Poder e Controle II escrita por Anne


Capítulo 2
''Dark Paradise''




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Everytime I close my eyes
(Toda vez que fecho os meus olhos)
It's like a dark paradise
(É como um paraíso sombrio)
No one compares to you
(Ninguém se compara a você)
But that there's no you
(Mas não há alguém como você)
Except in my dreams tonight
(Exceto nos meus sonhos à noite)

 

Annelise acordou por volta das sete da manhã sentindo o cheiro do café da manhã vir diretamente da cozinha para seu nariz. Bocejando, chutou as cobertas para longe e se trocou, colocando uma calça jeans preta, seus coturnos e uma camiseta branca larga com mangas longas, de tecido leve. Amarrou seu cabelo num rabo de cavalo, pensando que talvez fosse uma boa ideia cortá-lo um pouco.
A menina foi para a cozinha e se sentou, observando o grande prato que Loki havia preparado. Haviam dois omeletes, suco de abóbora e um bolo de limão que parecia ter acabado de sair do forno. Enquanto ela comia em silêncio, assistia o elfo a limpar cada milímetro dos balcões. Não havia necessidade, no entanto, mas aquilo parecia distrai-lo da perda de Madeleine e ela não questionaria. Seus olhos ainda ficavam cheios de lágrimas quando ela perguntava qualquer coisa, então decidiu que o silêncio era mais confortável para os dois.
Deu alguns goles no suco e parou abruptamente quando ouviu a porta da casa ranger baixinho. Lentamente, ela depositou o copo outra vez na mesa e levou o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio à Loki, que olhava na mesma direção que ela. Annelise pegou a varinha e se levantou devagar, caminhando cuidadosamente para fora da cozinha. Ergueu a varinha, seus olhos analisando cada ponto da casa, quando a porta se abriu por inteiro e um vulto de capa preta passou por ela.
Estupef...
— Ei! — Krystal abaixou o gorro, erguendo as mãos em rendição. — Abaixa isso!
— Krystal? — Annelise franziu o cenho, tanto a varinha quanto seu corpo imóveis. Podia ser uma enrascada.
— Quer parar com isso, maluca? Está me assustando! — Mesmo assim, Annelise continuou preparada para um ataque. Krystal bufou e se virou para o homem que acabava de entrar atrás dela. — Viu só, papai? Demorei demais e agora Annelise teve o cérebro fritado por algum zonzóbulo. Eu te disse que devíamos ter vindo imediatamente!
Finalmente, a menina baixou a guarda. Com um sorriso, enfiou a varinha no bolso da frente da calça e correu até Krystal, pulando no colo dela. As duas gritaram quando caíram no chão e começaram a rir escandalosamente. Os cachos de Krystal, sempre calculadamente arrumados, estavam esparramados no chão enquanto ela gargalhava.
Elas se levantaram, arrumando os cabelos e ainda sorrindo uma para a outra.
— É muito bom vê-la, Annelise. — O Sr. Villewick a abraçou, dando tapinhas em suas costas. — Sinto muito pelos seus pais. O que houve?
— Papai, você não podia ser menos delicado. — Krystal fuzilou o pai com os olhos. — Desculpe, amiga.
— Imagina. — Annelise sorriu enquanto indicava a sala de estar com um aceno. Sua cabeça, no entanto, começava a pensar no que diria à eles.
Quando pai e filha saíram da frente da porta, vários malões começaram a passar atrás deles, flutuando até o centro do hall de entrada e empilhando-se em silêncio. Annelise franziu a testa.
— Ah, outra coisinha... — Krystal sorriu e passou um braço pelos ombros da amiga. — Estou de mudança!
— Pra onde? — Annelise olhou os malões, a expressão contrariada do Sr. Villewick e o largo sorriso brilhante de Krystal.
— Pra cá!
— Pra cá... aqui? — Annelise detestou a ideia no mesmo momento. Amava Krystal e ela era sua melhor amiga, mas o que ela menos precisava agora era ter que se preocupar com a amiga naquela confusão de Comensais da Morte. Além disso, tinha certeza que até a volta das aulas ela iria querer saber onde Annelise se enfiava por horas a fio e por que muitas vezes voltava com as roupas manchadas de sangue. Krystal Villewick jamais compactuaria com nada daquilo, o que lhe significava mais um monte de problemas. Conhecia a amiga bem o suficiente para saber que, quando descobrisse a verdade, ficaria furiosa com Annelise e depois tentaria convencê-la à participar para poder protegê-la, afinal, não havia uma veia em seu corpo que fosse ruim. A família de Krystal era fortemente contra qualquer tipo de magia das trevas e sabia que o pai dela perceberia no mesmo instante se a filha se envolvesse.
— Sim, aqui! — A menina sinalizou a Mansão Morgerstern, parecendo não notar a feição de incômodo de Annelise.
— E quando voltarem as aulas em Ilvermorny, você volta também? Para os Estados Unidos?
— Imagine que vou te deixar sozinha! Papai conseguiu uma vaga em Hogwarts! Vou iniciar o ano junto com você, não é legal?
— Super! — Annelise arreganhou os lábios, numa tentativa de sorriso. Desvencilhou-se da amiga e passou a mão no pescoço. — Vamos nos sentar?
— Hum, na verdade, querida, gostaria de saber se tem algum quarto onde eu possa ficar. Estou cansado da viagem e hoje mesmo terei que voltar, gostaria de dormir um pouco enquanto isso. — O Sr. Villewick analisava a decoração da casa, parecendo impressionado. A arquitetura da Mansão Villewick era bem praiana, com muita decoração trouxa, diferente do ar aristocrata e tradicional dos Morgerstern. — Além disso, você e Krys têm muito o que conversar.
— Claro, claro... Loki! — Annelise gritou. O elfo apareceu, os olhos cheios de lágrimas como de costume.
— Sim, senhora?
— Por favor, leve o Sr. Villewick ao quarto de hóspedes do corredor direito e lhe faça um chá.
O elfo passou por eles e chamou o pai de Krystal com a mão, subindo as longas escadas quase correndo. Logo, os dois sumiram no segundo andar. Virando-se lentamente, Annelise mordeu o lábio inferior.
— Vamos conversar, então! — Krystal caminhou até a sala de estar e Annelise foi atrás dela, sentando-se uma de frente para a outra no sofá.
— Krystal, tem certeza de que isso é uma boa ideia? Vir aqui no meio desse caos... Seu pai tem uma posição importante no Congresso Mágico, você acha que é seguro?
— Ora! — Bufou a outra. — Esses Comensais da Morte podem fazer o que quiserem comigo, não vão me impedir de estar ao seu lado. Sei que tem poucos amigos em Hogwarts — Annelise abriu a boca para retrucar, mas a menina não permitiu. — e não adianta tentar me convencer do contrário. Agora, você vai me contar tudo! Tudo e mais um pouco do que aconteceu desde o seu primeiro dia aqui!
— Não sei, Krystal. Não é o tipo de coisa que você vai querer saber.
— Vai logo!
Ela sabia, assim como o próprio Sr. Villewick, que discutir com Krystal era uma causa perdida. Bufou. Enrolou um pouco para falar, sem saber por onde começar. Decidiu então arrancar o curativo de uma vez.
— Eu sou uma Comensal da Morte. Estou com eles. — O coração de Annelise quase parou ao ver o rosto da amiga. A primeira reação foi de choque, depois susto, incompreensão, tristeza e por fim, decepção. Krystal balançou a cabeça, olhando para qualquer lugar menos para ela.
— Não, isso não é possível... — Murmurou.
Annelise, em movimentos mecânicos, subiu a manga do braço esquerdo e o esticou, exibindo a Marca Negra que quase brilhava em sua pele pálida. Os olhos castanhos escuros da amiga se arregalaram e em seguida, se encheram de lágrimas.
— Não foi uma coisa que eu permiti, se te ajuda a saber.
— Então me explique direito, pois isso não se parece em nada com você. Uma coisa dessas... você simplesmente diria ''isso não é problema meu, se matem sozinhos''. No que foi que você se meteu?
Então ela contou. Cada detalhe - pois Krystal não permitia furos - desde o dia em que Joseph fora buscá-la em Ilvermorny. Contou todos os detalhes de sua missão e as reuniões com o Lorde das Trevas, assim como também contou coisas aleátorias sobre Hogwarts e sobre as pessoas que havia conhecido. Disse tudo, sem tirar nem por, sobre cada experiência que havia vivido até aquele momento. Até mesmo o ataque à Amélia Bones no dia anterior.
— Krystal, você precisa jurar que vai guardar segredo, tá bem? É o tipo de coisa que pode te matar se você sair contando. Nem seu pai pode saber! Eu nem mesmo iria te dizer nada, mas sua chegada foi inesperada e essa matrícula em Hogwarts, mais ainda.
— Eu pensei que você precisaria de mim aqui! E estava certa! — Krystal bateu as mãos no sofá. — Como assim esse garoto Dracário Malfoy foi o único que você beijou em um ano inteirinho?
— Draco Malfoy, Krystal. E de tudo que eu te contei essa é a única coisa relevante que você encontrou?
— Quase! Você é aquela que entra e todos os olhares se voltam pra você. Deve ser essa sua pose autosuficiente. — Krystal revirou os olhos. — Não entendo como só ficou com ele até agora! E como você consegue conviver com essas pessoas sabendo que são cúmplices do assassinato de seus pais? — A mudança repentina de assunto fez Annelise franzir o cenho, segurando um sorriso ao perceber que isso era completamente Krystal.
— Draco precisa de mim. Ele não terá ninguém ao lado dele que o lembre de que talvez essa não seja a única escolha porque definitivamente é o que fazem parecer.
— E você acha que é isso que ele pensa?
— Sim. É exatamente isso. — Ela fechou os olhos e apoiou a cabeça na mão enquanto suspirava longamente.
— Você está apaixonada por ele. — Krystal concluiu, com um sorrisinho leve.
— Eu... — Ela deu de ombros. — Não é isso. Acho que me identifico com ele, sabe? E ele beija bem. — As duas riram. — Não tive muita escolha e ele também não tem. Mas o que ele precisa fazer é muito além do que eu precisei. Vai acabar o matando.
— Continuo com a minha opinião, mas já que prefere se enganar... Vá em frente. Não vou impedir. — Krystal dobrou as pernas no sofá, abraçando-as. — E como faço para me tornar uma Comensal da Morte?
— O que?! Nem sonhe com isso. — Annelise se levantou e começou a andar pela sala, sentindo os dedos formigarem. Já havia previsto aquilo.
— Se você é uma, eu também serei.
— Nem começa com isso, Krystal. É sério. Você não teria estômago pra ver tudo o que já presenciei. — Ela sentiu a garganta secar e o estômago girar violentamente. Engolindo em seco e respirando fundo, sentou-se de frente para a amiga outra vez e segurou suas mãos. — Eu preciso de alguém fora disso. Preciso de ar puro, entende?
Krystal não respondeu de imediato. Se sua melhor amiga precisasse que ela fosse até lá e se apresentasse para o maior bruxo das trevas de todos os tempos, pode apostar que ela o faria. Ainda assim, não conseguia ignorar o pedido de Annelise, os olhos cor de mel arregalados numa súplica silenciosa.
— Tudo bem, tudo bem. — Ela se deu por vencida. — Mas se eu mudar de ideia, não discuta comigo.
— Acredite em mim, você não quer fazer isso. — Annelise se levantou outra vez, franzindo o cenho para a janela. — Que isso?
As duas observaram um ponto escuro no céu da manhã avançar em direção à casa, ficando cada vez maior. Quando estava perto o suficiente, reconheceram uma grande coruja parda que trazia um envelope quadrado no bico.
— É o correio. — Krystal se lançou ao sofá outra vez, sentindo os olhos pesarem de sono.
— Me esqueci completamente! São os N.O.Ms! — Annelise abriu as janelas e deu espaço para a coruja entrar, soltar a carta do bico e voar para fora novamente. Ela fechou as janelas e saltou até a envelope, sentindo as mãos tremerem. — Ah, minhas notas estão péssimas, com certeza! Mal estudei direito e fiz os exames correndo porque... — Sua voz morreu enquanto os dedos violavam o selo da carta. Ela engoliu em seco e ignorou.
— Pois mudaram seu cronograma, porque te disseram que Madeleine estava doente e então você foi vê-la e ela foi assassinada. — Completou Krystal, encarando a amiga com avidez.
— Quanta delicadeza, Krys. Fico espantada. — Annelise bufou, abrindo sua carta.
— Annelise, você precisa encarar a realidade. Ficar engolindo o choro, fingindo que não aconteceu é bem típico de você com toda merda que acontece na sua vida, mas dessa vez você não vai ignorar! Não é saudável e você precisa chorar.
— Estou ótima, obrigada.
— Eu já cansei de dizer que guardar o choro deixa o coração duro feito pedra.
— Já chorei o bastante, Krystal. — Annelise encarou a amiga com azedume. — Ficar remoendo isso vai me ajudar em que exatamente? — A outra abriu a boca para responder, mas foi interrompida. — Foi uma pergunta retórica, não quero saber a resposta. Agora vamos ver as notas!

RESULTADOS DOS NÍVEIS ORDINÁRIOS EM MAGIA
Notas de aprovação:
Ótimo (O)
Excede Expectativas (E)
Aceitável (A)

Notas de reprovação:
Péssimo (P)
Deplorável (D)
Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR ANNELISE R. MORGERSTERN

Adivinhação: A
Astronomia: O
Defesa Contra as Artes das Trevas: O
Feitiços: O
Herbologia: E
História da Magia: O
Poções: O
Transfiguração: O
Trato das Criaturas Mágicas: E
Aritmância: O

As cabeças das duas meninas estavam grudadas e elas liam juntas. Quando terminaram, Annelise leu várias vezes seguidas enquanto Krystal parecia se divertir sozinha.
— Não é engraçado como você obteve nota máxima em Defesa Contra As Artes das Trevas? Quero dizer...
— Meu Deus, Krystal, não se atreva à fazer essa piada. — Disparou, segurando um riso. Havia se esquecido de como Krystal podia ser engraçada às vezes e, com uma sensação estranha no peito, ela se lembrou de Blásio e soube imediatamente que estava com saudades. — Minhas notas foram boas. — Ela dobrou o pergaminho e o deixou na mesa de centro, sem saber ao certo o que faria com aquilo. Sua intuição lhe dizia para guardar o papel pois era o que Madeleine fazia com documentos importantes e aquilo lhe parecia um documento importante.
— Me parecem excelentes. — Krystal bocejou.
Annelise decidiu levar a amiga para o segundo quarto de hóspedes antes que ela resolvesse dormir no sofá mesmo. Avisou-lhe que sairia por algumas horas mas logo voltaria para um café da tarde e para se despedir do Sr. Villewick. Foi ao seu quarto buscar um casaco antes de chamar o Nôitibus e sentiu, de repente, sua Marca Negra arder como se estivesse em chamas. Com uma careta, ela sabia exatamente o que aquilo significava, então desceu as escadas correndo e abriu a porta. Quando passou o casaco pelos ombros e fechou a porta de entrada, no entanto, não precisou sacudir a varinha no meio-fio: Rabastan Lestrange estava parado em seu jardim, olhando nervosamente para os lados.
— Não tem ninguém aqui para te delatar, Lestrange. O que faz aqui? — Perguntou, num tom pouco simpático. Ela se aproximou do homem e parou, girando a varinha nos dedos.
— Reunião. Você demora demais para chegar de Nôitibus Andante e me mandaram vir te buscar. — Bufou, oferecendo o braço direito para ela. — É um saco ter menores no meio. Não podem fazer nada. — Resmungou.
— Ah, sinto muito pelo inconveniente! — Annelise respondeu, segurando no braço do homem. Eles aparataram, numa sensação ainda pior do que a de uma chave de portal. Annelise sentiu seu peito ser comprimido a ponto de quase não aguentar respirar, mas finalmente pararam de rodar e sentiu o chão firme em seus pés.
Não que fosse reclamar da carona de Rabastan, afinal, ir balançando sem parar no Nôitibus a deixava meio irritada e planejava justamente ir na Mansão Malfoy enquanto Krystal e o pai descansavam. Quando chegaram no hall de entrada, o ambiente lhe parecia bastante familiar: alguns Comensais estavam espalhados pela casa conversando, uns num tom baixo e outros aos risos. Annelise viu Draco junto de sua tia Bellatrix, esta sussurando furtivamente para ele, que concordava com a cabeça em silêncio.
— Draco. — Chamou ela, se aproximando. Bellatrix ficou quieta no mesmo instante, analisando Annelise de cima à baixo com um olhar de desprezo. Resmungando, saiu de perto deles e se juntou aos irmãos Lestrange.
— Oi. — Disse ele.
— Como foi nos N.O.Ms?
Draco deu de ombros.
— Bem. Tirei um O em Poções.
— Ah, nada surpreendente! — Annelise sorriu. — Você é um dos primeiros da turma.
— E você, como foi?
Annelise tirou a carta do bolso interno do casaco e entregou a ele, que leu com um sorrisinho nos lábios. O mesmo sorriso sarcástico de sempre. Era reconfortante ver os poucos momentos em que ela podia reconhecê-lo como o idiota de antes. Estava ansiosa para o momento em que voltassem a Hogwarts e ele continuasse sendo o pentelho que era.
Como um balde de água fria, ela se lembrou de que Dumbledore também estaria em Hogwarts.
— Suas notas estão ridículas. — Draco empurrou a carta para ela. — Não esperava menos de você.
Parecia orgulhoso do desempenho dela, o que fez com que Annelise encolhesse os ombros timidamente, querendo matar a si mesma por aquele gesto. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, os dois notaram os outros Comensais da Morte começando a entrar para dentro da sala e o que quer que fossem continuar a conversar se perdeu ali. Entraram na sala de reuniões e se sentaram, lado a lado, observando todos se acomodarem. Por fim, trazendo um silêncio esmagador consigo, o Lorde das Trevas passou pelas portas que se fecharam sozinhas atrás dele. Quase que inconscientemente, os dedos de Annelise deslizaram para baixo da mesa e percorreram o pulso de Draco até alcançar sua mão e entrelaçar os dedos com os dele.
— Nossos novos hóspedes estão bem acomodados, Narcisa? — Foi a primeira coisa que Voldemort perguntou depois de se sentar. A Sra. Malfoy estava sentada do lado direito de Draco enquanto Annelise estava no esquerdo. Ela hesitou antes de responder.
— Sim, senhor. Estão lá embaixo.
O Lorde das Trevas deu um sorriso largo exibindo dentes pequenos e afiados.
— Excelente. — Ele se virou para os outros. — Para aqueles que não sabem, temos aqui na Mansão Malfoy os senhores Olivaras e Fortescue. Gentilmente, decidiram cooperar conosco e nos acompanhar. — Um novo sorriso surgiu em seus lábios, dando permissão para que alguns risinhos escapassem entre os presentes. — Também gostaria de parabenizar os senhores Lestrange pela conquista dos Dementadores, que já executaram dois ataques na noite de ontem sob meu comando. — Palmas começaram a ecoar gradativamente ao redor da mesa, fazendo Annelise franzir o cenho e soltar a mão de Draco à contragosto para acompanhar as palmas. Assim que cessaram, no entanto, os dois voltaram a se procurar por baixo da mesa.
— Obrigado, senhor. — Agradeceu Rodolphus Lestrange, sendo imitado pelo irmão Rabastan.
— Apesar dos sucessos, temos um assunto incômodo a tratar. É absolutamente decepcionante o fato de que Igor Karkaroff ainda esteja vivo depois de covardemente desertar de nosso círculo. — Os olhos vermelhos passearam entre os presentes, que tomavam o cuidado de não olhá-lo. — Eu espero que isso mude ainda essa semana. Recebi informações confiáveis de que Karkaroff está no norte do país, portanto, hoje discutiremos sobre a operação que levará alguns de vocês até lá. Depois dos relatórios satisfatórios que recebi de Dolohov sobre a senhorita Morgerstern, imaginei que talvez ela ficasse feliz com a perspectiva de pegar nosso traidor com mais alguns de vocês. — As atenções caíram sob ela, mas Annelise encarava Dolohov com um olhar fulminante. — Contudo — todos se viraram para o Lorde das Trevas outra vez. — o início do ano letivo se aproxima, e não queremos atrapalhar a vida acadêmica da senhorita Morgerstern. — O tom sarcástico que ele usara a fez tremer levemente, mas sorriu.
— Obrigada, senhor. Agradeço tanta compreensão. — Disse Annelise, num tom um pouco mais debochado do que deveria. Ela sorriu amarelo e recostou-se na cadeira, apertando a mão de Draco levemente.
— Eu me ofereço, senhor. — Bellatrix projetou-se para a frente, olhando para Voldemort quase apaixonadamente. — Eu me ofereço para pegar o traidorzinho!
— Bella, tenho outros planos para você. Rodolphus, Dolohov, Carrow e Rabastan serão os escolhidos dessa vez. E espero que voltem com boas notícias, pois Karkaroff vivo é um insulto à mim. — Ele ficou em silêncio por alguns minutos. — O senhor Fortescue, Draco, já não me serve mais. Mate-o.
Annelise sentiu o coração afundar, não conseguindo evitar baixar os olhos para a mão trêmula de Draco, que se agarrava à dela como se fosse salvá-lo. Com o canto dos olhos pôde vê-lo engolir em seco, enquanto o Lorde das Trevas ordenava que Bellatrix acompanhasse o sobrinho até o porão.

 


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Notas finais do capítulo

Críticas, sugestões, elogios? São todos bem vindos! ♥
''Capítulo 2 - Ultraviolence'' só vai ser liberado com comentários :c
Até amores ♥



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