Barriga de Aluguel escrita por Thatty


Capítulo 5
Capitulo 5 - Dama de preto


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763493/chapter/5

 

Pov. Izobel

Eu acordei tendo leves flashbacks da noite passada. Eu nem ao menos me lembrava de como tinha chegado em casa. Eu estava deitada na cama vergonhosamente vestida do mesmo jeito que fui pra festa. Nem minha maquiagem eu tirei.

 O despertador gritou no meu ouvido e eu dei um pulo quando vi que estava atrasada com meu compromisso com Jonathan. Hoje iria ajuda-lo a escolher o terno para o casamento.

 Tinha que pelo menos fingir ser uma boa madrinha não é.

[...]

 O dia estava um calor infernal, era domingo e eu só queria estar curando minha ressaca em casa. Mas não, estava em lojas de roupas pra noivas e noivos e tendo que ouvir Jona reclamar toda vez que a costureira o espetava com a agulha. Ele estava experimentando o ultimo terno do dia. E eu estava sentada com um copão de café e um óculos escuro pra disfarçar meu sono,  minha dor de cabeça e principalmente meu mal humor.

—O que achou desse? – perguntou pra mim se olhando no espelho.

—É esse! Com certeza! – eu aprovei – Só precisa arrumar o comprimento, mas de resto você esta maravilhoso.

—O comprimento eu darei um jeito até o dia do casamento – a costureira gordinha disse. – Ótimo, escolhemos o terno, tragam o champanhe – ela saiu gritando.

Jona caminhou até mim com o terno ainda e se sentou do meu lado.

—Então vocês transaram mesmo? Não achei que você fosse engravidar do modo tradicional, pensei que ia ser inseminação...

 Eu bufei com a piadinha.

—Foi um acidente.

—Ninguém cai num pinto por acidente Izobel Cordellia.

—Para com isso – disse o repreendendo por me chamar pelo meu segundo nome. Eu detestava e ele sabia. – E eu não vou engravidar dele. Eu me cuido.

 E me cuidava mesmo, tomava anticoncepcional e ficava de olho na minha tabela de período fértil. Ter um bebe não estava nos planos.

—Aham – disse não convencido.

—É serio foi só um deslize. Não tenho culpa se ele é o meu tipo. Ele é sim um idiota e maluco, mas é totalmente o meu tipo. Eu não resisti, acontece. – dei de ombros.

—Ah Deus, não sei o que faço com você Bel – ele disse me olhando preocupado, mas deu um sorriso carinhoso – Você só se mete em problemas.

—Não, não. Você me mete em problemas... Depois eu me afundo neles. – disse suspirando.

 Até porque foi graças ao e-mail que ele recebeu que eu estou nessa roubada.

 A costureira gordinha voltou com a atendente da loja. Elas seguravam taças e um champanhe, meu estomago embrulhou na hora só de ver.

—Posso brindar com água? – perguntei e Jona me fuzilou com os olhos.

—Não, você vai brindar com champanhe, não quero saber se você esta com ressaca. Quero comemorar direito, vou me casar só uma vez.

—Eu não contaria com isso...

—Para de gorar meu casamento garota! – ele disse tacando uma almofada em mim.

 A moça distribui as taças e brindamos de um jeito bem brega quando ela soltou aqueles foguetinhos com confete. Eu estava melancólica, pois sentia a cada minuto que estava perdendo Jona para aquela mocreia da Amanda que não valia uma coxinha com cabelo. Ele merecia mais do que isso. Mas ao mesmo tempo estava feliz por vê-lo feliz. Eu faria qualquer coisa por ele, Jonathan era minha única família e a única pessoa que eu poderia dizer que amava de verdade.

 Eu me sentei de novo e fiquei esperando Jona trocar de roupa quando meu celular apitou com uma mensagem do maldito do Fray. Eu nem queria abrir pra ler, mas meu estomago embrulhou de curiosidade.

Me desculpe por ontem, não era pra ter acontecido. Vamos conversar sobre o que aconteceu, hoje a noite.”

Eu revirei os olhos ao ler aquela mensagem e quando vi já estava respondendo.

Não tenho o que conversar. Você já me mostrou o que queria e eu não mudei de opinião. Vamos fingir que nada aconteceu”.

 Eu respirei fundo balançando o pé de nervoso e em segundos a resposta veio.

Mas aconteceu e eu quero me desculpar. Não era pras coisas terem rolado daquele jeito...”.

 Eu estava com os dedos dançando na frente do celular sem saber o que dizer quando Jona voltou.

—Esta pronta? – disse ele já usando suas roupas normais – Precisamos ver as alianças agora.

 Com isso deixei de responder o Ethan.

Eu amava o Jonathan, mas odiava esse negocio de ser madrinha. Era um saco, escolher terno, escolher aliança, opinar na decoração, ter que escolher meu próprio vestido de madrinha. Coisa que eu não iria fazer agora.

 Eu passei o dia todo dispersa, não tinha um minuto se quer que eu não lembrava da droga da noite que eu tive ontem. Da festa, daquela garota saindo arrastada pelos seguranças, do Francis, do meu momento intimo com o Fray. Minha cabeça estava uma bagunça que eu não conseguia organizar. Mas realmente aquela mulher me incomodou, porque ela tinha tanto poder sobre ele? Uma hora ele estava ótimo e depois de ver e conversar com ela estava bêbado e arrasado.

 Aposto que me usou pra esquecer ela, deveria ser uma ex, ou coisa do tipo.

 Depois de passar o dia com Jona ele me levou em casa. Eu estava cansada, com fome, e com dor de cabeça. Só queria minha cama.

Além deu ter pegado chuva no caminho da calçada até meu prédio, quando eu sai do elevador eu dei de cara com a ultima pessoa que queria ver agora. Ethan estava sentado na porta do meu apartamento. Meu coração errou umas batidas quando o vi ali.

 Quando ele me notou se levantou rapidamente do chão e me encarou sem graça. Era a primeira vez que eu o via sem terno. Ele estava com um jeans escuro e uma camisa preta simples. Mas mesmo assim, pra mim, ele ainda estava chamativo.

—Oi Bel – disse e eu fiquei parada o olhando surpresa. Era a primeira vez que ele me chamava pelo meu apelido. – Por favor, vamos conversar.

—Toda vez que você diz isso, algo ruim acontecesse comigo.

—Eu juro que não vou chegar perto de você – ele disse e eu não sei se fiquei feliz ou triste com aquilo. – Trouxe uma coisa.

 Então ele balançou a sacola na mão e eu senti o cheiro de comida. Droga! Ele vai me comprar com comida, ai não dá.

 Eu respirei fundo e sem dizer nada abri a porta do apartamento e ele entrou em seguida. Eu fui direto pra cozinha e ele me seguiu colocando a sacola em cima da mesa.

 Eu sem cerimonia nenhuma, abri a sacola e tinha um bolo de chocolate lá dentro e eu quis mata-lo.

—Porra, to de dieta – disse já pegando um garfo e sentando na mesa. – Eu sabia que você ia arruinar alguma coisa.

—Não quer comer me devolve – disse se sentando na minha frente.

—Sai de perto do meu bolo. – disse assassina e ele sorriu.

 Eu evitei olhar pra ele para não me perder de novo e deixar acontecer o que aconteceu ontem. Tudo bem, ele acertou. Esse era o meu bolo preferido da padaria perto de casa, e eu estava faminta depois de um dia inteiro sendo a madrinha perfeita.

—Bel...

—Nem começa – eu disse com a boca cheia de bolo o interrompendo – Vamos fingir que a noite de ontem nunca aconteceu, ok? Você estava podre de bêbado e eu não estava lá àquelas coisas também. Ambos erramos. Estamos quites nessa.

—Me desculpe por isso.

—Pelo amor de Deus, não peça desculpas por transar comigo, só piora as coisas. – disse revirando os olhos.

—Tudo bem – ele disse pensativo – Bom, vejo que você não mudou de ideia sobre a minha oferta não é?

Eu até parei de comer e olhei pra ele. Eu esperava que fosse a ultima vez que eu tivesse que explicar aquilo.

—Ethan, desculpa, mas não vai dar. Eu não sou capaz de gerar um filho e dar ele pra você e fingir que não sou mãe. Por que não importa o contrato que eu assine eu sei que vai ter um ser humano nesse mundo que vai ter 50% do meu DNA e vai ser tanto seu quanto meu. E eu não quero essa responsabilidade. Ser mãe é o maior medo da minha vida! Eu não vou saber lidar com isso, me desculpe de verdade.

 Ele suspirou decepcionado e eu achei que ele fosse surtar ou tentar me convencer como das ultimas vezes.

—Eu entendo você.

—É libertador ouvir isso. - disse voltando a comer meu bolo maravilhosamente gostoso - Mas eu entendo os seus motivos de querer um filho, e existe tantos meios pra isso Ethan. Adoção é um deles! Ou você continuar com sua ideia de achar uma louca pra gerar seu filho. Eu ajudo você, se quiser.

—Depois da sua negação eu estou desanimado – ele disse encostando a cabeça na parede gelada e fechando os olhos.

 Ele realmente parecia cansado, como quem não havia dormido direito. Ele estava com olheiras e mais pálido que o normal.

—Esta desanimado por minha causa? Ou por causa daquela garota que fez escândalo na festa ontem?

 Ele abriu os olhos imediatamente e me encarou sem expressão.

—Os dois.

—Quem é ela? – insisti de novo e ele revirou os olhos.

—Por que isso importa pra você?

—Não é porque não vou mais ser mãe do seu filho que não possamos ser amigos.

—Depois de transarmos? – ele disse erguendo as sobrancelhas - Acho difícil.

—Ninguém transou aqui, não sei do que você esta falando – disse fazendo à desentendida – Já falei pra esquecer.

 Ele riu por um minuto. E depois roubou um pouco do glace do bolo que estava caindo pelas beiradas e disse fitando o chão:

—Ela é minha irmã, só isso Bel. Não é nenhuma namorada ou perseguidora, ou qualquer coisa que sua mente maluca esta pensando.

—E porque ela vai te atrapalhar a ter um filho?

—Não vem ao caso – ele disse se levantando da mesa de repente. – Espero mesmo que esteja disposta a me ajudar, já que Catarina esta brava comigo porque eu estava transando com uma mulher no escritório enquanto dava uma festa no andar de baixo.

—Meu Deus, quem era a louca? – perguntei sínica.

—Uma doida ai – ele disse dando um sorriso torto pra mim - Uma dama de preto que chamou minha atenção.

—Dama de preto? Gostei! – disse deixando escapar um sorriso e ele riu.

—Eu preciso ir dama de preto. – ele se despediu - Vê se você se cuida – ele se inclinou sobre mim e deu um beijo na minha testa.

 Eu fiquei toda boba olhando pra ele enquanto ele mesmo saia pela porta da frente e me deixava sozinha com aquele bolo gostoso na minha frente.

 No final das contas, além do Ethan ser um cara extremamente egoísta, egocêntrico e irritavelmente chato e teimoso, eu senti vontade de ajuda-lo. Não sei como, mas eu iria dar um jeito de ajuda-lo a ter o que ele queria. O que não faltavam eram meios pra isso.

 Mas as coisas ainda não mudavam, ele e sua vida reservada eram uma incógnita pra mim. Porque a própria irmã iria impedi-lo de ter um filho? E por que ele a expulsou da festa? Fala serio, fica difícil ajudar alguém assim.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente fiquei bem chateada com a quantidade de visualizações do capitulo passado e poucas pessoas responderam as minhas perguntas. Então eu decidi que farei do jeito que achar melhor pra fic, já que vcs não colaboraram.

E fantasminhas apareçam, eu não mordo, eu juro. Vejo varias pessoas acompanhando a fic mais quase ngm comenta e me ajuda com sugestões e opiniões.
Enfim, comentem, favoritem e compartilhem que logo menos volto com o próximo capitulo.

Beijos da Thatty!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Barriga de Aluguel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.