.

Eu nem sei se ela me ouviu, mas eu queria sair daquela bagunça. Meu estomago estava embrulhando e minha cabeça doendo.

 Fui caminhando devagar de volta para o bar pra poder sentar e fazer a bêbada chorona, mas uma imagem me deixou estática.

 De frente pra mim encostado numa parede de braços cruzados e com um olhar nem um pouco amigável, estava o Ethan. Ele me mediu de cima a baixo e eu não imagino desde que horas ele estava ali.

Eu só posso estar muito bêbada ou to vendo coisas. Será que alguém, pois droga na minha bebida?

 Era ele. Eu tinha certeza que era, aquela cara de bravo eu reconheceria em qualquer lugar.

—Cuidado princesa – disse um cara. Eu cambaleei e ele me segurou pela cintura. Eu olhei pra ele totalmente zonza e nem a cara do sujeito eu estava vendo direito. – Ta sozinha?

—Não, ela esta comigo! – Ethan apareceu do nada e me puxou com tanta força pelo braço que eu quase cai em cima dele. –Agora sai!

O cara ficou olhando pra ele e depois saiu sem dizer nada. Ethan me arrastou até as cadeiras e eu sentei em uma delas totalmente confusa. Agora longe da musica e daquelas luzes eu podia ver ele melhor.

 Ele estava de terno e sua cara não estava muito boa. Parecia que ele queria matar alguém e infelizmente acho que esse alguém era eu.

—O que... Ta fazendo, aqui? – perguntei baixo com a voz enrolada.

—Eu? Porra Bel – ele deu um murro na mesa e eu me encolhi assustada – O que, que você esta fazendo aqui? Nesse lugar, bêbada desse jeito, com essa roupa curta...

—Era pra você estar no Canada... Você me disse...

—Eu sei, voltei antes. E te encontro aqui, nessa porra de bar bêbada desse jeito e com essa roupa, dançando e sensualizando pra outros caras. – ele bufou balançando a cabeça. – Eu não deveria ter voltado.

—Voltou porque então?

—Por causa de você! – ele gritou e eu engoli em seco.

 Ele estava gritando comigo na frente de todo mundo? Me subiu um ódio de repente que não sei da onde que veio.

—Filho da puta - eu sussurrei entre dentes - Porque não me ligou hoje?! – eu saltei da minha cadeira e avancei em cima dele distribuindo tapas e socos. 

—Ai meu Deus, você ta muito bêbada! – ele segurou meus braços e me chacoalhou. – Já deu, vou te levar pra casa.

—Não, eu não quero ir embora. Eu vou ficar aqui. – me virei de volta para o bar, e fui capengando pro moço que estava atendendo  – Eu quero mais um Martini, por favor!

— Você quer é sossegar, é isso que você quer – Ethan disse estressado – Vamos embora agora! Olha a atenção que você esta chamando.

—Não era eu que estava gritando 5 minutos atras! - disse gritando com ele -Também não to nem ai. Não vou embora com você!

Eu peguei minha bolsa e sai correndo. Quer dizer do jeito que eu pude, esbarrando nas pessoas e gritando com algumas pra sair da minha frente. Eu não queria ir embora com ele, estava com raiva e nem sabia o porquê. Sai andando no meio da rua naquele frio desgraçado quando de repente senti alguém me levantar do chão.

—Ah não, me põe no chão! – gritei.

Ele me jogou por cima do seu ombro e estava caminhando comigo tranquilamente ate seu carro. Eu protestei, gritei, disse pras pessoas na rua que ele estava me sequestrando, mas ninguém veio me socorrer.

Ele abriu a porta e me jogou lá dentro do seu carro sem delicadeza alguma. Como se eu fosse uma fruta podre, e do jeito que eu cai eu fiquei, sem forças alguma pra levantar.

—Eu odeio você! – sussurrei quando ele sentou do meu lado e começou a dirigir.

—Você esta bêbada cala a boca. – disse sem paciência nenhuma.

 Eu sentia tanta raiva dele, mas tanta, que eu tinha uns pensamentos muito louco passando pela minha cabeça, principalmente o de enfiar a cara dele no cinzeiro do carro.

 Ele estava fazendo o caminho pra minha casa e eu estava emburrada e ele com a cara fechada. Não conversamos durante o caminho, mas no meio do processo meu estomago começou embrulhar e a bebida a querer sair.

—Para o carro – disse sem força até de falar.

—Já estamos chegando – disse ele.

—Se você não quer que eu vomite no seu carro, para agora! – ele entendeu o recado e parou na rodovia.

Eu sai do carro descalça e capengando, minha pressão tinha caído junto com a minha dignidade. Apoiei-me no parapeito da rodovia e vomitei quase toda bebida que eu tinha consumido hoje. Eu sentei no parapeito da estrada e senti minha sobriedade voltar aos poucos. Eu tremia tanto de frio e de pressão baixa e ainda queria vomitar mais. Meu estomago estava um bagulho.

—Esta tudo bem? – Ethan veio correndo até mim. Olhou pra minha cara, pois a mão na minha testa e eu suava frio. Eu tombei minha cabeça no seu peito e fechei meus olhos sentindo a brisa do vento passar meu enjoo. Ele me abraçou, por incrível que pareça, e ainda sussurrou no meu ouvido – Me deixa cuidar de você?

Eu não consegui responder, só assenti com a cabeça, ele me pegou no colo de novo e me colocou dentro do carro. Voltou a dirigir mais rápido ainda e em poucos minutos estacionou o carro na garagem do meu prédio.

Levou-me no colo até o apartamento e quando chegamos lá, ele me jogou dentro do banheiro.

—Não Ethan,não – ele ligou o chuveiro comigo de roupa e tudo. – Ai cacete, esta frio!

—Para de gritar.

—Eu não quero tomar banho – a água estava gelada demais e eu acabei lutando com ele, até ele se jogar dentro do Box junto comigo se molhando também. Ele me segurou em baixo do chuveiro e depois de alguns minutos eu fui vencida pelo cansaço, eu só queria descer pelo ralo junto com a água. Ele me abraçou em baixo do chuveiro até eu parar de gritar e bater nele. No fim das contas ele tomou um banho gelado junto comigo.

Eu fiquei olhando pra ele, minha raiva estava passando, minha ficha estava caindo de que ele estava mesmo aqui e eu não sabia lidar com aquela situação.

[...]

Depois de tomar banho gelado e uma xícara de café forte, eu consegui me vestir com uma camisola e estava deitada na minha cama com o cabelo todo molhado e a cabeça doendo. Ethan estava deitado do meu lado, vestindo só uma calça e evitava olhar pra mim. Ele estava puto comigo.

—Era pra você estar no canada – sussurrei.

—Era... – ele disse pondo os braços atrás da cabeça e encarando o teto.

 Eu queria parar de falar e ir dormir, mas minha consciência estava pesada.

—Voltou por minha causa por quê?

 Eu achei que ele não fosse responder, com a raiva que ele estava. Mas ai ele tombou a cabeça pro meu lado e olhou pra mim.

—Senti sua falta – resmungou baixo e eu me senti péssima.

—Também senti.

 Ele devia estar com ódio de mim, mas eu não queria saber, ele estava aqui agora e era isso que importava. Eu deitei no seu peito e ele não falou nada, só lembro-me dele resmungar umas coisas que eu não entendi por que cai num sono profundo.

Essa com certeza foi uma noite muito inesperada. Mas eu gosto das coisas inesperadas. Pelo menos a maioria delas.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Gente mil perdões pela demora. Essa semana parece que tudo resolveu dar errado pra mim, ai eu tive vários pepinos pra resolver. Mas espero que tenham gostado do capitulo.

E gente mais uma vez dizendo, eu não mordo, então fantasminhas se manifestem. Vejo muita gente acompanhando e varias visualizações nos caps mas quase ninguém comenta. O comentário de vcs é importante pois só assim eu vou saber da opinião de vcs sobre os capítulos ou sobre a fanfic em geral. Enfim, Comentem, favoritem, recomendem a historia. Motivem a autora de vcs.

A gente se vê no próximo capitulo.

Bjs da Thatty



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