Barriga de Aluguel escrita por Thatty


Capítulo 1
Capitulo 1 - Prologo


Notas iniciais do capítulo

O bom filho a casa torna!!
Yeah! Depois de anos sem escrever voltei ao Nyah com uma nova inspiração. Espero do fundo do coração que vcs gostem dessa nova fanfic que estou criando com tanto carinho e esforço pra vcs. Bom, aproveitem e boa leitura.



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Eu diria que ter sido criada em um orfanato me fez ser uma pessoa com uma perspectiva diferente da vida.

Eu acho minha existência uma incógnita, não sei se tenho família e nunca me interessei em saber se tenho mesmo. Sera que pareço com minha mãe ou com meu pai? Afinal será que eu tenho pais?

Com 21 anos eu não me importo mais com isso como me importava antes. Minha única ligação pessoal com alguém é meu melhor amigo Jonathan, que a propósito foi quem insistiu pra que eu me mudasse pra sua cidade e uma professora minha do ensino médio, Helen, com quem mantenho contato regularmente. Ela é uma como uma madrinha, eu acho. 

 Faz um tempo que as coisas estão dando errado pra mim, não que elas já tivessem dado certo um dia. O problema é que estou sem emprego e Jonathan vai se casar com uma loira oxigenada em pouco tempo e me abandonar nesse mundo. Mas ele está tentando me ajudar, não nego.

—Bel, recebi um e-mail com um endereço que está contratando. Eu não li muito bem os requisitos da vaga mais vou mandar para o seu e-mail. A entrevista é hoje. Nos falamos mais tarde, tenho que ir com Amanda ver o buffet do casamento. Boa sorte - dizia uma mensagem de voz que o Jonathan havia me deixado a uma hora.

Abri o meu e-mail e não li o requisito da vaga, apenas fui procurar o local no Google e me informar sobre a tal empresa. E me espantei, era uma empresa grande, uma multinacional muito conhecida e falada por Boston.

Então tratei de tomar um banho e me arrumar decentemente. Coloquei um vestido preto que me caia bem, não dizia, você é uma vagabunda, mas também não é uma santa. Era justo e ia um pouco a cima dos joelhos e tinha um decote discreto. Meus cabelos castanhos escuros ficaram soltos e caindo em cascatas pelas costas alinhadamente. Coloquei sapatos brancos e fiz uma maquiagem simples ressaltando meus olhos verdes.

Peguei um táxi e 30 minutos depois estava na empresa. Me informei com a recepcionista e ela me conduziu até o último andar. Assim que cheguei lá já me senti desconfortável com a quantidade de mulheres bonitas e arrumadas que estavam ali.

 Ótimo, mais um emprego que eu não ia conseguir.

—Sabe pra que cargo estamos nos candidatando? -Perguntei pra uma ruiva bem vulgar ao meu lado. Ela me encarou de cima a baixo incrédula e riu.

—Espera ai, você não sabe? – Perguntou pra mim e antes que pudesse me responder, uma moça a chamou e ela levantou me deixando sozinha e intrigada.

Droga! Já estava xingando Jonathan mentalmente antes mesmo de saber a roubada que ele me colocou dessa vez.

Eu devia ter lido o e-mail pra saber do que se tratava.

—Todas de pé – pediu uma senhora de cabelos grisalhos com uma caderneta na mão que parecia uma planilha. – Fiquem uma ao lado da outra e de frente para mim. Vai começar a primeira fase.

Essa tal de primeira fase não foi nada além dela ficar parada nos analisando e conversando com outro homem de terno e gravata. Ela olhava pra cada menina, cochichava alguma coisa com ele e anotava na caderneta.

Depois dela fazer o mesmo comigo me medindo da cabeça aos pés, 10 minutos depois ela voltou a falar.

—Deem um passo pra frente, você – disse pra primeira garota da fileira – Você – apontou pra uma morena ao meu lado – E você! – disse pra mim. Eu dei um passo a frente sem entender muito bem. – Vocês passaram pra próxima fase. O resto pode ir embora! – eu engoli em seco sem entender nada. O restante das meninas foram saindo da sala e só sobrou, nos três, a senhora e o outro cara estranho. – Agora vocês terão uma entrevista com o chefe, boa sorte meninas.

Meu estômago estava embrulhando de nervoso. Eu queria pegar o telefone e ligar pro Jonathan e perguntar que porra estava acontecendo. Mas tentei me manter calma e ver a onde isso daria. As duas primeira garotas foram chamadas individualmente no escritório a nossa frente.

Eu fiquei encarando aquela porta enorme e toda preta e minha mente fértil já começou a imaginar loucuras. Eu seria a próxima a ser chamada. Já imaginava um velho caquético do outro lado da porta querendo me levar pra Turquia pra me prostituir.

—Senhorita Prattes – a senhora me chamou depois que a última menina saiu – Sua vez!

Eu levantei respirando fundo e peguei minha bolsa. Ela abriu a porta pra mim e eu entrei na sala dando de cara com um escritório que devia ser do tamanho do meu apartamento.

As janelas de vidro iam do chão até o teto, tinha uma mesa enorme de madeira maciça no meio e uma outra mesa discreta no canto com uma poltrona enorme preta, vários quadros de pinturas espalhados pela sala e um lustre escuro pendurado no teto espelhado. Só depois de minutos eu vi uma figura esguia de costas pra mim encarando a janela.

Eu pigarreei chamando a atenção dele e ele se virou me notando.

Foi como um tiro olhar pra ele. Cadê o velhinho caquético que ia me prostituir?

—Desculpa a distração senhorita – ele se apressou em se aproximar e estendeu a mão pra mim. – Você é?

—Izobel Prattes – minha voz saiu fraca e trêmula. Ele me mediu de cima a baixo, como se analisasse uma escultura ou um quadro.

—Ótimo – ele sorriu me envergonhado com aqueles dentes perfeitos – Sou Ethan Fray, sente-se por favor.

Eu estava chocada com esse homem.

Ele deveria ter o que? Uns 25 anos? Pelo amor de Deus o que está acontecendo?

Ele se sentou na minha frente ajeitando a cabeleira castanha e me fitou com os olhos cor de mel e eu fiquei perdida por um instante enquanto encarava ele. Ele era todo largo e alto, pele branca e com os lábios rosados. Puta merda, ele ia ser meu chefe ou o que? Não estava entendendo nada.

— Vou fazer algumas perguntas básicas, tudo bem senhorita Prattes? – disse pegando um papel em mãos e eu só assenti com a cabeça. – Nasceu em Washington, Portland, certo?

—Isso!

—Quanto anos a senhorita tem?

—21.

—Seus pais são vivos? Quantos irmãos você tem? – eu demorei um pouco pra responder o encarando.

Qual a necessidade dessa pergunta pra se trabalhar em uma multinacional?

— Sou órfã, não conheço meus pais e também não sei se tenho irmãos.

—Maravilha – disse animado escrevendo algo no papel. – Tem alguma alergia que eu precise saber? Problemas de saúde...

Oi?

—O que?

—O que a senhorita acha sobre o aborto? – mudou de assunto ignorando minha pergunta.

—Desculpe – falei me remexendo na cadeira incomodada. - Qual a importância dessas perguntas para a entrevista?

—Ah muita, a senhorita não faz ideia.

Eu respirei fundo encarando a porta com vontade de ir embora dessa palhaçada mas algo me dizia que eu ia querer ver o final disso. Ele estava me olhando tamborilando os dedos na mesa com impaciência.

Ótimo.

—Bom, não sou á favor nem contra, acho que cada faz o que achar melhor com seu corpo ou toma as decisões que achar melhor pra si mesmo. Eu não tenho o que opinar sobre o que não me afeta diretamente.

—Você abortaria?

— Eu não sei – disse sinceramente e ele continuou me olhando. – Eu não estou entendendo a razão desse tipo de pergunta.

— Você é apegada em crianças? Acha que pode se arrepender futuramente se eu a escolher?

— Olha desculpe – falei me levantando de saco cheio – Me escolher pra que exatamente? Eu vim a essa entrevista sem saber para o que estou sendo contratada. Então pode me esclarecer isso, ou vou embora agora.

Ele arregalou os olhos levemente depois se levantou ajeitando o terno. Ele pareceu pensar um pouco nas palavras antes de as dizer.

—Estou contratando uma barriga de aluguel senhorita Prattes, não sabia? – disse sem rodeios. Meu queixo caiu levemente e eu não soube o que dizer 
— Desculpa surpreende-la assim, pensei que soubesse do que se tratava. Preciso de alguém pra gerar meu filho e sinceramente você se encaixou perfeitamente no perfil que eu preciso.

Ele continuou falando e explicando e eu só pensava... Puta merda Jonathan, olha onde você me meteu!

Eu preferia o senhor caquético que ia me levar pra Turquia pra me prostituir. Mas isso? Eu definitivamente não estava esperando pra isso. Eu peguei minha bolsa e dei meia volta abrindo a porta e indo embora. Isso era um pesadelo.

—Senhorita Prattes espere... – Ele me alcançou no elevador e tentou me puxar, mas eu me esquivei. – Não pode ir embora assim, eu preciso de você!

— Você é maluco! – disse entrando no elevador e apertando o botão – E isso tudo é uma loucura.

As portas do elevador se fecharam na cara dele e eu estava chocada demais pra ter alguma reação depois disso. Eu estava literalmente em choque.


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Notas finais do capítulo

Peguem leve comigo que estou enferrujada galera kkk espero que tenham curtido, comentem, favoritem e recomendem a historia. Conto com vcs pra isso.

Bjs da Thatty.



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