Poder e Controle II escrita por Anne


Capítulo 11
''Off To The Races''




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And he shows me, he knows me

(E ele me mostra, ele me conhece)

Every inch of my tar black soul

(Cada centímetro da minha alma negra)

He doesn’t mind I have a flat broke down

(Ele não se importa que eu tenha uma vida destruída e decadente)

In fact he says he thinks it’s what he might like about me

(Na verdade, ele diz que acha que é isso que ele gosta em mim)

 

Mais da metade dos alunos haviam partido depois do café da manhã para passarem as férias de Natal em casa. O grupo de amigos sextanistas da Sonserina, no entanto, decidiram ficar após o pedido de Draco. Ele explicou que tinha uma tarefa importante e que precisaria dos amigos para encobri-lo enquanto realizava. Não ficaram contentes quando souberam que somente Annelise teria uma participação mais profunda, mas quiseram ajudar mesmo assim. Então, naquela manhã, sentados juntos e praticamente sozinhos na mesa longa da Sonserina enquanto tomavam café, começavam a repassar alguns planos em voz baixa.

— Com certeza consigo distrai-lo, ele vai ficar encantado. Pedi para a minha mãe enviar uma carta para ele... teremos muito o que discutir. — Zabini deu um sorriso brilhante, enfiando uma colher em seu prato de ovos mexidos.

— Isso. Quanto mais elogios, mais distraído ele vai ficar. — Draco respondeu, parecendo aliviado. — E então... — Ele se virou para Theodore.

— Eu invado a sala e roubarei um pouco de Poção Polissuco para Crabbe e Goyle se disfarçarem e montarem guarda do lado de fora da Sala Precisa. — Recitou ele, parecendo entediado.

— Certo. Enquanto isso, eu e Anne estaremos lá dentro trabalhando.

Annelise assentiu, bebendo um gole de chá de maracujá.

— E eu tenho minha lista de fofocas prontas para começar a espalhar assim que os outros alunos voltarem. — Pansy deu um sorriso malicioso. — Vou distrair esses idiotas!

Vinte minutos mais tarde, Annelise e Draco subiam as escadas sozinhos em direção ao sétimo andar. Ela lia, num pedaço de pergaminho, o feitiço que ele estava usando para concertar o armário sumidouro. Ao finalmente chegarem no último andar do castelo, pararam na frente de uma parede lisa, ao lado de uma tapeçaria.

— Feche os olhos. — Ele murmurou atrás dela, os braços enlaçados em sua cintura e o queixo apoiado em seu ombro. Annelise obedeceu. — Pode olhar. — Disse ele, alguns minutos depois.

Uma porta havia aparecido na parede lisa e Draco deu alguns passos para alcançá-la. Quando abriu e eles entraram, Annelise só pôde ver uma sala gigante com inúmeras coisas diferentes: cadeiras, livros, artigos de quadribol, armários, coisas empilhadas até perder de vista. Draco segurou sua mão e a guiou por entre as coisas - as quais Annelise observava com curiosidade. Pararam na frente de um armário alto de cor preta e detalhes dourados.

— É esse. Decorou o encantamento?

— Sim, mas me sinto segura para fazer só se ouvir você primeiro. — Annelise respondeu, lendo o pergaminho outra vez.

— Está bem. — Ele puxou a varinha e apontou para o armário. — Unde Veniat Aut Quo Vadat — Uma luz negra saiu da varinha e começou a circular o armário. — Unde Veniat Aut Quo Vadat. — Repetiu Draco, sem interromper o contato visual ou vacilar a varinha. — Unde Veniat Aut Quo Vadat.

Annelise esperou pacientemente, fazendo anotações mentais da posição da varinha, do corpo e do contato visual. Ele baixou a mão e se virou para ela.

— Posso tentar?

— Tente fazer uma vez sozinha, depois faremos juntos. Acho que será mais forte. — Ele respondeu. — E tem um intervalo de cinco minutos exatos entre o encantamento e é necessário dizer três vezes. Não mova a varinha nem por um milímetro e não pisque até terminar.

Ela assentiu e respirou fundo. Ergueu a varinha na altura do ombro e empinou o nariz, olhando diretamente para o armário.

Unde Veniat Aut Quo Vadat. — Pausa. — Unde Veniat Aut Quo Vadat. — Pausa. — Unde Veniat Quo Vadat.

— Perfeito. — Draco sorriu. — Vamos juntos?

Então fizeram juntos pelo menos sete vezes seguidas, de maneira perfeita. O feixe de luz dele parecia ter se espelhado com o dela, de modo que cada um foi para uma lateral do armário e se entrelaçaram ao subi-lo, fazendo um círculo perfeito no topo. Na sétima vez, a luz negra ganhou um brilhante contorno prateado pastoso.

— Acho que deu certo! Tem como testar? — Ela baixou o braço, cansada.

— Eu acho que fazer em dois foi uma ótima ideia. A luz nunca mudou de cor antes. — Draco abriu o armário e o analisou por dentro. Deu um sorriso animado. — Certo. Agora precisamos harmonizar esse armário com o par dele, na Borgin & Burke. O encantamento é Harmonia Nectere Passus.

Ele virou-se de costas e pegou uma maçã verde de sua mochila, enfiou o braço no armário aberto e a colocou lá dentro. Fechou-o e se afastou alguns centímetros.

— Vai fazer sozinho? — Annelise perguntou.

— Me deixe tentar primeiro. — Ele ergue o rosto. — Harmonia Nectere Passus. Harmonia Nectere Passus. Harmonia Nectere Passus.

Crack.

Eles se encararam. Annelise abriu a porta do armário. A maçã estava lá dentro, mas parecia cortada exatamente ao meio.

— A maçã está pela metade.

— Feche! — A voz dele saiu rouca, mas empolgada. Annelise fechou e se afastou. — Harmonia Nectere Passus. Harmonia Nectere Passus. Harmonia Nectere Passus.

Crack.

Draco abriu o armário dessa vez e enfiou a mão lá dentro, trazendo a maçã inteira para fora. Ele sorriu largo e estendeu-a para Annelise.

— É mais do que já consegui.

— Mas um ser vivo ainda não pode tentar entrar aí. Parece perigoso. Como estrunchar.

— É... Mas logo vamos conseguir. — Ele murmurou, voltando o olhar para armário. — E então meu plano será executado.

— Você não me disse porque precisa desse armário e do par dele na Travessa do Tranco. — Ela entrou na frente do armário, cruzando os braços e esperando a resposta.

Ele sorriu misteriosamente.

— Para trazermos os reforços.

Annelise abriu e fechou a boca repetidamente, olhando-o no fundo dos olhos. Quando recobrou a voz, ela estava rouca.

— Re-reforços?

— Exatamente. — Ele analisava o armário com atenção. — Vamos começar de novo.

— Draco, quem exatamente vai passar pelo armário?

Ele se virou e encarou Annelise. Não disse nada, mas seu rosto lhe dizia a resposta óbvia. Ela sentiu o estômago afundar e o coração acelerar consideravelmente. Girando o corpo, ainda tentando imaginar o que aconteceria em pouco tempo, apontou a varinha para o armário.

Unde Veniat Aut Quo Vadat.

 

 

Sentada com as pernas dobradas no tapete verde-musgo próximo à lareira, Annelise encarava as chamas laranjas que tremulavam alegremente. O livro de História da Magia jazia esquecido em seu colo.

— Uau. Essa é uma visão interessante.

Annelise virou o pescoço bruscamente, se assustando com a voz alta de Theodore Nott. Ele usava um moletom cinza e calça preta de pijama, cabelos bagunçados e o mesmo rosto adorável de sempre. Parecia ter acabado de acordar.

— Você me fez dar mal jeito no pescoço. — Resmungou ela, encarando o livro e massageando a nuca.

Ele atravessou o espaço entre eles e se sentou ao lado dela, esticando as mãos na direção da lareira para esquentá-las.

— Perdida em pensamentos?

— Um pouco.

— Não consegue dormir por isso?

Annelise deu de ombros.

— É feriado. Acho que posso abusar do horário.

— É. — Ele concordou e se inclinou em direção a ela, olhando com atenção os detalhes de seu rosto. Annelise sentia seu olhar e aquilo a deixava arrepiada. Queria se punir por gostar daquilo.

— E você? O que te tirou da cama?

— Sereianos. Acho que gostam de me ver dormir.

Ela ergueu o rosto e riu com inocência. Theodore, por outro lado, aproveitou para admirar seu sorriso. Annelise mordeu o lábio, envergonhada, e ele sorriu.

— Theodore...

— Eu sei. Eu também não entendo.

— O que? — Annelise franziu o cenho, se perdendo no rosto dele também.

— Essa...faísca... que tem entre nós. — Ele virou o corpo em sua direção e encostou sua testa na dela.

— Theodore. — Ela murmurou outra vez, fechando os olhos. Queria evitar aquilo, mas não conseguia se afastar.

Os lábios de Theodore se encostaram nos de Annelise num encaixe perfeito. Eram macios. Deliciosos. Quase imediatamente, ela levou uma mão até a nuca dele e o puxou para mais perto, apoiando suas pernas nas coxas dele mas ainda sentada no chão. Ele segurou sua cintura com as duas mãos num gesto firme, beijando-a com mais intensidade. Annelise sentia seu corpo inteiro se esquentar, de dentro para fora, só conseguindo pensar o quanto queria mais e mais dele. Theodore tinha razão. Havia uma faísca entre eles e ela havia acabado de ser provocada, causando uma explosão.

Ele suspirou. Ela decidiu sentar-se em seu colo, passeando as mãos em seus ombros e nuca, puxando alguns fios de cabelo e suspirando em resposta às mãos dele, que subiam por suas costas por dentro da blusa de frio. O contato das mãos de Theodore em sua pele a fazia querer gritar e seu corpo implorava por mais, se sobressaindo a racionalidade de seu cérebro. Sem conseguir pensar direito, ela quebrou o beijo e quando percebeu havia jogado sua blusa para longe dela. Os olhos de Theodore brilharam, correndo os olhos pelos seios ainda protegidos pelo sutiã preto. As mãos dele subiam e desciam, esfomeadas, e enquanto usava uma para puxa-la pela nuca para outro beijo, a outra se ocupava em dar apertos em sua coxa.

Mas Annelise, teimosa como era, os separou outra vez.

— Annelise! — Theodore ofegou em protesto. Ela sorriu maliciosamente e seus dedos se dobraram na barra do moletom dele, puxando-o para cima. Os cabelos dele se bagunçaram ainda mais, e o conjunto disso com a visão do abdômen forte a fez empurrá-lo para o chão. Ele sorriu quando ela o beijou de novo, ele deitado no chão e ela deitada em cima dele. As bocas alternavam entre uma à outra e os pescoços e colo, enquanto as mãos deslizavam para todos os lugares possíveis.

— Por Merlin, vocês perderam a noção! — A voz horrorizada de Blásio fez com que Theodore e Annelise se largassem num pulo. Cada um de um lado, os dois procuraram por suas roupas. Annelise não conseguia encarar Blásio, que se encontrava imóvel, chocado e de boca aberta.

— Eu... boa noite. — Disse ela, subindo as escadas para o dormitório feminino e abandonando seu livro para trás.


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Notas finais do capítulo

preciso confessar que eu a-d-o-r-e-i escrever esse capítulo hahaha e to tão dividida entre Draco e Theodore quanto Annelise parece estar. qual a opinião de vocês?

não se preocupem meus sumiços pq como já disse, não pretendo abandonar e jamais faria isso!! posso demorar mas a att vem!

comentários, por favor? beijos ♥



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