Poder e Controle II escrita por Anne


Capítulo 5
''Change''


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO:

* Nesse capítulo somos apresentados à Tracey Davis. Ela não é mencionada nos livros apesar de ser listada pelo Pottermore, masss decidi incluir ela na história. Optei por Alisha Boe para dar um rosto para Tracey, e durante o capítulo percebi que tanto Tracey quanto Jessica (personagem da Alisha em 13RW) tem o sobrenome Davis. Não tem ligação alguma com a personagem Jessica da série, foi só uma coincidência.

*Palavras azuis contém links para o dreamcast dos personagens ♥ Fiz um pro Draco apesar de ser apaixonada pelo Tom Felton, então vocês são livres para imaginarem qualquer um dos dois!



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Lately, I've been thinking
(Ultimamente, tenho pensado)
It's just someone else's job to care
(Que é dever de outra pessoa se importar)
Who am I to sympathize when no one gave a damn?
(Quem sou eu para simpatizar quando ninguém deu a mínima?)

 

Estavam reunidos na mesa da Sonserina para o café da manhã.
Draco estava absolutamente em silêncio, comendo ovos e bacon como se estivesse sozinho na mesa. Theodore Nott examinava sua folha de resultados dos N.O.Ms, Pansy estava em algum lugar da mesa da Corvinal com seu aparentemente namorado e Crabbe e Goyle comiam como dois porcos. Annelise e Zabini, por outro lado, conversavam descontraídamente sobre assuntos aleatórios. O Professor Snape veio com sua capa rodopiando nas costas com um tanto de papel nas mãos e parou diante deles.
— Vim confirmar as notas exigidas para continuarem nos cursos que se inscreveram. Senhorita Morgerstern, está autorizada a continuar qualquer matéria que quiser. Malfoy e Nott também podem continuar em todas. Zabini obteve Excede Expectativas em Poções, no entanto, o professor Slughorn aceita alunos com essa pontuação em sua classe. Reprovou em Transfiguração...
Snape distribuiu os horários dos alunos da Sonserina com um tom entediado e não se demorou muito na tarefa: logo virou as costas e saiu pelas portas do Salão Principal, com os olhos de Draco o acompanhando até sumir de vista. Annelise se despediu dos garotos e foi direto para a aula de Aritmância, que pareceu estar ainda mais complicada do que no ano interior, com cinco metros de pergaminho para a próxima aula. Obteve um tempo livre depois de duas longas aulas, e foi atrás de Krystal para saber como estava sendo seu dia, mas não a encontrou. Decidiu então ir para a Biblioteca adiantar a tarefa de Aritmância. Sentou-se numa mesa afastada, junto à janela, e espalhou pergaminhos, livros e tinteiros por toda a extensão da mesa. Começou a catalogar os gráficos enquanto ao mesmo tempo analisava as páginas dos livros que a professora Vector havia passado quando Theodore se sentou na cadeira ao lado da dela.
Annelise o olhou pelo canto dos olhos.
— Nott.
— Não seja grosseira, Morgerstern.
Ela baixou a pena e o olhou.
— Eu só disse seu nome.
— Por isso foi grosseira. Está na defensiva, olhe seu rosto! E eu nem abri a boca direito! — Retrucou ele, com um sorriso.
— Pois abra.
Theodore revirou os olhos.
— Queria saber se você pode me tutorar em Defesa Contra As Artes das Trevas esse ano.
Ela arqueou a sobrancelha, desconfiada.
— Você obteve nota máxima pelo que ouvi de Snape.
— Aquele exame foi ridículo. E Snape ainda não era o professor da matéria. — Deu de ombros. Um raio de sol atravessou a janela e iluminou o rosto dele. — Consegui a nota por pura sorte, mas não posso me dar mal na aula dele. Meu pai me mataria.
Annelise pensou por alguns minutos.
— Seu pai não está em Azkaban?
Theodore inclinou a cabeça, a olhando.
— Sim, meu pai está em Azkaban. Mas você — Ele se aproximou, baixando o tom de voz. — está aqui. Livre e obediente, não é?
— Nott. — Ela suspirou, impaciente. — Vou arrancar sua língua com minhas unhas.
Ele abriu um sorriso largo, aparentemente satisfeito.
— Bom negociar com você, Morgerstern. A procurarei quando tiver alguma dúvida. — Ele se levantou e passou a mochila no ombro, saindo da Biblioteca com um ar de superioridade. Annelise rosnou para suas costas e voltou ao seus afazeres.


Os alunos da Sonserina cochichavam ansiosos na porta da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não demorou muito para que Snape abrisse a porta da sala e mandasse os alunos entrarem. A sala de aula estava mais escura do que no ano passado, com quadros de gente sendo torturada pendurados nas paredes. Todos se sentaram em silêncio, observando cada detalhe enquanto Snape parecia organizar alguma coisa em sua mesa. Draco caminhou para dentro, alguns minutos atrasado, e olhou desconfiado para Theodore Nott sentado ao lado de Annelise. Ele parou, imóvel, ao lado dos dois.
— Nott, o que está fazendo?
Blásio Zabini imediatamente virou-se para trás, olhando com diversão para os dois.
— Estou esperando a aula começar, Draco. — Nott se recostou na cadeira e cruzou os braços.
— Sentado com Morgerstern?
— O que? Ninguém pode chegar perto dela agora? — Perguntou com sarcasmo transbordando na voz.
— Vou te dar dez segundos para se levantar daí. — Draco ergueu o queixo, a mão segurando a ponta da varinha no bolso da calça.
— Se queria se sentar com ela, chegasse mais cedo. — Theodore começou a tatear as roupas procurando pela própria varinha, os olhos fixos no olhar frio de Malfoy.
— Ei, o que é isso? — Blásio começou a rir. — De repente você quer ficar perto dela, Theo?
— Ele está me testando. Já fez isso antes. — Rosnou Draco. — Quer competir comigo.
— Por enquanto Draco está na frente, veja... — Zabini começou a contar nos dedos, com um largo sorriso debochado no rosto bonito. — Os dois namoraram Pansy. Um a um! Os pais dos dois estão presos por serem Comensais da Morte! Dois a dois! Mas agora Draco namora Annelise, que é a princesa da Sonserina... Três a dois!
Ela bufou e se levantou, recolhendo seus pertences.
Competir, pontos?! O que pensam que eu sou? Vão a merda!
Annelise deu as costas para os três e correu os olhos pela sala, procurando por um lugar vago. Sentou-se sem pedir licença ao lado de Tracey Davis, que estava atrás das gêmeas Carrow. A menina olhou para os garotos, que olhavam Annelise chocados, e voltou-se para ela.
— Acho que ainda não fomos apresentadas.
— Morgerstern. — Annelise estendeu a mão, que a garota segurou e apertou levemente.
— Davis.
— Silêncio. — A voz fria de Snape atravessou a sala, fazendo os alunos ficarem quietos outra vez. — Não mandei pegarem os livros. Primeiro quero conversar com os senhores. — Ele se encaminhou para a frente da sala e parou. — Creio que já tiveram cinco professores nesta matéria. Naturalmente, cada um teve o seu método e suas prioridades. Diante dessa confusão, é uma surpresa que tantos tenham obtido nota para passar nessa matéria. E surpresa maior será se todos conseguirem dar conta dos deveres do N.I.E.M, que são bem mais complexos. Nott, cale a boca. — Snape começou a andar pela sala. — As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, na qual cada vez que cortamos uma, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível. Suas defesas, portanto, tem de ser flexíveis e inventivas como as artes que vocês querem neutralizar. Esses quadros — Ele apontou para alguns à medida que os mencionava. — são uma boa representação do que acontece com quem, por exemplo, sofre a Maldição Cruciatus, sente o beijo do dementador ou provoca a agressão de um Inferius.
— Podemos presumir que Você-Sabe-Quem esteja usando Inferius? — Perguntou Tracey.
— É sensato presumir que sim, pois os usou no passado. Agora... Eu creio que os senhores são absolutamente novatos no uso de feitiços mudos. Qual é a vantagem de um feitiço mudo? — Annelise ergueu a mão. — Srta. Morgerstern?
— Dá vantagem num duelo. Você não pode planejar um contra-ataque ou proteção contra algo que não sabe o que é. Pelo menos não tão rápido.
— Dez pontos para a Sonserina. Sim, aqueles que se aperfeiçoam e aprendem a usar a magia sem proferir os encantamentos, passam a contar com o elemento surpresa em sua arte. Nem todos os bruxos conseguem fazer isso, é claro. É uma questão de concentração e poder mental que alguns não possuem. — Seu olhar brilhou para Crabbe e Goyle. — Os senhores vão se dividir em pares. Um parceiro tentará enfeitiçar o outro sem falar. O outro vai tentar repelir o feitiço em igual silêncio. Comecem.
Tracey e Annelise se distanciaram um pouco e então empunharam as varinhas uma para a outra. A menina parecia fazer um pouco de esforço para conseguir realizar o encantamento mentalmente, mas Annelise teve facilidade de rebater quando ele veio.
Protego!, pensou, fazendo um movimento com a varinha. O feitiço de Tracey ricocheteou no escudo transparente de Annelise e explodiu no ar. Snape pareceu levemente satisfeito e então mandou trocarem as duplas. Draco Malfoy atravessou a sala rapidamente e parou diante dela.
— Anne...
— Pare. — Annelise murmurou, erguendo a varinha.
Os dois se encararam por alguns minutos, olho no olho.
Everte Statum!
O raio que saiu da varinha dela foi mais rápido do que qualquer raciocínio de Draco naquele momento. O feitiço o antigiu em cheio, lançando-o metros para trás e o jogando na parede. Ele bateu e caiu. Os alunos ficaram em absoluto silêncio e Snape olhou para Annelise com os olhos estreitos. Ela se arrependeu no mesmo instante: atravessou a sala e se abaixou na altura de Draco.
— Quinze pontos para a Sonserina. Continuem. — A voz de Snape ressoou pela sala outra vez, fazendo os alunos voltarem às suas atividades.
— Você está bem? Desculpe! — Murmurou, segurando a mão dele.
— Saia daqui. — Draco rosnou em resposta, se levantando sozinho e largando a mão dela. Voltou para o canto direito da sala e começou a praticar com Zabini, que ria sem parar.


Quando foram liberados para o intervalo, Annelise lutou contra a multidão de alunos, tentando alcançar Draco, que andava sozinho e aparentemente ainda furioso em direção ao Salão Principal. Antes que o alcançasse, porém, um par de braços se enrolaram em seu pescoço e um emaranhado de cabelos tamparam seu rosto.
— Aí está você! — Gritou Krystal, empolgada. Ela a soltou e continuou sorrindo. — Tudo bem?
— Krystal! Eu adoraria conversar, mas eu... Eu preciso ir. Já encontro com você, está bem?
— Tudo bem.
Annelise sorriu rapidamente e beijou a bochecha da amiga, virando-se e caminhando depressa para as escadas. Ainda podia ver o cabelo louro de Draco se destacando na multidão e forçou sua passagem, empurrando alguns alunos e pulando degraus para alcançá-lo mais rápido. Ao atingir o hall, segurou-o pelo antebraço esquerdo, fazendo Draco puxar o braço instantâneamente.
— Que diab... ah, é você. — Resmungou.
— Draco, me desculpe. Fiquei de cabeça quente com você e Nott. — Annelise o abraçou pelo pescoço, erguendo-se na ponta dos pés.
— Eu só ia te desarmar! Só isso. Você me jogou longe! — Seu rosto continuava fechado numa expressão zangada, mas os braços dele enlaçaram a cintura dela. Por cima de seu ombro, Annelise viu Krystal descendo as escadas e sorrindo para eles.
— Eu sei, me desculpe. — Ela esfregou a ponta do nariz na bochecha dele. — Olhe para mim.
Os olhos cor de mel dela se encontraram com os azuis dele. Draco suspirou, impaciente, e baixou a cabeça para beijá-la. Annelise sentiu algo formigar dentro de si quando os lábios dele se encontraram com os dela, mas antes que pudesse entender o que era, Draco se afastou.
— Oi, Draco. — Cumprimentou Krystal.
— Grifinória. — Respondeu ele, mas sorriu. — Vou pra lá, vejo vocês depois.
Ele soltou a cintura de Annelise e saiu, entrando no Salão Principal sozinho.
— Ah, vocês são uma graça!
— Para com isso. — Retrucou, sentindo as bochechas corarem. — Como está sendo seu primeiro dia?
— Demais! Tive aula com Snape hoje, ele é tão esquisito! Mas é inteligente, não? Gostei muito, apesar da grosseria gratuita. Já já tenho Trato das Criaturas Mágicas.
— Não se inscreveu em Poções? — Annelise arregalou os olhos. — Poções é minha próxima aula!
— Você sabe que todo aquele vapor irrita minha pele e acaba com meu cabelo. — Krystal abanou com a mão. — Além do mais, eu gosto de criaturas mágicas.
— Não acredito, Krystal! Pensei que faríamos Poções juntas!
— Ah, me desculpe, Anne. Mas vamos ter aulas juntas, não? — Krystal mexeu nas pontas do cabelo de Annelise, provavelmente procurando por pontas duplas. — Vou para o Salão Principal comer. Você vem?
— Não. — Revirou os olhos. — Preciso terminar minha tarefa de Aritmância. Te vejo mais tarde.
Annelise e Krystal se separaram, uma indo para o salão e a outra para as masmorras. Resolveu ficar no Salão Comunal terminando sua lição até o próximo tempo e felizmente, não haviam muitos alunos por lá. Quando a sineta tocou novamente, ela guardou suas tarefas de Aritmância no quarto e caminhou sem pressa até a masmorra de Poções, que não ficava tão longe do Salão Comunal. Haviam poucos alunos: ela e mais quatro da Sonserina, quatro da Corvinal, um da Lufa-Lufa e três da Grifinória, sendo esses, é claro, Potter, Granger e Weasley. Annelise ignorou a todos e se aproximou de Zabini, Nott e Draco, que virou-se com um sorriso largo e a puxou pela cintura. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, Draco colou seus lábios e pela primeira vez desde que haviam chegado em Hogwarts, pediu passagem com a língua para aprofundar o beijo. Annelise, sentindo o coração errar uma batida, abriu os lábios e o beijou de volta tão profundamente quanto.
— Quanta paixão. — Comentou Blásio, seguido de uma risadinha. Os dois se largaram quando a porta da masmorra abriu com um rangido, mas continuaram se encarando com a respiração acelerada. Annelise engoliu em seco, sentindo as bochechas corarem mais uma vez naquele dia, então se virou e liderou o grupo de alunos para dentro da sala. A masmorra estava cheia de vapores de cores e cheiros diferentes, coisa que não era usual quando a sala pertencia à Snape. Ela se sentou em uma bancada e os outros alunos da Sonserina se sentaram com ela, Draco puxando a cadeira para mais perto.
— Ora, muito bem, muito bem... — Começou Slughorn, animado. — Apanhem as balanças e os kits de poções e não se esqueçam o manual de Estudos Avançados no Preparo de Poções...
Annelise começou a colocar seu material na bancada, assim como os outros.
— Senhor. — Harry Potter ergueu a mão, atraindo os olhares da sala.
— Harry, meu rapaz?
— Eu não tenho material... Rony também não... Não sabíamos que poderíamos fazer sua matéria esse ano...
— Ah sim, a professora McGonagall me informou. Não se preocupe, meu rapaz, use os ingredientes do armário hoje e estou certo de que podemos lhe emprestar uma balança, temos alguns livros usados adiante...
— Está sentindo esse cheiro? — Perguntou Draco, cheirando o ar. — Que cheiro bom.
— Que cheiro? — Perguntou Blásio, olhando ao redor.
— Floresta... — Começou Draco. — Camomila. Chá preto, parece.
— Eu sinto diferente. — Annelise interviu, atraindo os olhares da bancada. — Hum, rosas brancas|! E maçã verde e...
— Ora, muito bem! — A voz alta de Slughorn a cortou. — Preparei algumas poções para vocês verem, apenas pelo interesse que encerram, entendem? São o tipo de coisa que deverão ser capazes de fazer ao fim dos N.I.E.Ms. Já devem ter ouvido falar de algumas, ainda que não saibam prepará-las. Alguém pode me dizer qual é esta?
Ele indicou um caldeirão, que parecia conter água pura em ponto de ebulição. A mão de Hermione cortou o ar e Slughorn sorriu a incentivando.
— É Veritaserum, uma poção sem cor ou odor que força quem a bebe a dizer a verdade.
— Muito bem! Agora, essa outra é bem conhecida... e também apareceu em alguns folhetos do Ministério ultimamente... quem sabe...
Annelise espiou a poção, identificando-a imediatamente. Antes que erguesse a mão, Granger falou outra vez.
— Poção Polissuco, senhor.
— Excelente, excelente! Agora, está outra aqui... sim minha cara? — Interrompeu-se o professor, apontando para o caldeirão cheiroso que fumegava alegremente.
— É Amortentia! — Respondeu Hermione.
Annelise se aborreceu: começou a pensar que Hermione era um pouco arrogante por não dar espaço para os colegas responderem o professor. Teve vontade de começar a responder Slughorn, pois sabia todas as respostas para todas as suas perguntas. Talvez estivesse com o rosto tão fechado de birra que Draco virou-se e sorriu levemente para ela, tentando acalmá-la.
— De fato. Parece quase tolice perguntar, mas presumo que você saiba que efeito produz, não? — Slughorn parecia impressionado.
— É a poção de amor mais poderosa do mundo!
— Correto! E você a reconheceu, presumo, pelo brilho perolado?
— E o vapor subindo em espirais... e dizem que tem um cheiro diferente para cada um de nós, de acordo com o que nos atrai... e eu estou sentindo cheiro de grama recém cortada, pergaminho e... — Granger corou violentamente e não terminou a frase.
Annelise corou quase junto com Hermione. Ela olhou para os colegas na mesa, procurando ver se alguém havia compreendido o que acontecera e Blásio, observador como sempre, sorria sarcasticamente para ela. Draco sentira o cheiro característico de floresta: a primeira vez que se beijaram foi na Floresta Proibida. Rosas brancas eram as flores que tinham no jardim da Mansão Malfoy e ela amava ver e sentir o cheiro. Camomila era o cheiro de seu shampoo e chá preto era seu chá favorito! Já ela sentira cheiro de rosas brancas, maçã verde, que era a fruta favorita de Draco e caramelo, que era seu doce favorito. Sentiu ele se virar em sua direção e aprumou-se na cadeira, grudando os olhos no professor e fingindo que nada estava acontecendo.
— Posso saber o seu nome, minha cara?
— Hermione Granger, senhor.
— Granger? Granger? Será que você é parente de Hector Dagworth-Granger que fundou a Mui Extraordinária Sociedade dos Preparadores de Poções?
— Não. Creio que não, senhor. Nasci trouxa, sabe.
Draco e Theodore se inclinaram na direção um do outro, cochichando algo e rindo em seguida. Slughorn, por sua vez, sorriu.
— Ah! Você disse que uma das suas melhores amigas é trouxa e que era a melhor de nossa série, não, Harry?
— É, sim, senhor.
— Muito bem, vinte pontos muito merecidos para a Grifinória, senhorita Granger!
Todos aqueles sentados na bancada da Sonserina fecharam a cara, incluindo Annelise. A vontade de começar a competir pela atenção dos professores com a menina estava crescendo dentro dela.
— Previsível. — Resmungou Nott.
— A Amortentia na realidade não gera o amor, é claro. É impossível produzir ou imitar o amor. Não, a poção apenas causa uma forte paixonita ou obsessão. Provavelmente é a poção mais poderosa e perigosa nesta sala. — Mais uma vez, Malfoy e Nott riram descrentes. — Ah, sim... quando vocês tiverem visto tanto da vida quanto eu, não subestimarão o poder do amor obsessivo...
— Ele está certo, sabe. — Annelise deu de ombros, sem olhar para ninguém em específico. Cutucava uma lasquinha de poção seca na bancada.
— Professor, o senhor não nos disse o que tem neste aqui. — Disse o garoto da Lufa-Lufa, apontando um pequeno caldeirão preto em cima da mesa do professor. Tinha cor de ouro derretido.
— Oho! Sim. Aquela! Bem, aquela ali, senhoras e senhores, é uma poçãozinha curiosa chamada Felix Felicis. Suponho que a senhorita saiba o que faz a Felix Felicis, senhorita Granger?
— É sorte líquida. Faz a pessoa ter sorte!
A sala toda se sentou mais ereta e Draco começou a prestar muita atenção em tudo que saía da boca de Slughorn. Annelise compreendia, é claro. Se soubesse dessa poção no ano anterior, teria feito de tudo para conseguir um pouco.
— Correto, mais dez pontos para a Grifinória. É uma poçãozinha engraçada a Felix Felicis. — Explicou o professor. — Difícil de fazer e catastrófica se errar. Contudo, se a preparmos corretamente, como nesse caso, vocês irão descobrir que os seus esforços serão recompensados... pelo menos até passar o efeito.
— Essa poção não tem graça alguma para nós da Sonserina. Gostamos de conquistar por nosso próprio mérito. — Declarou Blásio, displicente.
— Se ingerida em excesso causa alguns efeitos ruins, sabem... Tudo que é bom demais... Bom, extremamente tóxica em quantidade. Mas tomada correta e ocasionalmente...
Annelise ergueu a mão.
— O senhor já tomou?
— Duas vezes na vida. Uma aos vinte e quatro anos e outra aos cinquenta e sete. Duas colheres de sopa ao café da manhã. Dois dias perfeitos. — Ele fitou o além com expressão sonhadora. — E a poção é o que vou oferecer de prêmio nessa aula. — Houve um grande silêncio na sala, todos os alunos começando a pensar sobre o que fariam caso tivessem a poção em mãos. Annelise tomaria um golinho para ver como seria ter tudo e todos fazendo o que ela queria, mas daria o resto para Draco. — Um frasco de Felix Felicis. — O professor Slughorn tirou do bolso um vidrinho com uma rolha e mostrou a todos. — Suficiente para doze horas de sorte. Do amanhecer ao anoitecer, vocês terão sorte em tudo que tentarem. Agora, preciso avisar que a Felix Felicis é proibida em competições oficias, eventos esportivos, exames e eleições. Por isso quem a ganhar deve usar somente em um dia comum... e observar como pode se tornar um dia extraordinário! Abram a página dez de Estudos Avançados no Preparo de Poções! Quem conseguir preparar a Poção do Morto-Vivo da melhor maneira, ganha a pequena Felix. É provável que ninguém a deixe perfeita, mas ganhará a que estiver melhor... Podem começar!
Annelise imediatamente começou a cortar os ingredientes e puxou seu caldeirão para perto, lendo as instruções com muita atenção. Toda a turma parecia trabalhar com o mesmo afinco para ganhar o prêmio e todos olhavam para os lados para conferir o caldeirão alheio. Em determinado ponto, Annelise notou que amassar a vagem lhe daria mais seiva do que cortar e decidiu fazer assim até a poção ganhar o tom exato que indicava o livro. Porém, quando chegou a hora de mexer, ela não se tornou rosa clara, mas continuou no tom lilás fraco de antes. Bufando de impaciência, ela largou a poção de lado e releu todas as indicações do livro. Depois ergueu a cabeça para olhar o caldeirão de Hermione, que continuava púrpura. Annelise sorriu, achando graça.
— E acabou-se o tempo! Por favor, parem de mexer!
O professor caminhou entre as bancadas, examinando os caldeirões. Pareceu satisfeito com a poção de Annelise, que lhe rendeu dez pontos para a Sonserina. Ao chegar na mesa de Potter, guinchou.
— Sem dúvida, o vencedor! Excelente, Harry! Deus do céu, é inegável que você herdou o talento da sua mãe que tinha uma ótima mão para poções. Tome aqui, então, seu prêmio! Um frasco de Felix Felicis, conforme prometi, use bem!
Annelise encarava Harry, furiosa. Se não fosse ele, com certeza ela teria ganhado. Aparentemente, sua poção estava perfeita como indicava o livro. Frustrada, ela recostou-se na cadeira de braços cruzados, sem perceber que Harry a encarava.
Pelo menos, logo teria um passeio à Hogsmeade para animá-la.

 

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Notas finais do capítulo

AVISO:

Vocês se lembram que em Poder e Controle I eu sempre deixei bem claro que a mãe da Annelise, a Madeleine, tinha cabelos pretos?

Eu sei que os Rosier tem como característica serem loiros, então não sei pq eu coloquei a Madeleine morena KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Por isso, estou revisando a parte I só por esse motivo, ok? A Madeleine é loira a partir de agora!

http://historiasanne.tumblr.com/post/174061879178/joseph-john-morgerstern-sua-filha-annelise-rosier

Novo cast da família Morgerstern!

Ah, e mais uma coisa! Draco e Annelise são sim parentes devido a linhagem Rosier, para quem já me perguntou! A Druella, vó do Draco e mãe da Narcissa é tia-avó da Annelise! O que faz deles primos distantes... vocês sabem como são essas famílias puro-sangue kkkkkkkkk

Beijos ♥



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